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Profa. Ms.Juliana Garcia BIOMEDICNA – UNIP – 2 E 3 SEMESTRE/2014 07/03/14 Email:julianagarcia19@yahoo.com.br 3-Coleta de Material Biológico Semiologia Visão Geral do Exame Físico Semiologia = É a parte da medicina que estuda os métodos de exame clínico, pesquisa os sinais e sintomas e os interpreta, reunindo os elementos necessários para construir o diagnóstico e presumir a evolução da enfermidade. semeion = sinais logos = ciência/estudo Semiologia A semiologia médica estuda também, a maneira de revelar (anamnese, exame físico, exames complementares) e de apresentar (laudos,tabelas, síndromes etc.) esses sintomas, com o propósito de se estabelecer um diagnóstico. Exame clínico: inclui exame físico completo e a anamnese - Exame físico: força muscular, aparência da pele (palidez, feridas, dermatite) - Anamnese: história da doença atual, história pregressa, história familiar, história social Divisões da Semiologia Semiotécnica Semiogênese Divisões da Semiologia Semiotécnica – técnicas e procedimentos específicos de observação e coleta de sinais e sintomas, assim como a descrição de tais sintomas. Semiogênese – campo de investigação da origem, dos mecanismos, do significado e do valor diagnóstico e clínico dos sinais e sintomas. Conceitos Sintoma (sintein = acontecimento) - É todo o fenômeno anormal, orgânico ou funcional, pelo qual a doença se revela no organismo. - É toda a informação subjetiva descrita pelo paciente. Não é passível de confirmação pelo examinador, já que é uma sensação do paciente (dor de cabeça, por exemplo). Refere- se, unicamente, à percepção de uma alteração por parte do paciente Sinal - Alteração percebida ou medida por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde. Ex: - Sinais Vitais (temperatura, freqüência cardíaca, respiração e pressão arterial) - Sinais clínicos de desnutrição protéico-calórica: deficiência de peso e estatura, palidez, hipotrofia muscular. Sinais e sintomas: Recomendações de Coleta de Sangue Venoso Recomendações para coleta de sangue venoso Causas Pré-analíticas de Variações dos Resultados de Exames Laboratoriais: Variação Cronobiológica; Gênero; Idade; Posição; Atividade Física; Jejum; Dieta; Uso de Fármacos e Drogas de Abuso Recomendações para coleta de sangue venoso Variação Cronobiológica: Corresponde às alterações cíclicas na concentração de um determinado parâmetro em função do tempo. O ciclo de variação pode ser diário, mensal, sazonal,anual etc. Variação circadiana acontece, por exemplo, nas concentrações do cortisol no soro. As coletas realizadas à tarde fornecem resultados até 50% mais baixos do que os obtidos nas amostras coletadas pela manhã. Recomendações para coleta de sangue venoso Gênero: Além das diferenças hormonais específicas e características de cada sexo, alguns outros parâmetros sanguíneos e urinários se apresentam em concentrações significativamente distintas entre homens e mulheres em decorrência das diferenças metabólicas e da massa muscular, entre outros fatores. Em geral, os intervalos de referência para estes parâmetros são específicos para cada gênero. Exemplo Gênero Calcitonina :Material: Sangue Método:Imunoenzimático Resultado:<5,0 pg/mL Valor de Referência: Basal: Masculino:inferior a 16 pg/mL Feminino :inferior a 8 pg/mL Recomendações para coleta de sangue venoso Idade: É importante lembrar que as mesmas causas de variações pré-analíticas que afetam os resultados laboratoriais em indivíduos jovens interferem nos resultados dos exames realizados em indivíduos idosos, mas a intensidade da variação tende a ser maior neste grupo etário. Doenças subclínicas também são mais comuns nos idosos e precisam ser consideradas na avaliação da variabilidade dos resultados, ainda que as próprias