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Direito Falimentar 
Direito Empresarial IV – Direito Empresarial
Prof. Thiago Petrucci
E-mail: thiago.petrucci@gmail.com
E-mail da disciplina: direitofalimentarnf@gmail.com
Senha: Thiago2015
Direito Falimentar 
AULA 01
Direito Falimentar
AULA 01
PLANO DE ENSINO
 
DISCIPLINA: DPR0285 – DIREITO EMPRESARIAL V (FALIMENTAR)
CURSO: DIREITO
EMENTA:
Falência; recuperação extrajudicial; recuperação judicial, caracterização, declaração, rito, efeitos, 
processamento, efeitos, rescisão, cumprimento.
 
OBJETIVO (S) GERAL (IS): 
Analisar o estado de falência, a recuperação extrajudicial e a recuperação judicial (princípios, 
pressupostos) e o processo de execução coletiva.
Direito Falimentar
AULA 01
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
O aluno deverá ser capaz de:
 
* compreender que as sociedades empresárias poderão passar por crises econômicas causadas por 
crises internas ou externas, levando-as a situação de insolvência;
* identificar na lei n.º11.101/2005 as possibilidades e alternativas para a recuperação da empresa;
compreender que as sociedades empresárias possuem uma função social e com ente gerador de 
riquezas estão protegidas pela lei;
* compreender os institutos da recuperação judicial, extrajudicial e a falência, sabendo identificar 
qual deles deverá ser aplicado ao caso concreto;
* redigir com desenvoltura os exercícios constantes da coletânea de exercícios, utilizando a doutrina 
e a jurisprudência, e, em especial, atendendo as diretrizes do ENADE repassados pelo seu professor 
em sala de aula;
* analisar o conteúdo programático da disciplina de forma a identificar o seu alcance, especialmente 
para o operador do direito, com olhar crítico, criativo e instigador e, em especial, utilizando como 
norte as diretrizes do ENADE.
* solucionar as questões das avaliações observando a redação técnica-jurídica escorreita, com 
fundamentação da doutrina e da jurisprudência, bem como integrada das diretrizes do ENADE. 
Direito Falimentar
AULA 01
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
 
Unidade 1 - HISTÓRICO
 
1.1. Disposições preliminares
1.1.1. Recuperação Judicial e Extrajudicial.
1.1.2. Sujeito passivo
1.1.3. Juízo Competente
1.1.4. Títulos não exigíveis
1.1.5. Atuação do Ministério Público
 
 
Unidade 2 - DISPOSIÇÕES COMUNS ± A RECUPERAÇÃO JUDICIAL E A FALÊNCIA
 
2.1. Órgãos competentes
2.2.1. Administrador judicial
2.2.2. Comitê
2.2.3. Assembléia dos credores
Direito Falimentar
AULA 01
Unidade 3 - DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
 
3.1. Pressupostos
3.2. Do pedido
3.3. Processamento
3.4. Meios de recuperação
3.5. Planos de recuperação
3.6. Plano Especial da “Micro Empresa e Empresa de Pequeno Porte”.
 
 
Unidade 4 - DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
 
4.1. Pressupostos
4.2. Processamento
Direito Falimentar
AULA 01
Unidade 5 - DA FALÊNCIA
 
5.1. Princípios
 
5.2. Objetivos
5.3. Pressupostos
5.4. Convolação da recuperação judicial em falência
5.5. Processamento
5.6. Sujeito ativo
5.7. Procedimento
5.8. Sentença
5.9. Da sentença declatória
5.10. Efeitos da Falência
Direito Falimentar
AULA 01
5.11. Inabilitação
5.12. Obrigações
5.13. Pedido de Restituição
5.14. Verificação e Habilitação
5.15. Classificação dos Créditos:
5.16. Na falência
5.17. Na recuperação Judicial
5.18. Ação revocatória
5.19. Liquidação
5.20. Extinção das Obrigações e Encerramento da Falência
5.21. Disposições transitórias
PROCEDIMENTOS DE ENSINO:
 
Aulas Teóricas:
Aulas expositivas sobre os princípios teóricos com auxílio de slides, transparências, Data Show. 
Direito Falimentar
AULA 01
Utilização das Coletâneas de Exercícios: 
 
1- O aluno deverá, antes de cada aula, desenvolver pesquisa prévia sobre os temas objeto de estudo de cada semana, 
envolvendo a legislação, a doutrina e a jurisprudência e apresentar soluções, por meio da resolução dos casos, 
preparando-se para debates em sala de aula. 
2- Antes do início de cada aula, o aluno depositará sobre a mesa do professor o material relativo aos casos pesquisados 
e pré-resolvidos, para que o docente rubrique e devolva no início da própria aula.
3- Após a discussão e solução dos casos em sala de aula, com o professor, o aluno deverá aperfeiçoar o seu trabalho, 
utilizando, necessariamente, citações de doutrina e/ou jurisprudência pertinentes aos casos.
4- A entrega tempestiva dos trabalhos será obrigatória, para efeito de lançamento dos graus respectivos (zero a um), 
independentemente do comparecimento do aluno às provas.
4.1- Caso o aluno falte à AV1 ou à Av2, o professor deverá receber os casos até uma semana depois da prova, atribuir 
grau e lançar na pauta no espaço específico.
5- Até o dia da AV 1 e da AV2, respectivamente, o aluno deverá entregar o conteúdo do trabalho relativo às aulas já 
ministradas, anexando os originais rubricados pelo professor, bem como o aperfeiçoamento dos mesmos, organizado de 
forma cronológica, em pasta ou envelope, devidamente identificados, para atribuição de pontuação (zero a um), que 
será somada à que for atribuída à AV1 e AV2 (zero a nove). 
5.1- A pontuação relativa à coletânea de exercícios na AV3 (zero a um) será a média aritmética entre os graus 
atribuídos aos exercícios apresentados até a AV1 e a AV2 (zero a um).
6- As provas (AV1, AV2 e AV3) valerão até 9 pontos e serão compostas de questões objetivas, com respostas 
justificadas em até cinco linhas, e de casos concretos, baseados nos casos constantes das Coletâneas de Exercícios, 
salvo as exceções constantes do regulamento próprio.
Direito Falimentar
AULA 01
AVALIAÇÃO:
 
A avaliação será composta de 03 provas escritas (AV1, AV2 e AV3), criadas segundo o Regulamento de 
Avaliação, com o valor de 9,0 pontos, cada, somada a pontuação de zero a um atribuída à Coletânea de Exercícios, 
totalizando 10,0 pontos. 
 Para aprovação, o aluno deverá obter notas iguais ou superiores a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações e 
conseguir média aritmética final igual ou superior a 6,0, com aproveitamento de duas 
das maiores notas.
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ALMEIDA, Amador Paes de. Curso de falência e recuperação de empresa: de acordo com a Lei n. 11.101/2005. 
21. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2005.
COELHO, Fábio Ulhôa. Comentários à nova Lei de falências e de recuperação de empresas: Lei n. 11.101, de 
9-2-2005. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COELHO, Fábio Ulhôa. Curso de direito comercial. 6. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2006. v.3
Direito Falimentar
AULA 01
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CAMPINHO, Sérgio. Direito Falimentar. 3 ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Renovar, 2006
CASTRO, Carlos Alberto Faracha de. Fundamento do direito falimentar à luz da lei recuperação 
judicial e extra judicial. 2. ed. rev. e atual. Juruá, 2006.
FAZZIO JUNIOR. Waldo. Nova lei de falência e recuperação de empresa. São Paulo: Saraiva, 
2006. v.3
GUERRA, Érica; LITRENTO, Maria Cristina Frascari (Org.). Nova lei de falências: lei 11.101 de 
9/2/2005: comentada. Campinas: LZN, 2005.
GUSMÃO, Mônica. Direito empresarial. 3. ed. Niterói: Impetus, 2004.
AULA 01
Orientações Gerais
Em sala e no dia da prova !
Direito Falimentar
AULA 01
Contextualização da Disciplina
Direito Falimentar
AULA 01
Histórico
 
Primeiros delineamentos históricos: Direito Romano
Direito Quiritário Evolução – PATRIMÔNIO 
Direito Falimentar
AULA 01
Histórico
 
Primeiros delineamentos históricos: Direito Romano
 
➔Direito Quiritário: o direito Quiritário (período mais primitivo do direito romano) admitia a adjudicação do 
devedor insolvente que, por 60 dias, permanecia por estado de servidão para com o credor. Não solvido o débito, podia 
vendê-lo como escravo no estrangeiro, e até mesmo matá-lo, repartindo-lhe o corpo segundo o número o número de 
credores, numa trágica execução coletiva.
 
➔Em 428 AC: lex poetelia papiria introduziu no direitoromano a execução patrimonial, abolindo o desumano critério 
da responsabilidade pessoal, proibindo expressamente a morte ou a venda para escravidão, estabelecendo que a 
garantia do credor seja o patrimônio do devedor.
 
➔Em 737: Lex Julia por meio do qual o devedor de boa-fé, mediante declaração judicial ou extrajudicial, abandonava 
seus bens aos seus credores, poupando-se, à prisão e a infâmia. O credor passa a tomar iniciativa da execução em seu 
benefício e também dos demais credores, surgindo assim, o conceito de massa falida.
 
