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02 manual c 100 10 logistica militar terrestre

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2ª Edição
2003
C 100-10
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
Manual de Campanha
LOGÍSTICA MILITAR
TERRESTRE
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO
Manual de Campanha
LOGÍSTICA MILITAR
TERRESTRE
2ª Edição
2003
C 100-10
CARGA
EM.................
Preço: R$
PORTARIA Nº 125-EME, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003
Aprova o Manual de Campanha C 100-10 - Logística
Militar Terrestre, 2ª Edição, 2003.
O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da atribuição que
lhe confere o artigo 113 das IG 10-42 - INSTRUÇÕES GERAIS PARA A
CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS ADMINISTRATIVOS NO
ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército
nº 041, de 18 de fevereiro de 2002, resolve:
Art. 1º Aprovar o Manual de Campanha C 100-10 - LOGÍSTICA MILITAR
TERRESTRE, 2ª Edição, 2003, que com esta baixa.
Art. 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua
publicação.
Art. 3º Revogar o Manual de Campanha C 100-10 - LOGÍSTICA
MILITAR TERRESTRE, 1ª Edição, 1993, aprovado pela Portaria Nº 066-EME, de
30 de setembro de 1993.
NOTA
Solicita-se aos usuários deste manual de campanha a
apresentação de sugestões que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou
que se destinem à supressão de eventuais incorreções.
As observações apresentadas, mencionando a página, o
parágrafo e a linha do texto a que se referem, devem conter comentários
apropriados para seu entendimento ou sua justificação.
A correspondência deve ser enviada diretamente ao EME, de
acordo com o artigo 108 Parágrafo Único das IG 10-42 - INSTRUÇÕES
GERAIS PARA A CORRESPONDÊNCIA, AS PUBLICAÇÕES E OS ATOS
ADMINISTRATIVOS NO ÂMBITO DO EXÉRCITO, aprovadas pela Portaria
do Comandante do Exército nº 041, de 18 de fevereiro de 2002.
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Prf Pag
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
ARTIGO I - Generalidades ........................................ 1-1 e 1-2 1-1
ARTIGO II - Evolução da Logística ............................. 1-3 e 1-4 1-2
CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA MILITAR
ARTIGO I - Conceitos Básicos ................................. 2-1 a 2-5 2-1
ARTIGO II - Princípios Básicos .................................. 2-6 e 2-7 2-2
ARTIGO III - Fases da Logística ................................. 2-8 a 2-11 2-3
ARTIGO IV - Logística Combinada .............................. 2-12 2-6
ARTIGO V - Interação da Logística com a Mobilização. 2-13 2-7
CAPÍTULO 3 - SISTEMA LOGÍSTICO MILITAR TERRESTRE
ARTIGO I - Sistema Logístico ................................... 3-1 a 3-3 3-1
ARTIGO II - Formas de Apoio Logístico e Situações
de Comando ........................................... 3-4 e 3-5 3-3
CAPÍTULO 4 - ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL E
ORGANIZAÇÃO DA LOGÍSTICA
ARTIGO I - Concepção Geral .................................... 4-1 4-1
ARTIGO II - Organização Territorial ............................ 4-2 a 4-9 4-1
Prf Pag
ARTIGO III - Logística Estratégica .............................. 4-10 a 4-12 4-5
ARTIGO IV - Logística Operacional ............................. 4-13 e 4-14 4-7
ARTIGO V - Logística Tática ...................................... 4-15 e 4-16 4-11
CAPÍTULO 5 - PLANEJAMENTO LOGÍSTICO
ARTIGO I - Introdução ............................................... 5-1 a 5-4 5-1
ARTIGO II - Planejamento Logístico Estratégico ........ 5-5 a 5-7 5-3
ARTIGO III - Planejamento Logístico Operacional ....... 5-8 e 5-9 5-6
ARTIGO IV - Planejamento Logístico Tático ................ 5-10 a 5-12 5-8
CAPÍTULO 6 - FUNÇÃO LOGÍSTICA RECURSOS HUMANOS
ARTIGO I - Introdução ............................................... 6-1 e 6-2 6-1
ARTIGO II - Controle de Efetivos ................................ 6-3 a 6-5 6-2
ARTIGO III - Recompletamento ................................... 6-6 a 6-9 6-6
ARTIGO IV - Serviço Militar e Mobilização de Pessoal 6-10 a 6-12 6-13
ARTIGO V - Repouso, Recuperação e Recreação ...... 6-13 a 6-16 6-14
ARTIGO VI - Suprimento Reembolsável ....................... 6-17 e 6-18 6-16
ARTIGO VII - Assistência Religiosa ............................. 6-19 e 6-20 6-17
ARTIGO VIII - Assistência Social .................................. 6-21 6-17
ARTIGO IX - Serviço Postal ........................................ 6-22 e 6-23 6-18
ARTIGO X - Serviço de Banho e Lavanderia ............... 6-24 6-18
ARTIGO XI - Sepultamento ......................................... 6-25 a 6-30 6-19
ARTIGO XII - Mão-de-Obra Civil ................................... 6-31 a 6-36 6-22
CAPÍTULO 7 - FUNÇÃO LOGÍSTICA SAÚDE
ARTIGO I - Introdução ............................................... 7-1 7-1
ARTIGO II - Atividades da Função Logística Saúde ... 7-2 a 7-6 7-2
ARTIGO III - Suprimento e Manutenção de Material de
Saúde ..................................................... 7-7 e 7-8 7-4
Prf Pag
ARTIGO IV - Organização do Apoio de Saúde ............. 7-9 a 7-11 7-5
ARTIGO V - Dados Técnicos e Principios Básicos de
Saúde ..................................................... 7-12 a 7-14 7-7
ARTIGO VI - Inteligência em Saúde e Biossegurança . 7-15 a 7-17 7-9
CAPÍTULO 8 - FUNÇÃO LOGÍSTICA SUPRIMENTO
ARTIGO I - Introdução ............................................... 8-1 a 8-3 8-1
ARTIGO II - Sistema de Suprimento .......................... 8-4 a 8-6 8-3
ARTIGO III - Levantamento das Necessidades............ 8-7 e 8-8 8-6
ARTIGO IV - Obtenção ................................................ 8-9 a 8-11 8-11
ARTIGO V - Distribuição ............................................ 8-12 8-14
ARTIGO VI - Controle .................................................. 8-13 e 8-14 8-17
ARTIGO VII - Normas Aplicáveis às Diferentes Classes
de Suprimento ........................................ 8-15 a 8-20 8-19
ARTIGO VIII - Diversos .................................................. 8-21 a 8-23 8-23
CAPÍTULO 9 - FUNÇÃO LOGÍSTICA MANUTENÇÃO
ARTIGO I - Introdução ............................................... 9-1 a 9-4 9-1
ARTIGO II - Atividades e Técnicas da Função Logísti-
ca Manutenção ....................................... 9-5 a 9-7 9-3
ARTIGO III - Categorias e Escalões de Manutenção ... 9-8 a 9-10 9-7
ARTIGO IV - Responsabilidade pela Manutenção no
Exército .................................................. 9-11 a 9-13 9-10
ARTIGO V - Princípios e Normas Gerais de Manutenção. 9-14 e 9-15 9-13
ARTIGO VI - Interação das Funções Logísticas Manu-
tenção e Suprimento ............................... 9-16 e 9-17 9-15
ARTIGO VII - Interação das Funções Logísticas Manu-
tenção e Salvamento .............................. 9-18 e 9-19 9-16
Prf Pag
CAPÍTULO 10 - FUNÇÃO LOGÍSTICA TRANSPORTE
ARTIGO I - Introdução ............................................... 10-1 a 10-6 10-1
ARTIGO II - Transporte Rodoviário ............................. 10-7 a 10-9 10-5
ARTIGO III - Transporte Ferroviário ............................. 10-10 e 10-11 10-7
ARTIGO IV - Transporte Dutoviário .............................. 10-12 e 10-13 10-8
ARTIGO V - Transporte Aquaviário ............................... 10-14 a 10-17 10-8
ARTIGO VI - Transporte Aéreo ..................................... 10-18 e 10-1910-10
ARTIGO VII - Terminais de Transporte ........................... 10-20 a 10-2210-12
ARTIGO VIII - Áreas de Estacionamento, Áreas de
Trânsito e Pontos de Baldeação ............... 10-23 e 10-2410-14
ARTIGO IX - Cargas .................................................... 10-25 a 10-2810-15
CAPÍTULO 11 - FUNÇÃO LOGÍSTICA ENGENHARIA
ARTIGO I - Introdução ............................................... 11-1 a 11-4 11-1
ARTIGO II - Atividades da Função Logística Engenha-
ria ........................................................... 11-5 a 11-13 11-6
ARTIGO III - Imóveis ................................................... 11-14 11-7
CAPÍTULO 12 - FUNÇÃO LOGÍSTICA SALVAMENTO ... 12-1 a 12-3 12-1
CAPÍTULO 13- SEGURANÇA DE ÁREA DE RETAGUARDA
ARTIGO I - Introdução ............................................... 13-1 a 13-4 13-1
ARTIGO II - Defesa de Área de Retaguarda ............... 13-5 a 13-7 13-4
ARTIGO III - Controle de Danos .................................. 13-8 a 13-12 13-6
1-1
C 100-10
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
ARTIGO I
GENERALIDADES
1-1. FINALIDADE
a. O presente manual de campanha destina-se a orientar o planejamento
e a execução do apoio logístico à Força Terrestre (F Ter) em qualquer situação.
b. Também serve de base para a elaboração de outras publicações das
séries de manuais de campanha do Exército. Abrange os aspectos básicos da
logística, deixando os detalhes sobre esta para outros manuais específicos.
