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RESUMO DE DIREITO SOCIETÁRIO

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RESUMO DE DIREITO SOCIETÁRIO – PROF. ACLIBES BURGARELLI
I. Empresarialidade
Estudo do direito empresarial realizada sob a ótica do critério da empresarialidade, por meio da análise do Código Civil a partir do art. 966. No direito de empresa há a necessidade de classificações, de acordo com determinados critérios, como, por exemplo:
 Sociedades empresárias 1
Direito Societário Sociedades simples
 (Gênero) Sociedade personalizada 2
 Sociedade não personalizada
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
A empresarialidade é a atividade econômica voltada para a produção de bens e de serviços comuns.
EMPRESA = EMPRESARIALIDADE = ATIVIDA ECONÔMICA ORGANIZADA PARA A PRODUÇÃO E/OU CIRCULAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS COMUNS.
Serviços Comuns = dotados de empresarialidade;
 Especiais = exceção = não há empresarialidade.
Portanto, empresário é a pessoa que desenvolve empresarialidade, ou seja, desenvolve atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços comuns.
 Produção Bens Empresário Individual
 e circulação Serviços comuns Coletivo
Empresarialidade Ativ. econômica 
 Serviços Literários Profissionais liberais OU
 Especiais Artísticos Sociedades simples 
 (Exceção) Científicos 
 Os serviços especiais são uma exceção à empresarialidade,
 segundo o parágrafo único do art. 966 do Código Civil.
Dessa forma, a sociedade, com exceção da sociedade simples, produz atividade econômica organizada devido a um empreendimento voltado à obtenção de lucro.
Temos duas espécies de atividade econômica sob o regime de empresa:
Produção e circulação de serviços comuns Dependem de habilidade pessoal.
Produção e circulação de bens Dependem dos fatores de produção:
Natureza Fonte primária para a produção do bem.
Capital Paga o trabalho.
Trabalho Mão de obra que atua sobre a natureza para a produção do bem.
Tecnologia Considerado atualmente por alguns o quarto fator de produção, devido à necessidade empresária cotidiana de possuir tecnologia para a produção de bens
Circulação Não precisa dos fatores de produção, visto que já se tem os bens. Contudo, a produção depende da circulação e vice-versa, pois está explícito que é necessário a circulação após a produção, ou seja, a produção e a circulação são intrínsecos um ao outro.
	O mercado de consumo é regulado pelo Código de Defesa do Consumidor, portanto, não é regido pelo Direito Comercial. Na relação de consumo, alguém produz (fabricante) e alguém faz circular o que é produzido (fornecedor). O consumidor é apenas o destinatário final.
Agente produtor Agente individual Pessoa natural Empresário individual.
 Agente coletivo Pessoa jurídica Sociedade empresária.
 Os dois são empresários, apenas há a diferença entre pessoa natural e jurídica.
Comentário do professor: Atualmente, o regime socialista já se mostrou ineficaz, e modo que o capitalismo provou ser o melhor caminho. O ser humano possui como sua natureza a liberdade econômica. No entanto, não se deve permitir que a mão invisível do mercado autorregule a economia, de modo que é necessário certa intervenção para evitar a exploração exacerbada que o capitalismo tende a produzir. Dessa forma, o direito é um agente regulador da economia capitalista, pois é importante possuir um sistema de vigilância e regulação da atividade econômica quando for necessário.
	Com isso, o Banco Central a atividade bancária e intervém quando houver necessidade, sendo um órgão de fiscalização. Além disso, a Constituição Federal criou o Conselho Financeiro Nacional, comandado pelo Ministro da Fazenda, para também intervir quando necessário. Ainda de suma importância o papel das agências reguladores, pelo já supracitado motivo. 
	Posto isso, visto a natureza de liberdade econômica do ser humano, deve-se chegar ao equilíbrio entre liberdade e intervenção, por meio do direito que regula a atividade econômica para evitar o capitalismo selvagem, que leva a uma exploração exacerbada.
