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METABOLISMO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS

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METABOLISMO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS
Síntese (setas azuis) e secreção (setas vermelhas) dos hormônios tireóideos pelas células epiteliais da tireoide. As setas brancas indicam as vias envolvidas na conservação do iodo e aminoácidos.
O iodeto é ativamente transportado para dentro da glândula contra gradientes químicos e elétricos por um simporter 2Na+-1I– (NIS) localizado na membrana basolateral das células epiteliais tireóideas. Normalmente é mantida uma relação de iodeto livre de 30:1 para tireoide:plasma. A assim denominada bomba de iodeto requer a geração de energia pela fosforilação oxidativa e tem cinética de saturação. O NIS é altamente expresso pela glândula tireoide, mas é também expresso em níveis mais baixos na placenta, glândulas salivares e em glândulas mamárias lactantes. Um íon iodeto é transportado contra um gradiente de iodeto enquanto dois íons de sódio são transportados, a favor do seu gradiente eletroquímico, do fluido extracelular para dentro da célula tireóidea. A fonte de energia para esse transportador secundário ativo é fornecida pela Na+,K+-ATPase da membrana plasmática.
A expressão do gene NIS é inibida pelo iodeto e estimulada pelo TSH. Numerosas citocinas inflamatórias também suprimem a expressão do gene NIS. Uma redução na ingestão de iodeto na dieta promove depleção do iodeto circulante e aumenta enormemente a atividade da bomba de iodeto. Quando a ingestão de iodeto na dieta é baixa, a porcentagem de captação de iodeto pela tireoide pode alcançar 80% a 90%. Após a entrada na glândula, o iodeto rapidamente vai para a membrana plasmática apical dos tireócitos. Daí, o iodeto é transportado para o lúmen dos folículos por um transportador iodetocloreto, não dependente de sódio, chamado pendrina.
O iodeto é imediatamente oxidado para iodo e incorporado às moléculas de tirosina. As moléculas de tirosina iodada não estão livres em solução, mas sim incorporadas por ligações peptídicas na proteína tireoglobulina. A tireoglobulina é continuamente exocitada para o lúmen folicular e é iodada para formar tanto monoiodotirosina (MIT) quanto diiodotirosina (DIT). Após a iodação, duas moléculas DIT são acopladas para formar T4, ou uma molécula MIT e uma DIT são acopladas para formar T3. O acoplamento também ocorre entre tirosinas iodadas ainda ligadas à tireoglobulina. Toda esta sequência de reações é catalisada pela tireoperoxidase (TPO), um complexo enzimático que atravessa a membrana apical. O oxidante (aceptor de elétrons) da reação é o peróxido de hidrogênio (H2O2). O mecanismo de geração do H2O2 na tireoide envolve a NADPH oxidase, também localizada na membrana apical.
Quando a disponibilidade de iodeto é restrita, a formação de T3 é favorecida. Como o T3 é três vezes mais potente que T4, esta resposta fornece mais hormônio ativo por molécula de iodeto organificado. A proporção de T3 também é aumentada quando a glândula é hiperestimulada pelo TSH ou outros ativadores. A tireoglobulina iodada é estocada no lúmen do folículo como um coloide. Para a liberação de T4 e T3 na corrente sanguínea é necessária a ligação de tireoglobulina ao receptor megalina, seguida pela sua endocitose e degradação lisossomal).
Após a sua liberação enzimática, T4 e T3 saem pelo lado basal da célula e entram na corrente sanguínea. As moléculas MIT e DIT, que também são liberadas durante a proteólise da tireoglobulina, são rapidamente desiodadas dentro da célula folicular pela enzima desiodase intratireóidea (Fig. 41-5; setas brancas). Essa desiodase é específica para MIT e DIT e não pode utilizar T4 e T3 como substratos. O iodeto é então reciclado na síntese de T4 e T3. Aminoácidos da digestão da tireoglobulina se misturam ao conjunto de aminoácidos intratireóideos e podem ser reutilizados para a síntese de proteínas (F; setas brancas). Apenas pequenas
quantidades de tireoglobulina intacta deixam a célula folicular sob circunstâncias normais.
Referência: 
Fisiologia - Margarida Aires - 4ª edição – 2012 Fisiologia Médica - Boron, Walter F - 2ª edição - 2015 
Fisiologia Humana - Uma Abordagem Integrada - Silverthorn - 5ª Edição - 2010
Tratado de Fisiologia Médica - Guyton - 12ª Edição - 2011
Fisiologia - Berne & Levy - 6ª Edição – 2009 Tratado de Fisiologia - Aplicada às Ciências Médicas - Douglas - 6ª Edição
Princípios de Anatomia e Fisiologia - Tortora - 12ª Edição - 2010

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