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HISTORIA DO DIREITO PENAL GERAL E NO BRASIL

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Faculdades Estácio da Amazônia
WELITA LOURENÇO MOURA
A HISTÓRIA DO DIREITO PENAL GERAL E NO BRASIL
Prof.ª Denise Meneses Gomes
BOA VISTA-RR
01 de outubro de 2013
HISTORIA DO DIREITO PENAL NO BRASIL
 Pode-se dizer que o homem com o passar do tempo foi procurando sanções como soluções para os diversos conflitos sempre baseado na força religiosa, porém não existia um órgão ou instituto com poder suficiente para impô-las com força de lei, com o passar do tempo e a chegada da família real nos tornamos uma colônia dominada por essa elite que chegou a unificar os códigos europeus e criar um novo o Código Afonsino estabelecendo assim o domínio nacional. À medida que cresciam as concentrações humanas, verificou-se que
era necessário tornar pública e levar ao alcance de todos o que a maior parte destes contingentes consideravam condutas lesivas e prejudiciais ao bem coletivo.
 Surgiram então os primeiros tratados de Direito Penal, estabelecendo como cada indivíduo deveria agir para não lesar a organização e a paz social, bem como as punições aplicáveis aos infratores, dos quais podemos citar o Código de Hamurábi, a Lei das XII Tábuas e, segundo alguns, a própria Bíblia. Mas assim como o homem, também o Direito Penal evoluiu, sendo ora visto como um meio de vingança privada, ora como intervenção divina na Terra, ora como um privilégio concedido ao Estado, único detentor do poder coercitivo capaz de pô-lo em prática, visão que permanece até os dias atuais. E não poderia ser de outra forma: nas sábias palavras de Magalhães Noronha, “o Direito Penal surge com o homem e o acompanha através dos tempos, isso porque o crime, qual sombra sinistra, nunca dele se afastou” 3. E surge daí a importância de compreendermos como este tão importante ramo do Direito Público, próprio regulador da ordem nacional, teve início e evoluiu no Brasil. Empreendermos um recorte histórico para entender como funcionava a máquina estatal responsável por sua aplicação e quais os Códigos que possibilitaram o estabelecimento do Princípio da Legalidade e da Anterioridade da Lei Penal, levando ao bojo da sociedade o que nossa nação considerava “crime”, Desde o descobrimento do Brasil, quando de fato iniciou-se a aplicação do Direito Penal positivo em nosso território.
Posteriormente fora elaborado um Código Penal rapidamente, porém como apresentou muitas falhas sentiu-se a necessidade de reformá-lo e com a reforma vieram muitos benefícios tais como a adoção da diferença entre erro de tipo e erro de proibição como excludentes de culpabilidade, norma especial que se refere aos crimes qualificados pelo resultado para excluir-se da responsabilidade objetiva, a reformulação do capítulo referente ao concurso de agentes para resolver o problema do desvio subjetivo entre os participantes do crime, a divisão entre as penas principais e acessórias extintas, criação da multa reparatória, extinção do sistema duplo binário de segurança e a exclusão da presunção de peculiaridade e a criação das penas restritivas de direitos com relação aos crimes menos graves. Logo após o rei Dom Filipe II criou o Código Filipino que foi o que mais durou no território brasileiro, de acordo com os professores Mirabette e Júlio Fabrini esse Código foi muito criticado, pois não levava em consideração os valores fundamentais do ser humano sendo brutal onde havia distinções entre o sexo dos réus, punições aos réus das classes mais baixas e privilégio aos das classes mais altas utilizava-se muito a pena de morte dentre elas havia a morte natural na qual o condenado era executado na forca depois de muitas sessões de tortura, a morte pelo fogo e a morte para sempre onde o indivíduo ficava pendurado e apodrecendo caía e ficava exposto até que alguém da Confraria da Misericórdia o recolhesse.
Proclamada a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822 os políticos trataram de providenciar um novo Código Penal que visava elevar o colonialismo e fortalecer o sistema imperial, com o Iluminismo apareceram muitas idéias revolucionárias que influenciaram na organização judiciária de nosso território. Sancionava-se em 16 de dezembro de 1830 o Código Criminal do Império tendo como características a noção de culpabilidade, o princípio da insignificância na qual afastava a punição da tentativa de crimes menos graves, reparação de dano ex-delito e a teoria do actio liberae in causa nos tratamentos de embriaguês e depois de um incidente onde o fazenderio foi acusado de assassinato sendo inocente o imperador passou a ceder clemência aos condenados à forca substituindo a pena capital de morte por galés perpétuas sendo uma revogação temporária que deu-se com o decreto de número 774, de 20 de setembro de 1890.