1-2. CONSIDERAÇÕES BÁSICAS
a. Por sua atuação na solução de complexos problemas de apoio às forças
militares, a logística adquiriu posição de relevo no quadro das operações. Em várias
oportunidades, a logística, mais do que outros sistemas operacionais, foi o fator
determinante de vitórias e derrotas, evidenciando que o resultado final das ope-
rações é claramente influenciado por ela e pela capacidade de melhor executá-la.
b. Todo e qualquer planejamento logístico, independentemente do escalão
e do nível de abrangência, deve ter como premissa básica a sua factibilidade,
fundamentada na existência de meios reais ou passíveis de mobilização, dentro
das condições de tempo e espaço delimitadas naquele planejamento.
c. A capacidade logística atual deve ser a necessária e suficiente para
apoiar o pronto emprego de tropas para enfrentar uma situação emergencial. Será,
necessariamente, complementada por mobilização para o apoio a operações de
maior duração e/ou envergadura.
C 100-10
1-2
ARTIGO II
EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
1-3. CONSIDERAÇÕES GERAIS
a. Três possíveis significados do termo logística, embora surgidos em
tempos e lugares distintos, complementam-se e dão sentido à definição contem-
porânea. O primeiro vem da GRÉCIA antiga, onde “logistikos” significava habilida-
de em calcular. Mais tarde, “logista” era o termo em latim, empregado nos impérios
romano e bizantino com o significado de administrador. Mais recentemente, a
expressão francesa “mar chal des logis”, estabelecida a partir do reinado de LUIS
XIV, designava a autoridade responsável por prover as facilidades de alojamento,
fardamento e alimentação nas tropas, nos acampamentos e marchas.
b. Se a origem do termo é controversa, é certo que o homem nunca
prescindiu de uma estrutura de apoio à sua subsistência, seja nas jornadas de
descobrimento ou nas guerras que marcaram a história da humanidade. Desde os
primórdios, quando cada soldado provia suas próprias necessidades, valendo-se
geralmente dos saques e pilhagens, até a atualidade, onde sofisticadas estruturas
de pessoal e equipamentos dão suporte ao combatente na linha de frente,
construiu-se uma verdadeira ciência, responsável por prever e prover os meios
necessários a qualquer empreendimento.
c. A noção de um sistema de apoio logístico (Ap Log) regular e organizado
vem da SUÉCIA, onde, entre 1611 e 1632, o Rei GUSTAVO ADOLFO reestruturou
suas forças, modernizando sua organização com a criação de comboios de
elementos de suprimento e manutenção para o Ap Log - os chamados “trens” - que
contavam com medidas especiais de proteção.
d. O termo logística, como idéia de ciência de guerra, surgiu na obra do
estrategista militar ANTOINE HENRI JOMINI, em 1836. Segundo ele, “a Logística
é tudo ou quase tudo, no campo das atividades militares, exceto o combate”.
e. Foi no século XX, no entanto, que as atividades logísticas tomaram
grande impulso, em virtude da permanente evolução dos aspectos doutrinários, do
material, do equipamento, do armamento, dos sistemas de transporte, dos
serviços e da capacitação técnica dos recursos humanos. Dois grandes conflitos
armados são marcos referenciais para as atividades logísticas, nesse período: a
2ª Guerra Mundial e a Guerra do GOLFO. O primeiro, pela sua globalidade,
projetou o apoio logístico no quadro internacional. O segundo, por sua localização
e pelas características especiais do ambiente operacional, exigiu da logística um
complexo planejamento e uma execução eficaz, com a utilização das mais
avançadas técnicas de administração contemporânea.
1-3
1-3
C 100-10
1-4. EVOLUÇÃO DOUTRINÁRIA DA LOGÍSTICA NO EXÉRCITO
a. A estrutura logística estabelecida no País nos três primeiros séculos de
nossa história era incipiente, formada basicamente pela lendária Casa do Trem,
mais tarde Arsenal do Trem, pelo Real Hospital Militar e Ultramar, hoje Hospital
Central do Exército, ambos sediados no RIO DE JANEIRO e uns poucos
hospitais, instalados na BAHIA, SÃO PAULO e RIO GRANDE DO SUL. O
provimento de fardamento era encargo do comandante, que recebia recursos do
erário real. Para a alimentação, a tropa recebia as soldadas - origem do termo
soldo - e com elas deviam abastecer-se dos gêneros de subsistência.
b. Mesmo com a vinda da família real em 1808 e com a independência em
1822, foram poucos os avanços no campo da logística. Criaram-se a Real Junta
de Arsenais do Exército, o Comissariado Militar e o Quartel-Mestre General, todos
órgãos de execução, com encargos de provimento do material necessário às
forças armadas, fosse de intendência, munição, armas, animais ou carretas.
Entretanto, ainda não havia órgãos que coordenassem as principais funções da
Logística.
c. Só após a Proclamação da República, aparecem os primeiros registros
de alterações na estrutura da logística militar terrestre. Em 1896, foi criada a
Intendência Geral da Guerra, em substituição ao Quartel-Mestre General, com
encargos de direção, gestão e execução, nas áreas financeira e de provimento.
Nessa época, o apoio à F Ter, no território nacional, foi dividido pelas Regiões
Militares (RM), que passaram a gerenciar a logística para as unidades militares
da sua circunscrição.
d. Em 1919, chega ao BRASIL a Missão Militar Francesa que, entre outras
realizações, teve participação efetiva no desenvolvimento da logística militar
terrestre. Os oficiais franceses, em razão da experiência adquirida na 1ª GM,
estavam categorizados a exportar sua doutrina militar, na qual se destacava a
importância do suprimento, do abastecimento e do apoio de toda ordem. O
Ministro da Guerra da época, o engenheiro PANDIÁ CALÓGERAS, além de
convidar a Missão Francesa, determinou a criação de depósitos, hospitais
militares e parques de manutenção nas guarnições militares de maior importân-
cia, conforme os estudos estratégicos daquele período.
e. Em 1920, foi criado o Serviço de Intendência que tinha por missão
organizar, dirigir e executar os serviços de subsistência, fardamento, equipamen-
to, acampamento, combustível, iluminação e alojamento dos efetivos.
f. Quando o BRASIL declarou guerra às nações do Eixo em 1942, o
aprestamento da Força Expedicionária Brasileira, ainda em território brasileiro,
durou cerca de um ano e meio e resultou em mudanças significativas para a
Logística e para a Mobilização Nacional. A partir de então, adotou-se uma
estrutura logística semelhante à dos norte-americanos.
g. Em 1959, foi criado o Quadro de Material Bélico com o objetivo de reunir,
num só quadro, todos os oficiais que exerciam atividades voltadas à pesquisa, ao
estudo, à fabricação, à recuperação, ao armazenamento e à manutenção do
1-4
C 100-10
1-4
material de guerra química, instrumentos e equipamentos de observação e de tiro,
viaturas, combustíveis e lubrificantes.
h. Com a criação da Intendência, em 1920, e do Material Bélico, em 1959,
a improvisação e o empirismo, que caracterizavam o apoio logístico, foram sendo
substituídos pela experimentação científica e o acompanhamento doutrinário.
i. O desenvolvimento industrial brasileiro, na segunda metade do século XX,
permitiu a adoção de uma logística militar terrestrede cunho eminentemente
nacional. Para isso, passaram a ser desenvolvidos no País, materiais de emprego
militar e mudaram-se as estruturas e concepções logísticas, tornando-as coeren-
tes com a modernização da doutrina de emprego da F Ter.
j. Os marcos desse período são a criação da Indústria de Material Bélico
do Brasil (IMBEL), do Departamento Geral de Serviços (DGS) e do Departamento
de Material Bélico (DMB) e, no início dos anos 70, dos batalhões logísticos, em
substituição às companhias de manutenção, médias e leves.
l. O Manual C100-10 APOIO ADMINISTRATIVO, aprovado em 1977, definia
seu objeto como o sendo “o conjunto das atividades nos campos do pessoal, da
logística e dos assuntos civis..." Considerava atividades da logística militar
aquelas relativas à previsão e provisão de meios materiais e serviços necessários
às Forças Armadas, nos campos da saúde, do suprimento, da manutenção, da
construção e do transporte.
m. Ao contrário de manuais anteriores, não se reportou à organização dos
serviços técnicos e administrativos para a execução do apoio, detendo-se na
organização territorial e na organização para o apoio administrativo no Teatro de
Operações (TO) e listando a divisão do TO e a constituição dos diversos comandos
administrativos, com os respectivos encargos.
n. Em 1986, o SIPLEx-4 (Concepção Estratégica do Exército) estabeleceu
novo enfoque para a logística, com a criação do Comando Logístico (COLOG) na
Zona do Interior e do Comando Logístico e de Mobilização do Núcleo Central
(CLMNC), além dos Cmdo ZA e Distritos Logísticos.
o. Pouco depois, novos estudos resultaram na adoção da Organização
Básica do Exército (OBE), de 1988, segundo a qual deixava de existir o Apoio
Administrativo e era adotada uma nova definição de Logística, apresentada, então,
com novas estruturas, dentro de uma visão sistêmica. Nesse conceito, o Sistema
Logístico passou a ser constituído pelos subsistemas Comando Logístico,
Logística Organizacional e Logística Operacional.
p. Para atualizar a doutrina e a estrutura preconizadas pelo C100-10 APOIO
ADMINISTRATIVO, edição 1977, às mudanças implementadas pela OBE/88,
entrou em vigor o Manual de Campanha C 100-10 LOGÍSTICA MILITAR TERRES-
TRE, edição 1993, que teve como diretriz geral organizar o “apoio logístico
condicionado aos meios existentes, aos passíveis de rápida mobilização para os
planejamentos de emergência, bem como os de potencial mobilização, para o
planejamento normal de médio e longo prazos”.
