Buscar

Notas de Aula Introdução II 2017

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 90 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
1 
Notas de Aula de – Introdução à Economia II 
Macroeconomia 
 
 
 
QUE O ESTUDO DESTE SEMESTRE POSSA NOS ACRESCENTAR UMA 
SÓLIDA FORMAÇÃO EM ECONOMIA, E MAIS ESPECIFICAMENTE EM 
MACROECONOMIA. MAS QUE TAMBÉM POSSAMOS COMPREENDER QUE, 
SEM DEIXAR DE RESPEITAR AS DIFERENÇAS, SOMOS TODOS 
LEGATÁRIOS DE UMA MESMA HISTÓRIA E FORMAÇÃO ECONÔMICA E QUE 
E POSSUÍMOS A RESPONSABILIDADE DE CONSTRUIRMOS UM BRASIL 
MELHOR, MAIS PRÓSPERO E MAIS JUSTO PARA AS PRÓXIMAS GERAÇÕES 
DO NOSSO POVO. 
 
Que Deus ilumine nosso caminho! 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
2 
Recado ao aluno(a) 
O objetivo deste trabalho é apenas substituir a rotina de “ditar a 
matéria” em sala de aula. Além de cansativo, perdemos muito tempo com todo 
o trabalho de ditar, copiar e ditar de novo... 
Também não queria deixar os alunos sem um material de fácil 
acesso e conteúdo mais simples e sintético. Assim, aproveitei que alguns 
alunos digitavam a matéria de sala e, com algumas correções e acrescentando 
alguns detalhes, estas notas de aula nasceram. Agradeço muito a todos 
aqueles que me forneceram suas “anotações digitais” para compor este 
trabalho. 
Veja: não se trata de uma apostila, livro texto ou coisa do gênero. 
O que você tem em mãos é apenas um conjunto de anotações, por isso “notas de 
aula”. Não substitui a leitura da bibliografia indicada no curso. Apenas 
economiza trabalho manual e nos poupa tempo! 
Assim, leve sempre estas notas para a aula. Você poderá 
acompanhar melhor o curso e, se quiser, fazer mais anotações e complementar 
o seu material de estudo. 
Bom estudo e bom semestre! 
 Data 
PP 
PF 
 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
3 
Sumário 
1) Escolas de Pensamento Econômico ......................................................................................... 7 
1.1. Escola Liberal Clássica ....................................................................................................... 7 
1.2. Crítica ao liberalismo .......................................................................................................... 8 
1.3. Crítica Keynesiana .............................................................................................................. 9 
a) Contexto histórico: Crise de 1929...................................................................................... 9 
b) Intervenção do Estado ..................................................................................................... 10 
1.4. Neoliberalismo.................................................................................................................. 12 
Monetarismo ........................................................................................................................ 14 
2) Introdução à macroeconomia e Estudos dos agregados macroeconômicos ........................... 17 
2.0. Curto e Longo Prazo em Economia .................................................................................. 17 
2.1. Noções de Contabilidade Nacional; ................................................................................. 17 
Balanço de Pagamentos ....................................................................................................... 18 
Produto Interno Bruto (PIB) ................................................................................................ 19 
2.2. Riqueza, Renda e distribuição. ........................................................................................ 22 
Distribuição da Riqueza ....................................................................................................... 23 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ........................................................................ 31 
Índice de Progresso Social (IPS). ......................................................................................... 32 
2.3. Taxa de Câmbio ................................................................................................................ 34 
1.3) Taxa de Câmbio, Balança Comercial e Aplicações Financeiras. ..................................... 35 
Taxa de Câmbio e o resultado da Balança Comercial.......................................................... 35 
Taxa de Cambio e Resultado de aplicações Financeiras ...................................................... 38 
2.4. O Investimento e a Taxa de Juros. ................................................................................... 39 
Expectativas e incertezas ..................................................................................................... 41 
2.5. Inflação ............................................................................................................................. 43 
Moeda .................................................................................................................................. 43 
Funções da Moeda ............................................................................................................... 45 
Inflação e índice de Inflação ................................................................................................ 45 
Tipos de inflação. ................................................................................................................. 46 
A Curva de Phillips .............................................................................................................. 47 
Efeitos da inflação sobre a economia. .................................................................................. 48 
Conflito redistributivo .......................................................................................................... 49 
Regime de Metas para Inflação ............................................................................................ 51 
1.6. O Nível de Emprego. ....................................................................................................... 53 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
4 
A Lei de Okun ...................................................................................................................... 55 
3) Estado, Orçamento e Déficit Público. .................................................................................... 57 
3.1. Orçamento ........................................................................................................................ 59 
3.2. Receita e Despesas Públicas e o Déficit Público .............................................................. 62 
Receita Pública..................................................................................................................... 62 
Despesa Pública ................................................................................................................... 64 
3.3. Déficit Público .................................................................................................................. 68 
4) Sistema Financeiro Nacional – SFN ...................................................................................... 69 
4.1. Subsistema Normativo ...................................................................................................... 69 
Entidades Normativas .............................................................................................................. 70 
I) Conselho Monetário Nacional - CMN ............................................................................. 70 
II) Banco Central do Brasil - BCB ....................................................................................... 70 
Instrumentosde política monetária ...................................................................................... 71 
III) Comissão de Valores Mobiliários - CVM ..................................................................... 72 
IV) Superintendência de Seguros Privados - SUSEP .......................................................... 74 
V) Superintendência Nacional de Previdência Complementar - PREVIC .......................... 74 
4.2. Subsistema de Intermediação ........................................................................................... 75 
Entidades Operadoras - Órgãos Oficiais .................................................................................. 75 
A) Banco do Brasil - BB ...................................................................................................... 75 
B) Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES ............................ 75 
C) Caixa Econômica Federal - CEF ..................................................................................... 76 
Instituições financeiras: ........................................................................................................... 76 
Os Bancos Comerciais (BC) ................................................................................................ 76 
Os Bancos de Desenvolvimento: ......................................................................................... 78 
As Cooperativas de Crédito: ................................................................................................ 78 
Os Bancos de Investimentos: ............................................................................................... 78 
Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: ...................................................... 79 
Sociedade Corretoras: .......................................................................................................... 79 
Sociedades Distribuidoras: ................................................................................................... 79 
Sociedade de Arrendamento Mercantil: ............................................................................... 79 
Associações de Poupança e Empréstimo: ............................................................................ 79 
Sociedades de Crédito Imobiliário: ...................................................................................... 80 
Investidores Institucionais: .................................................................................................. 80 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
5 
Entidades Fechadas de Previdência Privada: ....................................................................... 80 
Companhias Hipotecárias: ................................................................................................... 80 
Agências de Fomento: .......................................................................................................... 80 
Bancos Múltiplos: ................................................................................................................ 81 
Bancos Cooperativos: .......................................................................................................... 81 
Outros Intermediários Financeiros ....................................................................................... 81 
Instituições Auxiliares ......................................................................................................... 81 
5) Multiplicador Keynesiano ...................................................................................................... 82 
6) A Destruição Criadora em Schumpeter .................................................................................. 85 
7) REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: ...................................................................................... 88 
 
