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Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 1 Aula 00 Direito Civil Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Professora: Elisa Pinheiro Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 2 Sumário 1. Apresentação..................................................................................02 2. Sumário..........................................................................................04 3. Metodologia das aulas.....................................................................04 4. Cronograma....................................................................................06 5. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro...........................07 6. Questões Comentadas.....................................................................33 7. Lista de Exercícios...........................................................................76 8. Gabarito..........................................................................................92 Apresentação Olá, meus amigos! Tudo bem? Meu nome é Elisa Pinheiro e é com muita honra e satisfação que tenho o prazer de ministrar o Curso Direito Civil para o Concurso da Secretaria da Fazenda do Estado do Maranhão (SEFAZ/MA) para o cargo de Auditor Fiscal aqui no Ponto dos Concursos. Antes de tecermos maiores considerações, irei me apresentar: sou formada em Direito e pós-graduada em Direito Material do Trabalho. Além do mais, sou advogada atuante na área trabalhista e grande apaixonada pelo mundo jurídico (como um todo), pois tenho para mim, que somente através do conhecimento (principalmente dos nossos direitos e deveres como cidadãos) é que o ser humano conseguirá alcançar a sua plenitude e felicidade. Ainda, leciono há Aula 00 – Aula Demonstrativa Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 3 bastante tempo em cursos preparatórios para concursos públicos e exames da OAB, tanto na modalidade on-line como presencial. Em continuidade, destaco que sei que por vezes podemos parecer perdidos, que nossas metas podem aparentar longe ou impossíveis, mas tenham a certeza de que vocês já se encontram no caminho correto, ou seja, o trilhar, o tentar, o se dedicar. E é isso que importa! Claro, concurso também é aprendizado. Aprendizado de como estudar. Pois é, até isso temos que saber como fazer, mas o concurseiro vai amoldando para o seu dia a dia o que funciona ou não. Na verdade, não existem muitas fórmulas mágicas. E não necessariamente o que funciona para um, irá funcionar para outro. Mas, acredito que exista um consenso do que funciona ou não. Qual seja: conteúdo teórico direcionado, lei seca e exercícios (muitos, muitos, muitos). E, claro, disciplina! Sim, disciplina é essencial! Nada como um cronograma. Mas não é qualquer cronograma. Mas sim um realista. Não adianta querer estudar 8, 9, 10, 12 horas por dia, mas entre essas horas ficar conectado em redes sociais, ou não revisar o conteúdo, ou não dar enfoque aos temas nevrálgicos das disciplinas. Também é muito importante que identifiquemos quais são os nossos pontos fracos, ou seja, quais são os temas que mais erramos. E a partir de então, apontarmos se esses erros são decorrentes de ausência de conteúdo teórico, ou se foi apenas falta de interpretação na hora de ler a questão, etc. No mais, destaco que esta aula é apenas uma pequena demonstração do que teremos pela frente e saibam que o conteúdo do nosso curso é muito Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 4 extenso, o que vai requere de você candidato, estudo redobrado no que diz respeito a esta disciplina. Bons estudos e rumo à aprovação. E nunca se esqueçam: sacrifício provisório = benefício permanente. A Banca A banca examinadora do nosso certame é Fundação Carlos Chagas (FCC). Não vou dizer que é uma instituição examinadora de concursos que elabora provas com conteúdos 100% pautados apenas no texto da lei. Todavia, com um bom substrato teórico mais uma leitura detalhada da lei “seca”, é possível lograr êxito nas questões. Assim, no decorrer das nossas aulas, além das questões da própria FCC, utilizarei exercícios de outras bancas (sempre que necessário), para que vocês tenham uma base mais sólida nos exercícios. Logo, nossos exercícios serão multibancas. Metodologia das Aulas As nossas aulas seguirão as seguintes sistemáticas: a) Conteúdo teórico: a. Poderão ser utilizadas cores (para dar destaque aos pontos mais importantes ou recorrentes), assim como gráficos, mnemônicas entre outros recursos que facilitem o aprendizado. b) Lista com questões objetivas com comentários: Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 5 a. Todas as questões serão comentadas uma a uma. b. Para identificar a palavra ou frase errada da questão, utilizarei a cor vermelha para dar maior destaque e ênfase naquilo que deixa a assertiva incorreta. Farei o mesmo com o a palavra ou frase correta, mas utilizando desta vez a cor azul. c. Também poderei utilizar recursos gráficos para melhor solidificação do conteúdo. c) Lista com questões objetivas sem comentários: a. Aqui apresento uma lista com muitas questões para que vocês possam resolvê-las e assim, consolidar todo o conteúdo teórico aprendido anteriormente. b. Recomento que realizem antes os exercícios antes de adentrarem na lista com as questões comentadas. d) Gabarito. Atenção! Para quem não tem o Código Civil de 2002 atualizado, deixo abaixo o link para que vocês possam acessá-lo diretamente no site do planalto. Assim, como o link da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88) que por vezes, também será usada em nossas aulas. E a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). LINDB: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del4657.htm CC/2002: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm CRFB/88: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 6 Cronograma Aula Conteúdo Programático Data 00 Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Disponível 01 Das Pessoas Naturais e Domicílio. 15.07.2016 02 Das Pessoas Jurídicas. 22.07.2016 03 Dos Bens 29.07.2016 04 Do Negócio Jurídico 05.08.2016 05 Dos Atos Jurídicos Lícitos. Dos Atos Jurídicos Ilícitos. Da Prescrição e Decadência. Da Prova. Da Responsabilidade Civil. 12.08.2016 06 Dos Contratos em Geral. 19.08.2016 07 Dos Contratos em Espécie. 26.08.2016 08 Do Direito das Coisas: posse e propriedade. Do penhor, da hipoteca e da anticrese. 