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História do Direito - Resumo P1

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Bárbara	dos	Santos	Ribeiro	–	Resumo	para	P1	de	História	do	Direito	 	
	 	
História	do	Direito	
	
	1. Relações	entre	Direito	e	História		 - Primeira	relação	entre	Direito	e	história	é	que	ambos	estão	misturados	na	vida	real.	- Todos	os	campos	de	conhecimento	tem	relação	com	a	história,	inclusive	o	campo	do	Direito.	- Sujeito	à	quem	quer	conhecer	o	objeto	/	objeto	à	o	que	o	sujeito	procura	conhecer.	Ex.:	Seriado	House	MD.	O	doutor	House	é	o	sujeito,	o	objeto	é	a	doença.		- Todas	as	coisas	só	podem	estar	em	três	lugares:	1. Passado	2. Presente	3. Futuro		
• Sujeito	e	objeto	estão	nesses	três	campos	sempre!!	Ex.:	um	historiador	no	presente	(sujeito)	que	se	debruça	na	historia	do	passado	(objeto).	- Quando	o	objeto	estudado	está	no	passado,	eu	tenho	um	limite	para	que	eu	possa	o	conhecer.		Por	exemplo:	em	um	campo	de	exatas,	existe	uma	certificação	que	os	fenômenos	existem	porque	podemos	REPETIR	para	ter	certeza	que	ele	é	válido	à	DEMONSTRAÇÃO	E	REPETIÇÃO.		- Nós	não	conseguimos	repetir	o	passado,	e	nem	demonstra-lo.	A	partir	do	momento	que	é	estabelecido	uma	história,	outras	milhões	de	teorias	e	perguntas	surgem,	justamente	pelo	fato	do	passado	não	poder	ser	demonstrado.		- História	não	consegue	ser	exata,	porque	o	objeto	está	no	passado.	O	passado	não	pode	ser	repetido	e	nem	demonstrado.	Obviamente	sabemos	de	vários	eventos	que	aconteceram:	sabemos	que	o	07/09	foi	em	Nova	York,	sabemos	que	o	Coliseu	foi	construído	em	Roma...	todas	essas	informações	que	temos	são	informações	comuns.	Mas	isso	somente	é	um	PEDAÇO	DA	REALIDADE.	São	peças	com	as	quais	pessoas	montam	a	narrativa,	mas	é	somente	um	pedaço	dela.		Ex.:	História	de	Napoleão.	Os	fatos	são:	ele	escolheu	uma	igreja	diferente	para	ser	coroado,	foi	casado,	convidou	Papa	para	coroação,	tirou	a	coroa	da	mão	do	Papa	e	se	coroou.	Tudo	isso	são	FATOS.	Mas	por	que	ele	fez	isso?	Historiadores	tem	teorias,	mas	não	conseguem	ter	100%	de	certeza,	pois	está	no	passado.	- O	objetivo	é	sempre	tentar	se	aproximar	da	verdade,	e	construir	uma	narrativa	do	passado.			 2. Uso	da	História	Antiga		- História	é	um	dos	elementos	mais	importantes	para	coesão	social.		
