Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONFORMAÇÃO PLÁSTICA DOS METAIS Entende-se como conformação dos metais a modificação de um corpo metálico para outra forma definida. Os processos de conformação podem ser divididos em dois grupos: A) processos mecânicos, nos quais as modificações de forma são provocadas pela aplicação de tensões externas B) processos metalúrgicos, nos quais as modificações de forma estão relacionadas com altas temperaturas. Os processos mecânicos são constituídos pelos processos de conformação plástica, para os quais as tensões aplicadas são geralmente inferiores ao limite de resistência à ruptura do material, e pelos processos de conformação por usinagem, para os quais as tensões aplicadas são sempre superiores ao limite mencionado, sendo a forma final, portanto, por retirada de material. Devido a sua natureza, esses processos são também denominados “Processos de Conformação Mecânica”. Os processos metalúrgicos subdividem-se em conformação por solidificação, para os quais a temperatura adotada é superior ao ponto de fusão do metal e a forma final é obtida pela transformação líquido- sólido, e conformação por sinterização, em que a temperatura de processamento é inferior ao ponto de fusão do metal (metalurgia do pó). É importante o estudo dos processos de conformação plástica dos metais porque mais de 80% de todos os produtos metálicos produzidos são submetidos, em um ou mais estágios, a tais processos. Os processos de conformação plástica dos metais permitem a obtenção de peças no estado sólido, com características controladas, através da aplicação de esforços mecânicos em corpos metálicos iniciais que mantêm os seus volumes constantes. De uma forma resumida, os objetivos desses processos são a obtenção de produtos finais com especificação de: a) dimensão e forma; b) propriedades mecânicas; c) condições superficiais Os processos de conformação plástica podem ser classificados de acordo com vários critérios: a) quanto ao tipo de esforço predominante; b) quanto à temperatura de trabalho; c) quanto à forma do material trabalhado ou do produto final; d) quanto ao tamanho da região de deformação (localizada ou geral); e) quanto ao tipo de fluxo do material (estacionário ou intermitente); f) quanto ao tipo de produto obtido (semi-acabado ou acabado). Os processos quanto ao tipo de esforço predominante podem ser classificados em: a) processo de conformação por compressão direta; b) processo de conformação por compressão indireta; c) processo de conformação por tração; d) processo de conformação por cisalhamento; e) processo de conformação por flexão. a Figura 1.1. apresenta de forma esquemática esses processos. Nos processos de conformação por compressão direta, predomina a solicitação externa por compressão sobre a peça de trabalho. Nos processos de conformação por compressão indireta, as forças externas aplicadas sobre a peça podem ser tanto de tração como de compressão, mais as que efetivamente provocam a conformação plástica do metal são de compressão indireta, desenvolvidas pela reação da matriz sobre a peça. O principal exemplo de processo de conformação por tração é o estiramento de chapas, em que a peça toma a forma da matriz através da aplicação de forças de tração em suas extremidades. Os processos de conformação por cisalhamento envolvem forças cisalhantes suficientes para romper o metal no seu plano de cisalhamento. Os melhores exemplos desse tipo de processo são a torção de barras e o corte de chapas. PRINCIPAIS PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO O número dos diferentes processos unitários de conformação mecânica, desenvolvidos para aplicações específicas, atinge atualmente algumas centenas. Não obstante, é possível classificá-los num pequeno número de categorias, com base em critérios tais como: o tipo de esforço que provoca a deformação do material, a variação relativa da espessura da peça, o regime da operação de conformação, o propósito da deformação. Basicamente, os processos de conformação mecânica podem ser classificados em: Forjamento: conformação por esforços compressivos tendendo a fazer o material assumir o contorno da ferramenta conformadora, chamada matriz ou estampo. Laminação: conjunto de processos em que se faz o material passar através da