Estudo de Pelvimetria

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Pelvimetria NOTAS
É composta por uma série de ossos longos (em anfíbios, répteis e aves) ou chatos (em mamíferos), quase sempre apresenta sacro, ílio( corresponde à parte mais cranial da pelve) , ísquio(Corresponde à parte mais caudal da pelve) e púbis (Corresponde à parte mais ventral da pelve). 
A pelve contém os principais componentes abdominais: a bexiga, partes terminais dos ureteres, órgãos genitais, pélvicos, reto, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Nas fêmeas, também aloja ovários e útero. Para acomodar o feto durante toda gestação, a pelve feminina é mais larga do que a dos homens; no entanto, a pelve se estreita conforme o envelhecimento. A cavidade pélvica é dividida em pelve maior (pelve falsa) e pelve menor (pelve verdadeira).
A pelve maior, superior à abertura superior da pelve, protege as vísceras abdominais inferiores, é a porção superior ao plano da borda da pelve, delimitada lateral e posterior pelas asas do ílio e anteriormente possui entre suas bordas um intervalo, que é preenchido pelos músculos abdominais da parede anterior e contém um assoalho na porção inferior, sobre o qual se situam os órgãos abdominais e o feto durante a gestação. 
A pelve menor oferece a estrutura óssea para os compartimentos da cavidade pélvica e do períneo, separados pelo diafragma da pelve, é a porção inferior ao plano da borda pélvica, contem a área das duas tuberosidades isquiáticas até a extremidade do cóccix, e a faz a junção dessas estruturas entre si por uma linha imaginária, adquire a forma de um triângulo. A região entre a entrada e a saída da pelve é a cavidade da pelve verdadeira e o conjunto, no sexo feminino, forma o canal pelo qual, durante o parto, o bebê deverá passar.
O quadril une a coluna vertebral aos dois fêmures, e tem as funções de contém funções 
sustentar o peso do corpo nas posições sentadas e de pé; oferecer fixação para os fortes músculos da locomoção e postura, conter e proteger as vísceras pélvicas e as vísceras abdominais inferiores; proporcionar sustentação para as vísceras abdominopélvicas e para o útero grávido; proporcionar fixação para uma série de estruturas como corpos eréteis (corpos cavernosos e o corpo esponjoso), músculos e membranas entre outros.
A pelve se divide também em pelve óssea e visceral. As vísceras pélvicas englobam a bexiga, porções terminal dos ureteres, órgãos genitais, tanto masculino quanto feminino, reto, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Ou seja, a pelve, além de fazer a junção entre a coluna vertebral e os membros inferiores, é importante na sustentação do tronco e proteção dos órgãos que se situam nessa região.
Podem ser notadas diferenças entre a pelve feminina e a masculina logo a partir do quarto mês da vida fetal. Geralmente a pelve feminina é mais fina e delicada, enquanto a pelve masculina é mais espessa e pesada. 
A pelve masculina, geralmente, apresenta-se estreita, com cavidade profunda e um formato mais afunilado, com abertura superior em forma de coração e estreita e abertura inferior pequena, forame obturado redondo, e as impressões musculares bem marcadas. 
A pelve feminina normalmente é mais superficial e larga, forame obturado oval, com a pelve menor em formato de cilindro. A abertura superior da pelve é mais extensa e arredondada, e sua abertura inferior é maior quando comparada à pelve masculina. O sacro no sexo feminino é mais curto, largo e com curvatura menor, com o cóccix possuindo maior mobilidade. 
Existem quatro tipos básicos de variações anatômicas de pelve, que são : androide, antropoide, ginecoide e platipeloide. 
O formato androide possui a pelve é pequena e estreita, em formato de coração, e é mais comum nos homens. 
O formato ginecoide possui uma pelve mais arredondada, favorecendo o deslizamento do feto no momento do parto, e é o tipo mais comum entre as mulheres. 
O formato antropoide possui uma cavidade rasa, com pelve mais ampla e achatada.
O formato platipeloide é oval, estreito, com cavidade profunda e mais alongada.
No sexo feminino o diâmetro pélvico tem grande importância, pois é o que forma canal ósseo pelo qual o feto atravessa durante o parto.
A medida da pelve pode ser direta ou indireta, a primeira corresponde a 
medida interna do tamanho da pelve, que pode ser feita, através do reto. 
A pelvimetria tem como objetivo o estudo e a determinação das dimensões da pelve, permitindo que, com o conhecimento das mesmas, possa-se prever ou evitar dificuldades no momento do parto, podendo ser realizada direta ou indiretamente. (Derivaux e Ectors, 1984). No estudo das medidas pélvicas, duas medidas são de fundamental importância: o Diâmetro Conjugado Verdadeiro, ou a medida sacropubiana; e o Diâmetro Biilíaco Médio. Entretanto, outras medidas podem ser avaliadas como os diâmetros verticais das faces cranial e caudal da pelve; diâmetro transversal da cavidade pélvica; diâmetro transversal da face caudal da cavidade pélvica; e diâmetros oblíquos sacro-ilíacos direito e esquerdo (Oliveira et al., 2003).