		 Bárbara	dos	Santos	Ribeiro	–	Resumo	para	P1	de	História	do	Direito	 	
	 	
- A	História	também	é	usada	para	justificar	ideias	e	pontos	de	vista.	Usar	o	passado	como	exemplo	para	sustentar	ideias	e	opiniões.	A	História	tem	peso,	ela	é	um	argumento.	Uma	coisa	ser	antiga	da	status,	estabelece	legitimidade.		- Todos	os	campos	de	conhecimento	usam	o	fato	de	alguma	coisa	ser	antiga	como	argumento	muito	forte,	e	o	Direito	faz	muito	isso.	Ex.:	A	Constituição	dos	EUA	vem	do	século	XVIII,	isso	da	um	peso	enorme.				 3. Limite	Para	Conhecer	a	Antiguidade	(Roma)		 - O	período	mais	valorizado	da	história	é	a	Antiguidade,	especialmente	Roma	e	Grécia.		- Tudo	que	está	no	passado,	é	complexo	de	saber,	principalmente	na	Antiguidade.	É	muito	difícil	nós	conhecermos	Roma	o	suficiente	para	cravar	o	que	é	Romano	de	fato.	- O	primeiro	limite	é	o	número	de	fontes.	A	quantidade	de	fontes	escritas	é	muito	pequena.	Um	dos	motivos	é	que	Roma	foi	queimada	no	mínimo	três	vezes.	Outro	problema	é	que	Roma	não	era	uma	sociedade	que	tudo	era	escrito.		- Os	historiadores	da	antiguidade	são	diferentes	dos	historiadores	mais	recentes.	Os	historiadores	recentes	não	inventam	nada,	mas	os	da	Antiguidade	faziam	muito	isso.	O	que	é	real	e	o	que	não	é?	Na	época	de	Roma	ainda	não	estava	delimitada	a	fronteira	entra	literatura	e	história.	O	historiador	podia	inventar	até	discursos.	Isso	é	um	outra	delimitação.		- Outro	delimitação	é	que	muito	das	coisas	escritas	vem	de	um	gênero	chamado	ELOGIO.	Intelectuais	Romanos	eram	convidados	a	elogiar	as	cidades,	famílias,	governos,	etc.,	em	datas	importantes.	Isso	não	era	puxação	de	saco.	Eram	fontes	importantes	de	explicação,	mas	tem	que	ser	entendidas	pela	limitação	do	elogio.	- O	segundo	limite	é	o	QUANDO.	É	difícil	saber	de	quando	uma	coisa,	evento	era	daquele	jeito	em	Roma.	É	difícil	porque	nas	fontes	gerais,	é	raro	pessoas	citarem	o	quando.	Como	não	sabemos	quando,	também	não	sabemos	quanto	tempo	determinada	coisa	durou.	Por	exemplo:	durante	um	período,	era	considerado	cidadão	Romano	quem	nasceu	na	cidade,	depois	foi	estendido	para	a	península,	e	depois	para	todo	o	império.	Isso	foi	pelo	menos	três	tempos/direitos	Romanos.	Mas	como	não	sabemos	quando	existiu,	também	não	sabemos	o	quão	importante	isso	significou	na	história.		- O	terceiro	limite	é	ONDE.	Existiram	impérios	maiores	que	o	de	Roma,	mas	os	romanos	conseguiram	manter	seu	império	por	muito	tempo.	Os	romanos	tinham	uma	clara	noção	de	cada	povo,	mas	eles	também	tinham	como	curiosidade	a	respeito	de	outros	povos	para	saber	o	que	podiam	extrair	deles.	Roma	nunca	mexeu	no	jeito	que	a	sociedade	trabalhava	e	funcionava	dos	seus	povos	conquistados.	Ele	não	pegava	uma	pessoa	que	fazia	tapetes,	e	a	colocava	como	escravo,	porque	não	queria	rebelião	desses	povos.	O	que	nos	interessa	do	ONDE	é	estabelecer	um	regime	concreto	de	cada	lugar,	estabelecer	um	Direito	concreto	de	cada	povo.		
		 Bárbara	dos	Santos	Ribeiro	–	Resumo	para	P1	de	História	do	Direito	 	
	 	