➔Idade média: a partir do século XIII – Nessa fase a falência é vista como um delito, cercando-se o falido de infâmia 
e impondo-lhes penas que vão da prisão à mutilação. Daí a expressão falência (do verbo latino fallire) que significa 
enganar, falsear. A falência surgiu dos estatutos medievais das cidades italianas como escopo de, por meio de um 
processo expropriatório global dos bens do devedor, o pagamento dos credores.
Direito Falimentar
AULA 01
➔O código de Napoleão e o Direito Brasileiro: 
 
➔Código comercial Francês – 1807: inicialmente a legislação estabelecia severas restrições ao falido, e que, 
gradativamente, abrandam-se os rigores da legislação, assumindo a falência um caráter econômico-social. 
Progressivamente, aquelas idéias espalharam-se daí para o mundo, influindo diretamente no direito português e, 
por via de conseqüência, no direito brasileiro. Ex: Ordenações Manuelinas (concurso de credores), ordenações 
Filipinas em 1603(devedor condenado por sentença que transitasse em julgado, era executado e penhorado os seus 
bens).
 
➔Histórico no Brasil → 4 fases:
 
➔Código comercial 1850: era a chamada “quebra” da empresa, e caracterizara a cessação de pagamentos.
 
➔Decreto republicano 917/1890: o estado de falência passou a ser caracterizado por atos ou fatos previstos em 
lei, mormente pela impontualidade, instituindo-se a moratória, a cessão de bens, o acordo extrajudicial e a 
concordata preventiva como meios inibidores da declaração de falência.
 
➔Lei 2024/1908: veio simplificar o mecanismo processual, aperfeiçoando o direito 917/1890.
 
➔Decreto lei 7661/1945: segundo o qual a falência há de ser declarada se o comerciante não paga, no 
vencimento, obrigação líquida, constante de título que legitime a execução, sem relevante razão de direito para 
não fazê-lo.
Direito Falimentar
AULA 01
➔Lei 11.101/2005 → Recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade 
empresária.
 
Disposições Preliminares: 
 
2.1 Recuperação judicial e extrajudicial:
 
➔Lei 11.101/2005: a nova lei de falências trará importantes inovações aos processos falimentares e de 
recuperação de empresas tornando-os mais céleres e eficientes, fundamentando-se nos seguintes 
princípios: preservação da empresa, separação dos conceitos de empresa e empresário, recuperação das 
sociedades e empresários recuperáveis, retirados do mercado de sociedades ou empresários não 
recuperáveis, proteção aos trabalhadores, redução do custo de crédito, celeridade e eficiência dos 
processos judiciais, segurança jurídica e participação ativa dos credores.
➔Recuperação judicial: artigo 47 Lei 11.101/2005: “a recuperação judicial tem por objetivo 
viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a 
manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, 
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica”. 
Requisitos →artigo 48 da Lei 11.101/2005.
➔Recuperação extrajudicial: artigo161 da Lei 11.101/2005 – “o devedor que preencher os requisitos 
do artigo 48 desta Lei poderá propor e negociar com credores planos de recuperação extrajudicial”.
Direito Falimentar
AULA 01
2.2 Sujeito Passivo - devedor sujeito à falência:
 
Estão sujeitos à falência, em princípio, os devedores exercentes de atividade econômica de forma 
empresarial, isto é, os empresários.
Obs.: Se o devedor desprovido de recursos para pagar as dívidas é empresário,a execução concursal será 
a falência (Lei 11.1012005). Se porém, o devedor explora sua atividade econômica sem empresariedade 
ou não exerce nenhuma atividade econômica, a execução consursal será a insolvência civil (art. 748, CC). 
Exemplo: associação civil, fundação, funcionário público, aposentado, entre outros.
Nota-se, entretanto, que nem todo exercente de atividade econômica empresarial encontra-se sujeito à 
falência. 
Segundo Fábio Ulhoa, a lei exclui do direito falimentar alguns empresários de forma total e parcial. 
A exclusão é TOTAL ou ABSOLUTA, se a sociedade empresária nunca puder falir (empresas públicas, 
sociedades de economia mista e câmaras de compensação) e é PARCIAL ou RELATIVA, se não puder 
falir apenas em determinadas hipóteses (seguradoras, operadoras de planos privados de assistência à 
saúde e Instituições Financeiras).
Direito Falimentar
AULA 01
2.3 HIPÓTESES DE EXCLUSÃO ABSOLUTA:
 
➔EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA: estão excluídas do processo falimentar 
(artigo 2º, I da Lei 11.101/2005). Como são sociedades exercentes de atividades econômica controladas direta ou 
indiretamente por Pessoas Jurídicas de direito público, não é do interesse público a falência de entes integrantes da 
Administração Indireta, ou seja, o desmantelamento do Estado. Caindo elas em insolvência , os credores podem 
demandar seus créditos diretamente conta a pessoa jurídica de direito público controladora.
 
➔CÂMARAS OU PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE COMPENSAÇÃO E LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA: 
esses sujeitos terão suas obrigações ultimadas e liquidadas de acordo com os seus regulamentos, aprovados pelo Banco 
Central.
 
➔ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR: que organizam planos acessíveis apenas 
aos empregados de certa empresa, servidores públicos ou associados, Estão sujeitas unicamente à liquidação 
extrajudicial (artigo 47, da Lei Complementar 109/2001).
Direito Falimentar
AULA 01
2.4 HIPÓTESES DE EXCLUSÃO RELATIVA:
 
➔COMPANHIAS DE SEGURO: são Sociedades Anônimas, nos termos do artigo 26 do Decreto Lei 73/1966 e 
estão sujeitas a procedimento específico de execução concursal, denominado liquidação compulsória, promovida 
pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados – www.susep.gov.br).
Caberá a decretação da falência das seguradoras quando a liquidação compulsória, se frustra porque o ativo da 
companhia em liquidação não é suficiente para o pagamento de pelo menos 50% do passivo quirografário. Será 
pedido SEMPRE pelo liquidante nomeado pela SUSEP.
 
➔OPERADORAS DE PLANOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: sujeitam-se à falência quando, 
no curso da liquidação extrajudicial decretada pela ANS (Agência Nacional de Saúde – www.ans.gov.br), 
verifica-se que o ativo da massa liquidanda não é suficiente para o pagamento de pelo menos 50% dos créditos 
quirografários, despesas administrativas e operacionais inerentes ao regular processamento da liquidação 
extrajudicial OU se houver fundado indício de crime falimentar (artigo 23 da Lei 9.656/1998).
 
Direito Falimentar
AULA 01
➔INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS: A regra é a exclusão absoluta da falência, 
sendo as Instituições Financeiras, sujeitas ao processo de liquidação extrajudicial 
previsto na Lei 6.024/1974. A exclusão dessas sociedades, segundo Fábio Ulhoa, é 
parcial apenas na medida em que sujeitam-se à decretação da falência como 
qualquer outra sociedade empresária,mas, se o Banco Central decreta intervenção 
ou liquidação extrajudicial, esta poderá falir a pedido do credor.
 
RESSALTA-SE QUE A DIVISÃO ENTRE TOTAL (OU ABSOLUTA) e 
PARCIAL (OU RELATIVA) É FEITA PELO PROFESSOR FÁBIO ULHOA, 
PARA OS DEMAIS, OS CASOS ELENCADOS NO ARTIGO 2º DA LEI 11.101
/2005 SÃO DE EXCLUSÃO ABSOLUTA.
Direito Falimentar
AULA 01
Sujeito Ativo.
 
Estão legitimados parao pedido de falência, além dos credores, a própria sociedade devedora 
(autofalência) e seus sócios.
 
Competência e Universalidade de Juízo:
 
Artigo 3º Lei 11.101/2005.
Competente para conhecer o pedido de falência, decretá-la e processá-la é o juiz do local em 
que está situado o principal estabelecimento da sociedade empresária devedora no Brasil.
IMPORTANTE: Principal estabelecimento, para o direito falimentar, é aquele em que a 
devedora concentra o maior volume de seus negócios. Segundo Fábio Ulhoa, eventualmente, 
não coincide com a matriz (que está relacionada no contrato social ou estatuto).
 
 
Direito Falimentar 
AULA 02
Direito Falimentar
AULA 02
TEMA: DISPOSIÇÕES PRELIMINARES. TÍTULOS NÃO EXIGÍVEIS. ATUAÇÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO
 
 
1. Títulos não exigíveis
 
Artigo 5º Lei 11.101/2005
 
➔OBRIGAÇÕES A TÍTULO GRATUITO: as obrigações a título gratuito, dentre as quais se 
incluem as doações, os atos de benemerência, a promessa de favores, os avais prestados sem 
interesse econômico direto da empresa, as fianças, as cessões e os comodatos, em nenhuma 
hipótese podem ser causa de requerimento de recuperação judicial nem de falência.
➔DESPESAS DOS CREDORES: da mesma forma, não podem ensejar recuperação judicial 
nem falência as despesas eventualmente realizadas por credores que venham a tomar parte na 
recuperação judicial ou na falência. Essas despesas que não podem ser exigidas do devedor na 
recuperação nem na falência, não incluem, contudo, as custas judiciais decorrentes de litígio 
com o devedor (custas judiciais relativas às ações e às execuções em que a massa falida tenha 
sido vencida.). 
 