 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
7 
1) Escolas de Pensamento Econômico 
1.1. Escola Liberal Clássica 
O liberalismo surge com a crise do Antigo Regime e o questionamento 
dos poderes absolutos do Estado. A intervenção sistemática do governo na economia e a 
dificuldade de ação política levam a burguesia a uma série de movimentos para a 
tomada do poder. 
Isto pode ser visto nos ideais da revolução francesa, ou seja, liberdade e 
igualdade. Não deve haver privilégio e é a competência demonstrada no mercado que 
dirá quem deve e quem não deve permanecer. Além disso, todos devem ter o direito de 
votar e serem votados e novamente a competição irá privilegiar os melhores. 
O liberalismo clássico é uma ideologia ou corrente do pensamento 
político que defende a maximização da liberdade individual mediante o exercício dos 
direitos e da lei. O liberalismo defende uma sociedade caracterizada pela livre iniciativa 
integrada num contexto definido. Tal contexto geralmente inclui um sistema de governo 
democrático, o primado da lei, a liberdade de expressão e a livre concorrência 
econômica. 
As teses do liberalismo econômico foram criadas no século XVIII com 
clara intenção de combater o mercantilismo, cujas práticas já não atendiam às novas 
necessidades do capitalismo. O pressuposto básico da teoria liberal é a emancipação da 
economia de qualquer dogma externo a ela mesma. 
O criador da teoria mais aceita na economia moderna, nesse sentido, foi 
sem dúvida Adam Smith, economista Escocês, que desenvolveu a teoria do liberalismo, 
apontando como as nações iriam prosperar. Nela ele confrontou as ideias de Quesnay e 
Gournay, afirmando que a desejada prosperidade econômica e a acumulação de riquezas 
não são concebidas pela atividade rural e nem comercial. Para Smith o elemento de 
geração de riqueza está no potencial de trabalho, trabalho livre sem ter, logicamente, o 
estado como regulador e interventor. 
O mercado regularia tudo através da “Mão Invisível”. Esse foi o termo 
introduzido por Adam Smith em "A Riqueza das nações" para descrever como numa 
economia de capitalista livre, (inexistência de uma entidade coordenadora, ou seja, um 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
8 
estado que intervenha na economia), a interação dos indivíduos parece resultar numa 
ordem, que maximiza a riqueza individual e social. Aqueles que são mais competentes 
são premiados e os aqueles que não conseguem se adaptar as exigências (preço, 
qualidade etc.) são retirados do mercado. 
Além disso, como o mercado tende a ampliar sempre a competição, a 
sociedade estará sempre avançando, progredindo para um estágio melhor. Tudo isso 
ocorre como se houvesse uma "mão invisível" que nos orientasse, não havendo 
necessidade de intervenção do Estado. 
Outro ponto fundamental é o fato de que todos os agentes econômicos 
são movidos por um impulso de crescimento e desenvolvimento econômico, que 
poderia ser entendido como uma ambição ou ganância individual. No cômpito geral, 
isso traria benefícios para toda a sociedade, uma vez que a soma desses interesses 
particulares promoveria a evolução generalizada, um equilíbrio perfeito. 
São princípios do liberalismo: 
a) Propriedade privada; 
b) Livre iniciativa; 
c) Livre concorrência; 
d) O Estado não deve interferir na economia, pois esta deve ser deixada para a 
regulação de mercado; 
e) Cabe ao Estado a manutenção dos contratos dentro do princípio do Pacta sunt 
servanda
1
. 
1.2. Crítica ao liberalismo 
Durante o séc. XIX, e principalmente nas últimas décadas deste, o 
liberalismo passou a ser questionado. A sociedade se encontrava divididaem dois 
 
 
 
1
 PACTA SUNT SERVANDA é o Princípio segundo o qual o contrato obriga as partes nos limites da lei. 
É uma regra que versa sobre a vinculação das partes ao contrato, como se norma legal fosse, tangenciando 
a imutabilidade. A expressão significa, em tradução livre, “os pactos devem ser cumpridos”. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
9 
grupos: uma enorme massa de pessoas pobres e, de outro lado, um pequeno grupo de 
ricos. 
As expressões liberdade e igualdade foram usadas em muitos discursos, 
mas nunca se materializaram no mundo real, pois a exploração do mais fraco 
ultrapassou os limites do aceitável. 
A criação de classes sociais tão diferentes obrigava os mais pobres a todo 
tipo de sofrimento e humilhação. Ao negar a uma gigantesca massa de pessoas um 
mínimo de dignidade, a igualdade é ferida de morte. 
Sem o mínimo existencial o ser humano passa a ser tratado como uma 
coisa. A liberdade também fenece diante da fome e da miséria. . E é isso que a pobreza 
extrema faz: retira do homem sua condição de ser humano, denegrindo-o da forma mais 
vil e cruel. 
O pior de tudo: o individuo violentado em seus direitos fundamentais não 
tem a quem recorrer, pois o Estado apenas se guia pelo ideal do "laissez faire - laissez 
passer", sem intervir... 
Veremos dois tipos diferentes de questionamentos com relação ao 
liberalismo. A primeira crítica é a MARXISTA. Nela busca-se a derrocada do 
capitalismo e a construção de um novo sistema (Revolução). A segunda crítica é a 
KEYNESIANA, que visa mudar o capitalismo para que este continue existindo 
(Reforma). Isso ocorrerá através de uma intervenção do Estado, corrigindo as possíveis 
falhas do mercado. 
1.3. Crítica Keynesiana 
a) Contexto histórico: Crise de 1929. 
No início do século XX, os Estados Unidos viviam um período de 
prosperidade e de pleno desenvolvimento, até que a partir de 1925, apesar de toda a 
euforia, a economia norte-americana começou a passa por sérias dificuldades. Os 
valores das ações estavam em níveis elevadíssimos, fora da realidade. 
Em 24 de outubro, 70 milhões de títulos foram jogados no mercado - 
mas não encontraram quem os comprasse. Sem demanda pelos papéis, os preços das 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
10 
ações e dos títulos despencaram, gerando uma onda de desconfiança irracional. O dia 
passou à história como "Quinta-Feira Negra". 
Mas se engana que acredita que a crise de 29 nasceu do mercado de 
ações. Este foi apenas o estopim da crise. Podemos identificar dois motivos que 
acarretaram a crise: 
 O aumento da produção não acompanhou o aumento dos salários. Além de a 
mecanização ter gerado muito desemprego. A crise de 1929 foi, portanto, uma crise 
de superprodução que com grande intensidade se alastrou por toda a economia 
norte-americana com reflexos em todo o mundo ocidental capitalista. 
 A recuperação dos países europeus, logo após a 1ª Guerra Mundial. Esses eram 
potenciais compradores dos Estados Unidos, porém reduziram isso drasticamente 
devido à recuperação de suas econômicas. 
Diante da contínua produção, gerada pela euforia norte-americana, e a 
falta de consumidores, houve uma crise de superprodução. Os agricultores, para 
armazenar os cereais, pegavam empréstimos, e logo após, perdiam suas terras. As 
indústrias foram forçadas a diminuir a sua produção e demitir funcionários, agravando 
mais ainda a crise. 
A crise naturalmente chegou ao mercado de ações. Os preços dos papéis 
na Bolsa de Nova York, o maior dos centros capitalistas da época, despencaram, 
ocasionando a quebra da bolsa. A partir daí a crise virou uma bola de neve: milhares de 
bancos, indústrias e empresas rurais foram à falência e pelo menos 12 milhões de norte-
americanos perderam o emprego em questão de meses. 
 
b) Intervenção do Estado 
Com esta forte crise, a política liberal que era a tônica da ação do 
governo passou a ser questionada. A ideia de que o Estado não deve interferir foi 
colocada em xeque. Para solucionar a crise, o eleito presidente Franklin Roosevelt, 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
11 
propôs mudar a política de intervenção americana. Surge, em 1932, o New Deal (novo 
acordo)
2
, que foi implementado a partir de 1933. 
O antigo acordo era o liberalismo, porém com o novo acordo o Estado 
passa a intervir na economia principalmente, no caso Norte Americano, através de obras 
públicas. O objetivo era gerar empregos e ativar a economia. 
Oferecendo uma saída para a crise vivenciada, John Maynard Keynes 
postulou uma teoria que rompia totalmente com a ideia liberalista do “deixai fazer”, 
afirmando que o Estado deveria sim, interferir na sociedade, na economia e em quais 
áreas achasse necessário. Essa foi a base do New Deal. 
Desta forma, se antes, o Estado não interferia na economia, deixando 
tudo agir conforme o mercado, agora passaria a intervir fortemente. O resultado disso 
foi a criação de grandes obras de infraestrutura, salário-desemprego e assistência aos 
trabalhadores, concessão de empréstimos, etc. Com isso, os Estados Unidos 
conseguiram retomar seu crescimento econômico, de forma gradual, tentando esquecer 
a crise que abalou o mundo. 
As obras públicas tinham como objetivo a geração de emprego. A ação 
do Estado deveria ser orientada para fortalecer a economia e ampliar o seu 
desenvolvimento. Keynes disse que o principal objetivo era a busca do PLENO 
EMPREGO, ou seja, os trabalhadores deveriam estar empregados. 
A partir da segunda guerra mundial, o Estado passa a atuar como agente 
do desenvolvimento, não apenas para gerar empregos, mas também para romper 
barreiras e superar dificuldades que geravam entraves para o crescimento da economia. 
Assim, durante o séc. XX vamos ver crescer a ação do Estado e sua interferência na 
vida privada. 
O modelo do Estado intervencionista (Welfare State) foi adotado por 
muitos países, principalmente na Europa, após o fim da Segunda Guerra Mundial, já 
 
 
 
2
 Cerca de 3 anos mais tarde, em 1936, essas políticas econômicas foram teorizadas e racionalizadas por 
Keynes em sua obra clássica Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
12 
que a interferência estatal parecia essencial para a recuperação do mundo no pós-guerra. 
Além disso, vários países, incluindo o Brasil, tiveram no Estado um indutor de 
crescimento econômico. 
Devido a longa era de prosperidade - quase 30 anos de crescimento - que 
impulsionou o mundo ocidental depois da segunda guerra, graças as diversas adoções 
das políticas keynesianas e sociais-democratas, os liberais recolheram-se para a sombra. 
Mas a partir da crise do petróleo de 1973, seguida pela onda inflacionaria que 
surpreendeu os estados de bem-estar social, o liberalismo gradativamente voltou à cena. 
Porém não era mais movimento do século XIX, era algo que queria se mostrar como 
novo: o neoliberalismo. 
1.4. Neoliberalismo 
Neoliberalismo, em sentido amplo, é a retomada dos valores e ideais do 
liberalismo político e econômico que nasceu do pensamento iluminista e dos avanços da 
economia decorrentes da revolução industrial do final do século XVIII, com a 
adequação necessária à realidade política, social e econômica de cada nação em que se 
manifesta. 
Em sentido mais estrito designa, nas democracias capitalistas no final do 
século XX e início do XXI, as posições pragmáticas e ideologicamente poucodefinidas 
dos defensores da política do "estado mínimo". Este deve interferir o menos possível na 
liberdade individual e nas atividades econômicas da iniciativa privada e, ao mesmo 
tempo, questionava o estado de bem-estar social. 
O movimento se inicia a partir dos anos 60
3
, e principalmente no final 
dos anos 70, com a crise dos países centrais, o keynesianismo também foi passou a ser 
questionado, pois problemas como inflação e instabilidade econômica tornaram-se reais. 
 
