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Direito do trabalho

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DIREITO DO TRABALHO 
 
Histórico 
 
O Direito do Trabalho surge como uma forma de proteger o empregado contra os abusos 
praticados pelo empregador. 
A Revolução Industrial – Inglaterra sec. XVIII: 
 Antecedentes históricos. 
 A produção em massa. 
A aglomeração dos trabalhadores. 
A força coletiva dos trabalhadores. 
Reflexos das grandes guerras – Tratado de Versalhes: 
 Poderosa fonte internacional do direito do trabalho. 
 Duração diária e semanal do trabalho. 
 Repousos do trabalhador. 
 Isonomia salarial. 
 Proteção especial ao menor e a mulher. 
 Direito de associação. 
Conferência das nações e a organização internacional do trabalho (OIT). 
A participação da igreja – Papa leão XIII. 
Primeira Constituição que veio tratar do tema – México, 1917: Previa jornada de 8 horas, 
proibição de trabalho de menores de 12 anos, limitação da jornada dos menores de 16 anos a 
6 horas, jornada máxima noturna de 7 horas, proteção à maternidade, salário mínimo, direito 
de sindicalização e de greve, seguro social e proteção contra acidentes do trabalho. 
Segunda Constituição – Weimar, 1919: Autorizava a liberdade de coalização dos 
trabalhadores, criando um sistema de seguros sociais. 
Brasil: 
 A fase colonial e a característica da metrópole. 
 O regime escravocrata. 
 A primeira manifestação em 1850 - Aviso prévio. 
 A constituição da república: 
 Proteção e respeito ao trabalhador. 
 Garantia do direito de reunião. 
 Constituição de 1934: Garantia liberdade sindical, isonomia salarial, salário mínimo, 
jornada de 8 horas de trabalho, proteção do trabalho das mulheres e menores, repouso 
semanal, férias anuais remuneradas. 
 Carta Constitucional de 1937 – A economia era organizada em corporações, sendo 
considerados órgãos do Estado, exercendo função delegada de poder público. 
 Instituiu o sindicato único, imposto por lei, vinculado ao Estado, exercendo 
funções delegadas de poder público, podendo haver intervenção estatal direta em suas 
atribuições. 
 Criação do imposto sindical, sendo que o Estado participava do produto de sua 
arrecadação. 
 Competência normativa dos tribunais do trabalho, com objetivo principal de 
evitar o entendimento direto entre trabalhadores e empregadores. 
 Greve e lockout foram considerados recursos anti-sociais, nocivos ao trabalho 
e ao capital e incompatíveis com os interesses da produção nacional. 
 Decreto-lei de 1943 – Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que não é um código, 
apenas reúne normas já existentes de forma sistematizada. 
Estágio atual e tendências – Flexibilização x Desregulamentação. 
Conceito 
 
Direito do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições atinentes à relação de 
trabalho subordinado e situações análogas. Visa assegurar melhores condições de trabalho e 
sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhe são destinadas. 
O objetivo principal do Direito do Trabalho é estudar o trabalho subordinado, mas também as 
situações análogas, como o trabalho do avulso. 
 
Fontes 
 
Fontes imperativas – Tem caráter imperativo e obrigacional, são emanadas pelo estado: 
 Hierarquia das leis: 
 Forma piramidal do ordenamento jurídico. 
 Derivação e fundamentação. 
 Constituição. 
 Leis complementares: 
 São indicadas pela CF. 
 Exigem corum qualificado (maioria absoluta). 
 Tratam de matérias específicas. 
 Leis ordinárias: 
 Maioria simples. 
 Competência da união. 
 Todas têm disciplina própria, merecendo destacar o caráter hierárquico. 
Decreto. 
Regulamento. 
Portaria: 
 Originadas no executivo. 
 Visam regulamentar as leis. 
 Não podem contrariar a lei: 
 Periculosidade. 
 Normas de saúde e segurança. 
Sentença normativa – Decisão dos tribunais trabalhistas que estabelece normas e condições 
de trabalho aplicáveis às partes envolvidas. Resultado do dissídio coletivo. 
Convenção coletiva – Negócio jurídico firmado entre o sindicato patronal e o sindicato dos 
trabalhadores sobre condições de trabalho. 
Acordo coletivo – Ajuste celebrado entre uma ou mais de uma empresa e o sindicato da 
categoria profissional a respeito das condições de trabalho. 
Dissídio coletivo – Processo que vai a justiça do trabalho julgar o acordo ou convenção 
coletiva. 
Regulamentos de empresas – Fonte extra-estatal, autônoma. 
Fontes primárias – Vontade das partes. 
Fontes auxiliares: 
 Princípios gerais do direito. 
 Jurisprudência. 
 Analogia. 
 Equidade. 
 