- PAUX	ROMANO	à	é	uma	ideia	permanente	de	Roma	sem	conflito.	A	desgraça	de	um	imperador/administrador	era	um	povo	se	rebelar.	Ou	seja,	Roma	quer		produtos,	escravos,	coisas	boas	da	região,	mas	não	quer	confusão.			 4. Roma:	Questões	Teóricas		 - Roma	dava	muita	importância	para	o	Direito,	e	foi	por	dar	muita	importância	que	Roma	conseguiu	o	império	que	ela	tinha.		- Para	manter	um	império	complexo,	foi	criado	também	um	direito	complexo.	O	direito	mantem	o	império,	o	império	cria	o	direito.		- Roma	era	uma	sociedade	totalmente	voltada	para	o	Oriente.	Roma	nunca	funcionou	virada	pelo	lado	do	Ocidente.	Nesse	mundo	oriental,	havia	uma	espécie	de	gramática	religiosa	comum.	Existiam	centenas	de	religiões	diferentes,	porém	essas	religiões	compartilhavam	algumas	ideias,	pressupostos	comuns	numa	narrativa	se	espalhava,	e	as	religiões,	por	mais	distintas	que	fossem,	acreditavam	nessas	ideias.		- Uma	dessas	ideias	partilhadas	por	várias	religiões	é	a	ideia	de	um	“Deus	Irascível”,	ou	seja,	um	Deus	que	pode	entrar	em	estado	de	ira.	Basicamente	Deus	está	tranquilo,	mas	dependendo	da	situação	pode	entrar	em	um	estado	de	ira,	e	ele	começa	a	punir.	Muitas	religiões	partilhavam	desse	sentimento.	- Os	romanos	pegaram	esse	Deus	cheio	de	ira,	e	deram	uma	importância	que	ninguém	mais	deu.	Eles	ficaram	obcecados,	e	passaram	a	construir	toda	vida	social	para	não	despertar	a	ira	de	Deus.		- O	que	despertava	a	ira	dos	Deuses	na	visão	dos	Romanos	não	eram	as	coisas	mais	comuns.	Eles	criam	uma	ideia	própria	do	que	iria	despertar	a	ira	dos	Deuses.	- Muitas	civilizações	veem	a	história	como	circular.	“A	–	B	–	C	–	D	–	A	–	B	–	C	–	D....”	numa	repetição	infinita	circular.	Romanos	gostavam	da	previsibilidade.		- Romanos	tem	uma	visão	circular	da	História.	Eles	matam	César	porque	acham	que	podem	voltar	para	a	Monarquia.	Sempre	é	possível	ir	e	voltar.		- O	desiquilíbrio	é	o	não	acontecimento	da	circularidade.	“A	–	B	–	C	–	D	–	N”.	Não	é	o	jeito	“certo”	e	natural	das	coisas	acontecerem.	O	tempo	tem	uma	natureza	sequencial.	- Os	Romanos	achavam	que	a	ruptura	desse	movimento	circular	faria	os	Deuses	ficarem	irritados,	porque	os	Deuses	criaram	esse	movimento	circular.		- 	O	Direito	Romano	seria	a	resposta	concreta	que	os	romanos	criaram	para	manter	e	preservar	os	equilíbrios.		- Qual	a	lógica?	O	Direito	Romano	é	um	direito	principalmente	entre	os	particulares.	É	um	direito	totalmente	abrangente,	que	trata	de	inúmeras	possibilidades.	É	um	regramento	completamente	detalhado.		- É	como	se	o	Direito	tivesse	passado	um	plástico	bolha	nas	pessoas,	para	regra-las	e	manter	todos	em	equilíbrio,	porque	a	quebra	do	equilíbrio	causa	a	ira	dos	Deuses.		- O	Direito	corrigia	o	equilíbrio	de	dois	jeitos:	
• Não	vou	fazer	nada	errado	porque	vou	ser	punido.	Os	Deuses	não	gostavam	do	imprevisível,	assim	como	os	romanos.	A	lei	cria	a	
		 Bárbara	dos	Santos	Ribeiro	–	Resumo	para	P1	de	História	do	Direito	 	
	 	
PREVISIBILIDADE,que	deixa	de	incentivar	pessoas	a	fazerem	coisas	erradas,	e	os	Deuses	assim	ficam	felizes.	