1-4
1-5
C 100-10
q. Coerente com a definição de logística adotada a partir de 1988, as
atividades da função logística operacional passaram a ser Saúde, Suprimento,
Manutenção, Construção, Transporte e Pessoal. Essa versão substituiu com
vantagens a anterior, enfeixando o ciclo de manuais dessa série e tornando-se
um marco no pensamento doutrinário de Logística da Força Terrestre.
r. No final do século XX, como resposta às necessidades de integração e
racionalização dos meios logísticos, o Exército Brasileiro extinguiu o DMB e o
DGS e criou o Departamento Logístico (D Log), que passou a gerenciar, de forma
centralizada, as funções logísticas Suprimento, Manutenção e Transporte e
unificou a atividade de mobilização de material e serviços.
s. O CLMNC também foi extinto, em conseqüência da desconcentração da
base industrial nacional e do papel que passou a representar como elo centralizador,
hoje não mais necessário na cadeia de apoio logístico.
t. Nessa mesma época, o advento do Ministério da Defesa (MD) trouxe
importantes reflexos para as Forças Armadas. No tocante à logística, os manuais
editados pelo MD foram básicos para o alinhamento da doutrina no âmbito do
emprego das forças em operações combinadas.
u. A presente versão do C100-10 LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE tem
justamente o propósito de adaptar-se a tais mudanças, tendo como cenários a
atual conjuntura do País e as novas características dos conflitos, que tornam
obsoleta a concepção do apoio logístico baseada numa lenta transição da
situação de paz para a de guerra. Traz, enfim, uma doutrina e um sistema de apoio
adequados às possibilidades da F Ter e que atende suas reais necessidades,
tanto na paz como na guerra.
1-4
2-1
C 100-10
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA MILITAR
ARTIGO I
CONCEITOS BÁSICOS
2-1. LOGÍSTICA MILITAR
Conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão de recursos
humanos, materiais e animais, quando aplicável, e dos serviços necessários à
execução das missões das FA.
2-2. LOGÍSTICA MILITAR TERRESTRE
Conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão de meios neces-
sários ao funcionamento organizacional do Exército e às operações da F Ter.
2-3. FUNÇÃO LOGÍSTICA
a. É a reunião, sob uma única designação, de um conjunto de atividades
logísticas afins, correlatas ou de mesma natureza.
b. São 7 (sete) as funções logísticas: Recursos Humanos, Saúde, Supri-
mento, Manutenção, Transporte, Engenharia e Salvamento.
2-4. ATIVIDADE LOGÍSTICA
É um conjunto de tarefas afins, reunidas segundo critérios de relacionamen-
to, interdependência ou de similaridade.
C 100-10
2-2
2-5. TAREFA LOGÍSTICA
É um trabalho específico e limitado no tempo, que agrupa passos, atos ou
movimentos interligados segundo uma determinada seqüência e visando à
obtenção de um resultado definido.
ARTIGO II
PRINCÍPIOS BÁSICOS
2-6. GENERALIDADES
Os princípios constituem um conjunto de preceitos que devem ser obser-
vados no planejamento e na execução das funções logísticas.
2-7. PRINCÍPIOS BÁSICOS
a. Objetivo - É o efeito final desejado e é definido, normalmente, na missão.
Ele é fundamental. Sem um objetivo claramente definido, haverá o risco de os
demais princípios tornarem-se sem sentido e de obscurecer a finalidade para dar
ênfase ao emprego dos meios.
b. Continuidade - É o encadeamento ininterrupto de ações, assegurando
uma seqüência lógica para as fases do trabalho.
c. Controle - É o acompanhamento da execução das atividades decorren-
tes do planejamento, no sentido de permitir correções e realimentações, a fim de
atingir o propósito estabelecido, com o sucesso desejado.
d. Coordenação - É a conjugação de esforços, de modo harmônico, de
elementos distintos e mesmo heterogêneos, com missões diversas, para a
consumação de um mesmo fim.
e. Economia de meios - É a busca do máximo rendimento, por intermédio
do emprego eficiente, racional e judicioso dos meios disponíveis. Não implica
economia excessiva, mas distribuição adequada dos meios disponíveis, elegen-
do-se como prioritário o apoio na área da ação principal.
f. Flexibilidade - É a possibilidade de adoção de soluções alternativas,
ante a mudança de circunstâncias.
g. Interdependência - É a dependência recíproca que a Log mantém com
a Estratégia e a Tática.
FUNÇÃO LOGÍSTICA ⇒⇒⇒⇒⇒ ATIVIDADES LOGÍSTICAS ⇒⇒⇒⇒⇒ TAREFAS
2-5/2-7
2-3
C 100-10
h. Objetividade - É a identificação clara das ações que devem ser
realizadas e a determinação precisa dos meios necessários à sua concretização.
i. Oportunidade - É o condicionamento da previsão e da provisão dos
meios ao fator tempo, a fim de que as necessidades possam ser atendidas de
forma adequada.
j. Prioridade - É a prevalência do principal sobre o secundário ou acessório.
I. Segurança - É a garantia do pleno desenvolvimento dos planos elabora-
dos, a despeito de quaisquer óbices. Consiste nas medidas necessárias para
evitar a surpresa, a observação, a sabotagem, a espionagem e a inquietação, a
fim de assegurar a liberdade de ação do comandante. Não implica precaução
exagerada, nem evitar o risco calculado.
m. Simplicidade - É o uso da linha de ação mais simples e adequada ao
desenvolvimento das atividades Log, de modo a serem compreendidas e execu-
tadas com facilidade.
n. Unidade de comando - É a existência de autoridade e programa únicos
para um conjunto de operaçõescom a mesma finalidade. Uma eficiente unidade
de comando requer uma cadeia de comando bem definida, com precisa e nítida
divisão de responsabilidades, um sistema de comunicações adequado e uma
doutrina logística bem compreendida, aceita e praticada pelos comandantes em
todos os níveis.
ARTIGO III
FASES DA LOGÍSTICA
2-8. GENERALIDADES
A Logística Militar, de uma forma abrangente, pode ser dividida em três
fases, relacionadas entre si, que organizam toda a sistemática de trabalho, a fim
de possibilitar o adequado apoio logístico. Essas fases são denominadas:
determinação das necessidades, obtenção e distribuição.
2-9. DETERMINAÇÃO DAS NECESSIDADES
a. A determinação das necessidades decorre do exame pormenorizado dos
planos propostos e, em particular, das ações e operações previstas, definindo o
quando, em que quantidade, com que qualidade e em que local deverão estar
disponíveis os recursos necessários. A importância desta fase é ressaltada pela
complexidade a ela inerente e por constituir-se na base em que se assentarão as
fases subseqüentes.
b. A logística visa, essencialmente, ao atendimento das necessidades.
Quando se evidencia uma impossibilidade desse atendimento no prazo solicitado,
2-7/2-9
C 100-10
2-4
torna-se necessária uma reformulação dos planos. Daí decorre que a determina-
ção das necessidades deverá ser considerada desde as fases iniciais de
planejamento e constantemente revista, corrigida e reavaliada, para caracterizar
a exeqüibilidade das ações ou operações a empreender, compatibilizando a
estratégia e a tática à capacidade logística disponível e aos recursos mobilizáveis.
c. Nos altos escalões, para fins de planejamento, a determinação das
necessidades poderá ser baseada na análise de dados gerais, sendo expressas
em termos amplos. Por outro lado, nos escalões encarregados do apoio, a
responsabilidade pela execução imporá que a determinação das necessidades
seja baseada em dados pormenorizados.
d. As necessidades de recursos humanos, materiais e animais e dos
serviços podem ser classificadas, de acordo com a finalidade, em:
(1) iniciais - Para completar as dotações das organizações e para
constituir os diferentes níveis de suprimento necessários ao início das operações;
(2) recompletamento e manutenção - Para a reposição das dotações de
pessoal e material das organizações e dos níveis de estoque para a manutenção
do esforço;
(3) reserva - Para o atendimento de determinadas situações, como as de
emergência, e ao atendimento de fins específicos, como o equipamento de novas
organizações militares ou das que chegarão à área de conflito sem o respectivo
equipamento; e
(4) fins especiais - São as destinadas ao atendimento das necessidades
que não constam das dotações normais, mas que são imprescindíveis para o
cumprimento de determinadas missões especiais, tais como: apoio à população
civil, apoio às forças em trânsito, apoio a outras forças e forças aliadas e apoio a
operações especiais ou sob condições especiais.
2-10. OBTENÇÃO
a. Obtenção é a fase em que são identificadas as fontes e tomadas as
medidas para a aquisição dos recursos e serviços necessários.
b. A obtenção dos recursos humanos dar-se-á, dentre outros, por intermé-
dio de um dos seguintes métodos: movimentação, concurso, formação, convoca-
ção, treinamento, mobilização e recrutamento. Em casos excepcionais, a
obtenção poderá ser efetivada por meio de contratação.
c. A obtenção de recursos materiais e animais e de serviços dar-se-á, dentre
outros, por intermédio de um dos seguintes métodos:
(1) doação - É a concessão, de forma gratuita, de materiais, animais ou
serviços;
(2) compra - É a aquisição de bens, cedidos voluntariamente pelo
proprietário mediante pagamento de importância ajustada, à vista ou a prazo;
(3) contratação de serviço - É a formalização da prestação de um
determinado serviço, a ser pago em dinheiro;
2-9/2-10
2-5
C 100-10
(4) confisco - É a apropriação sumária e de forma controlada, em caráter
punitivo, de materiais, animais ou serviços, sem o devido pagamento, para
utilização militar;
(5) contribuição - É um tributo, periódico ou eventual, voluntário ou
compulsório, visando a um determinado fim militar, podendo ou não comportar
ressarcimento posterior;
(6) pedido - É a solicitação formal a um órgão da cadeia logística de
materiais, animais ou serviços, segundo normas específicas;
(7) requisição - É a imposição do fornecimento de materiais, animais ou
serviços, mediante ordem escrita e assinada por autoridade competente, sendo
o pagamento, normalmente, realizado posteriormente;
(8) desenvolvimento - É a especificação, o projeto, o teste e a produção
dirigidos ao atendimento de uma necessidade específica;
(9) troca - É a aquisição de bens e serviços cedidos, voluntariamente,
mediante ressarcimento por meio de outros bens e serviços;
(10) empréstimo - É a aquisição de bens cedidos, voluntariamente, pelo
proprietário, sem ônus para o utilizador, que deverão ser restituídos ao mesmo
após cessadas as necessidades de sua utilização, no mínimo, no estado em que
se encontravam ao serem emprestados;
(11) arrendamento mercantil (“leasing”) - É a operação na qual uma das
partes cede o uso de um ou mais bens, mediante o pagamento pela outra de
prestações periódicas, sendo usual que, ao final do contrato, o arrendatário tenha
opção de compra dos bens; e
(12) transferência - É o remanejamento de materiais ou animais entre
organizações militares.
d. Para efeitos de planejamento, devem ser levadas em consideração a
existência e a destinação de material salvado e capturado.