 
Direito Falimentar
AULA 02
2. Atuação do Ministério Público:
 
Segundo Fábio Ulhoa, a lei não prevê a obrigatória intervenção do Ministério Público em todos 
os pedidos de falência, quaisquer que sejam as circunstâncias. 
Sob qual argumento ? 
Não há justificativas para a participação obrigatória do Promotor de Justiça nessa ação visto que 
a lide versa exclusivamente sobre interesses patrimoniais e disponíveis.
A participação do Ministério Público como fiscal da lei e titular da ação penal, para Fabio 
Ulhoa, é compreensível somente após a instauração do concurso de credores, quando podem 
entrar em conflito, por exemplo, os interesses de trabalhadores, do fisco e do outro, os dos 
credores, civis, normalmente empresários e bancos.
O entendimento da maioria da doutrina e da jurisprudência é no sentido de que a intervenção do 
Ministério Público é altamente positiva e necessária em todas as fases dos regimes previstos na 
Lei 11.101/2005. Exemplo: intervenção obrigatória prevista no artigo 52, V da Lei 11.101/2005.
Sua participação visa a fiscalização do processamento da recuperação e falência com o objetivo 
de proteger o crédito, que é de natureza pública.
 
 
Direito Falimentar
AULA 02
2. Atuação do Ministério Público:
 
Se não houver intervenção ou opinamento do Ministério Público ? Gera nulidade ?
Para Fábio Ulhoa, só nos casos previstos em lei. 
Para a maioria da doutrina, que vê como obrigatória a participação do Ministério Público, 
poderemos ter nulidade dos atos praticados sem a sua fiscalização, por se tratar de Instituição 
que visa a proteger os interesses sociais que ficam bem acentuados porque envolvem créditos 
pulverizados, cujos titulares são pessoas de direito público ou não.
 
 
 
 
 
Direito Falimentar
Disposições comuns: Recuperação Judicial e Falência. Órgãos 
componentes. Administrador judicial. Comitê. Assembléia dos Credores.
1. EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA E DO DEFERIMENTO DA 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL - ARTIGO 6º Lei 11.101/2005
• AÇÃO QUE DEMANDAM QUANTIA ILÍQUIDA (ARTIGO 6º, parágrafo primeiro): as 
ações que demandam quantia ilíquida terão prosseguimento no Juízo que tenha 
reconhecido o crédito originariamente. A continuidade desse tipo de ação se 
justifica à medida que o valor devido deve ser claramente determinado, sem 
dúvidas.
• CRÉDITO E AÇÕES TRABALHISTAS (ARTIGO 6º, parágrafo segundo): a partir do 
momento em que a recuperação judicial é deferida ou a falência é decretada, a 
habilitação, a exclusão ou a modificação de créditos trabalhistas poderão ser 
pleiteadas junto ao administrador judicial. No entanto, as ações de natureza 
trabalhista não serão suspensas, ao contrário, continuarão sendo processadas em 
juízo especializado, até a apuração do respectivo crédito cujo valor será 
determinado em sentença e inscrito no quadro geral de credores.
AULA 03
Direito Falimentar
Disposições comuns: Recuperação Judicial e Falência. Órgãos 
componentes. Administrador judicial. Comitê. Assembléia dos Credores.
•DETERMINAÇÃO JUDICIAL DAS IMPORTÂNCIAS DEVIDAS (ARTIGO 6º, parágrafo 
terceiro): tanto nas transações que demandem quantia ilíquida quanto nas ações 
trabalhistas, o juiz competente poderá determinar a reserva da importância que 
estimar devida, evitando, assim, que o crédito seja recebido como retardatário.
• COMUNICAÇÃO DAS AÇÕES PROPOSTAS CONTRA O DEVEDOR (ARTIGO 6, 
parágrafo sexto): toda e qualquer ação proposta contra o devedor após o deferimento 
da recuperação ou da decretação da falência deverá ser comunicada ao juízo próprio. 
Esta comunicação é incumbência legal tanto do juiz competente que receber a 
petição inicial quanto do administrador que vier a ser citado, e independente de 
verificação periódica perante os cartórios de distribuição.
AULA 03
Direito Falimentar
Disposições comuns: Recuperação Judicial e Falência. Órgãos 
componentes. Administrador judicial. Comitê. Assembléia dos Credores.
• EXECUÇÕES FISCAIS NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL (ARTIGO 6º, parágrafo sétimo): o 
deferimento do processamento da recuperação judicial não suspende nenhuma 
execução de natureza fiscal, diferentemente da decretação da falência, em que os 
créditos fiscais e previdenciários deverão ser comunicados ao juízo da falência para que 
sejam liquidados na ordem estabelecida pela lei.
• EFEITOS DA DISTRIBUIÇÃO DO PEDIDO DE FALÊNCIA OU DA RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL (ARTIGO 6, parágrafo oitavo): uma vez distribuído o pedido de falência ou de 
recuperação judicial, o mesmo devedor não poderá ser objeto de outro pedido de 
falência ou de recuperação judicial. A distribuição do pedido de um ou de outro constitui 
elemento que previne a jurisdição para qualquer outro pedido similar.
AULA 03
Direito Falimentar
Verificação e habilitação de créditos (artigo 7º ao 20 Lei 11.101/2005)
-Do pedido de Recuperação Judicial (artigo 51) ou decisão que decreta a Falência 
(artigo 99, parágrafo primeiro).
-Publicação do edital para apresentação ao administrador judicial as habilitações 
de crédito ou divergências quanto aos créditos relacionados (artigo 7, parágrafo 
primeiro) – 15 DIAS. 
- Análise pelo administrador judicial
Requ
isito
s pa
ra 
habi
litaç
ão
- arti
go 9
º
AULA 03
Direito Falimentar
Verificação e habilitação de créditos (artigo 7º ao 20 Lei 11.101/2005)
- Publicação edital contendo a relação de credores – artigo 7º, parágrafo segundo – 
45 DIAS
-Findo o prazo de 45 dias
-Prazo para impugnação – artigo 8º - 10 DIAS – Quem pode impugnar ? Artigo 8º
- Contestação da impugnação – artigo 11 – 5 DIAS
- Manifestação da contestação – artigo 12 – 5 DIAS
Recurso: AGRAVO
Artigo 17 Lei 11.101/2005
AULA 03
Direito Falimentar
Verificação e habilitação de créditos (artigo 7º ao 20 Lei 11.101/2005)
-Parecer pelo administrador judicial – artigo 12, parágrafo único – 5 DIAS.
- Autos de impugnação conclusos ao juiz - artigo 15.
- Consolidação do quadro geral de credores – artigo 18
 Após a homologação do quadro geral de credores, qualquer crédito 
 adicional deverá ser reclamado por via judicial, em ação ordinária.
- Publicação do quadro geral de credores:consolidado pelo administrador judicial, 
homologado pelo juiz, assinado por ambos e tal qual juntados aos autos deverá ser 
obrigatoriamente publicado em órgão oficial até 5 dias depois da sentença que 
houver julgado as impugnações.
AULA 03
Direito Falimentar
Verificação e habilitação de créditos (artigo 7º ao 20 Lei 11.101/2005)
-Pedido de exclusão, reclassificação ou retificação de créditos APÓS a homologação do quadro geral 
de credores (artigo 19):
- Possibilidade e hipóteses de cabimento – artigo 19
- Competência para o pedido de exclusão, reclassificação ou retificação de créditos: artigo 19, 
parágrafo primeiro. 
Exceção: quantia ilíquida e ações trabalhistas – compete ao juiz que reconheceu o crédito 
 originalmente.
Pagamento de crédito objeto do pedido de exclusão, reclassificação ou retificação do 
 crédito: só poderá receber o valor mediante prestação de CAUÇÃO no mesmo valor 
 reclamado – artigo 19, parágrafo segundo.
AULA 03
Direito Falimentar
AULA 03
COMITÊ DE CREDORES E ASSEMBLÉIA-GERAL DE CREDORES
ESTUDO DIRIGIDO DA LEGISLAÇÃO : ARTIGO 26 AO 46 DA LEI 11.101/2005
- GRUPOS DE 5 ALUNOS
- RESOLUÇÃO DE QUESTÕES:
7 QUESTÕES COMITÊ DE CREDORES
5 QUESTÕES DE ASSEMBLÉIA-GERAL DE CREDORES
RESPOSTAS COM BASE NA LEGISLAÇÃO
Direito Falimentar
AULA 03
Estudo dirigido – Lei 11.101/2005 – Comitê de Credores e Assembléia Geral de Credores
 
Comitê de Credores:
 