 
 
3
 Apesar do fato de que o grande inspirador do neoliberalismo foi Friedrich August von Hayek. No livro 
O Caminho da Servidão (de 1944), o autor afirma que o intervencionismo estatal leva "a civilização ao 
colapso". Hayek expôs os princípios básicos de sua teoria, segundo a qual o crescente controle do estado 
é o caminho que leva à completa perda da liberdade e a sérios problemas econômicos. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
13 
Foi assim que nasceu um novo modelo de liberalismo: o neoliberalismo
4
, o qual 
estabelecia certo limite ao Estado e afirmava que as garantias da liberdade econômica e 
política estavam ameaçadas pelo excesso de intervencionismo. 
Assim, o Neoliberalismo é a resposta à crise do capitalismo decorrente, 
segundo os neoliberais, da expansão da intervenção do Estado do mercado e na vida 
privada. Outra faceta específica da política neoliberal também atinge diretamente a 
relação de gastos que o Estado mantém com as necessidades essenciais da sociedade 
civil. 
A síntese deste período é o chamado Consenso de Washington, que é 
um conjunto de medidas - que se compõe de algumas medidas/regras básicas - 
formulado em novembro de 1989 por economistas de instituições financeiras situadas 
em Washington D.C., como o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos 
Estados Unidos. Tal consenso foi desenvolvido a partir de um texto do economista John 
Williamson, do International Institute for Economy, e que se tornou a política oficial do 
Fundo Monetário Internacional em 1990, quando passou a ser "receitado" para 
promover o "ajustamento macroeconômico" dos países em desenvolvimento que 
passavam por dificuldades. 
Vamos assistir no final do séc. XX uma série de privatizações, reformas 
de cunho liberal da constituição, desregulamentação da economia, etc. O pacta sunt 
servanda voltou ao discurso e a intervenção do Estado nos contratos passou a ser 
questionada. 
Dessa forma, as recomendações apresentadas giraram em torno de três 
ideias principais: abertura econômica e comercial, aplicação da economia de mercado e 
controle fiscal macroeconômico. Resumidamente, podemos citar como medidas 
principais deste período neoliberal: 
 
 
 
4
 Entre as décadas de 1970 e 1980 observamos que os primeiros governos neoliberais ganharam espaço 
no cenário político internacional. Ronald Reagan, nos Estados Unidos; Margaret Thatcher, no Reino 
Unido; e Helmut Kohl, na Alemanha são considerados os primeiros grandes precursores desse modelo de 
desenvolvimento. Logo em seguida, outras nações menos desenvolvidas, como Brasil e Argentina, 
tomaram medidas em favor desse novo molde. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
14 
 Abertura comercial, abertura ao investimento estrangeiro direto, com eliminação de 
restrições e barreiras à circulação de capital; 
 Privatização das estatais. O plano de privatizações foi a principal marca do período, 
inspirado fortemente as ações da dupla Ronald Reagan (presidente dos EUA entre 
1984 e 1988) e Margareth Tatcher (primeira-ministra da Inglaterra entre 1979 e 
1990).; 
 Aumento do numero de concessões e permissões, repassando serviços e bens 
públicos para a administração da iniciativa privada; 
 Desregulamentação da economia (revogação e mudança das leis que atuam na 
economia); 
 Processo de desmonte do Estado pelo fechamento de órgãos públicos ou pelo 
processo de piora e precarização dos serviços prestados pelo Estado. 
Em linhas gerais, não foi preconizada nenhuma medida “inédita” durante 
o Consenso de Washington. As ideias desse “receituário”, já eram proclamadas pelos 
governos dos países desenvolvidos, principalmente EUA e Reino Unido, desde as 
décadas de 1970 e 1980, quando o Neoliberalismo começou a avançar pelo mundo. 
Além disso, instituições como o FMI e o Banco Mundial já colocavam a cartilha 
neoliberal como pré-requisito necessário para a concessão de novos empréstimos e 
cooperação econômica. 
Além disso, outras duas ideias eram defendidas. A primeira era a 
disciplina fiscal, em que o Estado deveria cortar gastos e eliminar ou diminuir as suas 
dívidas, reduzindo custos e funcionários. 
A segunda era uma reforma fiscal e tributária, em que o governo deveria 
reformular seus sistemas de arrecadação de impostos a fim de que as empresas 
pagassem menos tributos. 
 
Monetarismo 
O principal nome do monetarismo é Milton Friedman (1912-2006), líder 
de um grupo de defensores do livre mercado na Universidade de Chicago. Podemos 
resumir o monetarismo em duas proposições básicas: (a) a instabilidade da oferta de 
moeda e (b) a estabilidade da demanda de moeda. Dessas premissas surge o diagnóstico; 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
15 
as flutuações cíclicas das economias podem ser atribuídas à instabilidade da oferta de 
moeda. Sendo assim, a terapia correta é que os bancos centrais devem atuar sempre no 
sentido de garantir uma taxa fixa de crescimento monetário (conhecida como a x-rule ). 
Eis algumas das conclusões dos monetaristas: 
1. Existe uma relação consistente, embora não precisa, entre crescimento na oferta 
monetária e crescimento na renda nominal. 
2. Leva algum tempo até que o crescimento na oferta de moeda afete a renda. 
3. Uma alteração na taxa de crescimento da oferta de moeda leva de 6 a 9 meses para 
afetar a taxa de crescimento da renda nominal. 
4. Mudanças naquela taxa de crescimento afetam primeiro o produto real e só depois é 
que se refletem exclusivamente sobre o nível de preços. 
5. Apenas transitoriamente é possível manter a economia acima de sua capacidade 
normal ou natural mediante políticas keynesianas de "sintonia fina'' do lado da 
demanda. A insistência do governo em fazê-lo apenas fará com que a inflação se 
acelere. 
6. "A inflação é sempre e em qualquer lugar um fenômeno monetário". 
7. O déficit público pode ou não ser inflacionário: o será se for financiado por expansão 
monetária, isto é, por aumentos no papel moeda e nos depósitos bancários. 
8. A expansão monetária inicialmente reduz as taxas de juros, mas, na medida em que 
os gastos e os preços aumentam, a demanda de empréstimos crescerá, o que elevará no 
futuro as taxas de juros. Isto explica porque os monetaristas sempre insistiram na 
afirmativa de que a política monetária não deve ser guiada pelas taxas de juros. 
9. Além disso, as variações de preços provocadas pela instabilidade da oferta de moeda 
acabam introduzindo discrepâncias entre as taxas de juros reais e as nominais, que 
terminam gerando distúrbios nos setores reais (produção) da economia. 
Friedman e os monetaristas trabalhavam com a hipótese de que as 
expectativas são adaptativas, ou seja, de que, com o passar do tempo, os agentes 
econômicos percebiam os erros cometidos em suas avaliações e os corrigiam, até que, 
no "longo prazo", eles fossem totalmente eliminados. 
A política monetária não deveria ser usada para objetivos de pleno 
emprego, mas apenas para proporcionar aestabilidade de preços necessária para o 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
16 
crescimento sustentado da economia, que é considerado como uma questão 
essencialmente de oferta (e não de demanda, como no keynesianismo), de expansão da 
capacidade produtiva ao longo do tempo. 
 