• Se	o	rompia	o	equilíbrio,	o	que	era	feito?	Se	cria	um	procedimento	para	resolver.	Um	procedimento	religioso,	que	vai	criar	uma	religação	religiosa	com	o	sagrado,	e	os	Deuses	vão	participar	nesse	procedimento.	Eles	vão	fazer	parte	de	tudo.	Mas	como	é	feita	a	participação?	Através	da	inspiração.	Eles	vão	inspirar	a	decisão.	- Como	serve	essa	inspiração?	É	uma	coisa	indireta,	não	clara.	É	uma	mensagem	obtusa,	esfumaçada.	A	pessoa	que	decide	é	inspirada	pelos	Deuses.		- Sem	inspiração	não	há	decisão,	mas	a	decisão	não	é	a	inspiração.			 5. Roma	–	Processo	Formulário			 - Quando	a	ordem	era	quebrada,	os	romanos	tinham	um	procedimento	estabelecido.		Ex.:	existe	um	conflito	fundiário	que	termina	em	assassinato.	Quando	isso	for	reportado	as	autoridades,	eu	tenho	um	segundo	momento.	Essa	autoridade	vai	começar	um	procedimento	religioso.	Um	procedimento	jurídico	é	sempre	um	procedimento	religioso	em	Roma.	Essa	autoridade	vai	começar	fazendo	uma	coisa	“x”	(sacrificar	um	animal,	por	exemplo)	para	dar	inicio	ao	rito	religioso.	Os	Deuses	romanos	não	são	onipresentes,	eles	não	estão	em	todos	os	lugares.	Os	Deuses	só	se	tornam	presentes	a	partir	do	momento	que	o	rito	religioso	começa.	Depois	do	ritual	vem	a	decisão.	Entre	o	rito	e	a	decisão,	os	deuses	estão	presentes,	mas	não	estão	fazendo	nada.	Estão	de	maneira	negativada.	Na	hora	da	decisão	eles	se	fazem	presente,	e	se	positivam	em	um	ato.	- Esse	ato	é	a	INSPIRAÇÃO.	Depois	da	inspiração	eles	param	de	participar	novamente.		- A	inspiração	é	uma	criação	de	condições	para	as	decisões.		- Quem	decide	é	o	homem,	e	não	os	Deuses.	Os	romanos	até	consideravam	a	possibilidade	de	erro,	mas	não	faziam	nada	a	respeito.		- Os	Deuses	Romanos	não	erram	pelo	fato	que	são	perfeitos,	mas	sim	pelo	fato	de	não	existir	moralidade.		- Os	romanos	vão	sentir	a	sacralidade	no	espaço,	ambiente.	Inspiração	acontece	no	lugar,	não	na	pessoa.		- Esse	procedimento	formulário	não	é	um	ato	completamente	racional,	apesar	de	ter	leis	e	procedimentos	bem	explicados.	- Magia	à	a	invocação	das	forcas	sobrenaturais	para	resolver	um	problema/dilema	natural.	- Esse	procedimento	de	invocação	dos	deuses	é	chamado	de	processo	formulário.		- Pretor	à	o	pretor	é	quem	inicia	o	processo.	Ele	tem	direito	de	aceitar	ou	recusar.	Se	ele	recusa,	o	caso	morre	ali	mesmo.	Se	aceita,	se	dá	inicio	ao	processo	formulário.	Para	ir	para	o	Pretor,	a	pessoa	não	pode	ir	sozinha.	Ela	tem	que	dar	um	jeito	de	levar	a	pessoa	de	quem	ela	está	tendo	a	desavença.		
		 Bárbara	dos	Santos	Ribeiro	–	Resumo	para	P1	de	História	do	Direito	 	
	 	
- Para	dar	início	ao	processo,	o	Pretor	normalmente	usa	algumas	palavras	de	cunho	religioso	para	dar	iniciar	o	rito	religioso.	- Depois	disso,	o	Pretor	vai	escrever	uma	fórmula.	Essa	fórmula	é	um	pequeno	texto,	basicamente	um	resumo	do	caso,	que	não	necessariamente	tem	objetivo	de	ser	equilibrado.	Essa	fórmula	vai	terminar	com	uma	pergunta,	que	pode	ser	respondida	com	SIM	ou	NÃO.		- O	posto	do	Pretor	é	de	um	tempo	determinado,	normalmente	vão	para	outras	posições	depois.	A	principal	função	do	Pretor	é	administrar	a	justiça.	Existem	dois	tipos	de	Pretores:	
• Urbano	à	quem	exerce	as	funções	na	cidade	de	Roma.	O	urbano	também	atende	em	contorno	da	cidade	de	Roma,	que	era	considerado	parte	sagrada.	O	pretor	urbano	também	era	descolocado	para	fora	da	cidade	quando	os	casos	envolviam	pessoas	muito	importantes.		
