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Ficha de Leitura - Teorias da Globalização. Ianni, Octávio

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – Campus Florianópolis Trajano
Curso: Relações Internacionais
Disciplina: História das relações internacionais
Professor: Luciano Daudt da Rocha
Acadêmico: Jonathan de Oliveira Padilha
Florianópolis, 07 de Julho de 2017
IANNI, Octávio. Teorias da Globalização: Capitulo II - As economias- mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
No início deste capitulo, Ianni descreve a história moderna. Do que ela é composta e como ela se desdobra ao decorrer dos anos. "Cenário da formação e expansão dos mercados, da industrialização, da urbanização e da ocidentalização, envolvendo nações e nacionalidades, culturas e civilizações." (IANNI, 2001, p. 29). Para os cientistas sociais o que tende a predominar dentre a maioria é o emblema do Estado- nação e tudo que o compõe.
O conceito de economias-mundo surge então envolto da preocupação dos pesquisadores com o conhecimento das políticas internacionais emergentes, destaca-se no texto "Quando o pesquisador combina o olhar do historiador com o do geógrafo, logo revelam-se configurações e movimentos da realidade social que transcendem o feudo, a província e a nação [...]" (p. 30). 
O autor então traz as visões de Braudel e Wallerstain para o texto, pensamentos que se alinham com sua ideia., "Wallerstein prefere a noção de "sistema-mundo" , ao passo que Braudel a de "economia-mundo" , mas ambos mapeiam a geografia e a história com base na primazia do econômico, na ideia de que a história se constitui em um conjunto, ou sucessão, de sistemas econômicos mundiais" (p. 30-31). Os dois pensadores citados trazem a idéia de que a história e a geografia unidas são uma coleção de economias-mundo.
Logo depois Ianni expõe em seu texto, que Braudel coloca que economia-mundo pode ser definida como uma tripla realidade, onde ocupa um determinado espaço geográfico; é representado por um centro, sendo esse centro uma cidade dominante; e todas as economias-mundo se dividem em zonas sucessivas, que seria a zona em torno do centro. Já Wallerstein define esse sistema como um sistema social, estruturado com base em regras de legitimação e coerência, onde a união vem da tensão gerada pelos conflitos, resultados das tentativas de reorganização do grupo. Podemos notar diferentes aspectos entre os autores, como nos trechos: 
Braudel propõe uma espécie de teoria geral géo-histórica, contemplando as mais diversas configurações de economias-mundo. [...] combinando história, sociologia, geografia, antropologia e outras disciplinas. Ao passo que Wallerstein debruça-se sobre o capitalismo moderno, apoiando-se em recursos metodológicos muitas vezes semelhantes aos do estruturalismo marxista. (IANNI, 2001, p. 34)
Braudel coloca como primeiro ponto, conceitos que os pesquisadores chamam de tendências seculares, e em segundo ele destaca a palavra "estrutura" como chave. Uma estrutura nos passa a visão de relações fixas, organizações com bases rígidas e com coerência. Essas estruturas são obstáculos dos quais os homens não podem se desprender, e são elas as responsáveis por dominar os problemas de longa duração.
Já Wallerstein dá prioridade a anatomia e a dinâmica das realidades econômicas e políticas do capitalismo moderno. Realidades essas que são vistas tanto regionalmente quanto internacionalmente, onde podemos encontrar colonialismos, imperialismos, dependências, interdependências, hegemonias, tensões e conflitos. E quando entremos no contexto das guerras e revoluções, temos que dar ênfase aos movimentos anti-sistemicos (p. 36).
Note-se que para Wallerstein a "economia-mundo" está organizada com base no que ele próprio denomina "capitalismo histórico", 0 que Marx havia denominado simplesmente "capitalismo" ou "modo capitalista de produção" e Weber denominara "capitalismo moderno". A sua originalidade está em reconhecer que o capitalismo expandiu-se continuamente pelas mais diversas e distantes partes do mundo, o que desafia o pensamento científico no século XX, particularmente nas ciências sociais. Ainda que nem sempre contemple as interpretações que haviam sido desenvolvidas por Marx e Weber, no que é acompanhado por Braudel, oferece sugestões importantes para a análise das características do capitalismo como economia-mundo (p. 37).
Segundo Jacques Attali a centralização que existia com o bloco soviético ou comunista; e com o bloco norte-americano ou capitalista, na guerra fria já não existe mais. "Mas a economia-mundo capitalista, seja de alcance regional, seja de alcance global, continua a articular-se com base no Estado-nação" (p.39)
Ocorre que a economia-mundo, ou sistema-mundo, em toda a sua complexidade não só econômica, mas também social, política e cultural, sempre transcende tudo o que é local, nacional e regional. Repercute por todos os cantos, perto e longe. (p. 48)
Com esse texto de Ianni, onde ele interpreta as visões de Braudel e Wallerstein, ele nos auxilia com diversas complementações e conhecimentos, sobre a formação de uma sociedade global. Deixando claro que as ideias dos autores por ele destacados contribuiram para isso. A diversidade do conceito de economia-mundo traz uma configuração geo-histórica, monstrando nela como as grandes cidades e seus povos são afetadas. Com grande destaque também na dissociação entre o nacional e o internacional, a globalização do século passado nos clareou o que nos precedeu. 
 
Palavras-chave: economia, Ianni, capitalismo, globalização, estrutura.

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