Anteriormente editado em 1890 um novo Estatuto foi elaborado ás pressas e por isso apresentou muitas falhas, nele acabaram coma pena de morte e estabeleceram um regime penitenciário para a correção dos delinquentes e após muitas modificações entrou em vigor em 1942 tendo origem no projeto de Alcântara Machado, trata-se do Código Penal tendo como princípios básicos de acordo com Mirabete: "Adoção do dualismo culpabilidade-pena e periculosidade-medida de segurança, consideração a respeito da personalidade do criminoso e aceitação excepcional da responsabilidade objetiva". (Mirabete, p25). Depeois de tentarem reformá-lo e não conseguir o chefe do poder executivo instituiu uma comissão para realizarem um anteprojeto de lei elaborado para atualizarem a parte geral do Código Penal.
Como renovações realizadas temos a adoção da diferença entre erro de tipo e erro de proibição como excludentes de culpabilidade, norma especial que se refere aos crimes qualificados pelo resultado para excluir-se da responsabilidade objetiva, a reformulação do capítulo referente ao concurso de agentes para resolver o problema do desvio subejtivo entre os participantes do crime, a divisão entre as penas principais e acessórias extintas, criação da multa reparatória, extinção do sistema duplo binário de segurança e a exclusão da presunção de preiculosidade e a criação das penas restritivas de direitos com relação aos crimes menos graves. Essa nova lei criou alternativas penais para os crimes menos graves e beneficia o delinquente dando-lhe responsabilidade e tratando-o como um ser que não perde os seus direitos frente á sociedade.
No auge da Ditadura Vargas, Alcântara Machado elaborou um anteprojeto de Código Penal que incorporava as tendências jurídicas e humanistas recentes, trazendo o que de melhor havia nos ensinamentos de Nélson Hungria, Vieira Braga, Narcelio de Queiroz e Roberto Lyra, com colaborações de Costa e Silva e Abgar Renault para a revisão e redação final do projeto, em um processo que durou aproximadamente dois anos.
 O Código Penal de 1890 não previa as medidas de segurança, que só seriam introduzidas no atual Código Penal brasileiro, de 1940.
HISTORIA DO DIREITO PENAL GERAL
Nos tempos primitivos não existiam penas de princípios penais, a obediência aos costumes se faziam por temores aos poderes sobrenaturais dos deuses a quem os povos temiam, o direito e a religião se misturavam e estando as entidades iradas, para acalmarem a ira foram criadas diversas proibições que se não fossem cumpridas viravam castigos dando origem ao que chamamos hoje de crime e pena, se os valores fossem violados em caso de covardia de alguém esse alguém era punido publicameente, porém se a ofensa fosse contra uma pessoa em particular a punição já se tornava privada dando ao ofendido o direito de vingança, pouco a pouco foram surgindo assim a distinção entre Ações Penais Públicas e Ações Penais Privadas. Apesar de importantes as punições impostas pelos povos sem escrita não influenciaram o Direito brasileiro o que o afetou foram as punições que iam sendo estabelecidas pelos colonizadores portugueses.
Durante a fase da vingança penal havia a reação do atingido, se o agressor fosse membro de uma tribo sua punição era de
banimento, ou seja ele deixava de ser protegido pelos outros e ficava vulnerável a ataques de grupos estranhos á sua tribo, se o agressor não pertencesse a ela a vingança era de sangue, quando foi evoluindo a sociedade surgiu a Lei de Talião que fora adotado do Código de Hamurabi e tinha como base a retaliação do olho por olho e dente por dente, fora aplicada também no Êxodo e na Lei das doze tábuas vindo depois a composição, que era o meio pelo qual o agressor pagavasua liberdade pelos diversos meios livrando-se do castigo, sendo a origem das atuais indenizações dos Direitos Civil e Penal.