II. Tipos societários
Há vários tipos de sociedades caracterizados pelo critério da responsabilidade da pessoa jurídica, dos representantes legai administradores, dos sócios, de terceiros, nas diversas modalidades (civil, tributária, trabalhista, falimentar, crimes especiais etc). Por essa razão, estudaremos os diversos tipos societários e, concomitantemente, a responsabilidade ilimitada, limitada e mista. A análise das sociedades pode ser realizada sob a ótica do critério da responsabilidade de todos os tipos societários.
Responsabilidade Civil
 Variantes Penal
 Tributária
 Trabalhista
 Falimentar etc.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações. ESPÉCIES DE PESSOAS JURÍDICAS
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos;
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
A sociedade é uma espécie de pessoa jurídica de direito privado. É o contrato celebrado entre pessoas físicas e/ou jurídicas, ou somente entre pessoas físicas, por meio do qual essas pessoas integrantes da sociedade (sócios) se obrigam reciprocamente a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica, partilhando, entre si, os resultados (lucros). A sociedade é a única pessoa jurídica com fins lucrativos, sendo que apenas as sociedades empresárias são registradas na Junta Comercial. A sociedade simples e as pessoas jurídicas restantes devem ser registradas no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, pois são entidades civis, não possuem empresarialidade.
Classificação das sociedades quanto ao critério da empresarialidade
As sociedades são divididas em simples e empresárias, vide art. 982 do Código Civil. As sociedades empresárias, portanto, possuem empresarialidade, ou seja, realizam atividade econômica para produção ou circulação de bens e serviços comuns. Portanto, a sociedade empresária que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário, segundoo art. 966 e 967 do Código Civil, sendo, as demais, consideradas sociedades simples. A única sociedade que não é empresária é a sociedade simples, não possuindo empresarialidade, de maneira que exerce serviços especiais, de natureza artística, literária ou científica. A pessoa física que realiza a atividade econômica voltada aos serviços especiais é denominada de profissional liberal, já a pessoa jurídica é a sociedade simples.
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito à registro (art. 967); e, simples, as demais.
Portanto, a sociedade simples é exceção à empresarialidade, exercendo atividade econômica direcionada para a produção de serviços intelectuais. Dessa forma, nesse caso os sócios exercem o serviço da sociedade, ou seja, são os próprios sócios que desempenham o objeto social, que é uma atividade intelectual. Já nas sociedades empresárias, os empregados exercem o serviço comum, que depende de habilidade pessoal.
 Sem personalidade jurídica Sociedade em comum
 Sociedade em conta de participação
 Simples (em sentido estrito)
 Em nome coletivo
 Sociedade simples Em comandita simples
 Limitada
SOCIEDADES Personificada Cooperativa
 Em nome coletivo
 Sociedades empresárias Em comandita simples
 Limitada
 Anônima
 Em comandita por ações
 
Como a sociedade simples é exceção à empresarialidade, seu contrato social não deve ser registrado na Junta Comercial, mas, sim, no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Um exemplo de sociedade simples é a de advogados. No entanto, deve-se observar que seu registro é feito na OAB, sendo que os sócios adotam contrato social padrão (contrato de adesão), fornecido pela própria entidade de classe (OAB). Nesse caso, a sociedade de advogados é considerada sociedade simples pura, pois os sócios contribuem prestando serviços, sendo limitada a responsabilidade deles. Mas, em geral, as sociedades simples podem adicionar no contrato cláusulas estipuladas pelas partes.
A sociedade simples é exceção quanto à empresarialidade, no entanto, virou modelo de sociedade, quanto ao critério de responsabilidade, pelo Código Civil, pois as regras da sociedade simples, quanto à responsabilidade, servem de padrão para o estudo das outras. Portanto, aplica-se às sociedades empresárias, subsidiariamente e no que com elas forem compatíveis, o disposto para a sociedade simples. Dessa forma, a sociedade simples se tornou a sociedade modelo no Código Civil, possuindo 41 artigos a regulando e valendo, subsidiariamente e no que com elas forem compatíveis, também às demais sociedades.