abertura entre cilindros que giram, modificando-lhe (em geral reduzindo) a seção transversal; os produtos podem ser placas, chapas, barras de diferentes seções, trilhos, perfis diversos, anéis e tubos. Trefilagem: redução da seção transversal de uma barra, fio ou tubo, “puxando-se” a peça através de uma ferramenta (fieira ou trefila) com forma de canal convergente. Extrusão: processo em que a peça é “empurrada” contra a matriz conformadora, com redução da sua seção transversal. A parte ainda não extrudada fica contida num recipiente ou cilindro (container); o produto pode ser uma barra, perfil ou tubo. Estampagem: o processo de transformação mecânica, geralmente realizado a frio, onde através de ferramentas adequadas à prensa, submetemos os material ao processo de moldagem de formas geralmente propostas a chapas Conformação de chapas: Compreende as operações de: Embutimento; Estiramento; Corte; Dobramento. Os processos de conformação plástica podem ser classificados de acordo com vários critérios: a) quanto ao tipo de esforço predominante; b) quanto à temperatura de trabalho c) quanto à forma do material trabalhado ou do produto final; d) quanto ao tamanho da região de deformação (localizada ou geral); e) quanto ao tipo de fluxo do material (estacionário ou intermitente); f) quanto ao tipo de produto obtido (semi-acabado ou acabado). Os processos quanto ao tipo de esforço predominante podem ser classificados em: a) processo de conformação por compressão direta; b) processo de conformação por compressão indireta; c) processo de conformação por tração; d) processo de conformação por cisalhamento; e) processo de conformação por flexão. a Figura 1.1. apresenta de forma esquemática esses processos. Nos processos de conformação por compressão direta, predomina a solicitação externa por compressão sobre a peça de trabalho. Nos processos de conformação por compressão indireta, as forças externas aplicadas sobre a peça podem ser tanto de tração como de compressão, mais as que efetivamente provocam a conformação plástica do metal são de compressão indireta, desenvolvidas pela reação da matriz sobre a peça. O principal exemplo de processo de conformação por tração é o estiramento de chapas, em que a peça toma a forma da matriz através da aplicação de forças de tração em suas extremidades. Os processos de conformação por cisalhamento envolvem forças cisalhantes suficientes para romper o metal no seu plano de cisalhamento. Os melhores exemplos desse tipo de processo são a torção de barras e o corte de chapas. Em relação à temperatura de trabalho, os processos de conformação podem ser classificados em : Processos com trabalho mecânico a frio e com trabalho mecânico a quente. Quando a temperatura de trabalho é maior que a temperatura que provoca a recristalização do metal, o processo é denominado como trabalho a quente e, abaixo dessa temperatura, o trabalho é denominado como a frio. No trabalho mecânico a frio, provoca-se o aparecimento no metal do chamado efeito de encruamento, ou seja, o aumento da resistência mecânica com a deformação plástica. O trabalho mecânico a frio permite aumentar a resistência mecânica de certos metais não-ferrosos que são endurecíveis por tratamentos térmicos. No trabalho mecânico a quente, a deformação plástica é realizada numa faixa de temperatura, e durante um determinado tempo, em que o encruamento é eliminado pela recristalizaçãodo metal. Um metal na sua condição encruada possui energia interna elevada em relação ao metal não-deformado plasticamente. Aumentando-se a temperatura, há uma tendência do metal retornar à condição mais estável de menor energia interna. O tratamento térmico para obter esse efeito é denominado recozimento e, além da recuperação da estrutura cristalina do metal, este tratamento provoca a diminuição da resistência mecânica e a elevação da ductilidade. Os métodos de classificação dos processos de conformação plástica mais comum são os dois mencionados anteriormente. Existem também outros métodos, cujos empregos, no entanto, são menos comuns. Um deles é a classificação de acordo com a forma do metal trabalhado, como por exemplo os processos de conformação de chapas (laminação, estampagem, dobramento, etc.) e de tubos e fios (trefilação, extrusão, etc.). Pode-se também, classificar os