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Questões do questionário da Lição II
Nome: Micaela Cristina Menezes Martins/1p.Manhã
1.	Vimos que é na sociedade, não fora dela, que o homem encontra o seu habitat natural. Mas isso não significa que ele não esteja também inserido na natureza. Faz parte dela, na qual encontra resposta imediata para muitas das suas necessidades. Há, porém, necessidades suas que não são supridas diretamente pela natureza. Por isso o homem vê-se obrigado a desenvolver esforços no sentido de gerar os recursos indispensáveis. Consciente de suas carências, desenvolve atividades no sentido de adaptar a natureza, o mundo exterior, às suas necessidades biopsicossociais. É em decorrência desse seu esforço e imaginação que surge, ao lado do “mundo da natureza”, o chamado “mundo da cultura”. Constituem dois mundos complementares.
A natureza designa a totalidade das coisas, assim como originaria- mente são, sem transformações operadas pelo homem. Compreende “tudo o que existe antes que o homem faça alguma coisa” (Guardini); as “coisas que se encontram, por assim dizer, em estado bruto, ou cujo nascimento não requer nenhuma participação de nossa inteligência ou de nossa vontade”.
2.	O mundo da cultura, por sua vez, é o mundo das realizações huma- nas, da interferência criadora do homem, adaptando a natureza a seus fins, à satisfação de suas necessidades vitais, impelido pela exigência de perfeição.São os objetos, as obras, os serviços, as atividades espirituais e as formas de comportamento que o homem veio, através da história, formando e aperfei- çoando, como a cadeira, o metrô, a canção, as crenças, os códigos, os cos- tumes, as artes, os valores, as ciências etc. A própria sociedade, como criação do homem, é realidade cultural e não mero fato natural. Embora seja próprio da natureza humana viverem os homens uns ao lado dos outros, o fato é que eles transformam e aperfeiçoam a sociedade em que vivem. “A sociedade das abelhas e dos castores, como lembra Reale, pode ser vista como um simples dado da natureza, porquanto esses animais vivem hoje como viveram no passado e hão de viver no futuro”. Donde as definições de cultura: “é a soma das criações humanas” (Franz Boas); “é aquilo que o homem, por sua intervenção planejadora e plasma- dora, desenvolve partindo de si e das coisas e onde se realiza como ser histórico, lutando por seu constante e superior desenvolvimento” (Lotze); “é o conjunto de tudo aquilo que, nos planos material e espiritual, o homem constrói sobre a base da natureza, quer para modificá-la, quer paramodifi- car-se a si mesmo”, ou “o conjunto de bens que a espécie humana vem historicamente acumulando para realização de seus bens específicos”. A cultura vem a ser a ponte de comunicação que torna possível a continuida- de do homem e da natureza. Por isso, a cultura é também um contínuo e transmissível. O homem é o único animal que, recebendo a cultura de uma geração anterior, melhora-a, aperfeiçoa-a, torna-a adequada e a transmite a seus descendentes. Esse fato não tem correspondente entre as outras es- pécies: o que cada animal aprende morre com ele. De outro lado, nem sempre isso significa um avanço para melhor; ao contrário, o fenômeno da poluição, por exemplo, está aí demonstrando quão maléfica pode ser a ação do homem, como o maior dos destruidores das riquezas naturais.
3.	Cultura, erudição e civilização. A palavra “cultura” é um termo plurissemântico; é usada em diversas situações com diferentes significados.Assim, não devemos confundir o sentido dado aqui à palavra “cultura” com a acepção comum do termo, nem com seu conceito subjetivo.
4.	o
5.	Na lição de Miguel Reale, a existência de bens cul- turais dotados de suporte ideal é “essencial à compreensão daquelas formas de vida que só se realizam e se aperfeiçoam quando atingem o plano da normatividade, como é o caso da experiência ética, em geral, e da jurídica, em particular, sendo ambas impensáveis sem regras, isto é, sem enlaces lógicos servindo de suporte a valores ou sentidos de comportamento social reputados necessários à comunidade”.
6.	A natureza é a base da cultura. Em primeiro lugar, deve-se afastar a ideia de que são dois mundos que se repelem e se excluem. Reconhecer a distinção entre natureza e cultura não é o mesmo que afirmar a sua sepa- ração. Há uma recíproca complementaridade. Na realidade, são dois mundos que se completam: a cultura pressupõe a natureza, com apoio na qual ela surge e se desenvolve. É sobre o mundo dado pela natureza que o homem constrói um mundo histórico, cultural. Portanto, a natureza é a base da cultura. Se na base de todo bem cultural há algo de natural, por sua vez sem a cultura não haveria compreensão da natureza. O jurista não despreza o que é natural; procura compreendê-lo, aceitando as explicações que as ciências exatas lhe fornecem, delas se servindo para a consecução de seus fins. Não há, pois, antinomia entre natureza e cultura como, entre nós, Tobias Barreto escrevia: “A cultura é a antítese da natureza, no tanto quanto ela importa uma mudança no natural, no intuito de fazê-lo belo e bom” (Ques- tões Vigentes). Aliás, o ponto de vista de Tobias Barreto coincidia com o de vários culturalistas do direito, como Max Ernst Mayer: “Só a natureza é cega para o valor e, por isso, é a antítese da cultura” (Filosofia do Direito). O Concílio Vaticano II, na constituição pastoral Gaudium et Spes (n. 53), dedica um capítulo especial à cultura. Ao enfocá-la enquanto realidade antropológica, afirma: “É próprio da pessoa humana o não chegar a um nível verdadeiro e plenamente humano senão mediante a cultura, isto é, cultivan- do os bens e os valores naturais. Sempre, pois, que se trata da vida humana, natureza e cultura acham-se unidas estreitissimamente”.
7.	a palavra “valor”, que passou a ser uma das preocupações básicas da filosofia do direito. Sua noção é complexa. Há os que afirmam que o valor é uma realidade subjetiva (subjetivismo axiológico = têm valor porque as desejamos) e aqueles que sustentam ser o valor uma realidade objetiva (objetivismo axiológico = as desejamos porque têm valor). Para os primeiros, o homem cria o valor conforme seus estados psicológicos de agrado, desejos ou interesses; para os segundos, ele o descobre: o valor está todo inteiro no objeto valioso. Parece-nos que a síntese entre essas duas tendências unilaterais é o melhor caminho para a definição de valor. Na verdade, não deixam de ser duas dimensões que se complementam, ou seja, não são excludentes.
8.	A principal característica da cultura é a ideia de fim e valor que ela implica e que a distingue da natureza. Hoje, não se compreende a cultura senão como uma realidade axiológica e, como tal, teleológica, visto haver conexão entre valor e fim. Um fim não é senão um valor posto e reconheci- do como razão de conduta. O valor está no centro da filosofia, sendo uma das suas preocupações básicas.
9.

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