 
 
 
 
Princípios* 
 
Proposições fundamentais básicas. Informam, orientam e inspiram as regras legais e tem 
caráter geral, diferente de simples peculiaridade. 
Proteção do hiposuficiente – Na dúvida, deve-se interpretar a norma a favor do operário: 
 Aplicação da norma mais favorável ao trabalhador: 
 Na formação das leis. 
 Pode quebrar a hierarquia das leis. 
 Havendo mais de uma norma, aplica-se a mais favorável. 
 Aplicação da condição mais benéfica. 
Irrenunciabilidade do direito: 
 Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir 
ou fraudar a aplicação dos preceitos trabalhistas. 
 Possibilidade em juízo. 
Continuidade da relação de emprego. 
Princípio da primazia da realidade. 
 Fatos são mais importantes que documentos. 
 Realidade é superior a qualquer argumento. 
Outros princípios: 
 Garantias mínimas do trabalhador. 
 Igualdade salarial. 
 Força atrativa do salário. 
 
Empregado 
 
Pessoa física que presta serviços contínuos ao empregador, sob a subordinação deste e 
mediante pagamento de salário. 
Requisitos para a tipificação: 
 Pessoa física. 
 Continuidade. 
 Dependência – Subordinação. 
 Pagamento de salário – Não existe contrato de trabalho gratuito. 
 Pessoalidade – Se o empregado faz-se substituir constantemente por outra pessoa, 
inexiste o elemento pessoalidade. 
Trabalho voluntário não geral vínculo empregatício. 
Empregado em domicílio – Aquele que presta serviços em sua própria residência ao 
empregador, que o remunera. Não há distinção entre trabalho realizado no estabelecimento 
do empregador e o executado no domicílio do empregado, desde que haja relação de 
emprego. 
Empregado doméstico – Aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não 
lucrativa a pessoa ou a família, para âmbito residencial destas. A CLT não se aplica ao 
doméstico. 
Empregado rural – Aquele que em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços com 
continuidade a empregador rural, mediante dependência e salário. Trabalhadores rurais 
possuem os mesmos direitos dos urbanos. 
Contrato de trabalho temporário – Contrato a prazo determinado com disposições especiais. 
Prazo do contrato não poderá ser superior a 3 meses. Trabalhador temporário é aquele que for 
contratada por empresa de trabalho temporário, para prestação de serviço destinado a 
atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a 
acréscimo extraordinário de tarefas de outras empresas. 
Trabalhador autônomo – Aquele que presta serviços habitualmente por conta própria a uma 
ou mais de uma pessoa, assumindo os riscos de sua atividade econômica. 
Trabalhador eventual – Aquele contratado para prestar serviços num certo evento. Caráter 
ocasional, fortuito, esporádico para o tomador. 
Trabalhador avulso – Aquele que presta serviços sem vínculo empregatício, de natureza 
urbana ou rural, a diversas empresas, sendo sindicalizado ou não, com intermediação 
obrigatória do sindicato de categoria profissional ou do órgão gestor de mão-de-obra. 
Estagiário não é empregador. 
 
Empregador 
 
Pessoa física ou jurídica que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e 
dirige a prestação pessoal de serviços. 
Empregador assume os riscos de sua atividade – Tanto os resultados positivos quanto 
negativos. Esses riscos não podem ser transferidos para o empregado. 
Dirige o empregador a atividade do empregado, pois temo primeiro poder sobre o segundo, 
estabelecendo, inclusive, normas disciplinares no âmbito da empresa. 
Empregador rural – Aquele que explora atividade agroeconômica, em caráter permanente ou 
temporário, diretamente ou por meio de prepostos com o auxílio de empregados. 
Empregador doméstico – Aquele que, sem finalidade lucrativa, admite empregado doméstico 
para lhe prestar serviços de natureza contínua para seu âmbito residencial. O empregador 
doméstico não pode ser pessoa jurídica. 
Empresas controladas e controladoras são solidariamente responsáveis. 
Sociedade irregular também é empregador. 
 