----- XXXXX ------- 
Muitos argumentam que com a crise iniciada em 2007 e que se agrava 
em 2008, nos EUA, o neoliberalismo, novamente, começa a sair de cena. A presença do 
Estado e a intervenção na economia já é uma realidade. E a cada momento fica mais 
forte: colocado como meio para salvaguardar os empregos e diminuir seus efeitos na 
sociedade ou ajudar as empresas (principalmente instituições financeiras) a 
sobreviverem a essa violenta turbulência. 
Um dos exemplos disso foi o que aconteceu com a General Motors 
(GM), um dos grandes ícones do desenvolvimento econômico norte-americano, que foi 
a bancarrota. A solução para evitar um eventual "desastre" na economia interna dos 
EUA foi a "estatização" pelo governo. Com a avalanche que atingiu o centro do 
império, abalando os principais pilares do modelo neoliberal, o caso da GM é simbólico 
e para muitos significa o fim da hegemonia do neoliberalismo. 
 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
17 
2) Introdução à macroeconomia e Estudos dos agregados macroeconômicos 
2.0. Curto e Longo Prazo em Economia 
A questão do prazo é definida em termos de existência ou não de fatores 
fixos de produção, que são aqueles que permanecem inalterados, quando a procura 
varia, enquanto que os fatores de produção variáveis se alteram, com a variação da 
quantidade produzida. Exemplos de fatores fixos: capital físico, instalações da empresa. 
Exemplos de fatores variáveis: mão de obra e matérias-primas utilizadas. 
Define-se curto prazo como o período no qual existe pelo menos um fator 
de produção fixo; já a longo prazo, todos os fatores variam. 
2.1. Noções de Contabilidade Nacional; 
 
A Contabilidade Nacional é um instrumento estatístico, mas de natureza 
contábil, que procura fornecer uma representação sintética da realidade econômica de 
um país, o que se torna indispensável a todos os responsáveis das decisões econômicas, 
tanto os poderes políticos como as empresas. 
Hoje, praticamente, não existe nenhum país que não tenha a sua 
Contabilidade Social, através da qual se pode ter uma visão relativamente exata do 
estado econômico do país e do seu ritmo de crescimento. 
Os objetivos da contabilidade nacional são: 
 Medir a atividade econômica - normalmente durante um ano e em cada país, e pode 
fornecer valores para calcular indicadores como consumo, produção, rendimento, 
investimento, etc. 
 Fazer previsões de caráter econômico - todos os governos, em tomada de decisões 
para evitar ou minimizar crises econômicas. 
 Tomar decisões econômicas mais fundamentadas - tem a haver com as medidas de 
recursos implementadas pelo Estado para suprir eventuais causas (ex. aumento dos 
impostos, diretos ou indiretos). 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
18 
 Efetuar comparações no tempo e no espaço - permite analisar os diferentes agentes 
macroeconômicos: produto, rendimento e despesa. A análise destes faz-se entre 
países a nível mundial ao longo dos anos. 
 Controlar os fluxos financeiros – evitando assim, a lavagem de dinheiro e a evasão 
de divisas; 
 Conhecer melhor o desempenho da economia nacional. 
 
Balanço de Pagamentos 
 
É a demonstração contábil das relações econômicas e financeiras em 
residentes e não residentes de um país. Podemos subdividir o balanço de pagamento 
sem duas partes. A primeira chama-se transações correntes ou conta-corrente e a 
segunda, conta de capital. 
1) transações correntes ou conta corrente (a+b+c): 
a) Balança comercial: é o saldo da exportação de bens e da importação. Se a 
exportação é maior do que a importação, o saldo líquido será positivo (favorável) e 
há superávit. Se importarmos mais que exportamos, o saldo líquido será negativo 
(desfavorável). Logo, haverá déficit. 
 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
19 
b) Balança de serviços: na balança de serviços, será registrado o pagamento e o 
recebimento por serviços prestados. São exemplos de itens desta balança: 
b.1) Serviços não- fator (fretes, seguros, turismo etc.) 
b.2) Serviços de capital (recebimento de juros
5
, remessas de lucros) 
b.3) Serviços de mão-de-obra (remessa de trabalhadores do exterior) 
 
c) Transferências unilaterais: são doações, envio de dinheiro por parentes, etc. 
O saldo da conta-corrente será a+b+c 
 
2) Conta de capital: na conta de capital serão registrados os seguintes itens: 
 Empréstimos; 
 Investimentos de curto, médio e longo prazo6; 
 Amortização de dívida7; 
 Resultado do BALANÇO DE PAGAMENTOS (BP = 1 + 2) = alterações nas 
reservas internacionais líquidas. 
 
Produto Interno Bruto (PIB) 
 
O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores monetários) 
de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam 
países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc). 
O PIB é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de 
mensurar a atividade econômica de uma região. No Brasil, a responsabilidade pelo 
cálculo já esteve a cargo da Faculdade Getúlio Vargas até 1990. Em seguida, o IBGE 
passou a fazer a medição. 
 
 
 
5
Por causa deste item juros, a balança de serviços do Brasil possui forte tendência de ser sempre 
deficitária. 
6
 Correspondem a investimentos que o Brasil recebe ou que as em empresas brasileiras fazem em outros 
países. 
7
 É quando pagamos dívida em si, o corpo da dívida, e não mais apenas os juros, que correspondem aos 
serviços da dívida. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
20 
Desta forma, o PIB é um índice para saber como vai a atividade 
econômica de uma determinada região, medindo a produção econômica e o nível de 
geração de riqueza de determinado local. Quanto maior a produção, maiores o consumo, 
o investimento e a venda, logo, maior será o PIB. 
Para o cálculo do PIB, são considerados o que as empresas dos setores 
primário (agropecuária e extrativismo vegetal), secundário (indústrias, construção civil 
e extrativismo mineral) e terciário (comércio e serviços) estão produzindo e gerando em 
termos de riqueza; e o que as famílias, as instituições e o governo estão consumindo. O 
dado também analisa os investimentos realizados em determinados setores e os 
resultados das importações e exportações de mercadorias. 
Mas observe que na contagem do PIB, considera-se apenas bens e 
serviços finais, excluindo da conta todos os bens de consumo de intermediário. Isso é 
feito com o intuito de evitar o problema da dupla contagem, quando valores gerados na 
cadeia de produção aparecem contados duas vezes na soma do PIB. 
A duplicidade dos pagamentos pode ocorrer, por exemplo, quando é 
produzido o vidro de um carro e o computo na conta final, assim como também lanço o 
valor total do carro que foi revendido para um terceiro. Sendo assim, para evitar a 
duplicidade do pagamento, computo apenas o carro que foi entregue a um consumidor 
final. Se a empresa que produz o vidro vende diretamente para o consumidor final 
(imagine que o vidro do carro quebrou), neste caso haverá a contabilidade deste item no 
PIB. 
A diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) e o ProdutoInterno 
Líquido (PIL) traduz-se no valor das depreciações
8
. Ao contrário do PIB, o PIL tem em 
conta o valor da depreciação do capital. PIL = PIB - depreciações 
 
 
 