(1) material salvado é todo material, utilizado pelas nossas forças ou por
forças aliadas, encontrado em situação de abandono no campo de batalha,
suscetível de ser utilizado para suas finalidades (com ou sem reparação prévia),
ou ser aproveitado como sucata.
(2) material capturado é qualquer tipo de suprimento, utilizado pelas
forças armadas inimigas, que nossas forças venham a capturar ou a encontrar no
campo de batalha.
e. Na obtenção de recursos materiais, devem ser consideradas as exigên-
cias de padronização. Entende-se como padronização o uso mais eficiente
possível dos meios de catalogação, pesquisa, desenvolvimento, produção e
gerenciamento, de modo a assegurar:
(1) equipamentos, armamentos, componentes e itens de suprimento
comuns, compatíveis ou intercambiáveis;
(2) procedimentos operacionais, administrativos e logísticos comuns ou
compatíveis; e
(3) critérios e procedimentos técnicos comuns ou compatíveis.
2-10
C 100-10
2-6
2-11. DISTRIBUIÇÃO
a. A distribuição consiste em fazer chegar aos usuários, oportuna e
eficazmente, todos os recursos fixados pela determinação das necessidades.
b. A distribuição dos recursos materiais pode compreender o recebimento,
o armazenamento, o transporte e a entrega.
c. A organização de um eficiente sistema de distribuição exige o conheci-
mento, dentre outros fatores, da situação operacional em curso, dos planos para
as operações futuras, da disponibilidade e localização de recursos e das
necessidades dos usuários.
d. Entre a obtenção e a distribuição, há uma certa intermutabilidade de
conceitos, segundo o escalão em que se realiza a fase; o que é obtenção para um
escalão, constitui distribuição para o escalão superior.
ARTIGO IV
LOGÍSTICA COMBINADA
2-12. GENERALIDADES
a. O Manual de LOGÍSTICA PARA OPERAÇÕES COMBINADAS (MD 34-
M-01), aprovado pelo Ministério da Defesa (MD), apresenta as responsabilidades
referentes ao apoio logístico em operações combinadas; as competências do MD,
do Comando Combinado e das FA; considerações gerais; e define os níveis de
apoio logístico no Comando Combinado.
b. Dentre outras considerações, dispõe que, em operações combinadas,
cada Força Componente será responsável pela prestação do apoio logístico às
suas tropas.
c.Coerente com tal disposição, o presente manual trata do apoio logístico
a um TOT, onde são realizadas operações combinadas, cujo apoio logístico à F
Ter terá características próprias e será planejado, integrado e controlado por um
Comando Logístico da Força Terrestre do TOT (CLFTTOT).
d. Nesse caso, normalmente, o Comando do Exército ativará na ZI uma
Base de Apoio Logístico, com características similares à descrita no presente
manual, e cada Força desdobrará, no TOT, os órgãos logísticos que julgar
necessários.
e. A estrutura logística existente desde o tempo de paz deverá servir de base
para esse desdobramento e a estrutura militar de guerra, de referência.
f. Cada FA estabelecerá os locais das suas instalações de apoio logístico
e elaborará o seu plano de apoio logístico, em ligação com o EM/TOT, a quem
caberá, quando for o caso, a coordenação e a priorização do apoio a cada uma
das forças componentes.
2-11/2-12
2-7
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g. No entanto, visualiza-se a participação da F Ter em outras operações
combinadas de maior envergadura e duração. Para tais casos, o apoio logístico
às forças adjudicadas poderá demandar a ativação de um órgão de logística
operacional combinada, independentemente de que a logística estratégica,
praticada na ZI, esteja ou não combinada.
h. Tal órgão será denominado Comando Logístico do Teatro de Operações
Terrestre (CLTOT) e a ele caberá o planejamento, a integração e o controle de
todas as funções logísticas de responsabilidade do TOT, visando ao apoio às
tropas do TOT, às forças singulares, às operações relacionadas com os assuntos
civis, aos prisioneiros de guerra e outros, além da coordenação e integração da
execução do apoio à F Ter.
ARTIGO V
INTERAÇÃO DA LOGÍSTICA COM A MOBILIZAÇÃO
2-13. GENERALIDADES
a. O sistema logístico, em situações normais e mesmo em algumas
emergenciais, encontra, dentro da capacidade do Poder Nacional, os meios
necessários para atender às ações impostas pela Estratégia Nacional.
b. Fatores diversos poderão fazer com que os recursos disponíveis para a
Logística Nacional sejam insuficientes. Neste caso, o Estado lança mão de outro
instrumento mais incisivo - a Mobilização Nacional - que sintetiza o conjunto de
atividades, visando à obtenção daqueles meios que a Logística Nacional não pode
proporcionar.
c. Ao atuar no Potencial e Poder Nacionais, a Mobilização Nacional faz com
que sejam obtidos, transferidos ou transformados, oportunamente, recursos de
toda ordem, requeridos pelas ações estratégicas de defesa.
d. O entendimento fundamental é que cabe à Mobilização complementar a
logística, sendo esta, portanto, o ponto de partida para o planejamento da
Mobilização.
e. A mobilização de recursos humanos, materiais e animais e a mobilização
de serviços são tratadas em documentos específicos.
2-12/2-13
3-1
C 100-10
CAPÍTULO 3
SISTEMA LOGÍSTICO MILITAR TERRESTRE
ARTIGO I
SISTEMA LOGÍSTICO
3-1. GENERALIDADES
a. A organização sistêmica do Exército Brasileiro é composta pelos
seguintes sistemas: Pessoal; Ensino; Logístico; Operacional; Cultural; Mobilização;
Economia e Finanças; Ciência e Tecnologia; e pelo Sistema Estratégico de
Comando e Controle do Exército (SEC2Ex), sendo este último o meio integrador
que permeia todos os demais, conforme apresentado na figura 3-1.
b. Os sistemas, de modo geral, compõem-se de subsistemas. O Sistema
Operacional, por exemplo, reúne os seguintes subsistemas operacionais: Mano-
bra; Inteligência; Apoio de Fogo; Defesa Antiaérea; Mobilidade, Contramobilidade
e Proteção; Logística; e o Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre
(SC2F Ter), sendo este o meio integrador, que permeia seus demais subsistemas.
c. O Sistema Logístico, por sua vez, está constituído pelos subsistemas
logísticos estratégico, operacional e tático, que participam ou interagem com
diferentes subsistemas, influenciando-os e deles recebendo pressões, com
significativos reflexos para as funções logísticas.
d. Como sistema de primeira ordem, integra o Sistema Exército Brasileiro,
que é parte do Sistema de Defesa Nacional, inserido no Sistema Nação, este parte
integrante do Sistema Internacional.
C 100-10
3-2
Fig 3-1. Sistema Exército Brasileiro
3-2. OBJETIVOS DO SISTEMA LOGÍSTICO
a. Prever, prover e manter os meios em recursos humanos, materiais,
animais e os serviços, desempenhando todas as funções logísticas necessárias,
de acordo com a situação vigente (paz, crise ou guerra).
b. Definir as necessidades logísticas para fim de mobilização.
3-3. NÍVEIS DE APOIO LOGÍSTICO
a. Estratégico - É o mais alto nível em que é praticada a Logística Militar.
Ele interage com a Logística Nacional, compondo, em situações de conflito, o
esforço de guerra nacional. Atuam neste nível o Ministério da Defesa, os
comandos das Forças Singulares e os comandos combinados, englobando o
Teatro de Guerra ou todo o Território Nacional.
b. Operacional - É o nível constituído pela logística desenvolvida no interior
do TOT, mais precisamente a logística desenvolvida nos escalões TOT, FTTOT e
Ex Cmp e escalões correspondentes nas demais Forças Singulares.
c. Tático - É a logística desenvolvida pelas divisões de exército (DE),
brigadas (Bda) e escalões inferiores e seus correspondentes nas demais Forças
Singulares.