No período colonial é que começamos a ter sanções em nosso país uma vez que não possuíamos autonomia o suficiente para elaborar leis e éramos dominados pela coroa portuguesa que utilizava as suas legislações. Surgiram em nosso território as primeiras ordenações reais que Dom João mandou elaborar: As ordenações afonsinas eram as primeiras codificações européias e abrangiam todas as matérias públicas e privadas do Direito, foram motivadas pela necessidade que os portugueses tinham de consolidar a independência do reino mediante legislação especial nacional própria substituindo a Lei das sete partidas, as ordenações possuíam as fontes do Direito Romano e Canônico.
Meio século após a promulgação das Ordenações Afonsinas, já no início do século XVI, o rei D. Manuel I de Portugal, “O Venturoso”, buscava uma modernização das instituições jurídicas portuguesas, talvez para somá-las às glórias de seu reinado. O preâmbulo das Ordenações que mandou criar deixa claras suas intenções: “retirar todo o sobejo e o supérfluo, e adendo no minguado, suprimindo os defeitos, concordando as contrariedades, declarando o escuro e difícil de maneira que assim dos letrados como de todos se possa bem perfeitamente entender”
7.Elaboradas pelo chanceler-mor do Reino, Rui Boto, as “Ordenações d’el-rei D. Manuel I” foram editadas pela primeira vez entre março e dezembro de 1514. A modernização, porém, não foi realmente significativa: a estrutura era semelhante às Ordenações Afonsinas, possuindo cinco livros, dos quais o último era tocante ao Direito Penal e Processual Penal; as penas permaneceram, com poucas alterações. Significativas mesmo foram as alterações no tocante aos povos judeus, que tiveram toda a sua legislação especial revogada, visto que haviam sido expulsos do Reino em 1496, e as regras de execução penal, especialmente no caso das
penas privativas de liberdade, que passaram a ter regras próprias.
As prisões eram arbitrárias e ficava a critério do monarca fixá-las para
cada caso. A pena de morte, por sua vez, continuava a ocorrer com a mesma freqüência, operando-se das mais variadas formas, como pela mutilação física, com uso da espada, pelo esquartejamento, em fogueira, com o amarro do corpo em boca de canhão e etc...
Sob a égide das Ordenações Manuelinas, foram instaladas as
primeiras instituições jurídicas do Brasil, por meio da instituição das Capitanias Hereditárias, em 1532. Proclamada a República pelo Decreto nº1 de 15 de novembro de 1889, o governo chefiado pelo Marechal Manuel Deodoro da Fonseca estabeleceu de imediato as regras que os Estados-membros deveriam seguir. Em virtude da transformação pela qual passava o Brasil, face às enormes transições políticas e institucionais, com repercussões sentidas em todos os segmentos da sociedade, Joaquim Nabuco apresentou à Câmara dos Deputados um projeto de uma nova legislação penal a ser instituída no país. O projeto, baseado, principalmente, no Código Penal Suíço de 1884, eliminava muitos tipos
penais que existiam no antigo Código do Império, especialmente os referentes aos escravos, já que a escravatura havia sido abolida em 1888. Outra inovação era a mudança de nome do ordenamento: Código Penal, e não Código Criminal. O então Ministro da Justiça, Manuel Ferraz de Campos Salles, ordenou que o Conselheiro Baptista Pereira revisasse o projeto de Nabuco e, após algumas alterações e emendas, o novo Código aprovado entrou em vigor através do Decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890.
Antes mesmo de o novo Código entrar em vigor, o Governo baixou o
Decreto nº 774 de 20 de setembro de 1890, que extinguiu as galés, reduziu ao máximo de 30 anos as prisões perpétuas e estabeleceu que deveria computar-se na pena o período da prisão preventiva. O Código Penal de 1890 não previa as medidas de segurança, que só seriam introduzidas no atual Código Penal brasileiro, de 1940.
 Classificadas em principais (mais severas) e acessórias (mais brandas), as penas previstas eram a prisão celular, a reclusão, a prisão com trabalho
obrigatório, a prisão disciplinar, o banimento, a interdição, a suspensão e perda de serviço público e a multa, fixada em dias. O Código republicano declarava expressamente que não deveria haver penas infamantes e que a prisão não deveria exceder 30 anos, além de abolir definitivamente a pena de morte, como, aliás, previu a Constituição promulgada quatro meses depois. Por fim, adotou os Princípios de Personalidade e Personificação da pena, demonstrando forte influencia do Positivismo Jurídico do século XIX.

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