1.Qual a composição do Comitê de Credores ?
2. A falta de representação de alguma das classes de crédito impossibilita a formação do Comitê ? Pode ocorrer substituição de representantes de classe de 
credores ?
3.Quais são os impedimentos à função de membro do Comitê de Credores ?
4.Quais os efeitos da nomeação dos membros do Comitê de Credores ?
5. Diga quais são as atribuições do Comitê de Credores na recuperação judicial e na falência 
6.Sabemos que as decisões deliberadas pelo Comitê de Credores feita em maioria de votos são consignadas em livro, mediante rubrica do juiz . E em caso de 
impasse ? Quando não houver maioria de votos ?
7. A lei não determina a obrigatoriedade de composição do Comitê de Credores. Em caso de inexistência, todas as atribuições serão desempenhadas pelo 
administrador judicial, ou, em caso de incompatibilidade, pelo juiz. Caso exista o Comitê de Credores, como se procede:
a) remuneração de seus membros; b)ressarcimento de despesas aos membros do Comitê
 
Assembléia - Geral de Credores:
 
1.Quais as atribuições da Assembléia – Geral de Credores na recuperação judicial e na falência
2. Quem detém a competência para convocação da Assembléia – Geral de Credores ?
3. Em relação a Assembléia – Geral de Credores, relate:
a) forma e prazo de convocação
b) conteúdo da convocação
c) responsabilidade pelas despesas
d) composição da Assembléia
 4. Quem possui direito a voto na Assembléia ? Quem está impedido ?
 5. Em relação a aprovação das deliberações da Assembléia, sabemos que serão aprovadas quando decorrerem de votos favoráveis de credores que representem 
mais da metade dos créditos presentes na Assembléia, porém três matérias serão decididas por aprovação diferente; relate como se procede a aprovação em caso 
de:
a) deliberação sobre o plano de recuperação judicial;
b) sobre representatividade das classes de crédito;
c) sobre a forma alternativa de realização de ativo na falência.
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AULA 03
Seção III – Do administrador judicial – artigo 21 a 25.
• Do administrador judicial (artigo 21):
O administrador judicial será profissional idôneo, PREFERENCIALMENTE, advogado, 
economista, administrador de empresa ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
Os únicos requisitos para ser administrador judicial são: idoneidade e habilitação 
profissional.
ATENÇÃO: em relação às profissões elencadas no artigo 21 da Lei 11.101/2005, 
constituem requisito obrigatório ? NÃO. É preferencial.
• Quem nomeia o administrador ?
Será escolhido e nomeado pelo juiz, ressaltando-se que sua nomeação pelo juiz 
competente independerá de indicação ou proposta do Ministério Público.
Importante ressaltar que a nomeação do administrador judicial constará da decisão 
que deferir a recuperação judicial ou decretar a falência.
Termo de compromisso – artigo 22 C/C artigo 33 da Lei 11.101/2008
AUL
A 03
 
CAS
O 01
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IMPORTANTE: Impedimentos à função de administrador judicial:
• Pessoa que já tenha exercido cargo de administrador judicial ou que tenha 
sido membro de Comitê de Credores nos últimos 5 ANOS, seja em processo 
de recuperação judicial ou de falência , mas que tenha sido destituída, tenha 
deixado de prestar contas nos prazos legais ou tenha tido a prestação de 
contas desaprovada.
• A pessoa que tenha relação de parentesco ou afinidade até o terceiro grau 
com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes 
legais.
• A pessoa que seja amiga, inimiga ou dependente do devedor, seus 
administradores, controladores ou representantes legais.
Seção III – Do administrador judicial – artigo 21 a 25.
AUL
A 03
 
CAS
O 02
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Relação de grau de parentesco:
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Seção III – Do administrador judicial – artigo 21 a 25.
• Deveres do administrador judicial na recuperação judicial e na falência:
O artigo 22 da Lei 11.101/2005 arrola os deveres do administrador judicial em ambos os 
processos !
• Remuneração dos auxiliares do administrador judicial – artigo 22, parágrafo primeiro.
É fixado pelo juiz. Para tanto, o juiz analisará: a complexidade dos serviços a serem
executados E os valores, regularmente pagos no mercado de trabalho para o desempenho
da atividade.
• Recusa às exigências do administrador judicial – artigo 22, parágrafo segundo.
O administrador poderá exigir informações do devedor, dos prepostos do devedor e dos
credores. Em caso de recusa, deverá requerer ao juiz a intimação do recusante.
• Da transigência sobre obrigações e abatimento de dívidas – artigo 22, parágrafo terceiro. 
• Do relatório sobre as causas da falência – artigo 22, parágrafo quarto C/C artigo 22, III, e 
C/C artigo 186 – IMPORTANTE: INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO !
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Seção III – Do administrador judicial - artigo 21 a 25.
• Da destituição do administrador judicial – artigo 23, caput e parágrafo único 
C/C artigo 31
• Remuneração do administrador judicial – artigo 24.
CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO:
• Capacidade de pagamento do devedor;
• grau de complexidade do trabalho;
• valores praticados no mercado para desempenho de atividades semelhantes.
• Remuneração do administrador judicial substituído – artigo 24, parágrafo 
terceiro.
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• Remuneração do administrador judicial com contas NÃO aprovadas – artigo 24, 
parágrafo quarto.
Não terá direito a remuneração o administrador judicial que não tiver suas contas 
aprovadas.
• Responsabilidade pela remuneração do administrador judicial – artigo 25.
Caberá ao devedor ou à massa falida.
Seção III – Do administrador judicial - artigo 21 a 25.
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CORREÇÃO – ESTUDO DIRIGIDO – COMITÊ E ASSEMBLÉIA DE CREDORES
Comitê de Credores:
1. Qual a composição do Comitê de Credores ?
Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores na assembléia-geral e terá a seguinte 
composição:
I – 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2 (dois) suplentes;
II – 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;
III – 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografários e com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.
2. A falta de representação de algumadas classes de crédito impossibilita a formação do Comitê ? Pode ocorrer substituição de 
representantes de classe de credores ?
Art.26. § 1o A falta de indicação de representante por quaisquer das classes não prejudicará a constituição do Comitê, que poderá 
funcionar com número inferior ao previsto no caput deste artigo.
3. Quais são os impedimentos à função de membro do Comitê de Credores ?
Art. 30. Não poderá integrar o Comitê ou exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do 
cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de 
prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada.
§ 1o Ficará também impedido de integrar o Comitê ou exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou 
afinidade até o 3o (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, 
inimigo ou dependente.
4. Quais os efeitos da nomeação dos membros do Comitê de Credores ?
Art. 33. O administrador judicial e os membros do Comitê de Credores, logo que nomeados, serão intimados pessoalmente para, em 48 
(quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas 
as responsabilidades a ele inerentes.
Art. 34. Não assinado o termo de compromisso no prazo previsto no art. 33 desta Lei, o juiz nomeará outro administrador judicial. 
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CORREÇÃO – ESTUDO DIRIGIDO – COMITÊ E ASSEMBLÉIA DE CREDORES
5. Diga quais são as atribuições do Comitê de Credores:
A) na recuperação judicial
Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei:
II – na recuperação judicial:
a) fiscalizar a administração das atividades do devedor, apresentando, a cada 30 (trinta) dias, relatório de sua situação;
b) fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial;
c) submeter à autorização do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor nas hipóteses previstas nesta Lei, a alienação de bens do 
ativo permanente, a constituição de ônus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento necessários à continuação da 
atividade empresarial durante o período que antecede a aprovação do plano de recuperação judicial.
B) na falência 
Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuições, além de outras previstas nesta Lei:
I – na recuperação judicial e na falência: 
a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
c) comunicar ao juiz, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores;
d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
e) requerer ao juiz a convocação da assembléia-geral de credores;
f) manifestar-se nas hipóteses previstas nesta Lei;
6. Sabemos que as decisões deliberadas pelo Comitê de Credores feita em maioria de votos são consignadas em livro, mediante 
rubrica do juiz . E em caso de impasse ? Quando não houver maioria de votos ?
Art.27 § 2o Caso não seja possível a obtenção de maioria em deliberação do Comitê, o impasse será resolvido pelo administrador 
judicial ou, na incompatibilidade deste, pelo juiz.
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CORREÇÃO – ESTUDO DIRIGIDO – COMITÊ E ASSEMBLÉIA DE CREDORES
7. A lei não determina a obrigatoriedade de composição do Comitê de Credores. Em caso de inexistência, todas as atribuições 
serão desempenhadas pelo administrador judicial, ou, em caso de incompatibilidade, pelo juiz. Caso exista o Comitê de 
Credores, como se procede:
A) remuneração de seus membros;
Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas 
realizadas para a realização de ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serão ressarcidas 
atendendo às disponibilidades de caixa.
B) ressarcimento de despesas aos membros do Comitê
Art. 29. Os membros do Comitê não terão sua remuneração custeada pelo devedor ou pela massa falida, mas as despesas realizadas 
para a realização de ato previsto nesta Lei, se devidamente comprovadas e com a autorização do juiz, serão ressarcidas 
atendendo às disponibilidades de caixa.
Assembléia - Geral de Credores:
1. Quais as atribuições da Assembléia – Geral de Credores:
A) na recuperação judicial
Art. 35. A assembléia-geral de credores terá por atribuições deliberar sobre:
I – na recuperação judicial:
a) aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor;
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) (VETADO)
d) o pedido de desistência do devedor, nos termos do § 4o do art. 52 desta Lei;
e) o nome do gestor judicial, quando do afastamento do devedor;
f) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores;
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B) na falência
Art.35. II – na falência:
a) (VETADO)
b) a constituição do Comitê de Credores, a escolha de seus membros e sua substituição;
c) a adoção de outras modalidades de realização do ativo, na forma do art. 145 desta Lei;
d) qualquer outra matéria que possa afetar os interesses dos credores.
2. Quem detém a competência para convocação da Assembléia – Geral de Credores ?
Art. 36. A assembléia-geral de credores será convocada pelo juiz por edital publicado no órgão oficial e em jornais de 
grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias
3. Em relação a Assembléia – Geral de Credores, relate:
A) forma e prazo de convocação
Art. 36. A assembléia-geral de credores será convocada pelo juiz por edital publicado no órgão oficial e em jornais 
de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias.
B) conteúdo da convocação
Art. 36. A assembléia-geral de credores será convocada pelo juiz por edital publicado no órgão oficial e em jornais de 
grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá:
I – local, data e hora da assembléia em 1a (primeira) e em 2a (segunda) convocação, não podendo esta ser realizada 
menos de 5 (cinco) dias depois da 1a (primeira);
II – a ordem do dia;
III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido à 
deliberação da assembléia.
CORREÇÃO – ESTUDO DIRIGIDO – COMITÊ E ASSEMBLÉIA DE CREDORES
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CORREÇÃO – ESTUDO DIRIGIDO – COMITÊ E ASSEMBLÉIA DE CREDORES
D) responsabilidade pelas despesas
§ 3o As despesas com a convocação e a realização da assembléia-geral correm por conta do devedor ou da massa 
falida, salvo se convocada em virtude de requerimento do Comitê de Credores ou na hipótese do § 2o deste artigo.
E) composição da Assembléia
Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:
I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho;
II – titulares de créditos com garantia real;
III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados.
4. Quem possui direito a voto na Assembléia ? Quem está impedido ?
Art. 39. Terão direito a voto na assembléia-geral as pessoas arroladas no quadro-geral de credores ou, na sua falta, na 
relação de credores apresentada pelo administrador judicial na forma do art. 7o, § 2o, desta Lei, ou, ainda, na falta 
desta, na relação apresentada pelo próprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III e IV do caput, 99, inciso III 
do caput, ou 105, inciso II do caput, desta Lei, acrescidas, em qualquer caso, das que estejam habilitadas na data 
da realização daassembléia ou que tenham créditos admitidos ou alterados por decisão judicial, inclusive as que 
tenham obtido reserva de importâncias, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 10 desta Lei.
§ 1o Não terão direito a voto e não serão considerados para fins de verificação do quorum de instalação e de 
deliberação os titulares de créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei.
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CORREÇÃO – ESTUDO DIRIGIDO – COMITÊ E ASSEMBLÉIA DE CREDORES
5. Em relação a aprovação das deliberações da Assembléia, sabemos que serão aprovadas quando decorrerem 
de votos favoráveis de credores que representem mais da metade dos créditos presentes na Assembléia, 
porém três matérias serão decididas por aprovação diferente; relate como se procede a aprovação em caso 
de:
A) deliberação sobre o plano de recuperação judicial;
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta 
Lei deverão aprovar a proposta.
B) sobre representatividade das classes de crédito;
Art. 44. Na escolha dos representantes de cada classe no Comitê de Credores, somente os respectivos membros 
poderão votar.
C) sobre a forma alternativa de realização de ativo na falência.
Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falência, prevista no art. 145 desta Lei, dependerá 
do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à assembléia.
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DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL. INTRODUÇÃO. DOS PRESSUPOSTOS E DO PEDIDO.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL – INTRODUÇÃO
“Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise 
econômico - financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do 
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da 
empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.”
Quais são os objetivos:
viabilizar a superação da situação de crise econômico - financeira do devedor;
permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos 
credores;
a preservação da empresa e estímulo à atividade econômica.
FUNDAMENTO: FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA !
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QUEM PODE REQUERER A RECUPERAÇÃO JUDICIAL ? 
“Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, 
exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos 
seguintes requisitos, cumulativamente (REQUISITOS):
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em 
julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com 
base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa 
condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
Parágrafo único. A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge 
sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.”
AUL
A 04
 