3-1/3-3
3-3
C 100-10
ARTIGO II
FORMAS DE APOIO LOGÍSTICO E SITUAÇÕES DE COMANDO
3-4. FORMAS DE APOIO
a. Apoio direto (Ap Dto) - É aquele proporcionado por um elemento de
apoio logístico a uma unidade ou fração específica. É realizado se o Cmt Ap Log
puder exercer conveniente controle sobre o elemento de apoio. Caracteriza-se
pela ligação permanente entre o elemento de apoio e o apoiado, cabendo a este
determinar as prioridades dos trabalhos a serem realizados.
b. Apoio ao conjunto (Ap Cj) - É aquele proporcionado por um elemento
de apoio logístico em relação a todos ou vários elementos apoiados com os quais
possui vinculação específica. Nessa situação, o Cmt Ap Log pode exercer efetivo
controle sobre as ações logísticas e sobre os meios de apoio. As prioridades dos
trabalhos são estabelecidas pelo Cmt Ap Log.
c. Apoio por área (Ap A) - É aquele proporcionado por um elemento de
apoio logístico em relação a elementos apoiados, sem vinculação específica,
localizados em uma área geográfica definida ou que por ela transitam. Da mesma
forma que no apoio ao conjunto, o Cmt Ap Log mantém efetivo controle das ações
logísticas e de seus meios, bem como do estabelecimento das prioridades.
d. Apoio suplementar (Ap Spl) - É aquele proporcionado por um elemento
de apoio logístico a outro elemento de apoio logístico, para aumentar a sua
capacidade de apoio.
e. Apoio específico (Ap Epcf) - É aquele proporcionado por um elemento
de apoio logístico a um elemento apoiado, em determinada e específica tarefa
logística.
3-5. SITUAÇÕES DE COMANDO
a. Reforço (Rfr) - É a situação em que uma unidade ou fração fica
temporariamente subordinada a outra unidade ou força, de constituição definida
em QO, para fins de prestação do apoio logístico.
b. Integração (Intg) - É a situação em que uma unidade ou fração fica
temporariamente subordinada a outra unidade ou força, de constituição variável,
para fins de prestação do apoio logístico.
c. Controle Operacional (Ct Op) - É a situação em que uma unidade ou
fração fica temporariamente subordinada a outra unidade ou força, para cumprir
determinadas missões ou tarefas específicas, normalmente, limitadas. Tal
controle não inclui a autoridade para empregar, separadamente, os componentes
do elemento em questão, nem o seu controle logístico.
d. Os elementos de apoio logístico que se encontrarem nas situações de
reforço, integração ou controle operacional terão suas missões de apoio
estabelecidas pelo comando apoiado.
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C 100-10
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3-5
4-1
C 100-10
CAPÍTULO 4
ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL E ORGANIZAÇÃO DA LOGÍSTICA
ARTIGO I
CONCEPÇÃO GERAL
4-1. GENERALIDADES
a. A organização territorial e a organização da logística em tempo de paz
ou em tempo de guerra, na ZI, no âmbito da F Ter, são de competência do
Comando do Exército.
b. No teatro de operações terrestre (TOT), são de responsabilidade do seu
comandante, que prescreve as organizações iniciais. As evoluções destas são
baseadas nas necessidades e na experiência adquirida no próprio TOT.
c. A estrutura militar de guerra deve basear-se o máximo possível na
estrutura vigente na paz, sob risco de tornar o apoio logístico inviável.
ARTIGO II
ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL
4-2. INTRODUÇÃO
a. O espaço geográfico - terrestre, marítimo ou aéreo, nacional ou estran-
geiro - considerado necessário à realização de operações militares ou à obtenção
de recursos para o desencadeamento e manutenção destas operações é
encarado conforme sua posição, extensão, potencialidade em meios e importân-
cia política.
C 100-10
4-2
b. A estrutura de apoio logístico apresenta diferentes características em
cada uma das porções desse espaço geográfico, a fim de adequar-se às suas
peculiaridades.
4-3. TEATRO DE GUERRA
Teatro de guerra (TG) é todo o espaço geográfico - terrestre, marítimo e
aéreo - que estiver ou que possa vir a ser diretamente envolvido nas operações
militares de uma guerra. Um TG pode comportar um ou mais teatros de operações.
4-4. TEATRO DE OPERAÇÕES
a. É a parte do TG necessária à condução de operações militares de vulto,
nestas incluído o correspondente apoio logístico.
b. O teatro de operações pode ser terrestre ou marítimo, conforme
predominem as operações terrestres ou marítimas.
4-5. ZONA DO INTERIOR
Zona do interior é a parte do território nacional não incluída no teatro de
operações. Pode ser dividida em uma ou mais zonas de defesa (ZD).
4-6. ZONA DE DEFESA
Zona de defesa (ZD) é cada uma das partes em que é dividido o território
nacional não incluído no TO para fins de defesa territorial ou operações de garantia
da lei e da ordem, quando ativada a estrutura militar de guerra.
4-7. TEATRO DE OPERAÇÕES TERRESTRE
a. Normalmente, o teatro de operações predominantemente terrestre
possui, no sentido da profundidade, duas zonas - a zona de combate (Z Cmb) e
a zona de administração (ZA) - que têm seus limites fixados ou propostos pelo Cmt
TOT (Fig 4-1).
b. Zona de Combate
(1) É a porção do TOT à frente dos limites de retaguarda das forças
empregadas na condução das operações. A Z Cmb inclui áreas terrestres,
marítimas e o espaço aéreo, no interior dos quais os comandos podem influir
diretamente na evolução das operações, pela manobra de seus elementos ou pelo
emprego do poder de fogo. Inclui, também, a área necessária ao apoio imediato
às forças amigas.
(2) A Z Cmb prolonga-se pelo território controlado pelo inimigo, desde a
linha de contato até o alcance máximo das armas pertencentes às Forças
Singulares. No que tange à responsabilidade territorial e aos principais encargos
4-2/4-7
4-3
C 100-10
logísticos, considera-se a Z Cmb até a linha de contato. Para fins de planejamento,
no entanto, leva-se em conta o prosseguimento das operações além daquela
linha, que pode evoluir no tempo e no espaço.
(3) A Z Cmb pode subdividir-se em zonas de ação (Z Aç) de exército de
campanha (Ex Cmp) , DE, Bda, forças-tarefas (FT) e outros. Os limites de
retaguarda dos elementos da Z Cmb são estabelecidos tão à frente quanto
possível, a fim de reduzir as responsabilidades logísticas, de segurança e
territoriais de seus comandantes.
Fig 4-1. Divisão do TOT em Z Cmb e ZA (esquemática)
c. Zona de Administração
(1) É a porção do TOT, compreendida entre o(s) limite(s) de retaguarda
da(s) força(s) empregada(s) na Z Cmb e o limite posterior do TOT, onde se
desdobram as principais instalações, as unidades e os órgãos de apoio logístico
necessários ao conjunto das forças em campanha. Na ZA, desdobram-se,
também, as instalações de comando do TOT ede seus elementos diretamente
subordinados.
(2) A ZA deve dispor de área suficiente para a localização dos comandos,
instalações, órgãos e unidades logísticas mais pesadas, atendendo a uma
adequada dispersão.
(3) Em TO predominantemente terrestre, a responsabilidade territorial
pela ZA é, normalmente, atribuída pelo Cmt TOT ao comando logístico da FTTOT,
que a exerce por intermédio dos comandos de região militar do TOT (RM/TOT).
(4) A ZA, sob o ponto de vista territorial, pode compreender (Fig 4-2):
(a) o território de uma ou mais regiões militares; e
4-7
C 100-10
4-4
(b) uma ou mais zonas de administração avançada (ZA Avçd).
(5) A ZA Avçd é uma área compreendida pela ZA, situada em território
estrangeiro, sob a jurisdição de um comando militar para fins de administração
territorial militar e de segurança, cabendo ao comando do TOT a designação de
seus elementos constitutivos.
Fig 4-2. Organização Territorial do TOT (esquemática)
4-8. ÁREA DE OPERAÇÕES
Área geográfica onde são planejadas ou executadas operações militares.
Pode estar incluída ou não em um teatro de operações.
4-9. LIMITES
a. Os limites definem a responsabilidade territorial. São fixados pelo
escalão superior e podem evoluir no curso das operações, principalmente em
função dos seguintes fatores:
(1) alteração da missão do escalão considerado;
(2) atuação do inimigo;
(3) variação da extensão da área de responsabilidade, em decorrência da
evolução das operações; e
(4) necessidades de reajustamento no dispositivo.
4-7/4-9
4-5
C 100-10
b. O limite entre a Z Cmb e a ZA é fixado pelo comandante do TOT.
c. As considerações que influem na localização dos limites de retaguarda
são:
(1) necessidade de proporcionar suficiente espaço para a manobra e para
as instalações de Ap Log;
(2) conveniência de não sobrecarregar os escalões operacionais com
atribuições territoriais de áreas não especificamente necessárias ao cumprimento
das respectivas missões;
(3) nas operações ofensivas, a possibilidade de deslocar o limite de
retaguarda para a frente, tão logo seja possível, para liberar as unidades de
combate da responsabilidade sobre território não necessário às respectivas
operações;
(4) nas operações defensivas, a possibilidade de mudança de localização
do limite de retaguarda de acordo com as flutuações do combate;
(5) possibilidade de aproveitamento máximo de rede rodoviária e de
outras vias de transporte; e
(6) identificação das linhas de limites por meio de acidentes do terreno
facilmente identificáveis, tais como estradas, cursos de água e outros.
d. O planejamento das mudanças dos limites estabelecidos deve ser
realizado com o máximo de antecedência possível, a fim de permitir o seu
reconhecimento oportuno, antes da transferência das responsabilidades territoriais.
e. Os limites não são barreiras às operações de apoio logístico. Mediante
coordenação entre os comandos responsáveis, as instalações e operações de
apoio logístico de um comando podem estar presentes na área de outro.
ARTIGO III
LOGÍSTICA ESTRATÉGICA
4-10. DIREÇÃO GERAL
A direção geral, no nível da logística estratégica, no âmbito do Comando do
Exército, é exercida pelo Estado-Maior do Exército.
4-11. DIREÇÃO FUNCIONAL
É exercida pelos Órgãos de Direção Setorial (ODS) com responsabilidades
atinentes a cada uma das funções logísticas.
a. A direção funcional de suprimento, manutenção, transporte e salvamento
é exercida pelo Departamento Logístico, exceto no que se refere à manutenção
e ao suprimento do Mat Com Elt Infor estratégico, que é de responsabilidade da
Secretaria de Tecnologia da Informação (STI).