variações biológicas e ambientais não devam ser subestimadas. Exemplo Idade COLESTEROL TOTAL, soro Método: Ensaio enzimático RESULTADO : 221mg/dl VALORES DE REFERÊNCIA Acima de 19 anos: Desejável: inferior a 200 mg/dL Limítrofe: de 200 a 239 mg/dL Elevado : superior a 239 mg/dL COLESTEROL TOTAL, soro Método: Ensaio enzimático FAIXA ETÁRIA DE 2 a 19 ANOS Desejável: Inferior a 150 mg/dL Limítrofe: 150 - 169 mg/dL Superior a 169 mg/dL Recomendações para coleta de sangue venoso Posição: Mudança rápida na postura corporal pode causar variações na concentração de alguns componentes séricos. Quando o indivíduo se move da posição supina para a posição ereta, por exemplo, ocorre um afluxo de água e substâncias filtráveis do espaço intravascular para o intersticial. Substâncias não filtráveis, tais como as proteínas de alto peso molecular e os elementos celulares terão sua concentração relativa elevada até que o equilíbrio hídrico se restabeleça. Por essa razão, os níveis de albumina, colesterol, triglicérides, hematócrito, hemoglobina, de drogas que se ligam às proteínas e o número de leucócitos podem ser superestimados. Esse aumento pode ser de 8 a 10% da concentração inicial. Recomendações para coleta de sangue venoso Atividade Física: O efeito da atividade física sobre alguns componentes sanguíneos, em geral,é transitório e decorre da mobilização de água e outras substâncias entre os diferentes compartimentos corporais, das variações nas necessidades energéticas do metabolismo e na eventual modificação fisiológica que a própria atividade física condiciona. O esforço físico pode causar aumento da atividade sérica de algumas enzimas, como a creatinaquinase, a aldolase e a asparato aminotransferase, pelo aumento da liberação celular. Esse aumento pode persistir por 12 a 24 horas após a realização de um exercício. Recomendações para coleta de sangue venoso Jejum: Devem ser evitadas coletas de sangue após períodos muito prolongados de jejum – acima de 16 horas. O período de jejum habitual para a coleta de rotina de sangue é de 8 horas, podendo ser reduzido a 4 horas, para a maioria dos exames e, em situações especiais, tratando-se de crianças de baixa idade, pode ser de 1 ou 2 horas apenas. Recomendações para coleta de sangue venoso Dieta A dieta a que o indivíduo está submetido, mesmo respeitado o período regulamentar de jejum, pode interferir na concentração de alguns componentes, na dependência das características orgânicas do próprio paciente. Alterações bruscas na dieta, como ocorrem, em geral, nos primeiros dias de uma internação hospitalar, exigem certo tempo para que alguns parâmetros retornem aos níveis basais. Recomendações para coleta de sangue venoso O Laboratório e Postos de Coletas, devem ter Manual de Rotinas com as seguintes instruções: 1º) Rotinas de Recepção, Registros de Clientes e entregas de laudos. 2º) Procedimentos de Preparo do Cliente. 3º)Procedimentos de Coleta. 4º)Procedimento de Identificação do Material. 5º)Procedimento de Preservação e Conservação do Material. 6º)Procedimento Pré-Analítico (Preparo). 7º)Procedimento Analítico (Realização dos Exames). 8º) Critérios de Rejeição da Amostra e/ou para Aproveitamento das Amostras Tecnicamente Comprometidas. 9º) Valores de Referência para os analitos. 