CAS
O 01
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MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – ARTIGO 50 – IMPORTANTE !!!:
Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros:
I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas;
II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, 
respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente;
III – alteração do controle societário;
IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos;
V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que 
o plano especificar;
VI – aumento de capital social;
VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados;
VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva;
IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro;
X – constituição de sociedade de credores;
XI – venda parcial dos bens;
XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da 
distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do 
disposto em legislação específica;
XIII – usufruto da empresa;
XIV – administração compartilhada;
XV – emissão de valores mobiliários;
XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor.
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RECUPERAÇÃO JUDICIAL: DO PEDIDO – PETIÇÃO INICIAL
ARTIGO 51 - A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise 
econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas 
especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação 
societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social;
d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, 
com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do 
crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos 
registros contábeis de cada transação pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, 
indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a 
discriminação dos valores pendentes de pagamento; 
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AULA 04
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: DO PEDIDO – PETIÇÃO INICIAL
ARTIGO 51 - A petição inicial de recuperação judicial será instruída com:
(...)
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo 
atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações 
financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, 
emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e 
naquelas onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, 
inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.
Direito Falimentar
AULA 04
EFEITOS DO DEFERIMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL:
ARTIGO 52 - Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o 
processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato:
I – nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei;
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas 
atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou 
incentivos fiscais ou creditícios, observandoo disposto no art. 69 desta Lei;
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o 
desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações 
previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos 
§§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei;
IV – determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar 
a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores;
V – ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas 
Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento.
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Direito Falimentar
AULA 05
DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – ARTIGO 53 LEI 11.101/2005
1. QUEM PODE APRESENTAR O PLANO DE RECUPERAÇÃO ?
Uma vez deferido o processamento da recuperação judicial, o devedor deverá 
apresentar o plano de recuperação judicial ao juízo competente no prazo legal 
(artigo 53, Lei 11.101/2005).
2. PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO
O prazo para que o devedor apresente o plano de recuperação em juízo é de 60 
dias contados da data de publicação da decisão que deferir o processamento 
da recuperação judicial.
Importante: se não cumprir o prazo ? 
Acarretará convolação da recuperação em falência.
Direito Falimentar
AULA 05
DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – ARTIGO 53 LEI 11.101/2005
3. CONTEÚDO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO 
Os incisos I, II e III do artigo 53 da Lei 11.101/2005 exige que o plano de recuperação 
judicial seja estruturado a partir do seguinte conteúdo:
a) discriminação pormenorizada dos meios de recuperação que se pretende utilizar e 
seu resumo. Destaca-se que o devedor, por si ou por profissionais que o auxiliem, 
poderá adotar tanto os meios de recuperação arrolados na Lei, quanto outros meios 
que melhor se adéqüem aos seus objetivos recuperativos;
b) Demonstração da viabilidade econômica do plano;
c) Laudo econômico - financeiro do devedor, assinado por profissional habilitado ou 
empresa especializada;
d) Laudo de avaliação dos bens do devedor, também assinado por profissional 
habilitado ou empresa especializada.
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AULA 05
DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – ARTIGO 53 LEI 11.101/2005
4. COMUNICAÇÃO AOS CREDORES SOBRE O PLANO DE RECUPERAÇÃO – parágrafo 
único do artigo 53 da Lei 11.101/2005
Tão logo receba o plano de recuperação judicial, o juiz deverá ordenar a publicação de 
edital que
avise os credores sobre o efetivo recebimento do plano.
5. IMPEDIMENTOS AO PLANO DE RECUPERAÇÃO – artigo 54 da Lei 11.101/2005
Ao plano de recuperação judicial ficam legalmente impedidas as seguintes previsões:
a) prazo superior a 1 ano para pagamento de créditos trabalhistas ou decorrentes de 
acidentes de trabalho que esteja vencido à data do pedido de recuperação judicial 
(artigo 54 da Lei 11.101/2005);
b) prazo superior a 30 dias para pagamento de salários vencidos e não pagos nos 3 
meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. A lei estipula esse pagamento 
até o limite de 5 salários mínimos por empregado (parágrafo único do artigo 54 da Lei 
11.101/2005).
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DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – ARTIGO 53 LEI 11.101/2005
ESTUDO DE CASO – PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
GRUPOS DE 4 , RESPONDENDO AS SEGUINTES QUESTÕES:
Com base no plano de recuperação judicial da empresa SILVANA PINTO SIMÕES PIRES
ME,responda as questões a seguir:
1. Em relação ao conteúdo do plano de recuperação apresentado, houve atendimento 
ao disposto no artigo 53 da Lei 11.101/2005, isto é, discriminação dos meios de 
recuperação (inciso I), demonstração da viabilidade do plano (inciso II), laudo 
econômico financeiro do devedor (inciso III) e laudo de avaliação dos bens do 
devedor (inciso IV) ? 
2. Houve requerimento para aviso aos credores ?
3. A proposta de pagamento dos créditos trabalhistas feita pela empresa SILVANA 
PINTO SIMÕES PIRES ME, está de acordo com a Lei 11.101/2005 ? Responda tendo 
como base a proposta apresentada pela devedora e legislação Falimentar.
4. Imaginemos que a data da publicação da decisão que deferiu o processamento da 
recuperação judicial foi 15.06.2006. A apresentação do plano de recuperação foi 
tempestiva ? Qual a conseqüência caso não apresente o plano no prazo legal ?
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AULA 06
DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL. 
Plano Especial da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (artigos 70, 71 e 
72 da Lei
11.101/2005):
“O Brasil conta com 4.918.370 empresas em atividade em 2002:
93,6%, micro
5,6%, pequena
0,5%, média
0,3%, grande)
99,2% das quais compõem o conjunto das micro e pequenas empresas.
As microempresas empregam 36,2% das pessoas empregadas em empresas
formais; as pequenas empresas, 21,0%; as médias empresas, 9,8%; e a grandes,
33,0% (Jornal do Senado, Brasília: Senado Federal, 13 nov. 2006, p. 4)”
Direito Falimentar
AULA 06
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006
Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte
DA DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA E DE EMPRESA DE PEQUENO PORTE 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno 
porte a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 
10.406, de 10 de janeiro de 2002, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no 
Registro Civil de Pessoas das microempresas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
I - no caso, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita 
bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00;
II - no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, 
em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 . 
§ 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de 
bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas 
operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais 
concedidos. 
Direito Falimentar
AULA 06
Condições e peculiaridades:
a) Microempresas e empresas de pequeno porte (artigo 70, caput);
b) Manifestação na petição inicial de utilizar-se do plano especial para 
microempresa e empresa de pequeno porte (artigo 70, parágrafo primeiro);
c) Abrangerá apenas créditos quirografários (parcelamento das dívidas 
quirografárias);
d) Parcelamento em até 36 meses (artigo 71, II);
e) Pagamento da primeira parcela em até 180 dias (artigo 71, III);
f) Não convocação da Assembléia-Geral de credores (artigo 72)
ATENÇÃO:
As dívidas trabalhistas e fiscais não se submetem aos efeitos da recuperação e
devem ser honradas segundo o disposto na legislação específica.
Direito Falimentar
AULA 06
Da convolação da Recuperação Judicial e Falência (artigos 73 e 74 da Lei 11.101
/2005):
Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial:
I – por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta 
Lei;
➲ se assim deliberar a assembléia-geral, por votos favoráveis de credores que 
representem mais da metade do valor total dos créditos presentes.
II – pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do 
art. 53 desta Lei;
➲ se o devedor não apresentar o plano de recuperação nos 60 dias seguintes 
ao deferimento do pedido de recuperação judicial.
Direito Falimentar
AULA 06
III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o 
do art. 56 desta Lei;
➲ se o plano de recuperação vier a ser rejeitado pelaassembléia geral, por 
votos favoráveis dos créditos trabalhistas presentes e dos credores que 
representem mais da metade do valor total dos créditos com garantia real e 
quirografários
IV – por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de 
recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência 
por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos 
dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no 
inciso III do caput do art. 94 desta Lei.
Art. 74. Na convolação da recuperação em falência, os atos de administração, 
endividamento, oneração ou alienação praticados durante a recuperação 
judicial presumem-se válidos, desde que realizados na forma desta Lei.
Direito Falimentar 
AULA 07
Direito Falimentar 
AULA 07
AULA 07
 