02.09.2016 Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 7 Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 1. Noções Introdutórias. Antes de adentramos em nosso conteúdo propriamente dito, cumpre esclarecer que a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC – Decreto Lei nº 4.657/42) teve sua denominação alterada para “Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro” (LINDB), através da Lei 12.376 de 30.10.2010. Tal alteração veio de maneira acertada, pois em que pese a LINDB encontrar- se anexa ao Código Civil, não o compõe, uma vez que se trata de legislação autônoma. Logo, rege todos os ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na legislação específica. A Lei 12.376/2010 alterou apenas a nomenclatura LICC para LINDB, restando intocáveis os artigos do Decreto Lei nº 4.657/42. Cumpre esclarecer ainda, que apesar de a LINDB ser datada de 1942, continua a viger mesmo com o advento do Código Civil de 2002 (o anterior era de 1916). Isso porque, como expliquei acima, a LINDB é autônoma e não compõe o Código Civil Brasileiro e devido a tal fato, não foi revogada. Desta forma, é possível dizer que: “O Decreto-lei 4.657/1942, que instituiu a Lei de Introdução, é um conjunto de normas sobre normas, ou uma norma de sobre direito (lex legum), eis que disciplina as próprias normas jurídicas, prevendo a maneira de sua aplicação no tempo e no espaço, bem como a sua compreensão e o Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 8 entendimento do seu sentido lógico, determinando também quais são as fontes do direito, em complemento ao que consta na Constituição Federal.”, (Flávio Tartuce. Direito Civil Vol. 1. Editora Método. 10ª Edição. 2014), (grifo nosso). Feitas tais considerações, vejamos a estrutura e funções da LINDB: Artigos Funções 1º e 2º Vigência normativa 3º Obrigatoriedade das normas 4º Integração normativa 5º Interpretação normativa 6º Aplicação das normas no tempo 7º a 19 Aplicação da lei no espaço Assim, a LINDB tem por funções regulamentar: a) O início da obrigatoriedade da lei; b) O tempo de obrigatoriedade da lei; c) A eficácia global da ordem jurídica, não admitindo a ignorância da lei vigente; d) Os mecanismos de integração das normas, quando houver lacunas; e) Os critérios de hermenêutica jurídica; f) O direito intertemporal; g) O direito internacional privado brasileiro; e h) Os atos civis praticados, no estrangeiro, pelas autoridades consulares brasileiras. 2. Vigência da Lei. 2.1. Conceito. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 9 As leis possuem um ciclo de vida, ou seja, nascem, são aplicadas e ficam em vigor até serem revogadas. Tais fases correspondem ao início, continuidade e cessação da vigência da lei. Logo, vigência diz respeito a um critério puramente temporal. Refere-se ao período de validade da norma. Ou em outras palavras: é o lapso temporal que vai do momento em que ela passa a ter força vinculante até a data em que é revogada ou em que se esgota o prazo prescrito para sua duração. 2.2. Início da Vigência da Lei. Antes, destaco que estudaremos aqui somente os temas estritamente ligados ao Direito Civil. Por isso, no que diz respeito à “elaboração”, “iniciativa”, e “promulgação de uma lei”, não adentrarei em explicações no que se referem aos legitimados, quorum, entre outros, pois se trata de conteúdo ligado ao Direito Constitucional. Desta forma, para que uma lei seja criada, são necessárias três fases. Vejamos: A fase de elaboração ou de iniciativa tem sua competência normatizada no art. 61, caput da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88). Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 10 Já a fase de promulgação equivale à autenticação da lei, à declaração de sua existência obedecido o processo legislativo. Através da promulgação, a autoridade atesta a existência da lei. Por fim, a fase de publicação é quando se tem o início da vigência da lei. A lei somente começa a vigorar com sua publicação no Diário Oficial. Após a fase de publicação, ninguém poderá alegar que não cumpriu a lei porque não a conhecia (art. 3º da LINDB). Como regra (há exceções), a obrigatoriedade da lei não tem início no dia de sua publicação. Isso somente ocorrerá se ela (a lei) assim determinar expressamente. Normalmente, a lei somente começa a vigorar 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação. Todavia, este prazo poderá ser estendido ou diminuído. “Art. 1o, LINDB. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.“ Já nos casos em que a lei brasileira é admitida no exterior, a sua obrigatoriedade inicia-se três meses depois de oficialmente publicada. Art. 1º, § 1o, LINDB. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 11 Quando as provas cobram o conteúdo do § 1º do art. 1º da LINDB, elas tendem a nos “pregar algumas peças”, algumas pegadinhas. E como é essa “pegadinha”? Bem assim: Caso 01: Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 90 dias depois de oficialmente publicada. Repararam? O examinador costuma trocar o prazo de “três meses” por “90 dias”. Se cair isso, a alternativa está errada! Caso 02: Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, sempre admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. Perceberam? Trocaram a expressão “quando” (porque pode acontecer de a lei brasileira não ser admitida no Estado estrangeiro) por “sempre”. Se cair isso, a alternativa está errada! Estes são os casos mais comuns, mas devemos ficar atentos às originalidades das bancas examinadoras. 2.3. Vacatio Legis. O intervalo (45 dias ou três meses ou outro previsto em lei) entre a data da publicação da lei e a sua entrada em vigor denomina-se vacatio legis. Inclusive, Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 12 durante este intervalo (vacatio legis), a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no sistema legislativo. Vejamos o gráfico abaixo para entendermos melhor: edição publicação vigência vacatio legis obrigatoriedade sem obrigatoriedade da nova lei da lei nova vigora a lei antiga 2.4. Diferença entre Vigência e Vigor. O art. 2º da LINDB nos apresenta as expressões “vigência” e “vigor”. Vejamos: Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Vigor diz respeito à imperatividade da norma, à sua força vinculante. Logo, vigor é a qualidade da lei em produzir efeitos jurídicos, ainda que a lei tenha sido revogada. Por exemplo, o CC/16 está revogado, mas ele ainda tem vigor porque produz efeitos. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 13 Por sua vez, conforme estudamos, vigência diz respeito ao tempo de duração da lei. Assim, a vigência, por outro lado, é o tempo em que a lei existe, é válida e produz efeitos. No caso o CC/16 não é mais vigente, mas está em vigor. 2.5. Nova Publicação de Texto Legal. Art. 1º da LINDB: § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. A respeito dos §§ 3º e 4º do art. 1º da LINDB devemos ficar atentos a alguns aspectos, conforme tabela abaixo: Antes de a lei entrar em vigor (durante a vacatio legis) – § 3º Depois de a lei entrar em vigor (após a vacatio legis) – § 4º A correção se destina a erros materiais ou falhas de ortografias. A correção também se destina a erros materiais ou falhas de ortografias. Neste caso o novo prazo para vacatio legis começará a correr da nova publicação Como a lei já se encontra em vigor, esta lei corrigida, será considerada lei nova. O novo prazo somente correrá para a parte corrigida ou emendada da lei. Ou seja, apenas os artigos alterados e republicados terão seu prazo de vigência contados da nova publicação Os direitos adquiridos durante a vigência da lei com incorreções, têm de ser resguardados pelo fato de a lei ter adquirido força obrigatória. Logo, não serão atingidos pela publicação do texto corrigido. