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PRINCIPIO INTERVENCAO MINIMA

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PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA NA AUTONOMIA DA VONTADE COLETIVA
É IMPORTANTE SABER - Princípio da Autonomia Coletiva
De acordo com o princípio da liberdade sindical, as associações profissionais são livres para negociar com o empregador ou seu respectivo sindicato as condições de trabalho aplicáveis à categoria que representam. Assim, cada coletividade organizada é livre para determinar para si própria o que é melhor e o que é pior, sem a interveniência de terceiros ou do Poder Público. 
COM A REFORMA TRABALHISTA – LEI nº 13.467, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
VIGÊNCIA: entra em vigor após decorridos cento e vinte dias de sua publicação oficial. Publicação em 14.07.2017 - Término da contagem – 10/11/2017. Vigência 11/11/2017. (121º dia da publicação).
 A REFORMA VAI NO SENTIDO DE DAR MAIS PODERES PARA OS SINDICATOS ESTABELECEREM CONDIÇÕES DE TRABALHO LEVANDO EM CONSIDERACAO AS PECUALIRIDADES DA CATEGORIA, EX: PERIGOS, CRISES.
ANTES DA REFORMA ERA COMUM A JUSTIÇA ANULAR NORMAS COLETIVAS POR CONSIDERAREM INJUSTAS OU QUE FERIAM A LEI TRABALHISTA, JÁ QUE O CAMPO DE ATUAÇAO DA NORMA COLETIVA É SEMPRE CUMPRINDO O MÍNIMO ESSENCIAL, NUNCA O RESTRIGINDO OU EXTINGUINDO.
Princípio da indisponibilidade dos direitos trabalhistas adquiridos pelo trabalhador por força do princípio da proteção. Este princípio visa evitar a coação patronal, obrigando empregados a desistirem de direitos previstos em lei, aparentando uma negociação livre e espontânea.
OCORRE QUE, COM A REFORMA TRABALHISTA, SERÁ POSSÍVEL INCLUSIVE RENUNCIAR DIREITOS LEGALMENTE PREVISTOS, O QUE ATÉ ENTÃO NÃO ERA PERMITIDO, SALVO EXCEÇÕES PERSONALÍSSIMAS.
VEJAMOS AS MUDANÇAS:
CLT. ART. 8, § 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. ”
CÓDIGO CIVIL - Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Caberá ao Poder Judiciário agora limitar sua análise ao exame da presença dos elementos essenciais do negócio jurídico, quais sejam: agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou determinável, forma prescrita ou não defesa em lei.
O propósito da alteração legislativa é evidente: restringir ao máximo o exercício do controle de legalidade e de constitucionalidade de convenções coletivas e acordos coletivos de trabalho pela Justiça do Trabalho.
ASSIM, VAI SE TORNAR MAIS DIFÍCIL ANULAR POR ILEGALIDADE OU INCONSTITUCIONALIDADE AS NORMAS COLETIVAS.
INCLUSIVE É PERMITIDO, EXPRESSAMENTE, REDUZIR DIREITOS PREVISTOS EM LEIS.
DIREITOS TAXATIVOS – EXISTEM QUINZE TEMAS QUE AS NORMAS COLETIVAS PODEM ALTERAR NORMAS ESTATAIS ATÉ ENTÃO OBRIGATÓRIAS E IRRENUNCIÁVEIS.
O ROL É TAXATIVO! NÃO SE PODE REDUZIR OU RENUNCIAR OUTROS DIREITOS.
VEJAMOS AS MUDANÇAS. CLT. Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: 
I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; 
II – banco de horas anual; 
III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;
IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE) , de que trata a Lei nº 13.189, de 19 de novembro de 2015;
V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 
VI – regulamento empresarial; 
VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho; 
VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente; 
IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual; 
X – modalidade de registro de jornada de trabalho;
XI – troca do dia de feriado; 
XII – enquadramento do grau de insalubridade; 
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho; 
XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo; 
XV – participação nos lucros ou resultados da empresa. 
§ 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação. 
§ 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico.
§ 4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito.
REPETIÇAO DO INDÉBITO - CC "todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir" (artigo 876). 
HÁ UM OUTRO PROBLEMA – A REFORMA PROÍBE A AÇAO TRABALHISTA PARA DISCUTIR DETERMINADOS TEMAS, O QUE É PROIBIDO POR NOSSA CONSTITUICAO - "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito".
QUESTIONAMENTO PRÁTICO: Um professor de idade avançada manifestava interessado na alteração do seu contrato de trabalho que vem sendo mantido com a universidade na qual leciona. A mudança seria radical e se referia à redução do seu salário e de alguns benefícios. O Professor permaneceria no cargo com menos responsabilidades e em troca destas alterações, teria mais tempo para estudar. A lei atual proíbe.
Qual a solução?
A flexibilização do direito do trabalho pode se dar pela autonomia coletiva, ou seja, por acordos e convenções coletivos de trabalho, ou pelo próprio legislador, ao confeccionar ou alterar normas, flexibilizando as regras das relações de trabalho. 
Pela autodeterminação coletiva é possível criar normas para beneficiar os trabalhadores, ou acordar regras para situações em que não haja solução legislativa. Nesse sentido:
“A autonomia privada coletiva, direito de origem social característico dos sistemas pluralistas, destina-se à produção de normas estabelecidas pelas partes, fruto da negociação entre elas, que (1) possuam condições mais benéficas aos trabalhadores, acima dos patamares já estabelecidos pela autonomia estatal, ou (2) que estabeleçam regras não previstas na lei (sem colisão ou suplantação), atuando no vazio deixado por ela, como no caso de acordo ou convenção coletiva que estabelece cesta básica para toda a categoria”. (MAURICIO PASSAIA - Fontes de direito do trabalho: Hierarquia e esferas da autonomia da vontade. Rio de Janeiro: Corifeu, 2007. p. 91) 
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
A boa-fé objetiva, cuja função é estabelecer um padrão ético de conduta para as partes nas relações obrigacionais. No entanto, a boa-fé não se esgota nesse campo do direito, ecoando por todo o ordenamento jurídico.
Reconhecer a boa-fé não é tarefa fácil, para concluir se o sujeito estava ou não de boa-fé, torna-se necessário analisar se o seu comportamento foi leal, ético, ou se havia justificativa amparada no direito.
Assim, não havendo fraude, ou defeito substancial contaminador do negócio jurídico, não há razão para se desfazer contrato lícito, formalmente perfeito, e convertê-lo em outro, de natureza radicalmente distinta, por decisão judicial.
DIFERENTE de boa-fé subjetiva, que é o estado de consciência ou a crença do sujeito de estar agindo em conformidade com as normas do ordenamento jurídico.
 O novo Código Civil presume em regra a boa-fé, de forma que a má-fé é que deve sempre ser comprovada, ônus que cabe a quem alega.

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