TEMA: Recuperação extrajudicial – arts. 161 a 167 Lei 11.101/2005
 
 
1. Conceitos e características:
 
Trata-se de solução de mercado para recuperação das empresas em estado crítico;
Instrumento de novação ou renegociação de débitos;
Acordo estabelecido por livre manifestação de vontade;
Redução de custos;
Possibilidade de homologação do plano que obriga a todos os credores (artigo 163, caput, Lei 11.101
/2005)
Direito Falimentar 
AULA 07
2. Requisitos subjetivos: 
 
Relacionam-se à pessoa do devedor:
 
Estão estabelecidos no artigo 161 Lei 11.101/2005, são eles:
* mesmas condições para acesso a recuperação judicial (artigo 48 Lei 11.1001/2005);
* não ter pedido de recuperação judicial (artigo 161, parágrafo 3º Lei 11.101/2005);
* não ter sido concedida, há menos de 2 anos, recuperação judicial ou extrajudicial (artigo 161, parágrafo 3º Lei 
11.101/2005).
 
3. Requisitos objetivos:
 
Relacionam-se ao plano apresentado:
 
5 são os requisitos:
* não poderá prever pagamento antecipado de dívida (artigo 161, parágrafo 2º);
* igual tratamento de todos os credores (artigo 161 parágrafo 2º);
* só poderá abranger os créditos até a data do pedido de homologação (artigo 163, parágrafo 1º);
* venda de bem gravado ou substituição de garantia real se houver concordância expressa do credor (artigo 163, 
parágrafo 4º);
* afastamento da variação cambial somente com a anuência expressa do credor (artigo 163, parágrafo 5º).
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AULA 07
4. Credores preservados da recuperação extrajudicial
 
Conforme artigo 161, parágrafo 1º, a recuperação extrajudicial não altera o direitos:
 
* credores trabalhistas;
* créditos tributários;
* proprietário fiduciário e arrendamento mercantil;
* Instituição Financeira credora por adiantamento ao exportador.
 
5. Homologação facultativa
 
É a hipótese do artigo 162 da Lei 11.101/2005.
É a homologação do plano que conta com a adesão da totalidade dos credores
Exigências: justificativa + termo e condições + assinatura dos credores
 
6. Homologação obrigatória
 
É a hipótese do artigo 163 da Lei 11.101/2005.
Ocorre quando o devedor conseguiu obter a adesão de PARTE significativa dos credores.
Exigências: assinatura de pelo menos de 3/5 de todos os créditos de cada espécie (artigo 83 Lei 11.101/2005) + 
documentos previstos no artigo 162 Lei 11.101/2005 + exigências do artigo 163, parágrafo 6º, I, II e III.
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AULA 07
7. Processamento do pedido de homologação 
 