• Peregrino	à	a	atividade	não	está	em	Roma,	eles	estão	espalhados	pelo	império.		Um	Pretor	peregrino	que	era	mandado	pro	Oriente	na	maioria	das	vezes	voltava	rico,	praticamente	triplicava	sua	fortuna.	- Um	Pretor	em	Roma	era	considerado	a	maior	autoridade,	o	mais	respeitado.		- Essa	fórmula	e	perguntas	formuladas	pelo	Pretor	vão	ser	lidas	pelo	IUDEX.	- Iudex	à	Ele	é	qualquer	cidadão	romano.	Não	precisava	ser	alfabetizado,	rico,	etc.,	só	precisava	ser	romano.	O	Iudex	vai	ser	escolhido	para	cada	caso.	Ele	não	é	Iudex	para	sempre,	só	para	um	caso	especifico,	e	depois	volta	para	sua	vida	normal.		- O	Iudex	é	retirado	de	um	álbum,	que	é	a	lista	de	cidadãos.	Essa	lista	vai	para	as	mãos	do	Pretor.	O	Pretor	só	pode	escolher	um	cidadão	que	está	no	álbum.	Todas	as	pessoas	do	álbum	são	subordinadas	do	Pretor.		- Em	Roma,	tendencialmente,	todos	os	cidadãos	podem	estar	na	lista.	Para	um	Pretor	peregrino,	por	exemplo,	os	cidadãos	da	lista	na	maioria	das	vezes	são	pessoas	do	exército.	- Édito	à	antes	de	um	Pretor	começar	seu	trabalho,	ele	vai	escrever	um	texto	chamado	édito,	falando	mais	ou	menos	sua	maneira	de	trabalho.	Basicamente	uma	declaração	de	intenção,	algo	bem	genérico.	Esse	édito	era	acessível.	Ficava	a	mostra	para	o	público	ter	e	ler.		- O	Pretor	não	necessariamente	seguia	o	que	ele	escrevia	no	Édito.	Ele	poderia	falar	que	agiria	de	um	jeito	‘x’	em	determinada	situação,	mas	acaba	agindo	de	jeito	‘y’.	Então	para	quê	servia	o	Édito?	Somente	para	criar	um	certo	tipo	de	previsibilidade.			 6. Leis	Romanas		 - Em	Roma,	uma	lei	não	revogava	a	outra.		- As	leis	eram	feitas	pelos	Cônsules	(imperador),	o	senado	e	os	tribunos.	- Os	costumes	(mor	e	mores)	também	são	leis.	Também	são	leis	os	jurisconsultas	–	o	que	eles	falam	e	o	que	escrevem.	Eles	comentavam	muito	dos	emaranhados	de	leis,	e	quais	eram	as	melhores.	Os	principais	da	época	eram	Gaio,	Múcio,	Paulo,	etc.		
		 Bárbara	dos	Santos	Ribeiro	–	Resumo	para	P1	de	História	do	Direito	 	
	 	
- Todas	as	leis	falam	de	muitas	coisas,	e	elas	ficam	sobrepostas,	porque	mais	de	uma	vai	tratar	do	mesmo	assunto.		- Havia	outros	jeitos	de	julgar	alguém	além	do	processo	formulário,	e	também	era	de	competência	do	pretor.	Maneira	de	agir	era	pegar	as	leis	que	mais	se	encaixavam	com	o	problema.	- Mas	a	lei	era	somente	uma	ferramenta,	não	era	a	solução.	- Não	há	uma	obrigação	sistêmica	no	mundo	romano.	Óbvio	que	se	a	lei	vier	do	Imperador,	todos	vão	respeitar,	mas	não	existe	uma	hierarquia	de	fato.		- Em	395	DC	há	divisão	do	Império	Romano	do	Ocidente	e	do	Oriente.		- Constantinopla	virou	a	nova	capital	do	Oriente.	- O	Império	Romano	do	Ocidente	cai	em	476	DC,	quando	já	não	tinha	mais	muita	coisa,	e	o	Império	Romano	do	Oriente,	também	conhecido	como	Império	Bizantino,	tem	novo	poder:	Justiniano.		- A	língua	do	Império	Bizantino	era	grego.	A	massa	falava	grego,	e	a	elite	latim.		- Quando	Justiniano	vira	Imperador,	ele	decide	voltar	a	pensar	no	Ocidente,	que	estava	largado,	derrotado,	cheio	de	peste,	fome,	etc.	A	justificativa	era	que	ele	queria	trazer	a	glória	do	Império	Romano	de	volta.	- Essa	decisão	traz	prejuízo	para	Bizâncio.	Para	voltar	para	o	Ocidente,	eles	precisaram	fazer	as	pazes	com	a	Pérsia,	com	quem	eles	estavam	em	guerra.	Isso	quase	gerou	uma	revolta	gigantesca,	porque	todos	começaram	a	achar	que	Justiniano	tinha	ficado	louco.		- Mas	ele	seguiu	com	sua	ideia,	e	conseguiu	recuperar	Roma	(apesar	de	muita	coisa	ter	sido	destruída	nessa	reconquista)	e	outros	territórios	do	Império	Romano	também.		- Apesar	do	corpo	do	Império	ter	sido	recuperada,	ainda	faltava	recuperar	a	alma.	E	o	Direito	sempre	foi	considerado	a	alma	de	Roma.		- Justiniano	“contrata”	Triboniano,	que	junto	com	uma	comissão,	fica	responsável	por	juntar	todos	os	textos	que	falava	de	Direito	no	Império.	