10º) Prazo para liberação dos exames e laudos. Recomendações para coleta de sangue venoso Instalação e Infraestrutura Física do Local de Coleta: Recepção e Sala de Espera; Área Física da Sala de Coleta; Equipamentos e Acessórios; Conservação e Limpeza das Instalações; Armazenamento dos Resíduos Sólidos de Saúde; Coleta venosa - Passo a passo Verificar se o local da coleta está arrumado Identificar o paciente e pedido médico Acomodar o paciente Procedimentos de Coleta de Sangue Venoso Coleta de Sangue - Rotina Composição do sangue: SANGUE SE DIVIDE EM 2 FASES: Sólida e Líquida. Sólida = glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas; Líquida= plasma, que possui dois elementos básicos soro e fibrinogênio; Fibrinogênio é o responsável pela coagulação do sangue, transformando-se em fibrina quando ocorre o sangramento, formando o coagulo. O plasma possui também substâncias orgânicas e Inorgânicas, as quais serão analisadas nas amostras obtidas. Inorgânicos – cloro, iodo, fósforo, potássio, sódio, magnésio, ferro; Orgânicos – proteínas (albumina, globulina e fibrinogênio); nitrogenados não proteícos (uréia, creatinina, ácido úrico, âmonia e aminoácidos), áçucar (glicose) e gorduras, colesterol, trigligéries, fosfolipídios e ácidos graxos). Sangue função O sangue transporta oxigênio, gás carbônico, nutrientes e metabólitos, distribuindo-os pelo organismo. Transporta ainda, resíduos do metabolismo que são dele removidas pelos órgãos de excreção. Distribui os hormônios, permitindo a troca de mensagens químicas entre órgãos distantes. Além disso, tem papel regulador na distribuição de calor, do equilíbrio ácido-básico e do equilíbrio osmótico. Obtenção de soro, plasma e sangue total Soro: a centrifugação, aproximadamente 4 a 5 minutos, proporcionará a separação rápida e completa do soro, células e fibrina que estejam em suspensão. Para que uma amostra de soro produza os melhores resultados é necessário que ela esteja livre de : Fibrina Sem hemólise ou ruptura de células Obtenção de soro, plasma e sangue total Plasma: a centrifugação, aproximadamente 4 a 5 minutos, acelera o processo natural de sedimentação em amostras com anticoagulante. Para que uma amostra de plasma produza os melhores resultados é necessário que ela esteja livre de : Sem coágulos ( quantidade insuficiente de anticoagulante e homogeneização inadequada) Sem hemólise ou ruptura de células Obtenção de soro, plasma e sangue total Sangue total: o sangue é colhido com anticoagulante específico e não há separação do plasma e elementos figurados, ou seja, células sanguíneas. Para que uma amostra de sangue total produza os melhores resultados é necessário: Realizar um bom esfregaço, com a lâmina limpa; E o esfregaço deve possuir corpo, bordas e cauda (onde será realizada a contagem das células) Coleta de Sangue - Rotina Dependendo da análise desejada, o exame pode ser realizado: - no sangue total : Hemograma; - no plasma: glicose, estudos da coagulação, bioquímicos e sorológicos; - no soro: bioquímicos e sorológicos; Coleta de Sangue – Rotina Obtenção de soro, plasma e sangue total Soro : colhido em tubo (sem anticoagulante) e para que produza os melhores resultados deve-se ser isenta de fibrina e hemólise. Plasma: colhida em tubo de ensaio contendo anticoagulante específico. Neste caso não ocorre a coagulação ( inibe o cálcio) impedindo a formação do coágulo. Sangue Total: colhido com anticoagulante específico não há separação do plasma. Locais de Escolha para Venopunção O local de preferência para as venopunções é a fossa antecubital, na área anterior do braço em frente e abaixo do cotovelo, onde está localizado um grande número de veias, relativamente próximas à superfície da pele. As veias desta localização variam de pessoa para pessoa, entretanto, há dois tipos comuns de regimes de distribuição venosa: um com formato de H e outro se assemelhando a um M. O padrão H foi assim denominado devido às veias que o compõem (cefálica, cubital mediana e basílica) distribuírem-se como se fosse um H, ele representa cerca de 70% dos casos. No padrão M, a distribuição das veias mais proeminentes (cefálica, cefálica mediana, basílica mediana e basílica) assemelha-se à letra M. ColetaLocais de escolha para a venopunção de sangue venoso Locais de Escolha para Venopunção