Por exemplo, na sociedade limitada, de acordo com o art. 1055, §2º, é vedada a contribuição do sócio que consista na prestação de serviços. É exclusiva da sociedade simples a prestação de serviços dos sócios, de maneira que nas sociedades empresárias os sócios se obrigam a contribuir com dinheiro ou bens que possam se reverter em dinheiro para a constituição do capital social. Como regra, na omissão contratual (quando houver lacunas), aplicam-se as regras de sociedade simples, no entanto, essas regras devem ser compatíveis com a própria natureza da sociedade, de maneira que a regra da sociedade simples que permite a contribuição por meio de prestação de serviços dos sócios é incompatível com a natureza da sociedade empresária limitada, visto que é vedado expressamente esse tipo de contribuição.
Sociedade adquire personalidade jurídica de acordo com o registro do contrato social É obrigatório que a sociedade constitua capital social O contrato de sociedade é constituído por pessoas que se obrigam a contribuir, para a constituição do capital social, com:
Dinheiro;
Bens que possam ser avaliados e convertidos em dinheiro;
Prestação de serviços dos sócios EXCLUSIVO DA SOCIEDADE SIMPLES.
	As quotas sociais existem nas sociedades empresárias e não empresárias, sendo as parcelas representativas do capital social. Portanto, o capital social se divide em quotas iguais ou diversas entre os sócios e é utilizada como referência na repartição do lucro entre os sócios, pois essa repartição deve ser feita de acordo com as parcelas d capital social que cada sócio tem. O lucro, portanto, é a remuneração das quotas sociais.
Os tipos de sociedade são determinados de acordo com a aferição de responsabilidade dos sócios. Portanto, responsabilidade societária é um estudo mais amplo que o estudo da empresarialidade, visto que engloba a sociedade simples, que é exceção à empresarialidade. 
Classificação de sociedades quanto ao critério da existência de personalidade jurídica; contrato social; e representantes legais.
Sociedades não personalizadas/personificadas Sociedade em comum
 Sociedade em conta de participação
 São aquelas que não possuem personalidade jurídica, ou seja, não precisam ou ainda não foram registradas. Essas sociedades possuem uma estrutura particular que supre o registro.
Sociedade em comum Sociedade cujos atos constitutivos (contrato social) ainda não foram inscritos nos respectivos órgãos de registro público (Junta Comercial ou Registro Civil das Pessoas Jurídicas). Portanto, a sociedade em comum é aquela que ainda não providenciou o registro. Portanto, ela deve ser registrada, mas ainda não o fez, é um momento prévio ao registro, ou seja, momento prévio à personificação do contrato de sociedade. O ajuste de vontade para a constituição de uma sociedade personificada se dá bem antes do registro, passando as partes a praticar atos preparatórios para a constituição da atividade negocial, o que culminará com o registro dos atos constitutivos no registro próprio. Há sociedade em comum entre o ajuste inicial entre os sócios até o registro, sendo regida pelos artigos 986 a 990 do Código Civil, bem como, subsidiariamente, pelas normas de sociedades simples, sempre que compatíveis. Não há forma prescrita para a validade do contrato de sociedade sem personalidade jurídica, podendo o ato se concretizar por qualquer forma, desde que não seja juridicamente vedada (art. 104, III, do Código Civil). Portanto, a prova do ato jurídico se fará por qualquer meio lícito (art. 212 do Código Civil), salvo exceções legais ou convencionais. Dessa forma, o art. 987 do Código Civil consta que os terceiros podem provar a existência da sociedade por qualquer meio lícito, não podendo seus sócios, quando demandados, opor a irregularidade de sua constituição. Já nas demandas contra terceiros ou entre si, os sócios provampor escrito a existência da sociedade sem personalidade jurídica, por qualquer documento.