4-9/4-11
C 100-10
4-6
b. A direção funcional de saúde é exercida pelo Departamento-Geral do
Pessoal.
c. A direção funcional de recursos humanos é exercida pelo Departamento-
Geral do Pessoal, que coordenará com o Departamento de Ensino e Pesquisa as
tarefas da atividade "Preparação" relativas à formação de pessoal e com o
Comando de Operações Terrestres as tarefas da atividade "Preparação" relativas
à instrução e ao adestramento de pessoal.
d. A direção funcional de engenharia é exercida pelo Departamento de
Engenharia e Construção.
4-12. ESTRUTURAS DE APOIO LOGÍSTICO
a. Comando Logístico da Zona de Defesa
(1) O comando logístico da zona de defesa é um comando combinado
com responsabilidades logísticas e territoriais.
(2) Sua ativação dependerá das possibilidades da(s) RM que tenha(m)
territórios abrangidos pela ZD e das necessidades logísticas das outras Forças
Singulares.
b. Base de Apoio Logístico
(1) A Ba Ap Log é uma organização logística a ser ativada ou já existente
na estrutura das Forças Singulares, localizada na ZI, tendo a atribuição de prover
os recursos necessários às organizações de apoio logístico dos escalões
considerados da F Ter. Liga-se aos órgãos de direção funcional, na ZI, e à(s) Ba
Log e ao(s) C Rcp, no TOT. Para fim de coordenação logística, liga-se, ainda, com
o EM/TOT, o CLFTTOT e RM/TOT.
(2) Cada hipótese de emprego (HE) da Força deve prever uma Ba Ap Log,
com base, preferencialmente, numa RM/ZI. A sua organização, o seu
dimensionamento e os fluxos de apoio logístico devem ser definidos durante os
planejamentos referentes à HE.
c. Região Militar de Zona de Interior
(1) Região militar de zona de interior é um grande comando logístico,
territorial e administrativo subordinado ao comando militar de área que guarnece
seu território, tendo por área de jurisdição todo ou parte do território da ZI.
(2) Missões
(a) Planejar e executar o apoio logístico, integrando a cadeia de apoio
logístico e do serviço militar.
(b) Preparar a mobilização, a defesa territorial e as atividades ligadas
ao território.
(c) Planejar e executar a administração regional.
(d) Prestar o apoio à(s) ZD ativada(s) na área de sua jurisdição.
(e) Estabelecer ligação e coordenação com os órgãos da logística
operacional, por meio da(s) RM/TOT, buscando apoiar o atendimento das
necessidades daqueles órgãos.
(3) A estrutura da RM/ZI é variável, dependente das necessidades da área
sob sua jurisdição.
4-11/4-12
4-7
C 100-10
ARTIGO IV
LOGÍSTICA OPERACIONAL
4-13. GENERALIDADES
a. A logística operacional é desenvolvida pelos mais altos escalões do TOT.
b. Nesse nível, o planejamento a integração e o controle das funções
logísticas são, normalmente, atribuições do EM/TOT.
c. No âmbito da F Ter, tais atribuições estão afetas ao CLFTTOT, que as
realiza por meio das regiões militares do TOT e do Ex Cmp, quando ativado e
quando elo na cadeia de Ap Log.
d. O Ex Cmp será elo na cadeia de Ap Log quando prestar, efetivamente,
o Ap Log a seus elementos subordinados, devendo contar para isso com, no
mínimo, um Grupamento Logístico.
e. A figura 4-3 representa a estrutura esquemática das logísticas estraté-
gica e operacional.
Fig 4-3. Organização Territorial e Estrutura das Logísticas Estratégica e Operacional
4-13
C 100-10
4-8
4-14. ESTRUTURAS DE APOIO LOGÍSTICO
a. Comando Logístico da Força Terrestre do Teatro de Operações Terrestre
(1) O CLFTTOT é um grande comando logístico e territorial, subordinado
ao Cmt FTTOT.
(2) Missões
(a) Planejar, integrar e controlar todas as funções logísticas de
responsabilidade da FTTOT.
(b) Coordenar e integrar a execução do Ap Log realizado pelas
regiões militares às forças terrestres localizadas em suas áreas de jurisdição e,
quando determinado, a outras forças singulares e à população civil.
(c) Coordenar e integrar os planejamentos das ações de segurança
de área de retaguarda realizados pelas RM e, quando for o caso, planejar as
referidas ações na ZA Avçd.
(d) Como órgão central, integrar o sistema de recompletamento, no
âmbito da FTTOT.
(e) Articular-se com o sistema logístico da ZI para o atendimento às
necessidades de toda ordem não satisfeitas com osmeios existentes no TOT.
(3) Poderá evoluir para constituir-se em Comando Logístico do Teatro de
Operações Terrestre (CLTOT), situação em que estará diretamente subordinado
ao Cmt TOT e lhe caberá o planejamento, a integração e o controle de todas as
funções logísticas de responsabilidade do TOT.
(4) A estrutura organizacional do CLFTTOT é um modelo que pode ser
modificado em decorrência dos planejamentos operacionais. Quando houver
apenas uma RM no TOT, esta deverá constituir-se também no CLFTTOT.
(5) Sua organização tem por base a estrutura adotada normalmente pela
RM, acrescida dos meios necessários à gerência de seus encargos em opera-
ções.
(6) As figuras 4-4, 4-5, 4-6 e 4-7 apresentam uma visão aproximada do
CLFTTOT.
Fig 4-4. CLFTTOT
4-14
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Fig 4-5. CO Log/Mob do CLFTTOT
Fig 4-6. CO Trnp do CLFTTOT
Fig 4-7. Centro de Comando e Controle do CLFTTOT
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C 100-10
4-10
b. Região Militar de Teatro de Operações Terrestre
(1) A região militar de teatro de operações terrestre (RM/TOT) é um
grande comando logístico, administrativo e territorial, constituído por evolução da
estrutura da RM de tempo de paz, situado no TOT e subordinado ao CLFTTOT.
(2) Missões
(a) Coordenar, planejar, integrar e controlar o Ap Log em proveito das
forças terrestres que atuarem em sua área de jurisdição e, quando determinado,
de outras forças singulares e da população civil.
(b) Articular-se com o sistema logístico da ZI e demais RM/TOT
eventualmente existentes, por intermédio do CLFTTOT, para o atendimento às
necessidades de toda ordem não satisfeitas com os meios existentes em sua
área de jurisdição.
(c) Planejar, coordenar, integrar e controlar a execução das ações de
segurança de área de retaguarda em seu território.
(d) Integrar o sistema de recompletamento do TOT.
(e) Enquadrar base(s) logística(s) e centro(s) de recompletamento.
(f) Continuar planejando e executando as demais atividades de sua
responsabilidade, existentes desde o tempo de paz.
(3) A organização da RM/TOT permitirá o aproveitamento da estrutura
existente em tempo de paz, acrescida, pela mobilização, de meios em pessoal,
material e instalações. Além de enquadrar base(s) logísticas(s), centro(s) de
recompletamento, forças de defesa de área de retaguarda (F DEFAR) e outras
OMDS, este grande comando deverá possuir órgãos para o planejamento, o
controle e a integração de todas as Funções Logísticas e a segurança da área de
retaguarda (SEGAR).
c. Base Logística
(1) Base logística (Ba Log) é um grande comando logístico enquadrante
de OM logísticas regionais existentes desde o tempo de paz, completadas pela
mobilização de outras OM e de órgãos civis.
(2) Tem por missão executar o Ap Log às F Ter desdobradas na área de
jurisdição da RM da qual é integrante e, conforme determinado, a outras forças e
à população civil.
(3) A constituição e o número de Ba Log são variáveis e deverão responder
às necessidades logísticas decorrentes do planejamento operacional, devendo
ser considerada a disponibilidade de OM logísticas completadas pela mobilização
e dos meios em pessoal, material e instalações passíveis de mobilização nos
prazos oportunos (Fig 4-3).
(4) Quando constituída, a Ba Log deve assumir a maioria dos encargos
logísticos da RM/TOT, procurando deixar com esta os encargos administrativos
e territoriais.
d. Comando Logístico do Exército de Campanha
(1) O comando logístico do exército de campanha (CLEx) é um grande
comando logístico, organizado de acordo com os planejamentos operacionais. É
responsável pela coordenação do apoio logístico a todas as forças integrantes do
exército de campanha e, quando determinado, pela execução do apoio, caso em
que enquadrará um ou mais grupamentos logísticos.
4-14
4-11
C 100-10
(2) Tem missão e organização variáveis, em função dos planejamentos
operacionais e da conseqüente organização territorial e para o Ap Log.
e. Grupamento Logístico
(1) Grupamento logístico (Gpt Log) é um grande comando logístico que,
enquadrando OM logísticas e meios civis mobilizados, desdobra-se numa área de
apoio logístico à retaguarda de um Ex Cmp ou DE.
(2) Tem por missão executar o apoio logístico às forças integrantes de
um grande comando operacional e, conforme determinado, a outras forças e à
população civil.
(3) A existência, a constituição e o número de Gpt Log são decorrentes
das necessidades logísticas determinadas pelos planejamentos operacionais.
