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O Caso S%E9 da Zilva LTDA

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O Caso Sé da Zilva LTDA
Ato 1 – dia 1 – Sé da Zilva livra-se de um problema
	O Sr. Sé da Zilva estava cansadíssimo após um dia inteiro de trabalho, tarefa essencial para sobreviver à dura concorrência de outras 19 empresas muito semelhantes à sua, todas com o mesmo tamanho, mesmo produto, mesma tecnologia e mesmo mercado. Nenhuma das 20 empresas possuía qualquer vantagem competitiva sobre as demais. Quem não trabalhasse intensamente, como o Sr. Sé da Zilva, teria de agüentar as conseqüências. Quem descobrisse uma vantagem sobre as demais poderia ver crescer seu volume de vendas tirando clientes dos concorrentes.
	No começo da noite do dia 1, o advogado da empresa chegou trazendo a boa notícia de que havia conseguido registrar uma patente que possibilitaria uma melhoria de qualidade significativa. A patente era garantida legalmente por cinco anos, sem nenhum inconveniente na produção: não aumentava custos nem requeria mais horas de trabalho. Permitia também, caso fosse desejável, aumentar os preços em até 20% sem perder os atuais clientes. Se o aumento fosse menor do que 20% novos clientes seriam facilmente conquistados. Para comemorar a nova vantagem competitiva, o advogado trouxe uma garrafa de champanhe.
	Sr. Sé da Zilva, exultante, reuniu todos os gerentes e demais pessoas presentes para comemorarem juntos. Depois do primeiro gole de champanhe, o advogado deu a sentença:
	- Agora acabaram-se nossos problemas.
	O responsável pelo RH completou:
	- Agora, Sr, Sé, o senhor pode tirar ferais. Merecidíssimas, Aliás. Sugiro uma volta ao mundo em 100 dias. O senhor voltaria livre desse estresse iminente.
	O responsável pelas finanças mostrou os meios:
	- Bem, nossa situação financeira está apertada como sempre, mas em poucas semanas não teremos problemas devido a essa vantagem competitiva. O senhor pode viajar tranqüilo.
	Então, o Sr. Sé da Zilva refletiu por alguns segundos e disse que ia telefonar para o consultor da empresa, Mr. Goldtradd. Todos pensavam que aquilo não era um assunto para ser tratado com o consultor. Por telefone ele explicou detalhadamente o que a patente representava. O consultor fez diversas perguntas e depois respondeu:
	- Não adianta ir para o outro lado do mundo: o senhor não conseguirá fugir dos seus problemas. O senhor tem duas alternativas: ou vende a empresa e viaja o resto da vida, ou começa a trabalhar com toda sua equipe mais cedo a partir de amanhã. Pode contar comigo; eu cancelo meus compromissos de amanhã e estarei aí logo cedo.
	Desligado o telefone, o Sr. Sé disse:
	- Já decidi. Vamos terminar o champanhe e depois descansar, porque amanhã começaremos a trabalhar uma hora mais cedo. Há muito o que fazer!
	Todos foram para cãs sem questionar por que começar mais cedo no dia seguinte.
Ato 2 – Dia 3 – Sé da Zilva trabalha duro
	O dia 3 começou agitado na empresa. No dia anterior, toda a fábrica funcionava algumas horas-extras, já sendo possível produzir com mais qualidade em razão da aplicação da nova patente. O departamento de pessoal procurava contratar pessoas com experiência para iniciar, na semana seguinte, a implantação da jornada dupla.
	Na tarde do dia 3, o Sr. Goldluck, dono de uma das empresas concorrentes, apareceu para conversar com o Sr. Zilva. Ele veio acompanhado do analista-chefe de um dos maiores fundos de investimentos da cidade. O Sr. Sé recebeu-os muito curioso para saber o que pretendiam. A conversa foi rápida. O Sr. Goldluck disse.
	- Sei que o senhor está muito ocupado. Então, vamos direto ao assunto. Não vim reclamar por vocês estarem contratando nossos vendedores e operadores. Viemos fazer uma oferta de compra da sua empresa, com a nova patente evidentemente. O valor anterior de mercado para nossas empresas era de R$ 8 milhões. Nós lhe oferecemos a vista, com a patente, seis vezes mais, ou seja, R$ 48 milhões. Repito: Seis vezes R$ 8 milhões são 48 milhões a vista. O senhor aceita?
	O Sr. Zilva retrucou:
	- Quero dez vezes , ou seja R$ 80 milhões.
	A conversa continuou mais alguns minutos, mas como ninguém mudou de posição, não houve negócio.
	