Um	trabalho	difícil	(são	mais	de	300	anos	de	papel	para	juntar).		- A	comissão	viaja	e	consegue	juntar	vários	documentos.	Essa	compilação	de	documentos	são	chamados	de	“Corpus	Iuris	Civilis”.	- Essa	obra	foi	publicada	pra	valer	como	lei	para	ser	o	corpo	legislativo	de	Roma.	Uma	tentativa	de	soprar	vida	no	corpo	Romano,	que	tinha	geografia,	mas	não	tinha	alma.		- O	Corpus	Iuris	Civilis	era	dividido	em	quatro	partes:	digesto,	institutas,	novelae	(novelas)	e	códex.		- Dessas	partes,	só	há	certeza	para	que	serve	o	Digesto	e	o	Novelae.		- Institutasà	são	livros	de	Gaio.	Foram	textos	feitos	para	fazer	sentido	em	160DC.	Pessoas	acham	que	servia	para	fins	didáticos.	Mas	não	se	sabe	ao	certo	o	que	eles	são:	pedaços	de	leis,	textos,	etc.		- Códex	à	é	um	monte	de	repetição	do	Digesto,	commuita	interpolação.	Codex	é	mais	discursivo,	com	muita	sobreposição	com	o	digesto.	- Novelae	à	leis	feitas	pelo	Justiniano,	escrito	em	grego,	para	a	massa	entender.	O	resto	do	Corpos	Iuris	é	em	latim.	
		 Bárbara	dos	Santos	Ribeiro	–	Resumo	para	P1	de	História	do	Direito	 	
	 	
- Digesto	à	o	mais	importante	de	todas	as	partes.	O	digesto	tem	TEMAS	sobre	a	vida	Romana.	Em	temas	vão	aparecer	tudo	que	os	jurisconsultas	falaram	sobre	assunto	X.			- Um	grande	problema	em	relação	ao	Corpus	Iuris	é	saber	o	que	é	de	fato	é	Romano,	e	o	que	foi	escrito	depois.	Isso	pelo	fato	que	a	comissão	de	Triboniano	pegava	os	textos	e	faziam	alterações	de	palavras,	trechos,	etc.	Tudo	isso	para	a	lei	ficar	mais	clara	para	a	época.	Muitas	palavras	usadas	anteriormente	por	alguns	jurisconsultas	nem	existiam	em	534,	então	tinha	necessidade	de	mudança.	Essas	mudanças	se	chamavam	de	interpolação.	Acabou	virando	mais	um	limite	para	conhecer	o	direito	romano.	Isso	é	mais	um	limite	para	entender	o	Direito	Romano.		- Em	565	quando	Justiniano	morre,	o	Corpus	Iuris	Civilis	é	deixado	de	lado,	e	somente	as	novelae	eram	usadas.		- Em	1100	ele	é	descoberto	novamente,	e	volta	a	ser	usado	em	alguns	lugares.		 7. Idade	Média		 - Idade	Média	começa	em	476,	quando	o	Império	Romano	do	Ocidente	cai.		- As	invasões	barbaras	foram	um	dos	motivos	da	queda	do	império.	Um	povo	mais	evoluído	foi	invadido	por	um	povo	historicamente	jovem	e	menos	inteligente.		- Os	Romanos	que	narraram	essa	derrota.	Escrevem	como	os	bárbaros	eram	sujos.	Romanos	ficavam	muito	surpresos	como	eles	gostavam	de	comer	carne.	Alguns	romanos	tinham	uma	curiosidade	antropológica,	outros	só	achavam	um	povo	imundo	e	nojento.	- Essa	visão	clássica	é	estragada	pelos	arqueólogos.	Um	tipo	de	arqueologia	ligado	a	agricultura,	que	acharam	sementes,	grãos,	etc.	Eles	conseguiram	falar	de	quando	era,	e	qual	era	a	produtividade,	e	conseguiam	até	estabelecer	ciclos	agrícolas	.	- Por	conta	disso,	se	chega	a	conclusão	que	o	norte	da	Europa	vivia	um	tempo	de	fome	extrema.	Ou	seja,	afirmações	que	bárbaros	eram	fortes	e	viris,	é	falsa.		- Historiadores	então	chegam	a	seguinte	teoria:	não	foram	invasões	barbaras,	e	sim	imigrações,	como	se	estivessem	empurrando	um	ao	outro	em	busca	de	terra	fértil.		- O	problema	é	que	já	existiam	famintos	em	Roma,	e	chegam	mais	famintos	ainda.	Isso	gera	um	caos	enorme.	A	fome	era	tamanha,	que	os	visigodos	estavam	comendo	até	sementes.		- Grande	parte	acredita	que	os	bárbaros	era	um	povo	faminto,	mas	uma	minoria	ainda	gosta	de	falar	que	eles	eram	fortes	(povo	alemão	nacionalista).	- Os	godos	saíram	da	Suécia	e	foram	divididos	entre	visigodos	e	ostrogodos.	Os	ostrogodos	foram	esmagados	na	Itália.	Sobra	os	visigodos.		- Os	visigodos	são	um	dos	poucos	povos	bárbaros	que	vão	escrever	Direito.	Eles	vão	aprender	latim,	se	cristianizar,	constroem	igrejas.	Alguns	deles	vão	se	tornar	teólogos,	e	vão	estabelecer	uma	situação	de	domínio	sobre	os	romanos:	politico	e	juridicamente.		