Contrato de Trabalho 
 
É o acordo, tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. 
Ajuste Tácito – Não é expresso, mas decorre da continuidade da prestação de serviços por 
parte do empregado sem oposição pelo empregador. 
Contrata-se a atividade e não o resultado. Há acordos de vontades, ao se estabelecer seu 
conteúdo, caracterizando a autonomia privada das partes. 
Requisitos do contrato de trabalho: 
 Continuidade – Ajuste de duração, envolvendo prestações sucessivas. 
 Onerosidade – Não é gratuito. 
 Pessoalidade – Estabelecido em função de certa e específica pessoa, o empregado. 
 Alteridade – Trabalhar por conta alheia e não por conta própria. 
Requisitos não-essenciais: 
 Exclusividade – Empregado pode ter mais de um emprego, se houver compatibilidade 
entre horários. 
 Profissionalidade – Não se exige nenhum grau escolar para que o empregado possa 
trabalhar. 
Capacidade dos contratantes: 
 Capacidade no direito civil art. 2º CC. 
 No direito do trabalho: 
 Até 16 anos – Absolutamente incapaz (exceção do menor aprendiz a partir dos 
14 anos). 
 16 a 18 anos – Incapacidade relativa (necessidade de assistência). 
 Após 18 anos – Capacidade absoluta. 
Licitude do objeto do direito – Controvérsia da doutrina sobre atividades ilícitas. 
Forma prevista e não defesa em lei. 
Duração: 
 Regra geral - Contratos são firmados por tempo indeterminado. 
 Exceção – Decorre de disciplina legal, sendo que a lei dispõe das hipóteses cabíveis: 
 Serviços pela natureza e transitoriedade: 
 É o que é breve, efêmero, temporário. 
 Aumento de produção em certo período do ano. 
 Transitoriedade em relação às atividades do empregador. 
 A natureza dos serviços indica a predeterminação de prazo. 
 Contrato de experiência: 
 É diferente do contrato de aprendizagem. 
 Prazo máximo é de 90 dias. 
 Não é cláusula do contrato por tempo indeterminado. 
 Visa testar o empregado, se está apto a exercer. 
 Atividade empresarial de caráter transitório – Está ligada a um serviço da 
empresa. 
 Menor aprendiz. 
 Contrato de trabalho provisório ou temporário: 
 Regulamentado pelo decreto 2490 de 04/02/98. 
 Finalidade de diminuir o desemprego e eliminar situações irregulares. 
 Exige a participação do sindicato (acordo ou convenção). 
 Tem quantidade limitada (50% na parcela até 50, 35% na parcela de 51 
a 199 e 20% acima de 200). 
 Não gera o dever de aviso prévio nem multa de 40%. 
 Pode ser prorrogado por mais de uma vez. 
 Não pode durar mais de dois anos incluindo a prorrogação. 
Modificações no contrato de trabalho: 
 Princípio da imodificabilidade ou inalterabilidade do contrato de trabalho – O 
contrato de trabalho não pode ser modificado unilateralmente pelo empregador. 
 Só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento e, ainda 
assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de 
nulidade da cláusula infringente desta garantia. 
 O empregador poderá fazer, unilateralmente, pequenas modificações no contrato de 
trabalho que não venham a alterar significativamente o pacto laboral, nem importem prejuízo 
ao operário. 
 Não se considera alteração unilateral a determinação de empregador para que o 
respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício 
de função de confiança. 
 Transferência* – É preciso haver mudança de domicílio do obreiro e real necessidade 
de serviço. Se o contrato de trabalho tiver cláusula implícita de transferência, esta poderá ser 
feita. O adicional de transferência de 15% sobre o salário será empregado quando a 
transferência for provisória. O empregador deverá pagar despesas de transferência do 
empregado. 
 