8
 Depreciação significa "desgaste” (e consequente desvalorização) de um bem intrisecamente relacionado 
com as atividades da entidade, de modo que tal desgaste, conforme diz o próprio nome, é proveniente de 
transcorrer de sua vida útil pois longo do tempo, com a obsolescência natural ou desgaste com uso na 
produção, os ativos vão perdendo valor, essa perda de valor é apropriada pela contabilidade 
periodicamente até que esse ativo tenha valor reduzido a zero. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
21 
O PIB difere do PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB) basicamente 
pela renda líquida enviada/recebida do exterior. O PNB é gerado a partir da soma do 
PIB mais entradas e saídas de capital. Esta renda representa a diferença entre recursos 
enviados ao exterior (pagamento de fatores de produção internacionais alocados no 
país) e os recursos recebidos do exterior. 
O conceito de PIB, como o próprio nome sugere, é a soma de tudo o que 
foi produzido dentro de um país. Se pensarmos em uma economia isolada do mundo, 
saberemos que toda a riqueza produzida por ela, será utilizada nesta mesma nação, pelos 
seus habitantes. 
O PIB, porém não identifica o que acontece com uma parte da produção 
em uma economia onde os fatores – trabalhadores ou capital – possam ter vindo de 
outro país. Por exemplo, um brasileiro que vá ao Japão para trabalhar, receberá um 
salário, e provavelmente enviará parte deste salário para a família que deixou no Brasil, 
ou mesmo economizará no Japão e levará a poupança acumulada para o Brasil quando 
retornar. A questão é que a parte da sua produção equivalente ao que ele envia para o 
Brasil, não pertence à nação japonesa, mas sim a nação brasileira. 
Para mensurar a parte da produção de um país, que realmente pertence a 
este é necessário utilizar o conceito de PNB, que nada mais é do que o PIB acrescido da 
produção internacional de fatores domésticos (produção japonesa de um trabalhador 
brasileiro) menos a produção nacional de fatores estrangeiros (ex.: produção nacional da 
Volkswagen que é revertida para aquele país como remessa(fator : Capital)). 
A diferença entre a renda enviada ao exterior e a renda recebida do 
exterior chamamos de Renda líquida Enviada ao Exterior ou RLEE. Alguns livros 
textos utilizam o contrário, e trabalham com a Renda Líquida Recebida do Exterior ou 
RERE. 
 RLEE = Renda Enviada de Fatores Internacionais empregados domesticamente - 
Renda recebida de fatores domésticos no exterior. 
 RLRE = Renda recebida de fatores domésticos no exterior – Renda Enviada de 
Fatores Internacionais empregados domesticamente. 
 Portanto: PNB = PIB + RLRE (ou) PNB = PIB – RLEE 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
22 
A renda per capita ou rendimento per capita é um indicador que ajuda 
a saber o grau de desenvolvimento de um país ou região e consiste na divisão da renda 
nacional (produto nacional bruto ou, algumas vezes, o produto interno bruto é usado), se 
a distribuição fosse igualitária, se todos tivessem acesso a partes iguais do todo. 
Embora seja um índice muito útil, por se tratar de uma média esconde 
várias disparidades na distribuição de renda. Por exemplo, um país pode ter uma boa 
renda per capita, mas um alto índice de concentração de renda e grande desigualdade 
social (como o caso do Brasil). 
Assim, como fica a questão: PIB e renda per capita versus qualidade de 
vida? 
2.2. Riqueza, Renda e distribuição. 
A desigualdade social, de forma genérica, refere-se a processos 
relacionais na sociedade que têm o efeito de limitar ou prejudicar o status de um 
determinado grupo, classe ou círculo social. 
As áreas de desigualdade social incluem, além das questões econômicas, 
o acesso aos direitos de voto, a liberdade de expressão e de reunião, de acesso à 
educação, saúde, habitação de qualidade, viajar, ter transporte, férias e outros bens e 
serviços sociais. 
Além de que também pode ser pensada a igualdade/desigualdade quando 
olhamos para a qualidade da vida familiar e local, possibilidade de ter uma ocupação, 
satisfação no trabalho, acesso ao crédito etc. Se estas divisões econômicas endurecem, 
elas podem levar a desigualdade social. Logo, muitas das vezes que falamos em 
desigualdade social estamos pensando em renda e riqueza. 
É importante diferenciarmos a renda da riqueza. Renda é a remuneração 
que o proprietário do fator de produção recebe pela sua utilização no processo 
produtivo. O conceito de distribuição de renda faz referência à forma como a receita 
obtida por um país ou região é distribuída entre sua população local. 
Assim, o empresário recebe renda em forma de lucro, devido ao 
investimento do capital necessário á produção. O trabalhador recebe salário, que é a 
renda auferida pelo trabalho que realizou. Desta forma, renda é fluxo. Algo que 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
23 
recebemos (por mês, por semana etc.) para fazer frente as nossas despesas e, quem sabe, 
para pouparmos um pouco para o futuro. 
Por outro lado, riqueza é o valor total dos bens que constituem o 
patrimônio. Ou seja, riqueza é estoque. A palavra riqueza é muitas vezes confundida 
com renda. Estes dois termos descrevem elementos diferentes, porém relacionados. 
Riqueza consiste nos itens de valor econômico que um indivíduo possui (patrimônio), 
enquanto a renda é um fluxo de entrada periódica de itens de valor econômico (salário, 
por exemplo). 
Um país pode ser “muito rico” e seus habitantes muito pobres. Ou pode 
não ser tão rico e seus habitantes desfrutarem de um padrão de vida superior ao de um 
país que tenha uma renda per capita maior. O que determina essa diferença é o perfil da 
distribuição de renda, ou seja, como o PIB que é produzido no país se distribui entre os 
habitantes. Assim, o grande problema é que a renda per capta é uma média e, devido à 
concentração de renda, não reflete a realidade da maioria da população, pois uma média 
pode conter distorções. 
Da mesma forma, um aumento do PIB
9
, dada a concentração de renda, 
não significa que a população em geral melhorou a qualidade de vida. Desta forma, PIB 
e Renda per capta, sozinhos não podem dizer com segurança o que aconteceu com a 
qualidade de vida. 
 
Distribuição da Riqueza 
No Brasil a concentração de renda é um dos mais graves problemas 
sociais. Vivemos num país de contrastes absurdos. Nossa História ajudou a construir 
este abismo entre ricos e pobres. Quais seriam os principais fatores que levaram o Brasil 
a ser um dos campeões mundiais da desigualdade? 
Em largas pinceladas podemos afirmar que: 
 
 
 
9
 Importante salientar que o crescimento econômico é requisito básico para a melhora da distribuição 
funcional da renda a favor dos trabalhadores. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
24 
 A escravidão que durou séculos10 concentrou toda a renda na mão de poucos, 
alijando uma massa gigantes pessoas de qualquer riqueza material; 
 O modelo econômico baseado no latifúndio agroexportador não privilegiava a 
formação de um mercado interno. Este modelo favorecia o surgimento de uma 
agricultura marginal de subsidência que corroborava com uma crescente concentração 
de renda; 
 Durante o século XX tivemos dois grandes períodos de ditaduras (Ditadura 
Vargas11
 e a Ditadura Militar
12
). Historicamente regimes ditatoriais concentram a renda 
de forma brutal e não foi diferente no Brasil; 
 Ocorreu um processo inflacionário13 que durou mais de três décadas (entre o final 
dos anos 50 e meados dos anos 90 do século XX). 
Para analisar estas questões de distribuição de renda na economia foram 
criados diversos índices estatísticos. Dentre os mais conhecidos encontra-se o P90/P10 
(10% mais ricos a 10% mais pobres), que mede quanto o grupo formado pelos 10% 
 
 
 
10
 No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. No 
Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888. Se a lei deu a liberdade jurídica aos escravos, a 
realidade foi cruel com muitos deles. Sem moradia, condições econômicas e assistência do Estado, muitos 
negros passaram por dificuldades após a liberdade. Muitos não conseguiam empregos e sofriam 
preconceito e discriminação racial. A grande maioria passou a viver em habitações de péssimas condições 
e a sobreviver de trabalhos informais e temporários 
11 Estado Novo é o nome do regime político brasileiro fundado por Getúlio Vargas em 10 de novembro 
de 
1937, após ter dado um golpe que rompeu a ordem democrática e instaurou um regime de exceção que 
durou até 29 de outubro de 1945. A ditadura Vargas foi marcada pela centralização do poder, 
nacionalismo e por seu autoritarismo. Foi imposta a Constituição de 1937, inspirada no fascismo italiano, 
a "polaca", foi elaborada para ser uma Carta "livre das peias da democracia liberal" nas palavras do 
responsável por sua elaboração, o Ministro da Justiça Francisco Campos. 
12 O Regime ditatorial civil/militar foi o período da política brasileira em que presidentes militares 
conduziram o país. Essa época ficou marcada na história do Brasil através da prática de vários Atos 
Institucionais que colocavam em prática a censura, a perseguição política, a supressão de direitos civis 
mais básicos, a falta total de democracia, a centralização de poder e a repressão brutal àqueles que eram 
contrários ao regime ditatorial. A Ditadura civil militar no Brasil teve seu início com o golpe militar de 31 
de março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o 
poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado instituiu um regime de exceção que durou até 15 
de janeiro de 1985. 
13
 Os efeitos da inflação serão estudados no item 1.5. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
25 
mais ricos da população recebe em comparação ao grupo dos 10% mais pobres. Outro 
índice muito conhecido é o Coeficiente de Gini
14
. 
Quanto menor o Gini (mais próximo de zero), menos desigual está o 
país, ou seja, menor a diferença de renda dos indivíduos mais ricos e mais pobres do 
ponto de vista das remunerações que recebem. 
O coeficiente de Gini do Brasil em 2001 era de 0,5946 , melhor apenas 
que a Guatemala, Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, 
Lesoto e Namíbia (hoje somos o décimo sexto pior). A concentração de renda 
permaneceu praticamente inalterada durante as últimas quatro décadas do século XX, 
com seus índices oscilando dentre as 10 últimas posições do mundo, dando os primeiros 
sinais reais de melhora somente a partir de 2003. Nos últimos anos, o país tem 
conseguido aliar o crescimento econômico com a redução da desigualdade. 
 
