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Farmacologia III - Opióides

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OpióidesCarol Sabino
Os opióides são alcaloides (naturais ou sintéticos) derivados do ópio (retirado da papoula), são analgésicos de ação central e constituem a base do tratamento da dor. Entretanto, sua ampla disponibilidade levou ao abuso de opióides capazes de produzir euforia. Por isso, os antagonistas que podem reverter ações dos opióides também são muito importantes clinicamente para o uso em casos de dosagem excessiva. 
Todo medicamento simula algum efeito endógeno, no caso da morfina, o efeito simulado é o dos peptídeos opióides endógenos (endorfinas, encefalinas, dinorfinas). Ou seja, eles atuam nos mesmos receptores, que são acoplados à proteína G (, e ).
Receptores opióides: Os efeitos mais importantes dos opióides são mediados por três principais famílias de receptores, designadas pelas letras gregas , e . O principal (e foco do nosso estudo) é o , pois são responsáveis pela maioria dos efeitos conhecidos e importantes.
Mecanismo de ação: Agonistas dos receptores opióides, e atuam por meio de uma depressão do SNC para gerar analgesia por meio de duas ações: 
Fechamento de canais de cálcio dependentes de voltagem, com a intenção de “cortar a comunicação entre dois neurônios” (presentes na membrana pré-sináptica).
Mantém abertos os canais de potássio causando um efluxo de íons K+ e um estado de hiperpolarização com a intenção de “congelar a comunicação entre dois neurônios” (presentes na membrana pós-sináptica).
Dessa forma, há o efeito desejado, ou seja, a inibição do impulso da dor sem que haja perda de consciência. 
Efeitos Biológicos: Embora o uso clínico principal dos opióides seja baseado em suas propriedades analgésicas, esses fármacos produzem muitos outros efeitos.
Analgesia: em doses terapêuticas, a dor pode diminuir ou desaparecer por completo. A analgesia geralmente ocorre sem perda de consiência, embora seja comum ocorrer sonolência. A dor difusa e persistente (lesão e inflamação de tecidos) é aliviada de modo mais eficaz que a dor aguda e intermitente (cólica biliar ou renal), a qual só é aliviada com doses mais altas.
Mecanismo da analgesia: os opióides atuam tanto diretamente no Sistema nervoso central (cérebro e medula), quanto nos tecidos periféricos. No SNC, há a ação supraespinhal, que consiste no bloqueio das respostas nociceptivas (Nociceptor  receptor sensorial responsável pela percepção da dor em resposta a um estímulo) e há a ação espinhal, que gera a depressão da descarga dos neurônios do corno dorsal. Já no SNP, a inibição ascende para o corno dorsal (no caso de injeções diretas periféricas, há hiperalgesia).
		Além disso, interferem no componente emocional da dor e tem o poder de alterar a percepção da dor. Isso constitui um problema, pois pacientes que usam muito opióide tem uma queda no limiar e passam a tolerar quantidades cada vez menores de dor, para isso, usam ainda mais opióides, caracterizando um ciclo vicioso.
Outros efeitos no SNC: ocorrem principalmente na administração de altas doses.
Euforia (bem-estar): liberação de dopamina gera sensação de prazer e é um componente que pode gerar adicção.
Sedação: induzem sonolência, pois são depressores do SNC. 
Êmese: atuação no local do bulbo onde estão os quimirreceptores que geram o reflexo do vômito (esse efeito nauseante é intenso na administração em pacientes que não apresentam dores).
Depressão respiratória: efeito mais grave e que mais leva à morte. Esses farmacos causam uma inibição do centro respiratório no tronco encefálico. 
	Os efeitos de sedação e depressão respiratoria juntos, inibem o componente voluntário e involuntário da respiração, por isso, pode haver parada respiratória em doses mais altas.
Em doses terapêuticas inibem freqüência, volume minuto e trocas correntes, raramente de significação clínica.
2 a 4 horas antes do parto a dose terapêutica na mãe pode levar a depressão respiratória do neonato por passagem transplacentária Nadoxona antagoniza
Interações perigosas: álcool, sedativos e hipnóticos.
Miose: contração das pupilas mediada pela Ach.
	Os opióides são únicas substâncias psicoativas que causam miose, todos os outros causam midríase. Logo, a observação das pupilas é fundamental no diagnóstico de overdose pupilas puntiformes.