processos de acordo com o tamanho da região deformada em: processos com região deformada localizada, que incluem a laminação, a trefilação e a extrusão, e processos com região de deformação generalizada, como por exemplo, os processos de estampagem profunda e o forjamento. De acordo com o tipo de fluxo de deformação do metal, podem ser classificados em processos de fluxo contínuos ou quase-estacionários (com movimentos constantes) e processos de fluxo intermitentes. Como exemplos do primeiro tipo, pode-se citar os processos de laminação, trefilação, e extrusão a quente. Os processos de extrusão a frio, estampagem e forjamento são exemplos de processos com, fluxo intermitente. Os processos de conformação podem ainda ser classificados em duas categorias de acordo com o produto obtido: processos de conformação primária, através dos quais se obtêm produtos semi- acabados e processos de conformação secundários, através dos quais se obtêm produtos acabados. Em termos de conformação mecânica, chama-se de trabalho a quente (TQ) aquele que é executado em temperaturas acima de 0,5Tf; trabalho a morno (TM), executado na faixa compreendida (grosseiramente) entre 0,3 e 0,5 Tf e trabalho a frio (TF) aquele que é executado entre 0 e 0,3Tf. É importante compreender que a distinção básica entre TQ e TF é portanto, função da temperatura em que se dá a recristalização efetiva do material. Assim, embora para muitas ligas comerciais a temperatura do TQ seja realmente elevada em relação à ambiente, para metais como Pb e Sn, que se recristalizam rapidamente à temperatura ambiente após grandes deformações, a conformação à temperatura ambiente é TQ. Por outro lado, a conformação a 1100°C é TF para o tungstênio, cuja temperatura de recristalização é superior a esta, embora seja TQ para o aço. Geração de calor na conformação mecânica. Nos processos de conformação, tanto a deformação plástica quanto o atrito contribuem para a geração de calor. Da energia empregada na deformação plástica de um metal, apenas 5 a 10% ficam acumulados na rede cristalina, sob a forma de energia interna, sendo os restantes 90 a 95% convertidos em calor, em algumas operações de conformação continua, como extrusão e trefilação, efetuadas em altas velocidades, a temperatura pode aumentar de centenas de graus. Uma parte do calor gerado é dissipada (transmitido às ferramentas ou perdido para a atmosfera), mas o restante permanece na peça. Elevando-lhe a temperatura. Para uma deformação e = 1,0 tem-se DTmáx igual a 74°C para alumínio, 277°C para ferro e 571°C para titânio. Ser a velocidade de um dado processo é alta, a perda do calor gerado será pequena e o aumento efetivo da temperatura será próximo do valor teórico. Faixas de Temperaturas permissíveis no trabalho a quente. O limite inferior de temperatura para o trabalho a quente de um metal e a menor temperatura para a qual a taxa de recristalização é rápida o bastante para eliminar o encruamento quando o metal esta submetido aquela temperatura. Para um dado metal ou liga metálica a menor temperatura de trabalho a quente dependera de fatores tais como a quantidade de deformação e o tempo em que o material estará submetido a temperatura em questão. Uma vez que quanto maior o nível de deformação menor é a temperatura de recristalização, o limite inferior de temperatura para o trabalho a quente diminuirá para grandes deformações. Um metal trabalhado com elevada velocidade de deformação e resfriado rapidamente irá requerer uma temperatura de trabalho a quente maior do que se este for deformado e resfriado vagarosamente, para a obtenção de um mesmo nível final de deformação. O limite superior de trabalho a quente é determinado pela temperatura em que ocorre o inicio de fusão ou excesso de oxidação. Geralmente, a temperatura mais elevada de trabalho a quente é limitada bem abaixo do ponto de fusão devido a possibilidade de fragilização à quente (existência de compostos com menor ponto de fusão). Basta uma pequena quantidade de um filme de constituinte com baixo ponto de fusão nos contornos de grão para fazer um material desagregar-se quando deformado(fragilidade a quente). Geralmente emprega-se Tmax Tf – 55°C (ou Tf – 100°F) para evitar esta possiblidade. Resumo da classificação dos processos de conformação plástica.
Compartilhar