Como se vê no gráfico (índice de Gini no Brasil), em 1960 a posição do 
Brasil no índice era de 0,5367. Durante a ditadura militar a desigualdade foi 
aumentando e mesmo após a redemocratização o país continuou promovendo 
 
 
 
14
 Desenvolvido pelo matemático italiano Corrado Gini, o Coeficiente de GINI é um parâmetro 
internacional usado para medir a desigualdade de distribuição de renda entre os países. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
26 
concentração de renda chegando ao ponto máximo em 1990, cinco anos após o fim 
daquela ditadura. 
A partir de 1990, a desigualdade começou a cair, ainda que de forma 
suave. A partir de 2003, começou a cair em ritmo três vezes maior do que foi visto nos 
anos 90 do século XX, chegando, em 2013, a 0,519 – inferior ao que vigia em 1960. 
Segundo comunicado do IPEA intitulado "A Década Inclusiva" a renda 
do trabalho foi essencial para a forte - e inédita - redução de desigualdade no Brasil nos 
últimos dez anos, responsável por cerca de dois terços da queda de pouco mais de 10% 
do coeficiente de Gini no período. 
Ao mesmo tempo, ressalta o instituto, sem as políticas de redistribuição 
de renda patrocinadas pelo Estado brasileiro desde o início dos anos 2000, a 
desigualdade teria caído 36% a menos na década passada. 
A Previdência Social também é responsável por quase 20% do resultado 
da melhora da distribuição de renda do Brasil neste período. 
De forma resumida, a chamada “década da inclusão” ocorreu, 
principalmente devido há alguns fatores. Destes destacamos: 
 
 A redemocratização em 1985 abriu as portas para que as pessoas pudessem 
reivindicar os mais básicos direitos, inclusive uma melhora nas condições de trabalho e 
incrementos na renda; 
 A queda da inflação pós Plano Real15 (1994); 
 Elevação dos níveis salariais; 
 Geração de emprego; 
 Elevação da formalização do emprego; 
 Ocorreu um aumento dos chamados gastos sociais do Governo; 
 
 
 
15 Plano Real foi um programa brasileiro de controle da inflação adotado no Governo do Presidente 
Itamar Franco e que teve como princípios as ideias dos economistas da PUC-Rio André Lara Resende 
e Pérsio Arida. Tinha como objetivo a estabilização monetária. Em 27 de fevereiro de 1994 foi instituído 
a Unidade Real de Valor (URV), estabeleceu regras de conversão e uso de valores monetários, iniciou a 
desindexação da economia, e determinou o lançamento de uma nova moeda, o Real. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
27 
Tais fatores conjugados com um crescimento da economia nacional 
fizeram com que o Brasil se tornasse menos desigual. 
 
 
 
 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
28 
 
Todavia, ainda estamos numa situação muito ruim e aquém das nossas 
reais possibilidades. Nossa história carrega a marca triste de séculos de escravidão, 
ditaduras e inflação crônica entre os anos 60 e 90 do século passado. Entre outros 
fatores, isso fez com que a concentração de renda na nossa sociedade beire o absurdo 
para um país tão rico. 
Apesar dos avanços da última década, hoje somos o décimo sexto pior do 
mundo e apenas em 2010 conseguimos voltar ao patamar de 1960 (desfazendo o estrago 
provocado nas décadas de 60, 70 e 80 do século passado). Mas mesmo com as melhoras 
recentes, não se iludam, pois muito ainda deve ser feito para construirmos um país 
minimamente justo para todos os brasileiros. 
Apenas como exemplo, uma das facetas da realidade que deve ser 
mudada é o modelo de tributação no Brasil que é altamente concentrador de renda. Isso 
porque o Estado cobra impostos de todos, inclusive - e principalmente - dos muito 
pobres ("tributação indireta regressiva", que incide sobre os bens de consumo popular e 
da classe média, que são fortemente tributados). 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
29 
O décimo mais pobre sofre uma carga total equivalente a 32,8% da sua 
renda, enquanto o décimo mais rico, apenas 22,7%. Issoprovoca a perpetuação do 
efeito 'concentrador de renda', inaceitável num país com acentuada desigualdade de 
renda como o Brasil. 
Índice de Gini no Mundo (dados da CIA World Factbook) 
 
Com relação à distribuição da riqueza, o quadro é radical e 
assustadoramente pior. Imagine pensar que o patrimônio de apenas 85 das famílias 
mais ricas do mundo equivale às posses de metade da população mundial mais pobre. E 
se você soubesse que apenas 0,7% da população mundial controlam 41% da riqueza do 
mundo, acharia um absurdo? Pois, essas informações são verdadeiras e foram reveladas 
em uma nova pesquisa realizada pela Oxfam Internacional. 
Os 50% mais pobres da população respondem por apenas 1% da riqueza 
do planeta, aponta a ONU. Quase 90% da riqueza do mundo está sob o controle de 
moradores da América do Norte, Europa e dos países de renda elevada na região Ásia-
Pacífico, como o Japão e a Austrália. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
30 
A renda pessoal está distribuída de maneira tão desigual no mundo que 
os 2% mais ricos da população adulta detêm mais de 50% dos ativos mundiais, 
enquanto os 50% de pessoas mais pobres detêm apenas 1% da riqueza do planeta. Tal 
quadro leva a uma realidade trágica, ou seja, há uma massa gigantesca de pobres e 
miseráveis no mundo, em contraste com uma parcela pequena de pessoas muito, muito 
ricas. 
Segundo os dados do Credit Suisse 2013 Wealth Report, para uma 
população de 07 bilhões de pessoas no mundo, observe como a situação atual é tão 
absurda, que poderia ser considerada surreal: 
1. Qualquer pessoa que possua bens em valor total superior a dez mil dólares (um 
carro usado) possui mais riqueza do que 04 bilhões e 809 milhões de pessoas no mundo 
inteiro (68,7% da população mundial). Está, portanto, na metade superior da posse de 
riquezas; 
2. Quem possui bens em valor superior a 100 mil dólares (uma casa simples em 
Petrópolis/RJ ou um carro de luxo) possui mais riqueza do que 06 bilhões e 412 milhões 
de pessoas. Pertence aos 8,4% mais ricos do mundo; 
3. Quem tem bens que na sua totalidade iguala ou supera o valor de um milhão de 
dólares (por exemplo: uma ótima casa em Petrópolis e dois bons automóveis, mais uma 
boa casa alugada e uma casa de praia), possui mais riqueza do que 06 bilhões e 951 
milhões de pessoas. Faz parte da fatia correspondente a 0,7% da população mundial (49 
milhões de pessoas), mais rica do que os 99,3% restantes. 
 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
31 
Se você está fazendo um curso superior, possui uma boa casa em 
Petrópolis/RJ, um carro e está lendo estas notas de aula, a estatística diz que, muito 
provavelmente, você está entre os 02% ou 04% mais ricos do mundo. Assustador como 
está concentrada a riqueza no mundo, não acha? 
 
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 
Alguns índices têm sua origem na sociologia e ajudam a compreender 
como os habitantes de um país se beneficiam (ou não) com a riqueza ali produzida. O 
principal deles é o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, que será visto no neste 
item. 
Para afirmar que a qualidade de vida aumenta, deve-se observar o acesso 
à educação, à saúde, ao saneamento básico etc. É possível estudar a evolução da 
qualidade de vida ao examinar algumas outras variáveis, como, por exemplo, ocorre 
com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU ou o Índice de Progresso 
Social (IPS). 
Desenvolvido pelo economista paquistanês Mahbud Ul Ha q,
16
 o Índice 
de Desenvolvimento Humano (IDH) é utilizado pelo Programa das Nações Unidas 
para o Desenvolvimento desde o ano de 1993; este índice utiliza certos critérios de 
avaliação (renda, longevidade e educação) para medir o desenvolvimento humano em 
177 países, podendo ser utilizado também, observando-se as modificações para adequá-
lo a núcleos sociais menores. 
O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) até 1 
(desenvolvimento humano total), sendo os países classificados deste modo: 
 Quando o IDH de um país está entre 0 e 0,499, é considerado baixo. 
 Quando o IDH de um país está entre 0,500 e 0,799, é considerado médio. 
 Quando o IDH de um país está entre 0,800 e 1, é considerado alto. 
 
 
 
16
 O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi desenvolvido pelo economista paquistanês Mahbub ul 
Haq em 1990, com a colaboração do economista indiano Amartya Sen (ganhador do Prêmio Nobel de 
Economia em 1988). 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
32 
No critério educação, considera-se a taxa de alfabetização e a taxa de 
matrícula; no critério longevidade considera-se a expectativa de vida ao nascer; e no 
critério renda considera-se o PIB per capita (PIB total dividido pelo número de 
habitantes do país) medido em dólares. 
 
Mapa indicando o Índice de Desenvolvimento Humano de 2011 
 
Índice de Progresso Social (IPS). 
O Índice de Progresso Social (IPS) combina uma série de indicadores 
sociais e ambientais, provenientes de bases de dados internacionais, além de pesquisas 
de percepção, com objetivo de identificar o cenário, os desafios e as oportunidades de 
progresso social dos países. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
33 
Desenvolvido pelo especialista mundial em competitividade Michael 
Porter e por economistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o índice é 
respaldado por empresas privadas e instituições sem fins lucrativos, como Deloitte, 
Skoll Foundation, Fundación Avina, Cisco e Banco Compartanos. 
O Índice, construído pela instituição global sem fins lucrativos Social 
Progress Imperative
17
, revela uma série de tendências, confirmando que crescimento 
econômico nem sempre resulta em progresso social. O Índice foi, criado por uma equipe 
comandada pelo professor Michael Porter, da Harvard Business School, é considerado 
complementar ao PIB (Produto Interno Bruto) e a outros indicadores econômicos no 
estabelecimento de uma compreensão mais holística do desempenho geral dos países. 
Edição 2014 do Índice de Progresso Social 
 
“Até hoje, sempre se supôs que há uma relação direta entre crescimento 
econômico e bem-estar. No entanto, o Índice de Progresso Social mostra que nem todo 
crescimento econômico é igual. Embora um alto PIB per capita seja relacionado a 
 
 
 
17
 www.socialprogressimperative.org,. Sítio de internet em inglês. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
34 
progresso social, essa conexão está longe de ser automática. Com níveis similares de 
PIB, vemos que alguns países alcançam níveis de progresso social muito mais elevados 
que outros”, afirma Michael Porter (grifo nosso). 
 