Obs.: Com isso, todos os sócios possuem responsabilidade total pelas obrigações da sociedade, de maneira que respondem solidária e ilimitadamente pelos atos sociais. Dessa forma, o referido instituto tem como ideia influenciar os sócios a realizar o registro para evitar essa responsabilidade total. 
Registro do contrato social
As partes ajustam de construir uma sociedade
 Contrato de sociedade em comum Contrato de sociedade personificado
Pessoa jurídica (sociedade simples ou empresária)
Período formativo da pessoa jurídica e da atividade negocial
Sociedade em conta de participação É uma sociedade disfarçada de empresário individual, visto que possui apenas um sócio. Dessa forma, não é necessário o seu registro, pois a sociedade deve possuir dois ou mais sócios. De fato, somente o sócio ostensivo exerce a atividade empresarial, sem firma social, ou seja, o exerce em nome individual, não estando sujeito o contrato, formado com o sócio oculto, a qualquer formalidade de registro ou de validade erga omnes. Nesse tipo de contrato, apenas o sócio ostensivo responde perante terceiros, e o faz de forma ilimitada e solidária entre os sócios da mesma categoria (ostensivos). Portanto, a situação jurídica do sócio ostensivo é a mesma do comerciante em nome ou em firma individual.
 Sociedade simples
 Sociedade em nome coletivo
Sociedades personalizadas/personificadas Sociedade em comandita simples
 Sociedade limitada (LTDA)
 Sociedade anônima (S/A)
 Sociedade cooperativa
 São aquelas que possuem personalidade jurídica, constituindo-se por meio de documento (ato constitutivo) inscrito no Registro Público das Empresas Mercantis (Junta Comercial) ou no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, vide art. 45 do Código Civil.
	O empresário individual é a pessoa natural que exerce empresarialidade em seu próprio nome. Já as sociedades são uma espécie de pessoa jurídica de direito privado (art. 44 do Código Civil), que podem ser integradas tanto por pessoas naturais quanto por pessoas jurídicas.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Sociedades personificadas.
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).
Personalidade vem da palavra “persona”, significando algo pessoal, subjetivo, íntimo. A personalidade é o reconhecimento de existência jurídica e, dessa forma, o registro é a justificativa para a personalidade, tanto para as pessoas naturais quanto para as pessoas jurídicas. Ao nascer, todas as pessoas naturais devem se registrar por meio da certidão de nascimento. Da mesma maneira, a sociedade, assim como toda a pessoa jurídica, deve ser registrada, para que ela possa adquirir personalidade jurídica, segundo a Lei de Registros Públicos. Assim, a sociedade deve registrar seus atos constitutivos (contrato social) no respectivo registro:
 Sociedade empresária Junta Comercial.
Registro Sociedade não empresária Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
No caso da sociedade, temos como seus integrantes os sócios, de modo que o empresário é a própria pessoa jurídica, ou seja, a própria sociedade. Com isso, o sócio é regido pelo contrato social, que é a espécie de ato constitutivo própria da sociedade.
O contrato social deve ser escrito, possuindo nome, sede, objeto e prazo da sociedade, bem como a qualificação dos sócios. Além disso, deve-se nomear os representantes legais. Por ser uma pessoa jurídica de direito privado, a sociedade é uma ficção jurídica que atua por meio de seus representantes, ou seja, seus administradores a orientam, de maneira a tornar real a referida ficção jurídica (sociedade lux limitada). Portanto, o contrato social atribui competência e poder a pessoas físicas para que ajam em nome da pessoa jurídica, no caso da sociedade, vinculando seu patrimônio.
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; Pela lei, pessoa jurídica pode ser sócia de pessoa jurídica, no entanto, deve ser pessoa jurídica da mesma área da sociedade.
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato.