Ato 3 – Dia 30 – Sé da Zilva recebe uma nova proposta
	O Sr. Sé da Zilva não vendeu a empresa e empreendeu um agressivo programa de crescimento rápido, achando que sua empresa já valia pelo menos dez vezes mais do que antes.
	Trinta dias após o registro de sua patente, o Sr.Zilva recebeu a visita de um inventor de novo processo de produção com patente com validade de 10 anos, que melhoraria a funcionalidade interna, reduzindo custos de produção em pelo menos 10%, com possibilidades de se alcançar até 35%. O novo processo não tinha nenhuma incompatibilidade com a patente da melhoria da qualidade – obtida havia apenas 30 dias e que já estava deixando os concorrentes apavorados. O inventor disse também que já possuía as máquinas para formar uma linha de fabricação prontas para ser instala das e produzir.
	Sé da Zilva mostrou-se interessado na compra dos direitos exclusivos da nova tecnologia e indagou qual seria o preço. O inventor respondeu imediatamente que o negócio não seria em dinheiro, mas em ações da Cia. Sé da Zilva. Se a redução de custos total da fabricação conseguida pelo novo processo fosse de 10%, o inventor receberia 10% das ações da Cia. Sé da Zilva. Se a redução de custo total da fabricação fosse de 20%, receberia 20% de ações, e assim sucessivamente , até um teto de 30%.
	O Sr. Sé da Zilva só não chamou o inventor de louco porque era uma pessoa educada. Disse apenas o seguinte:
	- De que adianta comprar o seu processo, se você vai ficar com toda a economia que seu uso vai me proporcionar?
	O inventor não respondeu à pergunta do Sr. Sé . Disse apenas:
	- O senhor pode pensar até amanhã a esta hora. Eu seguro o negócio até lá. Boa tarde e muito grato pela atenção.
Ato 4 – Dia 60 – Sé da Zilva perturbado
	Exatamente dois meses após a comemoração da obtenção da patente que trouxe vantagem competitiva de alta qualidade, o Sr. Sé da Zilva começou seu dia de trabalho revendo os acontecimentos dos últimos dois meses. Tudo estava acontecendo como planejada. Sua fábrica estava trabalhando no máximo da capacidade, com três turnos todos os dias, exceto aos domingos, destinados à manutenção dos equipamentos. O preço de venda dos produtos aumentara em 15 % e sobrava dinheiro em caixa. As vendas eram feitas sem esforços, pois os clientes, como previsto, consideravam o acréscimo da qualidade fator mais importante do que o acréscimo no preço. Os concorrentes, evidentemente, estavam apavorados com a diminuição de seus faturamentos.
	O inventor que no mês anterior ofereça a concepção de um novo processo não havia insistido na negociação. Pelo plano de expansão do Sr. Zilva, chegara o momento de comprar a fábrica de um dos concorrentes, certamente o mais apavorado pela concorrência. O Sr. Zilva chamou o seu Diretor Financeiro, que fora incumbido de conseguir informações sobre quais concorrentes estariam dispostos a vender suas empresas por preços mais baixos.
	Em vez do Diretor Financeiro, quem invadiu a sala do Sr. Zilva foi o Diretor Comercial, que foi logo dizendo:
	- Temos um grande problema. Ontem, um concorrentes, a Ájax Ltda., baixou seus preços em 20%. Como nós já havíamos elevado nosso preço em 15%, a Ájax está vendendo muito abaixo do nosso preço. Acho que eles simplesmente enlouqueceram!
	O Sr. Sé da Zilva empalideceu. Assim que se recuperou, ligou para o tal inventor, que não havia desaparecido e atendeu o chamado. Informou que, como o Sr. Zilva não havia se manifestado no prazo fixado, ele tinha fechado negócio com a Ájax por um preço ainda maior do que aquele pedido ao Sr. Zilva. Para cada 1% de redução do custo pelo uso exclusivo do processo que inventara, ele teria 2% das ações da Ájax. Dessa forma, se a redução dos custos fosse superior a 25 %, o inventor teria mais de 50% das ações da empresa, adquirindo, portanto, o controle acionário. O inventor informou tambémque os atuais donos da Ájax dariam uma festa naquela noite para comemorar a revitalização da empresa. Cordialmente despediu-se e desligou o telefone.
	O Sr. Zilva pulou da cadeira dizendo:
	- Essa falta de ética é um inferno! Chamem todos os Diretores para uma reunião de emergência.
	Vocês foram convidados (são os Diretores). O que vão dizer? O Sr Zilva tomou a decisão correta?
Além de responder as perguntas anteriores, deverão fazer um relatório dando sugestões para o Sr. Zilva salvar a Empresa. O que fazer agora?

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