Processamento do pedido de homologação – artigo 164;
↓
 Juiz ordenará publicação de edital (o devedor deverá comprovar o envio de carta aos 
credores) – artigo 164, parágrafo 1º;
↓
 Prazo de 30 dias para impugnação do plano – artigo 164, parágrafo 2º;
↓
 Matérias que podem ser alegadas na impugnação – artigo 164, parágrafo 3º;
↓
 Feita impugnação – prazo de 5 dias para o devedor se manifestar;
↓
 Autos conclusos – decisão em 5 dias;
↓
 Homologação (artigo 164, parágrafo 5º) ou não do plano (artigo 164, parágrafo 8º)
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AULA 08
Direito Falimentar
AULA 08
Da Falência. Princípios. Objetivos. Pressupostos.
1. Contextualização:
O termo “falência” deriva do verbo latino “fallere”, que possui dois sentidos: coloquial e 
jurídico.
► Sentido coloquial significa ludibriar, iludir, fraudar, enganar, não cumprir com o 
prometido.
► Sentido jurídico significa insolvência.
“Art. 75. É o processo de execução concursal que promove o afastamento do devedor
de suas atividades, a fim de preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos
e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.”
► Procedimento utilizado para os empresários e sociedades empresárias que não possuem 
modo de se recuperar.
► É uma execução concursal que visa a liquidação do patrimônio do devedor.
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2. Natureza Jurídica da Falência
► CONTROVÉRSIA
A falência é um instituto de direito material - Carvalho de Mendonça 
A falência é um instituto de direito processual - Ulhoa 
OBS: Alexandre Câmara - instituto heterotrópico (hetero= diferente) – a prevalência 
do cunho processual sobre o material
► A falência é um instituto de natureza mista ou híbrida, não havendo prevalência 
de um instituto sobre outro - Manoel Justino Bezerra Filho e Waldo Fazzio Júnior
► Inexistência de importância prática da definição – José da Silva Pacheco
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Crise da empresa:
► PATRIMONIAL – Ativo menor que o passivo
► ECONÔMICA – Falta de faturamento em razão da retração nos negócios
► FINANCEIRA – Falta de liquidez – falta de montante em caixa para pagamento 
de obrigações imediatas.
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Insolvência Civil # Insolvência Empresarial
Insolvência Civil - artigos 748/761 CPC:
► A insolvência civil caracteriza-se pela desproporção negativa patrimonial, ou seja o 
superação do ativo pelo passivo
► A insolvência civil é real, diferente da falência, que é jurídica
Insolvência Empresarial:
► A insolvência na falência não tem correlação com o ativo e passivo do devedor 
empresário. 
► A insolvência na falência é insolvência jurídica (presumida ou confessada). 
Pode ser:
PRESUMIDA = IMPONTUALIDADE ( Art. 94,I)
CONFESSADA = AUTO-FALÊNCIA ( Art. 105)
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Objetivos:
► evitar a deterioração do parque industrial da empresa, suas instalações, 
tomando medidas para proteger os seus bens;
► maximizar o ativo da empresa, não sendo a falência, já há algum tempo, 
mero procedimento de liquidação da sociedade empresária;
► a manutenção e preservação de seus bens e buscar uma solução para dar 
continuidade à sua atividade empresarial;
► proteção do crédito que é de natureza pública; 
► a preservação dos empregos, de relevância social. 
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Princípios:
1. PRESERVAÇÃO DA EMPRESA e RECUPERAÇÃO DAS EMPRESAS VIÁVEIS
2. PROTEÇÃO AOS TRABALHADORES
3. PARTICIPAÇÃO ATIVA DOS CREDORES
4. MAXIMIZAÇÃO DO ATIVO FALIMENTAR
5. DESBUROCRATIZAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DO PEQUENO EMPRESÁRIO
Direito Falimentar
AULA 08
1) PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA
► Esse princípio não pode ser aplicado de forma absoluta
► Mitigação do princípio – só devem ser recuperadas empresas economicamente 
viáveis, sob pena de se fomentar a impontualidade
► A preservação da empresa deve implicar em verdadeira segurança jurídica para 
a coletividade e não incertezas
►Enseja a possibilidade de extinção de empresas inviáveis
OBS: 
► A recuperação da empresa não é um valor que deva ser definido 
independentemente do custo da decisão, de modo que se o devedor não possuir 
mecanismos suficientes ou possibilidades que possa se reerguer, deve encerrar 
suas atividades.
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AULA 08
“Preserva-se a empresa que possa e deva ser preservada,
e essa seleção implica um juízo de valor a priori. Para
manter o equilíbrio social,econômico e político,
indiscutivelmente é dever do Estado incentivar e
empenhar-se em preservar as empresas, fontes geradoras
de tributos e de empregos. A aplicação indiscriminada do
princípio da preservação acabaria por permitir que a
continuação de uma empresa economicamente inviável
trouxesse prejuízos que refletiriam de forma desastrosa na
coletividade, gerando instabilidade em vez de harmonia
social” – Artigo publicado na Revista da EMERJ 
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AULA 08
2. PROTEÇÃO AOS TRABALHADORES
► Arts. 83,I , 83,VI, 84,I , e 150
►CONTROVÉRSIA – Constitucionalidade do limite de crédito trabalhista – 150 SM
► Inconstitucionalidade :
Natureza alimentar do crédito 
Princípio da tutela ao trabalho
Princípio da dignidade da pessoa humana
Princípio da equidade
3. PARTICIPAÇÃO ATIVA DOS CREDORES
► A lei permite a participação mais ativa dos credores na falência: Assembléia de Credores e 
o Comitê de Credores
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AULA 08
4. MAXIMIZAÇÃO DO ATIVO FALIMENTAR
► Com a nova lei de falência, logo após a arrecadação dos bens, é iniciada a 
realização do ativo (liquidação, apuração do ativo). Essa nova regra tem por 
escopo a maximização (ou valorização) do ativo, pois se a providência não for 
imediata, poderá haver a desvalorização dos bens arrecadados.
5. DESBUROCRATIZAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DO PEQUENO EMPRESÁRIO 
(LC 123/06)
► Tratamento simplificado à recuperação do ME e EPP
► Este princípio está localizado nos art. 70 a 72 da Lei n.º 11101. A própria CF/88 
já prevê isso. O tratamento do Microempresário e do Empresário de Pequeno 
Porte tem que ser simplificado e tem que sempre os beneficiar. A lei, então, 
prevê um plano especial de recuperação para o microempresário e empresário 
de pequeno porte (art. 70, § 1º). 
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AULA 08
Princípios Específicos:
1. Indivisibilidade do juízo da falência 
►O juízo é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e 
negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas 
nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte ativo - art. 76, caput 
► Exceções: a) ações trabalhistas;b) fiscais;c) ações não reguladas pela lei em que a massa 
falida for autora ou litisconsorte ativo – art. 76, in fine
2. Universalidade do juízo falimentar – art. 126
► o juízo da falência abrange todos os direitos, deveres e obrigações do falido – concurso 
universal de credores
► vis attractiva do juízo falimentar – Amador Paes de Almeida
►formação da massa objetiva (ativo e passivo) e subjetiva ( credores)
Direito Falimentar
AULA 08
Princípios Específicos:
3. Pars conditio creditorum 
► Igualdade, paridade de tratamento que deve existir entre credores de mesma 
classe – art. 126
4. Competência
►Art. 3º, Lei 11.101/2005 C/C art. 76 - Principal estabelecimento.
O juízo da falência é caracterizado pela indivisibilidade e a ele compete conhecer
todas as ações relativas aos bens, aos interesses e aos negócios do falido.
OBS: a Lei Falimentar exclui da competência desse juízo as causas trabalhistas, as
fiscais e aquelas não reguladas na Lei 11.101/2005, nas quais o falido figure como
autor ou como litisconsorte.
Direito Falimentar
AULA 08
Competência - JURISPRUDÊNCIA
Processo CC 27835 / DF ; CONFLITO DE COMPETENCIA 1999/0098320-3 ;
Relator(a)Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO (280) Órgão Julgador S2 –
SEGUNDA SEÇÃO
Ementa Competência. Falência. Foro do estabelecimento principal do devedor. I –
A competência para o processo e julgamento do pedido de falência é do Juízo onde
o devedor tem o seu principal estabelecimento, e este "é o local onde a
ATIVIDADE se mantém centralizada", não sendo, de outra parte, "aquele a que
os estatutos conferem o título principal, mas o que forma o corpo vivo, o
centro vital das principais atividades do devedor" (CC nº 21.896 - MG, Rel.
Ministro Sálvio de Figueiredo). II - Conflito conhecido para declarar competente o
Juízo de direito da 8ª Vara Cível de São Paulo - SP, suscitado.
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AULA 09
Direito Falimentar
Da Falência. 
FASES DA FALÊNCIA:
• FASE PRÉ-FALIMENTAR: é aquela que se inicia com o pedido da falência 
do devedor e dura até que o juiz pronuncie a sentença declaratória. É a fase 
em que a vida econ6omica do devedor é amplamente investigada.
• FASE FALIMENTAR PROPRIAMENTE DITA: da declaração da falência do 
devedor até a liquidação de todas as pendências em relação aos credores. 
Fase em que se enfatiza a situação patrimonial e o comportamento do 
devedor falido na esfera empresarial ou na criminal – falência casual, 
culposa ou fraudulenta.
• FASE PÓS FALIMENTAR: é o período em que ocorre todo um processo de 
reabilitação do falido.
Aula 09
Direito Falimentar
Da Falência. 
Prosseguimento das ações com o administrador judicial: art. 76
► Todas as eventuais ações que envolvam o falido terão prosseguimento com 
 o administrador judicial que deverá ser intimado pelo juízo, sob pena do ato
 praticado ser considerado nulo.
Efeitos da decretação da falência: art. 77
► antecipação do vencimento das dívidas do devedor e dos sócios com 
responsabilidade ilimitada e solidária;
► abatimento proporcional dos juros embutidos nessas dívidas cujo vencimento é 
antecipado;
► a conversão de todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda brasileira 