ARTIGO V
LOGÍSTICA TÁTICA
4-15. GENERALIDADES
a. A logística de nível tático é a desenvolvida pelas DE, Bda e escalões
inferiores.
b. A estrutura de apoio deve estar completamente organizada desde o
tempo de paz.
c. A Bda, como módulo básico de combate, possui uma unidade orgânica
de Ap Log.
d. A DE não-elo na cadeia de Ap Log conta com um B Log para o apoio à
sua base divisionária.
e. A DE, em face dos planejamentos operacionais, poderá constituir-se em
elo na cadeia de apoio logístico entre o escalão que a apóia e as GU que a
integram. Isto poderá ocorrer nas situações que se seguem:
(1) DE operando diretamente subordinada ao TOT ou à FTTOT;
(2) DE constituindo-se em base para a criação de um futuro Ex Cmp;
(3) DE integrando o Ex Cmp, numa frente em que este escalão não tem
condições de lhe prestar o Ap Log dentro de suas necessidades;
(4) DE integrante de Ex Cmp, quando este G Cmdo não é elo na cadeia
de apoio logístico.
f. Sendo elo na cadeia de apoio logístico, a DE ativará o CLDEx e contará
com um grupamento logístico.
g. As unidades e os escalões inferiores possuem estruturas de apoio
logístico orgânicas.
4-14/4-15
C 100-10
4-12
4-16. ESTRUTURAS DE APOIO LOGÍSTICO
a. Comando Logístico de Divisão de Exército - O comando logístico de
divisão de exército (CLDEx) tem organização e atribuições dependentes dos
planejamentos operacionais, em tudo se assemelhando ao CLEx (Fig 4-4).
b. Batalhão Logístico - B Log é uma unidade orgânica de Bda ou de DE,
responsável pela execução do apoio logístico nas funções logísticas Recursos
Humanos, Saúde, Suprimento, Manutenção, Transporte e nas atividades da
função Salvamento afetas à manutenção aos elementos integrantes da brigada ou
da base divisionária.
c. Destacamento Logístico - Destacamento logístico é um elemento de
estrutura modular destacado pelo B Log a fim de proporcionar apoio logístico
cerrado e contínuo aos elementos de primeiro escalão de uma Bda e/ou DE,
realizando atividades das funções logísticas essenciais à manutenção do poder
de combate do elemento apoiado. Possui estrutura variável em função das
necessidades de apoio.
4-16
5-1
C 100-10
CAPÍTULO 5
PLANEJAMENTO LOGÍSTICO
ARTIGO I
INTRODUÇÃO
5-1. GENERALIDADES
a. O planejamento logístico, como parte integrante do planejamento militar,
deve propiciar condições para que o apoio logístico seja realizado de forma
oportuna, adequada e contínua, desde a situação de normalidade até uma
situação de conflito, considerando-se o curso de sua provável evolução.
b. É fundamentado em hipóteses que prevêem as circunstâncias para que
determinado plano seja posto em execução. Seu principal objetivo é prever
soluções logísticas para viabilizar a manobra do escalão ao qual atende, no
contexto da hipótese formulada.
c. Os planejamentos logísticos devem ser conduzidos em estrita concor-
dância e concomitantes com os planejamentos operacionais, buscando atender
às necessidades decorrentes destes e, nos mais altos escalões, definir os meios
a serem obtidos por meio da mobilização. Tais planejamentos devem ser
consolidados em cada nível (estratégico, operacional e tático) do Sistema de
Apoio Logístico e fornecer, ainda, subsídios para o planejamento da mobilização.
d. Sendo o planejamento logístico elaborado a partir de hipóteses, ele é
condicional, só devendo servir de base à ação depois de atualizadoem face da
situação real. A grande vantagem da existência de tais planos é permitir um
trabalho de planejamento aproximado, capaz de atender à situação real mediante
pequenas adaptações.
C 100-10
5-2
5-2. CARACTERÍSTICAS DO PLANEJAMENTO LOGÍSTICO
a. Adequabilidade - É a possibilidade de resolver o problema considerado
em todos os seus aspectos, isto é, atender às condições de tempo e espaço,
quanto à ação, e de quantidade e qualidade, quanto aos meios.
b. Exeqüibilidade - É a capacidade de se fazer realizar de modo real com
o emprego dos meios disponíveis.
c. Flexibilidade - É a possibilidade de sofrer ajustes na sua execução e
de oferecer soluções alternativas de modo a atender às imprevisibilidades do
combate.
d. Equilíbrio - É a correspondência real entre as necessidades (N) e os
meios (M), considerando-se, ainda, a capacidade (C) e o tempo (T) decorrentes
para a transformação da capacidade em meios (N = M + CT).
e. Integrabilidade - Decorre da necessidade de que todos os planos
logísticos formulados, desde o nível estratégico até o tático, tenham direção
comum e compatibilidade, de modo a permitir a uniformidade dos procedimentos
e a continuidade das ações de todas as operações de apoio logístico.
5-3. CONDICIONANTES DO PLANEJAMENTO LOGÍSTICO
a. Levantamento das necessidades - Constitui-se na previsão dos
serviços e dos recursos humanos, materiais e financeiros para o atendimento das
necessidades logísticas de uma operação militar, adotando-se métodos e
tecnologias que proporcionem elevado grau de segurança e máxima rapidez.
b. Meios existentes - Representam todos os recursos existentes e
potenciais do Exército, para emprego imediato, antes da mobilização.
c. Capacidade de mobilização nacional - É o grau de aptidão que tem
a Nação de, em tempo oportuno, passar de uma situação de paz para uma de
guerra, com o máximo de eficácia e o mínimo de transtornos para a vida nacional.
d. Capacidade de mobilização do Exército - É o grau de aptidão do
Exército de evoluir, no tempo oportuno e com o máximo de eficácia, de uma
estrutura militar de paz para uma estrutura militar de guerra, de modo a adquirir
as condições necessárias para fazer face à concretização de uma hipótese de
emprego. Os prazos para a mobilização a serem considerados são os seguintes:
(1) curto prazo, para o atendimento de necessidades imediatas, tais
como as necessárias ao apoio às operações de garantia da lei e da ordem e a
conflitos externos imprevistos ou que exijam ação militar imediata;
(2) médio prazo, para atendimento a uma situação de evolução de crise
interna ou externa, de caráter temporal previsível e não imediata; e
(3) longo prazo, para atendimento a uma situação de evolução de crise
interna ou externa, no quadro de uma situação futura onde o fator tempo não é
primordial.
5-2/5-3
5-3
C 100-10
e. Recursos financeiros - São condicionantes básicas para o atendimento
integral das necessidades. Caso sejam insuficientes, o planejamento deverá ser
ajustado de acordo com a disponibilidade. Representam um fator limitador ao
planejamento da manobra estratégica e/ou operacional.
5-4. NÍVEIS DE PLANEJAMENTO
a. O planejamento logístico deve ser realizado nos níveis estratégico,
operacional e tático, abrangendo todo o Sistema Logístico, de forma integrada e
flexível.
b. Os níveis de planejamento podem ser entendidos conforme o esquema
representado na figura 5-1.
ARTIGO II
PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ESTRATÉGICO
5-5. NÍVEL ESTRATÉGICO NACIONAL
Trata do planejamento da logística nacional no mais alto nível, voltada para
o desenvolvimento e para a defesa nacional. A responsabilidade desse planeja-
mento é do Governo Federal, sendo realizado pelos diversos Ministérios e
Secretarias de Estado de acordo com a Política Nacional vigente e atendendo a
documentos executivos - diretrizes, instruções ou planos.
5-6. NÍVEL ESTRATÉGICO MILITAR
a. Trata do planejamento logístico de natureza exclusivamente militar no
mais alto nível, estabelecido de acordo com as diretrizes e instruções expedidas
pelo Comandante Supremo das Forças Armadas. É realizado pelo Ministério da
Defesa por meio do Estado-Maior de Defesa, órgão encarregado do planejamento
conjunto e da coordenação operacional das forças singulares.
b. No âmbito militar, para fazer face a determinada HE, a grande finalidade
do planejamento logístico de nível estratégico é a passagem da estrutura logística
de tempo de paz para a de tempo de guerra, caracterizada pela existência e pelo
funcionamento de órgãos e forças que constituem a estrutura militar de guerra.
c. O MD elabora o Plano de Desenvolvimento Estratégico da Logística
Militar (PDELM), que determina a situação atual, ou seja, a Capacidade Logística
Militar Atual (CLMA), a situação intermediária, designada como Capacidade
Logística Mínima de Defesa Imediata (CLMDI) e a Capacidade Logística Mobilizável
(CLM).
5-3/5-6
C 100-10
5-4
Fig 5-1. Esquema de planejamento logístico nos diversos níveis
5-6
5-5
C 100-10
d. Ainda neste nível, é realizado o planejamento estratégico de cada força
singular, estabelecendo os aspectos distintos de cada uma delas, o que não
caracteriza uma logística diferenciada, porém determina as diretrizes apropriadas
às suas particularidades. No caso do Exército, esse planejamento é feito nos
níveis dos órgãos de direção geral, setorial e de apoio, visando a orientar a
confecção dos planos logísticos no âmbito da F Ter.
5-7. ATRIBUIÇÕES DE PLANEJAMENTO LOGÍSTICO ESTRATÉGICO
a. Estado-Maior do Exército
(1) Baseado nas diretrizes fixadas pelo Ministério da Defesa, estabelecer
as Diretrizes Estratégicas de Logística e Mobilização.
(2) Consolidar as listas de necessidades decorrentes dos planejamentos
dos órgãos de direção setorial.
(3) Disponibilizar os recursos necessários para atender aos planejamen-
tos logísticos e de mobilização dos órgãos de direção setorial.
b. Comando de Operações Terrestres
(1) Com vistas a uma determinada HE e consoante com as Diretrizes
Estratégicas de Logística e Mobilização fixadas pelo EME, elaborar, como parte
da Diretriz de Planejamento Operacional Militar (DPOM), a Diretriz Geral de
Planejamento Logístico (DGPL) e a Diretriz Geral de Planejamento da Mobilização
(DGPM), detalhando as ações estratégicas previstas nessas diretrizes e
compatibilizando-as com a concepção geral de preparo do Exército.