		 Bárbara	dos	Santos	Ribeiro	–	Resumo	para	P1	de	História	do	Direito	 	
	 	
- Em	um	primeiro	momento,	os	visigodos	proíbem	casamento	entre	romanos	e	bárbaros	porque	permitir	casamentos	mistura	os	direitos.		- Eles	vão	criar	leis	para	os	visigodos	e	para	os	romanos.	Basicamente:	vão	deixar	Roma	viver	com	suas	próprias	regras,	desde	que	isso	não	atrapalhe	os	visigodos.		- Eles	vão	produzir	textos	de	leis	mistas:	romano	e	visigodo.		- Em	634,	escrevem	a	“LEX	VISIGOTHORUM”	ou	“LEI	DOS	VISIGODOS”	ou	“FUERO	JUZGO”	–	são	textos	mais	completos	e	mais	bem	feitos.		- 	A	capital	dos	visigodos	era	Toledo.	Os	visigodos	também	estavam	no	geral	da	Península	Ibérica.	Por	um	tempo,	eles	são	invadidos	por	árabes,	que	fazem	sua	capital	de	Córdoba.		- Em	1100	esses	árabes	são	expulsos,	e	o	Fuero	Juzgo	volta	com	tudo.	Ele	vai	ser	lei	na	Espanha	e	Portugal.		- O	Fuero	Juzgo	também	vai	valer	como	lei	no	Brasil	colônia	em	1500.	O	Brasil	em	1822	ainda	usava	o	Fuero	Juzgo.	Nosso	primeiro	código	só	sai	em	1916.	- Basicamente	nosso	código	por	anos	foi	um	criado	pelos	visigodos.	Mas	por	quê	não	sabemos	disso?	Porque	europeus	não	valorizam	os	bárbaros,	eles	gostam	de	mostrar	influências	de	uma	sociedade	romana.		- Os	visigodos	foram	um	povo	bárbaro	muito	sofisticado.	Eles	eram	inteligentes,	eram	arquitetos,	fizeram	inovações	no	latim,	construíram	e	fundaram	cidades	mais	do	que	qualquer	outro	povo.	Suecos	são	os	únicos	que	valorizam	e	tem	orgulho	das	origens	visigóticas.		- Os	processos	jurídicos	do	cotidiano	nessa	época	eram	os	ordálios.		- Ordálios	à	são	procedimentos	mágicos,	porque	você	invoca	o	sobrenatural	para	resolver	problemas	naturais.	Dessa	vez	só	é	feito	um	tipo	de	reza,	Deus	aparecia,	e	o	próprio	decidia	a	culpa	da	pessoa	ou	não.	Decisão	que	era	interpretada	por	sinais.	Ex.:	passou	andando	pelo	fogo	e	queimou	os	pés:	a	pessoa	é	culpada.	Se	passou	e	não	queimou,	ele	é	inocente.		- Em	um	ordálios,	Deus	dá	uma	resposta	objetiva.	O	processo	era	direto	com	Deus.	A	chance	de	erro	para	eles	nem	existia	mais.	Se	a	decisão	era	de	Deus,	então	era	perfeito.	Só	na	baixa	Idade	Média	que	eles	vão	considerar	a	possibilidade	de	erro,	e	vão	criar	o	recurso.

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