Suspensão – Ocorre a cessação temporária e total da execução e dos efeitos do contrato de 
trabalho, são suspensas as obrigações e os direitos. Assim, o empregado não trabalha 
temporariamente e não recebe salários. Também não há contagem de tempo de serviço. 
Exemplos de suspensão: 
 Aborto não criminoso. 
 Auxílio doença a partir do 16o dia do afastamento - pode contar o tempo para fins de 
férias, se não ficou recebendo prestação por seis meses, ainda que de forma descontínua. 
 Auxílio acidente a partir do 16º dia, não é a empresa responsável pelo trabalho, mas 
conta o tempo de serviço para efeito de indenização, estabilidade, para fins de férias (exceto 
se tiver percebido prestação da previdência por mais de seis meses, embora descontínuos). 
 Encargo público. 
 Empregado eleito para cargo de diretor. 
 Greve se não há pagamento de salários. 
 Suspensão disciplinar. 
Interrupção – Há a cessação temporária e parcial do contrato de trabalho, porém há produção 
de efeitos. Apesar do empregado não trabalhar, são produzidos efeitos em seu contrato de 
trabalho. O empregado continua sendo remunerado e tem seu tempo de serviço contado. 
Exemplos de interrupção: 
 Auxílio doença nos primeiros 15 dias. 
 Auxílio acidente no dia e nos próximos 15 dias. 
 Aviso prévio. 
 Férias. 
 Greve se a empresa paga salários. 
 Lockout. 
 Repouso semanal remunerado. 
 Intervalos. 
 Faltas legais ao serviço - art. 473 da CLT. 
Cessação do Contrato de Trabalho – Terminação do vínculo de emprego, com a extinção das 
obrigações para os contratantes. 
 A relação de emprego é protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos 
termos da lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos. 
 Caducidade – Extinção por esgotamento de suas funções no mundo jurídico: 
 Morte do empregado. 
 Morte do empregador. 
 Força maior. 
 Advento de termo ou condição. 
 Dissolução da empresa. 
 Resolução – Extinção dependente de decisão judicial, firmada na declaração de culpa: 
 Falta grave do empregado (justa causa). 
 Homologação do pedido de demissão. 
 Transação do empregado estável. 
 Resilição – Extinção por ato de vontade de uma ou de ambas as partes contratantes. É 
o modo mais amplamente usado nas relações individuais de emprego: 
 Despedida. 
 Distrato (quando ambos manifestam a vontade). 
 Pedido de demissão do não estável. 
 O empregado pode ser dispensado sem justa causa, cessando, assim, o contrato de 
trabalho. Para tanto, deverá pagar o empregador: aviso prévio, 13º salário proporcional, férias 
vencidas e proporcionais, saldo de salários, levantamento do FGTS e indenização de 40% sobre 
os depósitos fundiários. 
 Para haver justa causa deve existir uma proporcionalidade entre o ato faltoso e a 
punição; o empregador deve punir as faltas mais leves com penas mais brandas, e faltas mais 
graves com penas mais severas. O despedimento deve ficar reservador para a última falta ou 
para a mais grave. A pena deve ser aplicada o mais rápido possível, para não descaracterizá-la. 
O empregador não poderá aplicar duas vezes a sanção pela mesma falta praticada pelo 
empregado. 
 
 
O empregado dispensado por justa causa não faz jus a: aviso prévio, férias proporcionais, 13º 
salário, levantamento do FGTS e indenização de 40% do FGTS acumulado, nem fornecimento 
do seguro-desemprego. Terá direito apenas ao saldo de salários e às férias vencidas, se 
houver. 
 Pedido de demissão – Aviso que o empregado faz ao empregador de que não mais 
deseja trabalhar na empresa.Não tem direito à indenização, ao levantamento do FGTS, à 
indenização de 40% do FGTS acumulado, e às guias do seguro-desemprego. Fará jus ao 13º 
salário proporcional, a férias vencidas e férias proporcionais (se tiver mais de uma no de casa). 
Tendo o obreiro mais de um ano, precisa da assistência do sindicato, não precisa cumprir aviso 
prévio se tem outro emprego. 
 Rescisão – Forma de cessação do contrato de trabalho por decisão do empregado, um 
virtude de falta grave praticada pelo empregador. É a extinção fundamentada na nulidade do 
contrato, de obrigatória declaração pela autoridade judicial em processo que tenha por objeto 
obtê-la. 
 
Prescrição do Direito do Trabalho 
 
Perda do direito de ação, em virtude da inércia de seu titular, no decorrer de certo período. A 
prescrição atinge a pretensão e não a exigibilidade. É fato extintivo do direito do autor. Ela 
consuma-se dentro do prazo previsto em lei. 
 Total – Ocorre nos 2 anos a contar da cessação do contrato de trabalho. 
 Parcial – De 5 anos a contar na vigência do contrato, ou dentro do prazo de dois anos 
podendo ser postulados os últimos cinco anos a contar da propositura. 
 
 
 
 
 
X anos 2 anos para mover ação 
 
 
 
 
Observações: 
 
Férias proporcionais: 
 
 
 
 
Saldo salarial – Salário proporcional. 
Início Extinção 
do CT 
PT 
5 anos - PP

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