2.3. Taxa de Câmbio 
A taxa de câmbio nominal é a proporção em que se troca duas moedas 
diferentes, por exemplo, o dólar e o real. Quando a taxa de câmbio sobe, a moeda 
nacional está se desvalorizando ou se depreciando. Obviamente, neste caso, a moeda 
estrangeira se valorizou. Por outro lado, quando a taxa de câmbio cai, vamos dizer que a 
moeda nacional está valorizada (apreciada) e a moeda estrangeira se desvalorizou. 
A taxa de câmbio é um dos preços mais importantes de uma economia, 
pois intermedeia as relações comerciais e financeiras de um país com o resto do mundo. 
Para os exportadores interessa uma taxa de câmbio o mais alta possível, pois assim 
aumentam as receitas em reais das exportações em dólares. Para os importadores, por 
outro lado, é interessante que o preçodo dólar seja o menor possível, pois assim suas 
despesas ficam menores. 
A escolha de uma determinada política cambial é de extrema 
importância. A taxa de câmbio é essencial para dar proteção contra produtos importados 
e também permitir que o consumidor tenha poder de compra. 
O sistema de câmbio fixo apresenta uma relação constante entre a troca 
de duas moedas. É estabelecido através de uma decisão governamental e a manutenção 
da taxa de câmbio é responsabilidade da autoridade monetária. Esta passa a atuar 
sempre que o mercado pressiona o mercado de câmbio. O governo deve atuar 
comprando ou vendendo moeda estrangeira para manter a taxa de câmbio fixa. 
Já o regime de flutuação cambial (ou câmbio perfeitamente flexível) 
apresenta uma relação livremente determinada pelo confronto entre oferta e demanda de 
divisas no mercado cambial. Na prática, significaria uma ausência de política cambial, 
onde a própria movimentação de capitais vai determinar a taxa de câmbio. Assim, por 
exemplo, se muitos dólares entram no Brasil a tendência da taxa de câmbio é cair. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
35 
Também é possível o regime de bandas cambiais. Nele a taxa de 
câmbio pode variar dentro de um limite pré-estabelecido pela autoridade monetária. É 
determinado uma taxa de câmbio que determina o ponto médio ou central da banda e 
uma amplitude, que é a variação acima ou abaixo do ponto central pela qual o Banco 
Central
18
 (Bacen) não irá intervir no mercado. 
Assim, por exemplo: O Bacen determina que a taxa média será de R$ 
1,95/Dólar e que a variação pode ser de R$ 0,05 para mais ou para menos. Quando a 
taxa de câmbio se aproximar de R$ 1,90/Dólar o Bacen vai comprar dólares e aumentar 
a taxa de câmbio. Por outro lado, se a taxa subir para próximo de R$ 2,00, o Bacen vai 
ter que vender dólares para pressionar o câmbio para baixo. 
1.3) Taxa de Câmbio, Balança Comercial e Aplicações Financeiras. 
Taxa de Câmbio e o resultado da Balança Comercial 
A mudança na taxa de câmbio pode baratear um produto importado ou 
tornar o produto nacional mais competitivo. Para entendermos esta relação vamos 
estudar dois exemplos. Inicialmente, vamos ver como a variação da taxa de câmbio 
influencia a exportação. Imaginemos um produtor nacional que exporta um produto 
qualquer. Ele produz mil unidades de um produto que é vendido no exterior por dez 
dólares. 
 
Primeiro exemplo: EXPORTADOR 
1º MOMENTO - R$2,00  US$1,00 
Quantidade (Q) =1000 produtos 
Preço no mercado externo (Pext)= US$ 10,00 
Receita em dólares (RUS$)= US$ 10.000,00 
 
 
 
18
 Banco Central do Brasil - BACEN - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, 
criada para ser o agente da sociedadae brasileira na promoção da estabilidade do poder de compra da 
moeda brasileira. Objetivos: zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais 
do País em nível adequado; estimular a formação de poupança em níveis adequados; zelar pela 
estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do Sistema Financeiro Nacional. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
36 
Receita em reais (RR$)= R$ 20.000,00 
Custo Total de Produção (CT)= R$ 15.000,00 
Sendo assim, o lucro do exportador será correspondente à receita em reais subtraída do 
valor do custo (RR$ – CT). Logo, tendo a receita R$ 20.000,00 e o custo R$ 15.000,00, o 
lucro será de R$ 5.000,00. 
 
Veremos agora duas possíveis variações: 
 
2º MOMENTO - R$ 1,00  US$ 1,00: 
Q=1000 produtos 
Pext= US$ 10,00 
RUS$= US$ 10.000,00 
RR$= R$ 10.000,00 
CT= R$ 15.000,00 
LUCRO (prejuízo): RR$ – CT = - 5.000,00 
 
Conclui-se ainda que, tendo uma queda na taxa de câmbio e por tanto a 
valorização da moeda nacional ocorreu um prejuízo para o exportador. Assim, com a 
taxa de câmbio mais baixa fica mais difícil a exportação. Isso impacta negativamente a 
Balança Comercial. 
 
3º MOMENTO - R$ 3,00  US$ 1,00 
Q= 1000 produtos 
Pext= US$ 10,00 
RUS$= US$ 10.000,00 
RR$= R$ 30.000,00 
CT= R$ 15.000,00 
LUCRO: RR$ – CT = 15.000,00 
Sendo assim, aumentando a taxa de câmbio, o lucro do exportador 
aumentará. Isso criará um incentivo à exportação que vai elevar os resultados da 
Balança Comercial do Brasil. Podemos concluir que, quando há uma alta na taxa de 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
37 
câmbio, há também um incentivo às exportações e vice-versa. Vejamos agora o que 
acontece com o importador, dadas as mesmas taxa de câmbio. 
------xxxxxx------ 
 
Segundo exemplo: IMPORTADOR 
 
Agora, vamos verificar o que acontece com um importador no caso de 
uma variação cambial. Supomos que um vendedor brasileiro importa laptops para 
vender no Brasil. Cada um deles custa (preço + imposto + frete), US$ 500,00 (Peua). O 
preço de venda no Brasil é de R$ 1.600,00 (PBR). 
 
1º MOMENTO - R$2,00  US$1,00 
Peua= US$ 500,00 
Custo em Reais (CR$)= R$1.000,00 
PBR=R$ 1.400,00 
LUCRO: R$ 400,00 (por unidade vendida) 
 
Veremos agora duas possíveis variações: 
 
2º MOMENTO - R$ 1,00  US$ 1,00: 
Peua = US$ 500,00 
CR$ = R$ 500,00 
PBR = R$1.400,00 
LUCRO: R$ 900,00 (por unidade vendida) 
Neste caso, com a queda da taxa de câmbio o vendedor de produtos 
importados teve um aumento no lucro. Isso pode provocar um crescimento da 
importação e pressionar negativamente a Balança Comercial. 
 
3º MOMENTO - R$ 1,00  US$ 3,00: 
Peua = US$ 500,00 
CR$ = R$ 1.500,00 
PBR = R$ 1.400,00 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
38 
LUCRO (prejuízo): - R$100,00 (por unidade vendida) 
 
Sendo assim, tendo a alta na taxa de câmbio e a consequente valorização 
do dólar e a desvalorização do real, verifica-se que não há lucro e a tendência é que se 
tenha prejuízo. Para o importador, um aumento de câmbio é muito ruim. Assim, a 
desvalorização do real tende a diminuir a importação. Isso pode ter um resultado 
benéfico para a Balança Comercial. 
OBS 01: Quanto mais desvalorizada a moeda nacional (taxa de câmbio alta), maior será 
a tendência de superávit. O contrário também se verifica. 
OBS 02: Sempre que houver uma rápida alta na taxa de câmbio, haverá uma tendência 
de inflação, independente do fato do produto ser totalmente nacional ou não. 
OBS 03: Quando a taxa de câmbio cai e as importações aumentam, a indústria nacional 
se vê prejudicada e há uma tendência de aumentar o desemprego. Por isso dizemos que 
“quando a importação aumenta, estamos exportando os empregos”. Se eu compro os 
produtos, obviamente, eu não produzo no Brasil, não necessitando mão-de-obra. Sendo 
assim, estimulo a geração de empregos no exterior. 
 