No hipotálamo: há uma leve queda da temperatura corporal, porém em casos de administração crônica, pode haver um aumento.
Convulções e crises epiléticas: Causadas, provavelmente por inibir liberação de GABA. Deve haver um cuidado especial com doses altas, principalmente em crianças.
Efeitos periféricos:
Liberação de histamina: não é mediada pelos receptores , aparentemente, os mastócitos são sensíveis aos opióides (principalmente à morfina).
Pele rubor, prurido e sudorese.
Aparelho cardiovascular vasodilatação periférica hipotensão ortostática e redução da pré-carga (importante no IAM e no edema agudo de pulmão).
↓Pré-carga, ↓inotropismo, ↓Cronotropismo ↓Consumo de O2
Aparelho respiratório bronco constrição (IMPORTANTE: evitar em asmáticos).
Estômago:
Como efeito direto, há a ↓ secreção ácida e como efeito indireto o ↑ da secreção ácida. O efeito indireto, mediado pela histamina predomina úlceras
Redução da motilidade, do esvaziamento.
↑ tônus.
Atraso de até 12 horas na passagem do conteúdo.
Intestino: Constipação intestinal ocorre devido à redução generalizada da motilidade no TGI, principalmente no intestino grosso. 
Vias biliares: geram contração da vesícula biliar e do esfincter de oddi, o que pode gerar cólica biliar (ao invés de melhorar a dor biliar, ele pode piorar evitar nesse caso).
Sistema Imune: imunossupressão
Principais fármacos:
Opióides naturais:
Morfina: primeiro dos alcalóides do ópio descoberto, é o fármaco de referência.
O uso no IAM está associado à redução de pré carga comentada acima.
Por ser muito hidrossolúvel, tem maior dificuldade de ultrapassar a barreira hematoencefálica (BHE) e gerar os efeitos no SNC euforia menos intensa.
	Esse fármaco não é muito eficaz na administração por via oral pois, apesar de a absorção pelo TGI ser boa, o metabolismo hepático é bastante variado, e há um efeito de primeira passagem bastante significativo. Por isso, a administração via parenteral é preferida (endovenosa é a mais usada).
Heroína: semisintético derivado da morfina
Bastante lipossolúvel, logo, ultrapassa a BHE com mais facilidade euforia intensa.
Potente e de ação rápida.
Sensação de euforia muito grande dependência
Codeína: 
Apesar de ser menos eficaz que a morfina, a codeína é bastante eficaz por via oral (menor efeito de primeira passagem) uso ambulatorial facilitado.
Opióides sintéticos:
Tramadol:
Um dos opióides mais usados atualmente, tanto por via oral, quanto por via endovenosa. 
É um agonista fraco do receptor , por isso possui efeitos colaterais diminuídos. 
Entretanto, seu efeito analgésico é ampliado, causado a partir do estímulo de liberação de serotonina e redução da receptação de noradrenalina.
Meperidina (petidina):
Primeiro opióide sintético fabricado
Cada vez menos usada pois causa muita dependência e tem efeito tóxico no SNC
Metadona:
Eficaz por via oral
Possui ação prolongada
Usada no tratamento da dependência física Síndrome de abstinência
Fentanil:
Cerca de 100x mais potente que morfina, porém tem curta duração no organismo
Alto risco de depressão respiratória
Uso principal em cirurgias, com ambiente controlado.
Antagonistas:
Naloxona: Muito usada em casos de intoxicação aguda, de depressão respiratória e de convulções provocadas por opióides.
Naltrexona e Metilnaltrexona
Tolerância e dependência física:
Tolerância: Perda de eficácia e necessidade de dose maiores para obter a mesma resposta Tolerância não significa adicção.
Dependência física: conjunto de alterações homeostáticas que leva a um distúrbio de configuração se o fármaco é interrompido (“Síndrome de Abstinência”). Logo, em caso de necessidade, a redução deve ser progressiva.
Dependência psicológica (Vício): Padrão de comportamentocaracterizado pelo uso compulsivo de um fármaco e pelo empenho em sua busca e uso.
Toxicidade aguda:IMPORTANTE:
 Antagonista Naloxona
Euforia significativa
Sedação forte
Coma.
Miose Pupilas puntiformes.
Depressão respiratória.

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