PELVIMETRIA INDIRETA é aquela pela qual a partir de medidas externas pode-se estimar as medidas internas da pelve. Por exemplo, estudos realizados por Saint-Cyr e Violet mostraram que existe uma grande relação entre o tamanho de equinos e bovinos com o tamanho de suas pelves. Eles descobriram a existência de um coeficiente que relaciona medidas externas dos animais, como: altura do animal, conformação da garupa, distância entre os ílios, distância bi-coxo-femural, com as medidas que podem ser tomadas na pelve. O experimento realizado analisou pontos de referência do canal pélvico (diâmetro sacropubiano e biilíaco médio), tomando como base dimensões de diferentes regiões corporais. Ele propôs dois coeficientes, que ao serem multiplicados por uma medida corporal externa, resultaram em um valor aproximado de um dos diâmetros pélvicos. O primeiro coeficiente foi encontrado dividindo-se a média das medidas do diâmetro sacropubiano pela média da altura da garupa dos animais, que foi de 0,174. O segundo ele descobriu dividindo o valor médio das medidas dos diâmetros biilíacos internos pelo valor dos biilíacos externos, chegando ao número 0,388. Sua hipótese era para se multiplicar a altura de cernelha de um animal por 0,174 para se obter o valor aproximado do diâmetro sacropubiano e de multiplicar-se a medida da biilíaca externa por 0,388 para se obter a medida aproximada da biilíaca interna. Entretanto, esses coeficientes não levavam em consideração nem a idade nem a conformação dos animais examinados.
A PELVIMETRIA DIRETA é realizada pela medida direta da pelve através do toque retal, que permite também realizar a avaliação da qualidade da pelve, observando a presença de fraturas entre outras alterações que possam impossibilitar o parto. As medidas da pelve podem ser tomadas utilizando a própria mão ou um aparelho denominado pelvímetro. Exemplo de importância de se determinar as medidas da pelve é que o tamanho da pelve e a circunferência do casco fetal pode predizer a dificuldade de parto em vacas de corte.
Através da palpação retal é possível medir a pelve bovina em relação: ao plano vertical, por meio da medida da sacropubiana (distância entre o relevo ventral do corpo das últimas vértebras sacrais e a protuberância localizada na sínfise púbica) e ao plano horizontal, da medida da biilíaca superior (distância entre as faces internas dos corpos dos ílios imediatamente abaixo ao sacro); média (maior distância interna entre os braços dos ílios); e/ou inferior (distância entre os corpos dos ílios próximos ao acetábulo) (Meijering, 1984; Derivaux e Ectors, 1984; Barreto et al., 2004). A medição da pelve bovina pode ser realizada através de um equipamento conhecido como pelvímetro. 
Existem quatro tipos de pelvímetro que podem ser manuais, ou pneumáticos/hidráulicos. 
Todos os pelvímetros tem a mesma forma de utilização, são inseridos no reto do animal e a leitura das medidas de interesse é feita de forma externa. O procedimento padrão é realizar as medidas
com o animal corretamente contido, confortavelmente, em estação. Retiram-se as fezes do reto do animal para facilitar a colocação do pelvímetro junto com o braço do examinador. O uso de força desnecessária deve ser evitado durante o procedimento devido à fragilidade dos tecidos do local, que podem sofrer danos.
O procedimento pode ser realizado tanto em machos quanto em fêmeas. O cuidado necessário durante a realização do procedimento deverá ser o mesmo cuidado tomado durante qualquer outro tipo de exame retal. O examinador deve conhecer profundamente a anatomia bovina. O uso de luvas é essencial, e em alguns casos, principalmente nos exames dos machos, o uso de vaselina líquida é necessário para uma melhor lubrificação. Depois de algum tempo de prática e experiência é possível se obter a precisão necessária para a realização das medições com o sucesso desejado.
A área pélvica é considerada como a variável de maior influência na dificuldade de parto. A maioria dos casos de distocias (qualquer alteração q interfira no trabalho de parto,tornando-o mais lento ou mais rápido q o normal) resulta da incompatibilidade entre o tamanho do bezerro e da abertura pélvica da mãe, devido ou ao peso excessivo do feto ou área pélvica materna insuficiente. Já se foi citada que a incompatibilidade feto-pélvica é a causa mais importante da distocia, contribuindo para a obstrução no momento de expulsão do feto, especialmente nas primíparas e talvez ainda de maior ocorrência nas fêmeas de raça de corte que de raça leiteira. A pelvimetria é uma ferramenta de grande utilidade, que vem sendo utilizada na tentativa da redução da incidência das distocias dentro dos rebanhos bovinos. Os animais com pelve pequena ou podem ser descartados do rebanho ou separados para serem acasalados com touros que apresentem alta facilidade de parto comprovada.
a utilização da avaliação da pelve e suas medidas para estimar-se o peso de um bezerro que uma novilha pode conseguir parir sem grande dificuldade também pode ser de grande ajuda. As medidas da pelve das novilhas podem ser realizadas por pelvimetria direta antes da época de cobertura ou mesmo durante o exame para confirmação da gestação. São levados em consideração a idade e o peso da novilha para a estimativa do peso do bezerro que esta será capaz de parir sem dificuldade.