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 14 As bancas amam pegadinhas quando se trata dos parágrafos acima. Então vejamos algumas das situações mais comuns: Caso 01: Se, depois de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. Errada! Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. Certa! Caso 02: As correções a texto de lei já em vigor não se consideram lei nova. Errada! As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Certa! Caso 03: As correções a texto de lei durante a vacatio legis consideram-se lei nova. Errada! As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Certa! 2.6. Contagem do Prazo. O art. 8º, § 1º da Lei Complementar 95/98 é quem regular a forma de contagem do prazo de vacatio legis. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 15 Art. 8º, § 1º da LC 95/98 - A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. Ou seja, a contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância é feita incluindo-se o dia da publicação e o último dia na contagem do prazo. Exemplo: Lei publicada no dia 02 de abril. Prazo de vacância de 10 dias. No caso, o prazo de vacância inclui o dia 02 de abril e vai até o dia 11 de abril (porque são 10 dias de vacância). Mas a lei somente entrará em vigor no dia seguinte (12 de abril). 3. Revogação da Lei. 3.1. Conceito de Revogação e Generalidades. A revogação é o fenômeno pelo qual uma lei perde a sua vigência. Ou seja, revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade. Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Assim, quando dizemos que a lei continuará a ter vigor até que outra lei a modifique ou a revogue, queremos enaltecer o caráter permanente da lei (em razão do princípio da continuidade). Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 16 Mas a esta regra do princípio da continuidade tem exceção, que são os casos das leis temporárias, cuja vigência tem prazo certo. E aqui duas considerações de extrema importância: a) A lei não perde a sua eficácia pelo desuso (não uso); e b) O costume não tem força para revogar a lei. 3.2. Espécies de Revogação. A revogação da lei é o gênero que poderá ter as seguintes espécies a depender da classificação: A derrogação é a revogação parcial de uma lei. Ou seja, somente uma parte da lei é revogada e o restante continua em vigor. A ab-rogação é a revogação total de uma lei. Ou seja, toda a lei é suprimida. Logo, todos os dispositivos daquela lei não serão mais usados e nem válidos. A revogação expressa ocorre quando a nova lei declara que a antiga lei será total ou parcialmente extinta (art. 2º, § 1º, primeira parte). Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 17 A revogação tácita ocorre quando a nova lei não contém declaração no sentido de revogar a lei antiga, mas isto ocorre porque a nova legislação se mostra incompatível com a antiga ou regula por inteiro a matéria de que tratava a lei anterior (art. 2º, § 1º, última parte). Vejamos o que diz a LINDB a respeito: Art. 2º, § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Assim, quando a lei diz “a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare (...)”, estamos diante de uma revogação expressa. E quando aduz: “(...) quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.”, é caso de revogação tácita. Cumpre destacar, que nos casos de coexistirem normas contraditórias, aplicamos o critério cronológico. Logo, prevalece a norma mais recente (lex posterior derogat legi priori). Então, nos casos em que a lei nova que tenha caráter amplo e geral, passar a normatizar por completo determinada matéria regulada em lei que já exista, a lei revogadora (nova lei), irá substituir por inteiro a lei antiga. De acordo com o critério hierárquico (lex superior derogat legi inferiori), entre normas jurídicas inconciliáveis deve ser aplicada a de estatura superior. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 18 Por fim, segundo o critério da especialidade (lex specialis derogat legi generali), a norma especial revoga a geral quando disciplinar, de forma diversa, o mesmo assunto. Muito cuidado com o que aduz o art. 2º, § 2 da LINDB. Vejamos: Art. 2º, § 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Assim, em que pese uma lei nova regrar disposições gerais ou até mesmo especiais a respeito de uma lei que já exista esta nova lei não irá revogar a lei velha. A lei antiga somente será revogada se houver incompatibilidade para com a nova. E fiquem muito atentos para o dispositivo acima (art. 2º, § 2º, LINDB), pois ele é muito cobrado em provas e as “pegadinhas” despencam! Vejamos como as bancas costumam cobrar tal dispositivo legal: Caso 01: A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, revoga e modifica a lei anterior. Errada! A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Certa! Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 19 Caso 02: A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga, mas modifica a lei anterior. Errada! A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Certa! 3.3. Efeito Repristinatório. A repristinação consiste na restauração da lei revogada pelo fato da lei revogadora ter perdido sua vigência. E, como regra (há exceção), a repristinação não é admitida em nosso sistema jurídico. Vejamos o que a LINDB diz a respeito: Art. 2º, § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Exemplo 01: Lei 2 revoga Lei 1. Posteriormente Lei 3 revoga Lei 2. A Lei 1 não irá se restaurar pelo fato da Lei 2 que a revogou, também ter sido revogada. Esta é a regra! Exemplo 02: Lei 2 revoga Lei 1. Posteriormente Lei 3 revoga Lei 2. E a Lei 3 expressamente declarar que a Lei 1 irá se restaurar. Esta é a exceção, mas é possível! Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 20 4. Obrigatoriedade das Leis. O art. 3º da LINDB nos apresenta o princípio da obrigatoriedade da lei. Vejamos: Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Tal princípio trata-se da máxima: nemine excusat ignorantia legis. O que significa que uma vez em vigor, todas as pessoas sem distinção devem obedecer à lei (inclusive os incapazes), pois ela se dirige a todos. Aqui temos a presunção no sentido de que o conhecimento da lei decorre de sua publicação. Daí a importância da vacatio legis para a eficiente divulgação do novo diploma legal. Contudo, “constata-se que o princípio da obrigatoriedade das leis não pode ser visto como um preceito absoluto, havendo claro abrandamento no Código Civil de 2002. Isso porque o art. 139, III, da codificação em vigor admite a existência de erro substancial quando a falsa noção estiver relacionada com um erro de direito (error iuris), desde que este seja única causa para a celebração de um negócio jurídico e que não haja desobediência à lei. Alerte-se, em complemento, que a Lei de Contravenções Penais já previa o erro de direito como justificativa para o descumprimento da norma (art. 8.º).”, (Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil: Volume único. Editora Método. 4ª Edição. 2014), (grifo nosso). 