pelo câmbio do dia da decisão judicial que decreta a falência.
Aula 09
Direito Falimentar
Da Falência. 
Fundamentos para decretação da Falência – artigo 94 
► inadimplência de título líquido e certo: poderá ser decretada a 
falência do devedor que sem relevante razão de direito, não 
paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou 
títulos executivos protestados, cuja soma ultrapasse o 
equivalente a 40 salários mínimos na data do pedido de falência 
(inciso I, artigo 94);
► execução frustrada: o devedor, executado por qualquer quantia 
líquida, não paga, não deposita nem nomeia bens suficientes à 
penhora dentro do prazo legal (inciso II, artigo 94);
► prática de atos de falência, elencados no inciso III do artigo 94;
Aula 09
Decreto-lei nº 7661/45 Lei 11.101/05
1) Art. 1º - Impontualidade Art.94, I - Impontualidade - 
 > 40 salários mínimos
2 Art.2º, I– Execução Frustrada
- Total inação do devedor
Art.94, II – Execução frustrada, 
prevista de forma isolada.
3)Art.2º, II a VII – Atos de falência Art. 94, III, “a”/ “g” – Atos de 
falência
CARACTERIZAÇÃO DA FALÊNCIA
Aula 09
IMPONTUALIDADE
A) Presumida – não pagamento de obrigação 
líquida e certa no vencimento – Art. 94,I
B) Confessada = auto-falência – Art. 105
Aula 09
IMPONTUALIDADE
IMPONTUALIDADE – Art. 94,I 
REQUISITOS:
A) NÃO PAGAMENTO DE OBRIGAÇÃO LÍQUIDA E CERTA NO VENCIMENTO
B) INEXISTÊNCIA DE RELEVANTE RAZÃO DE DIREITO PARA O NÃO PAGAMENTO
C) CRÉDITO - SUPERIOR AO VALOR DE 40 SALÁRIOS MÍNIMOS
D) EXECUTORIEDADE DO TÍTULO 
E) COMPROVAÇÃO DA IMPONTUALIDADE PELO PROTESTO
Aula 09
IMPONTUALIDADE
► Limite – valor superior a 40 SM
► Fundamentos 
A) Evitar que a falência seja utilizada como meio de cobrança – 
controvérsia
► Ulhoa, R.Requião, A.M.Valle - a falência configura um meio de cobrança 
em razão da possibilidade da satisfação do crédito se dar no depósito 
elisivo ( LFR, art. 98,p.único)- posição minoritária
B) Evitar que a jurisdição seja provocada para resolução de questões 
menores – princípio da minimus non curat praetor (o pretor não pode 
ser utilizado em questões mínimas)
Aula 09
EXECUÇÃO FRUSTRADA
EXECUÇÃO FRUSTRADA – Art. 94,II
REQUISITOS:
 ► Ação de execução ajuizada em face do devedor por qualquer 
quantia líquida, em que o executado não paga, não deposita e 
não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazolegal .
OBS: Não há limite do crédito para requerimento de falência com base nesse 
fundamento
Aula 09
ATOS DE FALÊNCIA
ATOS DE FALÊNCIA – Art. 94, III
REQUISITOS:
A) DESCRIÇÃO CIRCUNSTANCIADA DOS FATOS
B) COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA DOS ATOS 
ELENCADOS NO Art. 94,III
Aula 09
LEGITIMIDADE ATIVA
ART. 97 LF
I – Próprio devedor = auto-falência - arts. 105 a 107 
⇨ atual lei – não é mais uma obrigação, diferente do Dec. 7.661
/45
⇨possibilidade de oposição dos demais sócios
II – cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o 
inventariante;
OBS: Desnecessidade da autorização de todos os herdeiros ( 
tese contrária – Requião)
Aula 09
LEGITIMIDADE ATIVA
ART. 97 LF
III – Cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato 
constitutivo da sociedade – hipótese diversa da do art. 138,
§1º, LSA – auto-falência
IV – Qualquer credor 
V- Credor estrangeiro – art. 97,§2º
Aula 09
LEGITIMIDADE PASSIVA
1) Devedor empresário – arts.1º LF c/c 966 CC/02
OBS: Enunciados 193,194,196 e 196 CJF
2) Sociedade anônima antes de liquidado e partilhado seu ativo 
– art. 96,§ 2º 
3) Espólio antes de 1 (um) ano da morte do devedor - art. 96,§ 
2º 
4) Sócios com responsabilidade ilimitada – art. 81
Aula 09
EXCLUSÃO DA FALÊNCIA
Art. 2º - Esta Lei não se aplica a:
I – Empresa pública e sociedade de economia mista 
• Art. 77, §2º ,II e III da CERJ: II - empresa pública - a entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito privado com patrimônio próprio e 
capital público maioritariamente do Estado, criada por lei para a 
exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a 
exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, 
podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito; 
• III - sociedade de economia mista - a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade 
econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito 
a voto pertençam em sua maioria ao Estado ou a entidade da 
administração indireta
Aula 09
EXCLUSÃO DA FALÊNCIA
• Art. 2º - Esta Lei não se aplica a:
• II- 
• ► instituição financeira pública ou privada - Lei n. 6.024/76 
• ► cooperativa de crédito - Lei n. 5.764/71 
• ► consórcio- Lei n. 5.768/71, Lei n 7.492/96, art.1º ,parágrafo único, I e Lei n 8.987/95, 
art. 2º
• ► entidade de previdência complementar- Lei 6.435/77, art. 63; LC n. 109/01
• ► sociedade operadora de plano de assistência à saúde - Lei 9.656/98, 1º 
• ► sociedade seguradora - Dec.-lei 73/66 – art. 26; c/c Lei 10.190/01 
• ► sociedade de capitalização - Dec.-lei 2063/1940 
• outras entidades legalmente equiparadas às anteriores - Resolução 2.309/96, BACEN c/c 
Lei nº 7.492/96, art. 1º 
Aula 09
EFEITOS DA FALÊNCIA
*Antecipação do vencimento das dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e 
solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros – art. 
77
*Inabilitação do falido para o exercício da empresa – art. 102
► o falido só se reabilita com a sentença de extinção de suas obrigações – arts. 
158 e 159
*Suspensão de todas as ações em face do devedor, inclusive aquelas dos
credores particulares do sócio solidário, em atendimento ao princípio da pars
conditio creditorum – arts. 6º e 99,V
► determina a formação de massa subjetiva unitária – Requião
Aula 09
EFEITOS DA FALÊNCIA
EXCEÇÕES:
A) ações que demandem quantias ilíquidas – art. 6º,§1º
► as ação devem prosseguir no juízo de origem, promovendo-se a substituição
do pólo passivo para massa falida representada pelo Administrador Judicial.
Tornado líquido o crédito, deve ser incluído no quadro geral de credores,
permitindo-se que o juiz competente para apreciar a demanda determine a 
reserva na falência da quantia estimada ao autor. Art. 6° §1° ,LF
B) ações trabalhistas – especialidade do juízo - arts. 6º,§2º e 76, caput
C) ações fiscais - art. 187 CTN , art. 29, L. 6830
D) ações não previstas pela LF, em que a massa falida for autora ou litisconsóricio ativo 
ex. ação de despejo – art. 76, caput
Aula 09
Direito Falimentar 
AULA 10 e 11
TEMA: Falência. Citação do devedor. Depósito elisivo. Termo
Legal. Atitudes do devedor. Efeitos da sentença. Ação
revocatória.
1. Citação do Devedor:
Citação do devedor para apresentação de contestação no
prazo de 10 dias – art. 98
► Citação por edital – art. 189
►Matérias de defesa – art. 96 – rol não é taxativo
Aula 10 e 11
2. Atitudes do devedor:
a) Apresentação de contestação
b) Depósito elisivo – art. 98, parágrafo único da LF
DEPÓSITO ELISIVO: no prazo da resposta, o devedor poderá
ELIDIR a falência, DEPOSITANDO o valor da obrigação em
atraso. Essa hipótese afasta a decretação da falência.
c) Contestação e depósito elisivo
d) Pedido de recuperação judicial (incidental) – art. 95
e) Contestação e pedido de recuperação incidental
Aula 10 e 11
3. Requisitos essenciais da sentença. Termo Legal
• ►Divergência quanto a natureza jurídica da sentença:
Legislador: sentença declaratória
Fábio Ulhôa e parte da doutrina: é de natureza constitutiva
ART. 99 LF - REQUISITOS ESSENCIAIS 
I- síntese do pedido, identificação do devedor e nome dos administradores;
► A exigência desse inciso evita transtornos acerca da identificação do falido e dos 
seus administradores, facilitando, inclusive, a apuração de responsabilidades.
II- fixação do termo legal da falência;
► O termo legal da falência é de suma importância para o ajuizamento da ação 
revocatória.
►Requião: “compreende um espaço de tempo imediatamente anterior à declaração 
da falência, no qual os atos do devedor são considerados suspeitos de fraude 
e, por isso, suscetíveis de investigação, podendo ser declarados ineficazes 
em relação à massa.
Aula 10 e 11
III- determinação ao falido para apresentação, em cinco dias, da relação
nominal de credores, sob pena de desobediência;
►O objetivo é facilitar a identificação dos credores (Massa Falida Objetiva), 
abreviando o trabalho do Administrador Judicial.
► Na hipótese de autofalência, o requerimento do devedor já deverá, desde 
logo, vir instruído com a relação nominal dos credores, conforme 
dispõe o art. 105, II da Nova Lei de Falências.
► A relação nominal dos credores, por determinação do parágrafo único do 
art. 99 da lei de falências, será publicada em edital, assim como a 
íntegra da decisão
IV- determinação de prazo para habilitação de crédito;
► Art. 7º,§1º - 15 dias contados da data da publicação do edital contendo a 
íntegra da sentença declaratória da falência 
Aula 10 e 11
V- determinação da suspensão das ações ou execuções contra o
falido, ressalvadas as do §§ 1º e 2º do art. 6º ;
►Está relacionado com a universalidade do juízo falimentar, que
adiante será analisada.
VI – proibição da prática de qualquer ato de disposição ou oneração
de bens do falido;
►Trata da indisponibilidade dos bens do falido.
VII- providenciará as diligências necessárias, podendo ordenar
prisão do falido ou administradores, quando a falência for requerida
com base em crime definido em lei;
► Presente o poder geral de cautela do juízo. A decretação da prisão
preventiva NÃO pode ser de ofício e só será possível se preenchidos os
pressupostos exigidos nos artigos 311 e 312 do Código de Processo
Penal.
Aula 10 e 11
VIII - ordenará ao Registro Público de Empresas Mercantis para a anotação
da falência para que conste a expressão “falido”, data da quebra e
inabilitação do devedor;
► Relaciona-se à publicidade da decisão e à perda da capacidade
profissional do devedor, ou seja, a impossibilidade dele exercer novamente
a empresa, salvo se reabilitado.
IX- nomeação do administrador judicial;
►A nomeação do administrador judicial deve ser feita o quanto antes, haja

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