Taxa de Cambio e Resultado de aplicações Financeiras 
Agora vamos imaginar que um agente externo vai fazer uma aplicação 
financeira no Brasil, ou seja, vai colocar seu rico dinheirinho em uma aplicação 
qualquer que tenha uma taxa de juros fixa por mês. Apenas para facilitar nossas contas, 
imaginemos uma taxa de 10,0% ao mês (sei que a taxa é muito alta, mas o número serve 
para facilitar o nosso exemplo). 
O estrangeiro aplicou US$ 100,00 no Brasil. Para isso ele deve trocar 
seus Dólares por Reais. No dia em que le fez a aplicação vamos imaginar que a taxa de 
cambio é R$ 2,00 para cada US$ 1,00. 
Como a taxa de cambio vai impactar o resultado da aplicação? 
A) Se durante o mês da aplicação a taxa de cambio ficar estável, teremos: 
Capital inicial (CI) em Dólares: US$ 100,00 
Notas de aula– Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
39 
Capital inicial em Reais: R$ 200,00 
Taxa de juros fixa: 10,0%/mês. 
Resultados em Reais: R$ 220,00 
Resultado em Dólares: US$ 110,00 
Ganho real: 10,0% 
 
 
B) Se durante o mês da aplicação a taxa de cambio cair para R$ 1,00 para US$ 1,00. 
Capital inicial (CI) em Dólares: US$ 100,00 
Capital inicial em Reais: R$ 200,00 
Taxa de juros fixa: 10,0%/mês. 
Resultados em Reais: R$ 220,00 
Resultado em Dólares: US$ 220,00 (R$ 1,00 para US$ 1,00) 
Ganho real: 120,0% 
 
C) Se durante o mês da aplicação a taxa de cambio sobe para R$ 3,00 para US$ 1,00. 
Capital inicial (CI) em Dólares: US$ 100,00 
Capital inicial em Reais: R$ 200,00 
Taxa de juros fixa: 10,0%/mês. 
Resultados em Reais: R$ 220,00 
Resultado em Dólares: US$ 73,33 (R$ 3,00 para US$ 1,00) 
Ganho real: -26,67% 
 
Logo podemos afirmar que se há uma tendência de alta na taxa de 
cambio (depreciação da moeda nacional), teremos uma forte chance de ocorrer uma 
fuga/afastamento de capitais do país para evitar maiores prejuízos. Isso pode determinar 
uma deterioração da Conta de Capital do Balanço de Pagamentos. 
2.4. O Investimento e a Taxa de Juros. 
O termo investimento refere-se ao uso de recursos para ampliar a produção, 
modernizá-la, ou buscar melhorias e eficiência na atividade econômica. Investir é 
comprar máquinas ou equipamentos, contratar mão-de-obra, ampliar a planta 
construída, seja com um galpão novo, ampliando o prédio etc. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
40 
Erroneamente as aplicações financeiras são chamadas de investimento, quando 
na verdade são formas de poupança. Não é tecnicamente correto usar a expressão: 
investir em poupança. São conceitos divergentes, poupar é guardar dinheiro, sob 
qualquer forma. 
O aumento do investimento agregado vai gerar uma série de efeitos, dentre 
eles: 
a) aumento do PIB e da renda per capita; 
b) geração de empregos, excetuando os casos de investimento em tecnologia poupadora 
de mão-de-obra; 
c) melhora das expectativas sobre a economia; 
d) aumento das oportunidades para os jovens que ingressam no mercado de trabalho; 
e) modernização e recuperação do capital depreciado Ex: pintura das paredes. 
f) no que diz respeito a investimento público, um aumento pode gerar melhoria nos 
serviços e na infra-estrutura. 
 O investimento depende sempre da expectativa de lucro que o 
empresário possui. A expectativa é tão importante porque o investimento é feito no 
presente e o empresário precisa acredita que o lucro virá no futuro. É o retorno, ou a 
possibilidade de lucro, que vai mover o empresário a investir. 
 Alguns itens podem favorecer o aumento do investimento 
agregado. Eles vão atuar criando expectativas favoráveis à condução dos negócios e à 
obtenção dos lucros. 
 Estabilidade política e institucional, ou seja, manutenção da democracia, das 
instituições. Se isso não ocorrer, o Estado passa insegurança à sociedade e está 
perde o horizonte de planejamento. 
 Estabilidade no ordenamento jurídico, com claros marcos regulatórios. Não é 
recomendado mudar constantemente as leis, alterando as regras do jogo, sem aviso 
ou necessidade. O empresário tem um gasto enorme de tempo e de dinheiro para 
tentar acompanhar todas as mudanças. Isso ocorre principalmente com relação às 
leis trabalhistas, tributárias, de direito econômico, etc; 
 Política monetária (taxa de juro e nível de oferta de crédito) e Política Fiscal 
(tributos) que desonere o empresário e incentive o investimento, a geração de 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
41 
emprego e de renda. Quanto maior a taxa de juros e os tributos, menor será o nível 
de investimento levado a cabo pelos empresários. Além disso, os consumidores vão 
evitar os financiamento nas compras a crédito, como veículos, por exemplo. 
 Melhorias na educação; 
 Melhoria na infraestrutura de transportes, distribuição de energia elétrica, 
telecomunicações, etc. Se não tiver água, conexão na internet contínua, luz sem 
quedas e etc. para que uma empresa possa funcionar sem problemas, a região não 
vai atrair investimentos. 
 É necessário que haja um clima de otimismo e que reflita a possibilidade de 
crescimento econômico (estamos abertos para negócios)
19
; 
 Credibilidade internacional e política de apoio e incentivo a exportação; 
 Fortalecimento do mercado interno com bons níveis de emprego e renda. Criação de 
mercado interno através da geração de emprego. Empregos geram renda, assim 
como renda gera consumo. O empresário precisa vender, logo, precisa de um forte 
mercado interno. 
 Baixa inflação; 
 
Expectativas e incertezas 
Na nossa vida ninguém tem antevisão perfeita do futuro
20
. Isso pode ser 
visto quando no primeiro dia de aula você se depara com um professor que explica, 
aparentemente, bem a matéria (que parece ser interessante) e é simpático com os alunos. 
Isso vai gerar uma expectativa de que o curso será bom e que o semestre será agradável 
e proveitoso. Porém isso é só uma expectativa, pois o futuro é sempre incerto. 
Em economia o mesmo pode ocorrer. Um determinado ambiente 
econômico pode se mostrar mais favorável e gerar expectativas de que a economia vai 
 
 
 
19
 Ex: 11 de setembro de 2001. Os investidores poderiam ficar com medo de que seus investimentos 
fossem destruídos por ataques terroristas. O prefeito de NY Rudolph Juliani, foi ao famoso e tradicional 
programa Saturday Night Live e após as homenagens e discursos emocionados, fez questão de dizer a 
frase “We are open to business”. A intenção era evitar um clima de pessimismo e mostrar que a economia 
girava normalmente sua engrenagem. 
20
 Mesmo que alguns charlatões tentem vender previsões para aquelas pessoas menos informadas. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
42 
crescer e que os negócios serão lucrativos. Neste caso temos expectativas positivas 
sobre o futuro. 
Outra situação pode gerar um quadro de insegurança com aumento das 
incertezas sobre o futuro, dificultando o planejamento ou apontando um futuro difícil 
devido a problemas que são esperados graças as nossas expectativas. 
Num quadro de boas expectativas o empresário vai investir para tentar 
aproveitar o bom momento que (supostamente) ira ocorrer. Isso vai gerar empregos, 
aumentar a produção etc. Também o consumidor vai gastar mais e a economia vai 
crescer. 
Porém num quadro de expectativas negativas os agentes econômicos vão 
tomar uma posição conservadora e não arriscar investir/gastar, pois não há grandes 
possibilidades de retorno. É o que chamamos de preferência pela liquidez, pois as 
pessoas e empresas vão optar por ativos líquidos e fugir de opções que demorem em dar 
retorno e que apresentem dificuldade de resgate. É melhor esperar a crise passar e o 
futuro ficar previsível e apresentar melhores perspectivas. 
Podemos resumir os fatores que elevam o nível de incerteza, gerando 
expectativas negativas: 
 Alteração sistemática das leis que atuam diretamente sobre a economia (Leis 
Trabalhista, tributárias etc. ); 
 Elevada inflação; 
 Deterioração das contas públicas; 
 Condições adversas das contas nacionais; 
 Insegurança no mercado internacional; 
 
São consequências: 
 Diminuição do investimento; 
 Aumento do desemprego; 
 Recessão; 
 Preferência por ativos líquidos, normalmente encontrados no mercado financeiro. 
Notas de aula – Introdução à Economia II - Macroeconomia 
 
 
 
 
 
43 
2.5. Inflação

Outros materiais