5. Integração das Normas Jurídicas. 5.1. Conceito e Generalidades. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 21 Integrar significa preencher as lacunas da lei. E tem por objetivo fornecer uma resposta jurídica para aquele que procura o judiciário. Destaca-se, que tais lacunas se classificam da seguinte forma (conforme a professora Maria Helena Diniz): a) Lacuna normativa; b) Lacuna ontológica; c) Lacuna axiológica; e d) Lacuna de conflito ou antinomia. Lacuna normativa – consiste na total ausência de norma prevista para um determinado caso concreto. Lacuna ontológica – apesar de existir a norma, ela não corresponde aos fatos sociais. Lacuna axiológica – consiste na presença de norma para o caso concreto, mas a sua aplicação é insatisfatória ou injusta. Lacuna de conflito ou antinomia – consiste na antinomia (no choque) de duas ou mais normas válidas, pendentes de solução no caso concreto. Assim pessoal, conforme art. 4º da LINDB, quando a lei for omissa, o juiz deverá se utilizar dos seguintes mecanismos de integração do ordenamento jurídico analogia, costumes e princípios gerais do direito. Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 22 MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO Analogia Costumes Princípios Gerais do Direito Quando da utilização dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico, deve-se observar a ordem proposta, qual seja: analogia, costumes e princípios gerais do direito. Para decorar tal ordem, basta lembrar que estão em ordem crescente alfabética: 1º analogia, 2º costume e 3º princípios gerais do direito. Outra coisa muito importante: a LINDB não autorizou expressamente a utilização da equidade para os casos em que a lei for omissa. Todavia, o art. 127 do Código de Processo Civil de 1973 (art.140, parágrafo único do Novo CPC) autoriza o seu uso, mas desde que exista permissivo legal expresso. Art. 127, CPC/1973. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. Art. 140, NCPC/2016. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 5.2. Analogia. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 23 A analogia é o método de interpretação jurídica, utilizada quando não existir previsão específica em lei para uma determinada situação e se aplica uma disposição legal que regula casos idênticos, semelhantes, ao da controvérsia. A analogia pode ser: a) Legis; e b) Juris. A analogia legis consiste na aplicação de uma regra jurídica existente a caso semelhante, não previsto pelo legislador. Aplica-se apenas uma norma próxima ao caso em análise. A analogia juris ocorre quando se compara uma situação trabalhada dentro do sistema como um todo e se utiliza, por exemplo, dos princípios gerais do direito. Aplicam-se um conjunto de normas próximas, retirando-se os elementos que possibilitem a analogia. 5.3. Costumes. O costume é fonte subsidiaria ou supletiva, pois só pode recorrer depois de esgotadas as possibilidades de suprir a lacuna pela analogia. Assim, os costumes consistem em práticas e usos reiterados com conteúdo lícito e relevância jurídica. E são classificados em: a) Costumes segundo a lei (secundum legem); b) Costumes na falta da lei (praeter legem); e c) Costumes contra a lei (contra legem). Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 24 Os costumes segundo a lei (secundum legem) envolvem as situações em que o próprio legislador resolve não legislar a matéria, remetendo-a aos costumes. Os costumes na falta da lei (praeter legem) são utilizados no caso de lacunas na lei. Assim, diante da inexistência de uma lei específica para regular determinada situação, poderá ser observado o costume correntes na região. Exemplo: emissão de cheque pré-datado, apesar de o cheque ser ordem de pagamento à vista. Os costumes contra a lei (contra legem) é o costume que contraria a lei. Contudo, como os costumes são métodos integrativos, nunca podem ser utilizados contra a lei. 5.4. Princípios Gerais do Direito. Os princípios gerais são regras que, embora não estejam escritas, servem como mandamentos que auxiliam o Direito e são utilizados como base para a criação e integração das normas jurídicas. Desta forma, os princípios gerais do direito são proposições mais abstratas que servem de base e fundamento ao Direito. 6. Interpretação das Normas Jurídicas. 6.1. Conceito. Interpretar significa buscar o alcance e o sentido da norma. Assim, não somente as leis obscuras e ambíguas estão sujeitas à interpretação. 6.2. Métodos de Interpretação. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 25 A hermenêutica é a teoria científica de interpretação das leis. Seu objetivo precípuo consiste no estudo da sistematização das técnicas utilizadas para determinar o significado e alcance da norma. Sendo assim, para se alcançar a fiel interpretação da norma, utiliza-se de determinados métodos que se classificam como conforme o gráfico abaixo: A interpretação autêntica ou legislativa é a realizada pelo próprio legislador através de lei interpretativa. No caso, o legislador reconhece a obscuridade ou ambiguidade da norma e vota uma nova lei que se destinada a esclarecer a sua intenção. A interpretação jurisprudencial ou judicial é a interpretação fixada pelos Tribunais. A interpretação doutrinária é a interpretação feita pelos estudiosos do direito através de seus livros (doutrinas). Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 26 A interpretação gramatical consiste na busca do sentido literal ou textual da norma constitucional. A interpretação lógica ou racional utiliza raciocínios lógicos ou dedutíveis para a análise da norma. É o método que atende ao espírito da lei, uma vez que procura apurar o sentido e a finalidade da norma, a intenção do legislador, A interpretação sistemática se relaciona com a interpretação lógica, e, por tal motivo, muitos juristas preferem denominá-la como interpretação lógico- sistemática. Segundo esse método de interpretação, uma lei não existe isoladamente, logo deve ser interpretada em conjunto com outras pertencentes à mesma categoria do direito. A interpretação histórica baseia-se na busca dos antecedentes remotos e imediatos que interferiram no processo de interpretação de uma determinada lei, ou seja, baseia-se na investigação dos antecedentes da norma, na pesquisa do processo legislativo, com o intuito de descobrir o seu exato significado. A interpretação sociológica ou teleológica busca conciliar o sentido da norma às novas exigências sociais. A interpretação declarativa é a interpretação que declara o exato alcance da norma, ou seja, o texto legal corresponde ao pensamento do legislador. A interpretação extensiva ou ampliativa amplia o sentido e o alcance apresentado pela expressão literal da norma jurídica. A interpretação restritiva restringe o sentido e o alcance apresentado pela expressão literal da norma jurídica. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 27 7. Aplicação da Lei no Tempo. Quando uma determinada lei nova regulamenta certo conteúdo, ela se aplicará aos fatos pendentes e aos fatos futuros. Vejamos: Art. 