Deve-se ter em mente que o representante legal, apesar de possuir procuração decorrente do contrato social, apenas representa a sociedade, não sendo responsável pelos seus atos. Portanto, a própria pessoa jurídica é responsável pelos seus atos (atos esses realizados pelos representantes), pois as figuras dos sócios e dos representantes legais não se confundem com a própria sociedade, pessoa jurídica distinta. No entanto, caso a sociedade mostre-se sem dinheiro para arcar com as contas, essa só será responsabilizada quando não houver culpa da administração do representante legal.
Portanto, a regra elementar da representação (art. 116 do Código Civil) é a de que sempre que os representantes legais ajam em nome da pessoa jurídica nos limites dessa atribuição de competência e poder, expressando sua condição de representante, o ato não se compreenderá como tendo sido juridicamente praticado por ele, mas pela sociedade representada. Essa representação é denominada com administração societária, sendo que a sociedade adquire direitos, contrai obrigações e procede judicialmente por meio dos administradores devidamente nomeados e com poderes que bastem para tanto (art. 1.022), sendo que, no caso de alteração de administrador, é necessária alteração contratual devidamente registrada. O contrato social que estipulará qual é a competência e quais são os poderes atribuídos ao administrador e, se não o fizer, o administrador poderá praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade (art. 1.015). Portanto, o representante legal deve agir dentro do que a lei e o contrato social estabelecerem, devendo agir como mandatário da sociedade, ou seja, de acordo com os interesses dessa.
Dessa forma, é dever do administrador exercer suas funções com probidade (honestamente), atuando de forma proativa, com cuidado e diligência, tratando os negócios da sociedade como se fossem seus (art. 1.001). Cuida-se de um dever geral cujo descumprimento (doloso, culposo ou em abuso de direito) constitui ato ilícito, devendo haver indenização dasperdas e danos que determine (artigos 186, 187 e 927). Portanto, é dever do administrador indenizar a sociedade de qualquer prejuízo causado por culpa sua (art. 667).
O representante legal pode ser ou não um sócio, devendo constar quem é o administrador da sociedade no contrato social. Haja vista que empresário é aquele que exerce a atividade econômica para a produção de bens e serviços comuns, a sociedade que é empresária, nunca os sócios, que são apenas integrantes da sociedade. São os sócios que compõem e dividem o lucro (art. 981), devendo também figurar no contrato social com sua respectiva qualificação, conforme já citado.
Portanto, empresário e sócio de sociedade são expressões distintas. Empresário é o termo utilizado para a identificação de qualidade empresarial no exercício da atividade econômica (vide art. 966 do Código Civil). O agente empresarial pode ser pessoa natural ou jurídica. Caso se trtar de pessoa natural, tem-se a figura do empresário individual; caso se tratar de pessoa jurídica da sociedade, tem-se as pessoas dos sócios (em princípio, no direito brasileiro não há sociedade de uma só pessoa, salvo a inovação da EIRELI – empresa individual de responsabilidade limitada – vide art. 980, a, Código Civil). Portanto, o sócio da sociedade é parte do contrato de sociedade e não tem nada a ver com empresarialidade, pois é apenas parte integrante da sociedade, mas é a sociedade que exerce a empresarialidade.
Eireli A responsabilidade do sócio possui limite de 100 salários mínimos, apesar do agente ser um empresário individual (art. 980 – A). 
Obs.: Adiante será estudada a exceção relativas às sociedades simples (vide art. 966, parágrafo único, do Código Civil e art. 982, parte final, do Código Civil).
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
No contrato deve constar que sócio prestará serviço e qual será o serviço. Como regra, o sócio que presta serviço é obrigado a ter quota no capital social. Salvo disposição em contrário, o sócio participa do lucro e das perdas de acordo com as quotas. No entanto, se o sócio é de prestação de serviço, não possuindo quotas, participa apenas dos lucros, de acordo com a média das quotas dos sócios quotistas. Dessa maneira, a remuneração do sócio que presta serviço não é pro labore. Portanto, quotista é diferente de prestador de serviços, podendo o sócio prestador de serviços dividir os lucros, mas depende do que está escrito no contrato.
Carolina Monteiro Ferreira

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