Embora qualquer veia do membro superior que apresente condições para coleta possa ser puncionada, as veias cubital mediana e cefálica são as mais frequentemente utilizadas. Dentre elas, a veia cefálica é a mais propensa à formação de hematomas e pode ser dolorosa ao ser puncionada. Locais de Escolha para Venopunção Quando as veias desta região não estão disponíveis ou são inacessíveis, a veias do dorso da mão também podem ser utilizadas para a venopunção. Veias na parte inferior do punho não devem ser utilizadas porque, assim como elas, os nervos e tendões estão próximos à superfície da pele nessa área. No dorso da mão, o arco venoso dorsal é o mais recomendado por ser mais calibroso, porém a veia dorsal do metacarpo também poderá ser puncionada. Coleta de sangue venoso Técnicas para evidenciação da veia Observação de veias calibrosas. Movimentação: pedir para o paciente abaixar o braço e fazer movimentos de abrir e fechar a mão. Os movimentos de abertura das mãos reduzem a pressão venosa, com o relaxamento muscular. Massagens: massagear suavemente o braço do paciente (do punho para o cotovelo). Técnicas para evidenciação da veia Palpação: realizada com o dedo indicador do flebotomista. Não utilizar o dedo polegar devido à baixa sensibilidade da percepção da pulsação. Esse procedimento auxilia na distinção entre veias e artérias pela presença de pulsação, devido à maior elasticidade e à maior espessura das paredes dos vasos arteriais. Fixação das veias com os dedos, nos casos de flacidez. Técnicas para evidenciação da veia Chamado de AccuVein, o dispositivo é especialmente útil para pessoas cujo acesso venoso é difícil, como idosos, bebês e pacientes em tratamento quimioterápico. Áreas a serem evitadas para a venopunção Preferencialmente amostras de sangue não devem ser coletadas nos membros onde estiverem instaladas terapias intravenosas. Evitar locais que contenham extensas áreas cicatriciais de queimadura. Um médico deve ser consultado antes da coleta de sangue ao lado da região onde ocorreu a mastectomia, em função das potenciais complicações decorrentes da linfostase. Áreas a serem evitadas para a venopunção Áreas com hematomas podem gerar resultados errados de exames, qualquer que seja o tamanho do hematoma. Se outra veia, em outro local, não estiver disponível, a amostra deve ser colhida distalmente ao hematoma. Fístulas arteriovenosas, enxertos vasculares ou cânulas vasculares não devem ser manipulados por pessoal não autorizado pela equipe médica, para a coleta de sangue. Evite puncionar veias trombosadas. Essas veias são pouco elásticas, assemelham-se a um cordão e têm paredes endurecidas. Bibliografia recomendada para esta disciplina Bibliografia BásicaANDRIS, D.A. Semiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2006. RODRIGUES, A.B. Semiotécnica - Manual para Assistência de Enfermagem. Editora IATRIA. 2006. SWARTZ, M.H. Tratado de Semiologia Médica. Editora Elsevier. 2006. Bibliografia recomendada para esta disciplina Bibliografia Complementar BICKLEY, L.S. Bates / Propedêutica Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005. HENRY, J.B. Diagnósticos Clínicos & Tratamento por Métodos Laboratoriais. São Paulo:Manole. 1995. MASTROENI, M.F. Biossegurança Aplicada a Laboratórios e Serviços. São Paulo: Atheneu, 2006. POSSO, M.B.S. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São Paulo: Editora Atheneu, 1999. RAVEL, R. Laboratório Clínico – Aplicações Clínicas dos Dados Laboratoriais. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan. 1997. Bibliografia recomendada para esta disciplina RECOMENDAÇÕES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA LABORATORIAL PARA COLETA DE SANGUE VENOSO, 2009; 2ª edição - editora manole
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