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Art. 5º, XXXVI, CRFB/88. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. O ato jurídico perfeito é o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou (art. 6º, § 1º, LINDB). Já o direito adquirido é aquele que o seu titular ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem (art. 6º, § 2º, LINDB). Por fim, coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso (art. 6º, § 3º, LINDB). 8. Eficácia da Lei no Espaço. Em decorrência da soberania estatal, em regra, a norma tem aplicação dentro do território delimitado pelas fronteiras do Estado que a promulgou. Exatamente por isso, que dizemos que no tange à eficácia da lei vigora o princípio da territorialidade da lei. Todavia, em situações específicas, o Brasil admite a extraterritorialidade, nos casos em que as leis e sentenças estrangeiras possam ser aqui aplicadas. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 28 Exatamente por isso, que a LINDB (através dos artigos 7º a 19), disciplinou as regras referentes ao direito internacional público e privado, principalmente no que se refere aos limites territoriais da aplicação da lei brasileira e da lei estrangeira. 8.1. Princípio da Territorialidade e Extraterritorialidade. Pelo sistema da territorialidade, a norma jurídica aplica-se no território nacional do Estado e se estende, por exemplo, às embaixadas, consulados, navios de guerras (onde quer que se encontrem), entre outros. Por sua vez, a extraterritorialidade consiste na aplicação de norma estrangeira aplicada em outro Estado. Não serão aceitas as leis estrangeiras que ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 8.2. Regras Específicas. A seguir verificaremos regras específicas em que aplicamos a eficácia da lei no espaço: Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 29 Relações jurídicas atinentes ao começo e ao fim da personalidade, ao nome, à capacidade e aos direitos de família. Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Casamento. Aqui temos as seguintes situações: a) Casamento realizado no Brasil – art. 7º, § 1º da LINDB: Aplica-se a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração (artigos 1.521, 1.548, I, e 1.550 do Código Civil). b) Casamento realizado no estrangeiro – art. 7º, § 2º da LINDB: Poderá ser realizado perante as autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. O casamento será celebrado segundo a lei do país do celebrante. Todavia, o cônsul estrangeiro somente poderá realizar o matrimônio quando ambos os contraentes forem conacionais. Os estrangeiros que estejam domiciliados no Brasil deverão procurar a autoridade Brasileira. c) Casamento de brasileiro no exterior: Pode ser celebrado perante a autoridade consular brasileira, mas os nubentes devem ser brasileiros, ainda que domiciliados fora do Brasil. Vejam o que diz a lei sobre o assunto: Art. 7º, LINDB: Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 30 § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. Se os nubentes tiverem domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. Em regra, o regime de bens (legal ou convencional) obedece à lei do país em que os nubentes tiverem domicílio. Mas se o domicílio for diferente, prevalecerá a lei do primeiro domicílio conjugal. Situações em que os bens móveis que o proprietário tiver consigo ou se destinarem ao transporte para outros lugares. Art. 8º, § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. Situações referentes ao penhor. Art. 8º, § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Obrigações e provas dos fatos. No que tange à qualificação e regência das obrigações, aplica-se a lei do país em que se constituírem. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 31 Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Capacidade sucessória. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. Competência da autoridade judiciária. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. Execução de sentença estrangeira. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 32 Requisitos para que uma sentença estrangeira possa ser executada no Brasil, (art. 15, LINDB): a) Haver sido proferida por juiz competente; b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) Ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) Estar traduzida por intérprete autorizado; e e) Ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O art. 15, alínea “e” da LINDB aduz que a sentença estrangeira deve ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Todavia, com o advento da Emenda Constitucional nº 45/2004, acrescentou-se ao art. 105, I, da Constituição Federal a alínea ‘i’, estabelecendo a competência do Superior Tribunal de Justiça para “a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias”. Com isso, alterou-se o art. 15, alínea “e” da LINDB. Fiquem atentos a isso, pois as provas adoram essas pegadinhas. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 33 Questões Comentadas. Questão 01 – (FGV) TJ-RO/Técnico Judiciário/2015. Se, antes de entrar a Lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada à correção, o prazo para vigência começará a correr: CERTA a) a partir da nova publicação; Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. Art. 1º, § 3º, LINDB. Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. ERRADA b) 03 (três) meses após a primeira publicação oficial; ERRADA c) a partir da primeira publicação oficial o marco inicial para contagem do prazo não se altera; ERRADA d) 01 (um) ano após a primeira publicação; ERRADA e) 45 (quarenta e cinco) após a primeira publicação. Questão 02 – (FGV) DPE-RO/Técnico da Defensoria Pública – Técnico Administrativo/2015. Com o advento de uma lei nova que regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, é correto afirmar que: ERRADA a) a lei nova não tem valor; Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 34 CERTA b) a lei nova revoga a lei anterior; Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. Conforme disposto no art. 2º, §1º da LINDB, uma lei nova que regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, revoga totalmente (ab- rogação) a lei mais antiga. Art. 2 § 1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. ERRADA c) a lei nova coexistirá com a anterior, devendo o juiz escolher qual lei haverá de aplicar; ERRADA d) a lei anterior prevalecerá por um ano, momento a partir do qual a lei nova passará a vigorar; ERRADA e) a lei anterior prevalecerá por dois anos, momento a partir do qual a lei nova passará a vigorar. Questão 03 – (FGV) DPE-RO/Técnico da Defensoria Pública – Técnico Administrativo/2015. Ao aplicar a lei, o juiz deverá: ERRADA a) considerar apenas o seu sentido literal; ERRADA b) verificar se as pessoas envolvidas a conheciam, isentando-os de responsabilidade em caso negativo; Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 35 CERTA c) atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum; Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. ERRADA d) desconsiderá-la, se houver ambiguidade; ERRADA e) desconsiderá-la, se for contraditória. Questão 04 – (FGV) Prefeitura de Recife/Auditor do Tesouro Municipal/2015. A Lei de Introdução às Normas no Direito Brasileiro (DL nº 4657/42), denominação dada pela Lei nº 12.376/10 para a antiga Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro, estabelece normas sobre vigência, aplicação, interpretação, integração e conflito de leis no tempo e espaço. Com relação às previsões estabelecidas em tal diploma legal, analise as afirmativas a seguir. CERTA I. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando ela seja incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Comentários: Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 36 Artigo 2°, § 1º. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. CERTA II. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Comentários: Artigo 5°. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. CERTA III. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Comentários: Artigo 2°, § 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. Questão 05 – (FGV) TJ-AM/Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador e Leiloeiro/2013. A respeito dos métodos de integração das normas, analise as afirmativas a seguir. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 37 CERTA I. A LINDB (LICC) estabelece uma ordem preferencial e taxativa de métodos de integração das normas. Comentários: Quando da utilização dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico, deve-se observar a ordem proposta, qual seja: analogia, costumes e princípios gerais do direito. Para decorar tal ordem, basta lembrar que estão em ordem crescente alfabética: 1º analogia, 2º costume e 3º princípios gerais do direito. ERRADA II. O costume contra legem é admitido no direito brasileiro. Comentários: Os costumes contra a lei (contra legem) é o costume que contraria a lei. Contudo, como os costumes são métodos integrativos, nunca podem ser utilizados contra a lei. ERRADA III. Apenas a analogia legal poderá ser utilizada como método de integração, não se admitindo o uso da analogia jurídica. Comentários: A analogia é o método de interpretação jurídica, utilizada quando não existir previsão específica em lei para uma determinada situação e se aplica uma disposição legal que regula casos idênticos, semelhantes, ao da controvérsia. A analogia pode ser: a) Legis ou legal; e b) Juris ou jurídica. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 38 A analogia legis consiste na aplicação de uma regra jurídica existente a caso semelhante, não previsto pelo legislador. Aplica-se apenas uma norma próxima ao caso em análise. A analogia juris ocorre quando se compara uma situação trabalhada dentro do sistema como um todo e se utiliza, por exemplo, dos princípios gerais do direito. Aplicam-se um conjunto de normas próximas, retirando-se os elementos que possibilitem a analogia. Assinale: a) se somente a afirmativa III estiver correta b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. c) se somente a afirmativa II estiver correta. d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. e) se somente a afirmativa I estiver correta Questão 06 – (FCC) TRE-RN/Analista Judiciário – Área Judiciária/2011. A lei do país em que for domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. No caso de casamento, tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do CERTA a) primeiro domicílio conjugal. Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 39 Assertiva correta conforme art. 7º, §3º, LINDB, que determina que a lei do primeiro domicílio conjugal regerá os casos de invalidade do matrimônio quando os nubentes tiverem domicílios diversos. Art. 7º, § 3º, LINDB. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. ERRADA b) último domicílio conjugal. ERRADA c) qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de um ano. ERRADA d) domicílio da mulher anterior ao casamento. ERRADA e) qualquer domicílio conjugal estabelecido por mais de três anos. Questão 07 – (FCC) TCE-RO/Procurador/2010. Em relação à aplicação da lei no tempo, é correto afirmar: ERRADA a) Salvo disposição em contrário, a vigência da lei inicia- se a partir de sua publicação oficial. Comentários: O erro da assertiva consiste em afirmar que a vigência da lei em todo o país inicia-se a partir da sua publicação oficial, quando na verdade inicia-se 45 dias depois de oficialmente publicada, conforme art. 1º, LINDB. Vejamos: Art. 1º, LINDB. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. CERTA b) Salvo disposição em contrário, a vigência da lei inicia- se no país quarenta e cinco dias depois de publicada oficialmente. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 40 Comentários: Assertiva correta e literalidade do art.1º, LINDB. Art. 1º, LINDB. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. ERRADA c) Exceto disposição contrária, a lei revogada restaura- se ao ter a lei revogadora perdido a vigência. Comentários: O erro da assertiva consiste nas palavras ”exceto” e “restaura-se”, pois a menos que exista lei a respeito, a lei revogada não se restaura pelo simples fato de a lei revogadora ter perdido a sua vigência, conforme art. 2º, § 3º, LINDB. Vejamos: Art. 2º, § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. ERRADA d) A vigência da lei começa a partir da sanção presidencial, ou da promulgação da Medida Provisória. Comentários: O erro da assertiva consiste em afirmar que a vigência da lei a partir da sanção presidencial ou da promulgação da Medida Provisória, quando na verdade inicia-se 45 dias depois de oficialmente publicada, conforme art. 1º, LINDB. Vejamos: Art. 1º, LINDB. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 41 ERRADA e) Lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, poderá eventualmente revogar ou alterar a lei anterior. Comentários: Quando a lei nova estabelecer disposições gerais ou especiais a par das leis que já existam, essa nova lei não revoga e nem modifica a lei anterior, conforme art. 2º, § 2º, LINDB. Vejamos: Art. 2º, § 2º, LINDB. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Questão 08 – (FCC) DPE-MT/Defensor Público/2009. Segundo a Lei de Introdução ao Código Civil brasileiro, ERRADA a) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Comentários: O erro da assertiva consiste em afirmar que lei revogada se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, quando na verdade não se restaura, a menos que haja disposição expressa nesse sentido, conforme art. 2º, § 3º, LINDB. Vejamos: Art. 2º, § 3º, LINDB. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. ERRADA b) salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país três meses depois de oficialmente publicada. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 42 Comentários: O erro da assertiva consiste em afirmar que a vigência da lei em todo o país inicia-se três meses depois de oficialmente publicada, quando na verdade inicia-se 45 dias depois de oficialmente publicada, conforme art. 1º, LINDB. Vejamos: Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. ERRADA c) nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei federal inicia-se três meses depois de oficialmente promulgada, salvo disposição contrária. Comentários: O erro da assertiva consiste em afirmar que a vigência da lei em todo o país inicia-se depois de oficialmente promulgada, quando na verdade inicia-se depois de oficialmente publicada, conforme art. 1º, LINDB. Vejamos: Art. 1º, § 1º, LINDB. Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. - Promulgação é o ato do Legislativo mediante o qual se comunica aos destinatários da lei a sua feitura e respectivo conteúdo. - Publicação é o ato mediante o qual se transmite a promulgação da lei aos seus destinatários, por publicação no Diário Oficial. A publicação é condição de eficácia e de vigência da lei. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 43 CERTA d) a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Comentários: A assertiva é literalidade do art. 2º, § 1º, LINDB. Vejamos: Art. 2º, § 1º, LINDB. A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. ERRADA e) quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes, a equidade e os princípios gerais de direito. Comentários: O erro da assertiva consiste em afirmar que quando a lei for omissa o juiz decidirá ocaso de acordo com a equidade, quando na verdade, o art. 4º, LINDB não menciona a equidade. Ademais, LINDB não autorizou expressamente a utilização da equidade para os casos em que a lei for omissa. Todavia, o art. 127 do Código de Processo Civil de 1973 (art.140, parágrafo único do Novo CPC) autoriza o seu uso, mas desde que exista permissivo legal expresso. Art. 4º, LINDB. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Questão 09 – (FCC) TCE-GO/Analista de Controle Externo - Direito/2009. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 44 De acordo com a Lei de Introdução ao Código Civil, é correto afirmar que ERRADA a) a sucessão por morte obedece à lei do país em que estiverem situados os bens deixados pelo falecido. Comentários: A sucessão por morte ou por ausência obedecer à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido e não onde estiverem situados os bens, conforme aduz a assertiva. Art. 10, LINDB. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. ERRADA b) regerá os casos de invalidade do matrimônio, tendo os nubentes domicílios diversos, a lei do domicílio do marido. Comentários: Quando os nubentes tiverem domicílios diversos, os casos de invalidade do matrimônio serão regidos de acordo com a lei do primeiro domicílio conjugal e não do domicílio do marido, conforme aduz a assertiva. Art. 7º, § 3o, LINDB. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. ERRADA c) chama-se coisa julgada o ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Comentários: Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 45 Temos a coisa julgada sempre que de uma decisão judicial não caiba mais recurso e não o ato que foi consumado conforme a lei do tempo em que ele se efetuou, conforme aduz a assertiva. Art. 6º, § 3º, LINDB. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. ERRADA d) a lei começa a vigorar em todo o país, salvo disposição contrária, na data de sua publicação. Comentários: O erro da assertiva consiste em afirmar que a vigência da lei em todo o país inicia-se na data de sua publicação, quando na verdade inicia-se 45 dias depois de oficialmente publicada, conforme art. 1º, LINDB. Vejamos: Art. 1o, LINDB. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. CERTA e) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a anterior. Comentários: A assertiva é literalidade do art. 2º, § 2º, LINDB. Vejamos Art. 2º, § 2o, LINDB. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Questão 10 – (FCC) PGE-SP/Procurador/2009. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 46 No que diz respeito à vigência da norma jurídica, ERRADA a) a revogação de uma lei opera efeito repristinatório automático em caso de lacuna normativa. Comentários: Como regra (há exceção), a repristinação não é admitida em nosso sistema jurídico e somente será admitida se a lei expressamente declarar. Art. 2º, § 3º, LINDB. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Ademais, quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito (art. 4º, LINDB). ERRADA b) a lei não pode ter vigência temporária. Comentários: Nada impede que uma lei tenha vigência temporária. Art. 2º, LINDB. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. ERRADA c) a lei começa a vigorar em todo país, salvo disposição contrária, 40 (quarenta) dias depois de oficialmente publicada, denominando-se período de vacatio legis. Comentários: Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 47 O erro da assertiva consiste em afirmar que a vigência da lei em todo o país inicia-se 40 dias depois de oficialmente publicada, quando na verdade inicia-se 45 dias depois de oficialmente publicada, conforme art. 1º, LINDB. Vejamos: Art. 1º, LINDB. Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. ERRADA d) a ab-rogação é a supressão parcial da norma anterior, enquanto a derrogação vem a ser a supressão total da norma anterior. Comentários: A derrogação é a revogação parcial de uma lei. Ou seja, somente uma parte da lei é revogada e o restante continua em vigor. A ab-rogação é a revogação total (absoluta) de uma lei. Ou seja, toda a lei é suprimida. Logo, todos os dispositivos daquela lei não serão mais usados e nem válidos. Amigos, uma boa dica para diferenciar derrogação de ab-rogação é só se lembrar que ab-rogação começa com “ab” de absoluta (total), logo, a derrogação, por exclusão, consiste na revogação parcial. CERTA e) os efeitos da lei revogada poderão ser restaurados se houver previsão expressa na lei revogadora. Comentários: Exatamente isso! Como regra, a lei revogada não se restaura automaticamente, todavia, poderá se restaurar se houver previsão legislativa expressa nesse sentido. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 48 Art. 2º, § 3º, LINDB. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Questão 11 – (FCC) TRT-15ª Região/Analista Judiciário – Área Judiciária – Execução de Mandados/2009. Denomina-se vacatio legis ERRADA a) o período de tramitação da lei no Congresso Nacional. ERRADA b) o instituto de direito não regulamentado por lei. ERRADA c) o período de vigência da lei temporária. CERTA d) o intervalo entre a data da publicação da lei e a da sua entrada em vigor. Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. Vacatio legis é o intervalo (45 dias ou três meses ou outro previsto em lei) entre a data da publicação da lei e a sua entrada em vigor. ERRADA e) a situação jurídica dos fatos regulamentados por lei revogada. Questão 12 – (FCC) TRT 2º Região/Analista Judiciário – Área Judiciária/2008. Considere: CERTA I. A lei do país onde for domiciliada a pessoa determina a regra Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 49 sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. Comentários: Art. 7o , LINDB. A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. CERTA II. Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. Comentários: Art. 7º, § 1o, LINDB. Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. ERRADA III. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do local da celebração. Comentários: Art. 7º, § 3o, LINDB. Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. CERTA IV. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. Comentários: Art. 7º, § 2o, LINDB. O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 50 É correto o que consta APENAS em a) I e III. b) I, II e IV. c) II e IV. d) II, III e IV. e) III e IV. Questão 13 – (FCC) TRT 18º Região (GO)/Analista Judiciário – Área Judiciária – Execução de Mandados/2008. A sucessão do ausente obedece a lei do país ERRADA a) onde foi visto pela última vez. ERRADA b) em que se situam seus bens imóveis. ERRADA c) onde ocorreu o desaparecimento. CERTA d) em que era domiciliado o desaparecido. Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. ERRADA e) onde residirem seus filhos. Questão 14 – (FGV) TJ-AM/Juiz/2013. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 51 O fenômeno da repristinação consiste ERRADA a) na revogação parcial de uma lei. CERTA b) na restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido a vigência, e somente ocorre em virtude de disposição expressa que a preveja. Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. A repristinação consiste na restauração da lei revogada pelo fato da lei revogadora ter perdido sua vigência. Lembrando que, como regra, a repristinação não é admitida em nosso sistema jurídico. Art. 2º, § 3o, LINDB. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. ERRADA c) na restauração da vigência de uma lei revogada, por ter a lei revogadora perdido a vigência, e ocorre independentemente de disposição expressa que a preveja. ERRADA d) na extinção da obrigatoriedade de lei temporária. ERRADA e) na revogação de uma lei por outra que regule inteiramente a matéria de que tratava a anterior. Questão 15 – (FGV) SEFAZ-RJ/Auditor Fiscal Da Receita Estadual/2011. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 52 A lei brasileira começa a vigorar em todo o país no prazo nela descrito e, no seu silêncio, em quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. A esse respeito, assinale as afirmativas a seguir: ERRADA I. A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue, não se admitindo, portanto, leis destinadas à vigência temporária. Comentários: É plenamente admissível em nosso ordenamento jurídico a edição de leis temporárias. Art. 2o, LINDB. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. ERRADA II. A lei revogada por outra que com ela se tornou incompatível deverá ser restaurada, caso a lei revogadora perca vigência. Comentários: O simples fato de a lei revogadora ter perdido sua vigência, não obriga a restauração (repristinação) da lei revogada. Art. 2º, § 3o, LINDB. Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. CERTA III. A lei brasileira entrará em vigor nos Estados estrangeiros que a admitam em três meses depois de oficialmente publicada. Comentários: Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 53 Art. 1º, § 1o, LINDB. Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. Assinale a) se somente a afirmativa III estiver correta. b) se nenhuma afirmativa estiver correta. c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. e) se somente a afirmativa II estiver correta Questão 16 – (FCC) TRT 18ª Região (AL)/Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2014. João cumpre os requisitos para se aposentar. No entanto, algum tempo depois, é editada lei que amplia em 5 anos o prazo para sua aposentação. João. ERRADA a) poderá se aposentar, mas apenas se o requerer no prazo de 15 dias do início da vigência da nova lei. ERRADA b) terá de aguardar 5 anos para se aposentar, pois a lei nova possui efeito imediato, impondo-se aos fatos passados, pendentes e futuros. CERTA c) poderá se aposentar, pois, apesar de possuir efeito imediato, a lei nova deve respeitar o direito que João já havia adquirido. Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 54 Na situação em comento, João já possui o direito adquirido de se aposentar (passível de ser exercido a qualquer momento), tal direito não será atingindo pelo advento da nova lei. Art. 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. ERRADA d) terá que aguardar 5 anos para se aposentar, pois o direito somente é adquirido com o seu exercício efetivo. ERRADA e) poderá se aposentar, pois, apesar de possuir efeito imediato, a lei nova deve respeitar a expectativa que João possuía sobre o direito, por questão de justiça poderá se aposentar, pois, apesar de possuir efeito imediato, a lei nova deve respeitar a expectativa que João possuía sobre o direito, por questão de justiça Questão 17 – (FCC) TRT 15ª Região/Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador/2013. Osmar obteve provimento judicial autorizando matrícula em curso de Ensino Superior independentemente do pagamento de quaisquer taxas, por sentença da qual não mais cabe recurso. No entanto, enquanto frequentava o curso, sobreveio Lei Municipal determinando que todos os estudantes do Ensino Superior deveriam pagar taxa destinada à alfabetização de adultos carentes. Osmar ERRADA a) será atingido pela nova lei, que previu efeito retroativo de maneira tácita. ERRADA b) será atingido pela nova lei, que possui efeito imediato e atinge todas as situações pendentes. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 55 ERRADA c) será atingido pela nova lei, tendo em vista tratar-se de norma de ordem pública. ERRADA d) não será atingido pela nova lei, mas seria se a norma tivesse previsto efeito retroativo de maneira expressa. CERTA e) não será atingido pela nova lei, em razão da proteção conferida à coisa julgada. Comentários: Atenção! O comentário desta alternativa serve como base para as demais assertivas desta questão. Como regra as leis não possuem retroatividade. Todavia, em situações excepcionais, admite-se a aplicação da lei nova aos casos pretéritos quando: 1) Existir expressa previsão legal; e 2) Não ofender a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido. Art. 6º, LINDB. A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitando o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Questão 18 – (FCC) AL-RN/Analista Legislativo/2013. Considere a seguinte situação hipotética: A Lei A teve início de vigência no dia 27 de Novembro de 2012. Posteriormente foi publicada a Lei B e a Lei C. Considerando que a Lei B estabeleceu disposições gerais sobre a Lei A a par das já existentes e a Lei C estabeleceu disposições especiais sobre a Lei A a par das já existentes, é certo que a Lei B ERRADA a) e a Lei C revogaram a Lei A. Direito Civil – Teoria e Exercícios SEFAZ/MA – Auditor Fiscal Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Elisa Pinheiro www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Elisa Pinheiro 56 CERTA b) e a Lei C não revogaram e nem modificaram a Lei A. Comentários: Atenção! O comentário desta
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