(2) Elaborar instruções específicas de orientação do planejamento
logístico estratégico e operacional para o(s) comando(s) militar(es) de área
diretamente envolvidos com a HE considerada.
(3) Aprovar os planejamentos do(s) referido(s) comando(s).
(4) Integrar e coordenar os planejamentos dos comandos militares de
área envolvidos e remeter ao EME a lista de necessidades.
c. Órgãos de Direção Setorial (com encargos de Direção Funcional
na Logística Estratégica)
(1) Elaborar, com base na DGPL e na DGPM, as Instruções Setoriais de
Planejamento Logístico e de Mobilização (ISPLM), na sua área de competência.
(2) Elaborar instruções específicas de orientação para os planejamentos
logísticos e de mobilização das diretorias diretamente subordinadas.
(3) Aprovar e integrar os planejamentos das diretorias diretamente
subordinadas, de modo a possibilitar a perfeita integração das funções logísticas
sob sua responsabilidade, e remeter ao EME a lista de necessidades.
d. Órgãos de Apoio
(1) Elaborar, com base nas ISPLM do escalão superior, o Plano Logístico
e de Mobilização da Função Logística de sua competência, remetendo-o para
aprovação e consolidação pelo Órgão de Direção Setorial enquadrante.
(2) Elaborar instruções específicas de orientação para os planejamentos
logísticos estratégicos e operacionais dos escalões tecnicamente vinculados
(RM e suas OM logísticas e OM diretamente subordinadas).
5-6/5-7
C 100-10
5-6
(3) Supervisionar os planejamentoslogísticos dos escalões tecnicamen-
te vinculados.
e. Regiões Militares de ZI - Com base nos planos logísticos de cada
função, elaborados pelos órgãos de apoio, elaborar o próprio planejamento de
modo a desencumbir-se de seus encargos normais e daqueles que lhe forem
atribuídos em apoio à(s) RM/TOT.
ARTIGO III
PLANEJAMENTO LOGÍSTICO OPERACIONAL
5-8. GENERALIDADES
a. É elaborado no nível TOT ou área de operações. No âmbito da Força
Terrestre, é realizado desde o tempo de paz, em função das DPOM formuladas
pelo COTER, considerando os fatores inerentes à HE em questão.
b. Cabe ao Comando Militar de Área com responsabilidade nessa HE, no
seu planejamento operacional, estabelecer a Diretriz de Apoio Logístico e de
Mobilização da Força Terrestre e baixar normas, instruções específicas ou ordens
necessárias ao seu planejamento pela(s) região(ões) militar(es) subordinada(s).
c. É nesse nível que, pela primeira vez, são consolidadas, efetivamente, as
necessidades logísticas para uma HE, dando origem às reais necessidades de
mobilização. Tais informações são repassadas aos órgãos de direção setorial e
órgãos de apoio, de modo a possibilitar a elaboração de seus planos logísticos e
de mobilização.
d. Ao ser ativado o TOT, seu comandante estabelecerá diretrizes e
instruções concernentes à concepção estratégica da missão, que permitam às
forças singulares planejar suas atividades específicas. No tocante ao planejamen-
to logístico, deverá emitir suas orientações para a condução geral de cada uma
das funções logísticas, em todo o teatro de operações.
e. Com base nas determinações do Cmdo TOT, o CLFTTOT atualiza os
planejamentos de tempo de paz do Comando Militar de Área e expede orientações
no mesmo sentido, aos seus escalões subordinados.
f. O planejamento logístico elaborado pelo CLFTTOT é enviado também ao
EM/TOT, que poderá estabelecer medidas de coordenação e priorização do apoio,
mediante ligações com a FTTOT e com as demais forças componentes e
respectivas bases logísticas.
5-9. ATRIBUIÇÕES DE PLANEJAMENTO LOGÍSTICO OPERACIONAL
a. Com base na Diretriz de Apoio Logístico e de Mobilização do Teatro de
Operações Terrestre e atendendo às orientações técnicas das ISPLM, a(s)
5-7/5-9
5-7
C 100-10
região(ões) militar(es) realiza(m) o planejamento logístico operacional para um ou
mais dos seguintes níveis, conforme a estrutura da Logística Operacional prevista
para ser ativada:
(1) Comando Logístico da Força Terrestre do Teatro de Operações
Terrestre (CLFTTOT); e/ou
(2) Região Militar do Teatro de Operações Terrestre (RM/TOT).
b. O planejamento logístico nesse nível deverá ser realizado com base no
Estudo de Situação de Logística no Nível Estratégico-Operacional, constante do
Manual de Campanha C 101-5 ESTADO-MAIOR E ORDENS.
c. Os levantamentos estratégicos de área são o ponto inicial para a
realização dos diversos planejamentos logísticos e de mobilização relativos às
diferentes HE. Assim sendo, é essencial que as regiões militares os atualizem
anualmente.
d. O planejamento logístico e de mobilização deverá ser realizado e,
permanentemente, atualizado pelo estado-maior geral das RM, particularmente
naquelas vocacionadas para evoluir para CLFTTOT e/ou RM/TOT. Estas, desde
o tempo de paz, deverão ser acrescidas, na 3ª seção do estado-maior geral, da
subseção de coordenação e integração (SSCI), com dedicação exclusiva ao
planejamento do apoio logístico e de mobilização no TOT.
e. As atribuições do CLFTTOT inerentes ao planejamento são:
(1) Elaborar o Plano de Apoio Logístico da FTTOT e os correlatos Planos
de Mobilização e de Segurança de Área de Retaguarda.
(2) Expedir as diretrizes e/ou instruções específicas de orientação para
o planejamento logístico das RM/TOT, do exército de campanha, das divisões de
exército e brigadas diretamente subordinadas à FTTOT e, se for o caso, ao TOT.
(3) Coordenar, supervisionar e integrar os planejamentos logísticos
elaborados pelas RM/TOT.
(4) Coordenar e integrar o planejamento das ações de segurança de área
de retaguarda (SEGAR), realizado pelas RM/TOT e, se for o caso, planejar as
referidas ações na(s) Zona(s) de Administração Avançada(s).
(5) Ligar-se com o EM/TOT para fins de informação e integração dos
planejamentos logísticos no âmbito do TOT.
(6) Ligar-se com os grandes comandos operacionais para a obtenção de
uma perfeita integração dos planejamentos logísticos e operacionais.
(7) Realizar a articulação e a integração dos planejamentos logísticos e
de mobilização, definindo os recursos de toda ordem a serem obtidos pela
mobilização no TOT.
(8) Consolidar as necessidades logísticas das RM/TOT que não puderem
ser atendidas no TOT, a fim de que as mesmas sejam solicitadas aos órgãos de
direção setorial. Quando houver carência de OM logísticas, essas necessidades
são remetidas, pelo C Mil A, ao COTER.
f. Enquanto não for ativado o CLFTTOT, essas atribuições estarão afetas à
RM/TOT.
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C 100-10
5-8
g. Atribuições de planejamento de uma RM com encargos de RM/TOT
(1) Elaborar o Plano de Apoio Logístico da RM/TOT e os correlatos Planos
de Mobilização e de Segurança de Área de Retaguarda.
(2) Elaborar diretrizes e/ou instruções de orientação para o planejamento
logístico e de segurança de área de retaguarda.
(3) Realizar a articulação e a integração dos planejamentos logísticos e
de mobilização, definindo os recursos de toda ordem a serem obtidos pela
mobilização, no seu território.
(4) Elaborar instruções regionais para a orientação dos planejamentos
logísticos a serem realizados pelas OM diretamente subordinadas e das tecnica-
mente vinculadas (OM logísticas e não-logísticas).
(5) Coordenar, supervisionar e aprovar os planejamentos logísticos das
OM diretamente subordinadas (OMS, Pq R Mnt, B Sup e outros).
(6) Supervisionar os planejamentos logísticos dos escalões tecnicamen-
te vinculados (B Log, OMS, OM e outros).
h. Se o CLFTTOT ou a RM/TOT receber do EM/TOT a missão de apoiar
outra(s) força(s) singular(es), além do seu planejamento específico, realizará a
coordenação dos planejamentos das demais Forças Componentes do TOT, a fim
de assegurar unidade de esforços, economia de meios e o máximo de eficácia.
Deverá, para tal:
(1) elaborar diretrizes e/ou instruções de orientação para o planejamento
logístico das Forças Componentes;
(2) buscar a unificação de procedimentos, por meio do estabelecimento
de uma estrutura que, sob um mesmo comando, integre os elementos de apoio
logístico do TOT;
(3) realizar planos de cooperação, por meio da designação de missões
de apoio a serem executadas pelos elementos logísticos de determinada Força,
em benefício de outra(s) Força(s) Componente(s);
(4) efetivar as ligações de modo a permitir a troca constante de
informações logísticas entre as Forças Singulares envolvidas.
i. Planejamento Logístico do Exército de Campanha - O comando logístico
do exército de campanha (CLEx) elabora o planejamento logístico de responsa-
bilidade do Ex Cmp, consolidando-o em um plano de apoio logístico (anexo ao
plano de operações do exército de campanha).
ARTIGO IV
PLANEJAMENTO LOGÍSTICO TÁTICO
5-10. GENERALIDADES
a. O planejamento logístico tático é realizado pelos escalões operacionais
divisão de exército, brigada e unidade, visando ao atendimento das necessidades
logísticas para a realização de determinada operação.
5-9/5-10
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b. Deve ser realizado concomitantemente com o planejamento operacional,
de modo a torná-lo exeqüível e, conseqüentemente, eficaz. Deve-se ter em mente
que as limitações de ordem logística a um plano operacional não têm por objetivo
reduzir sua eficiência, pelo contrário, visam, tão somente, mantê-lo no campo das
possibilidades reais.
c. O planejamento logístico em qualquer escalão será realizado com base
no planejamento logístico do escalão superior e acrescido das particularidades

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