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resumo bobbio 1

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Bobbio - A grande dicotomia: público/privado
1- Uma dupla dicotômica
O privado é aquilo que não é público. De fato, a originária diferenciação entre o direito público e o privado é acompanhada pela afirmação da supremacia do primeiro sobre o segundo.
Direito público e privado se delimitam reciprocamente: a esfera do público chega
até onde começa a esfera do privado e vice-versa.
2- As dicotomias correspondentes
Sociedade de iguais e sociedade de desiguais.
O Estado, ou qualquer outra sociedade organizada onde existe uma esfera pública, não importa se total ou parcial, é caracterizado por relações de subordinação entre governantes e governados; detentores do poder de comando e destinatários do dever de obediência, que são relações entre desiguais. Na medida em que são elevadas a modelo de uma esfera privada contraposta à efera pública, são caracterizadas por relações entre iguais ou de coordenação. A distinção entre sociedade de iguais e de desiguais não é menos clássica que a distinção entre esfera privada e esfera pública.
direito público - autoridade política - lei - Estado Civil - direito positivo
direito privado - direito dos privados - relações patrimoniais - contrato - Estado de Natureza - direito natural
O direito privado se estabelece baseado no princípio da reciprocidade (do ut des); acordos bilaterais. Está relacionado ao estado de natureza, isto é, no estado no qual não há poder público.
Já o público se contrói existência de um soberano com autoridade política e leis com poder coativo. Relaciona-se ao estado civil e, portanto, ao direito positivo.
	Justiça comutativa e justiça distributiva
Justiça comutativa - troca "justa", de igual valor. O produto vendido equivale ao preço que foi pago. - lugar entre as partes - regula a sociedade de iguais (há exceções. ex: sociedade internacional).
Jusitça distributiva - A justiça distributica é aquela na qual se insipra a autoridade pública na distribuição de honras ou obrigações: sua pretensão é que a cada um seja dado o que lhe cabe com base em critérios que podem mudar segundo a diversidade das situações objetivas, ou segundo os pontos de vista: os critérios mais comuns são "a cada um segundo o mérito" e "a cada um segundo a necessidade", "a cada um segundo o trabalho". - lugar entre o todo e as partes - regula as sociedades de desiguais (há exceções. ex: família).
3. O uso axiológico da grande dicotomia
	O primado do privado
Os institudos principais são a família, a propriedade, o contrato e os testamentos.
O direito romano adquire o valor de direito da razão, isto é, de um direito cujo validade passa a ser reconhecidaindependentemente das circunstâncias de tempo e de lugar de onde se originou e está fundada sobre a "natureza das coisas". 
O direito privado romano se inicia como positivo (Corpus iuris de Justiniano), transforma-se num direito natural e depois nocamente em direito positivo com as codificações do início do século XIX (napoleônica - 1804).
Hegel: O direito privado é o "direito abstrato", enquanto o público é "constituição".
Marx: O direito privado é o contrato entre entes formalmente, embora não substancialmente iguais. Já o direito público se apresenta como concepção tradicional do Estado e do poder político.
O direito público como corpo sistemático de normas nasce muito tarde com respeito ao direito privado: apenas na época da formação do Estado moderno, embora possam ser encontradas as origens dele entre os comentadores do século XIV.
Um dos eventos que melhor do que qualquer outro revela a persistência do primado do direito privado sobre o direito público é a resistência que o direito de propriedade opõe à ingerência do poder soberano, e portanto ao direito por parte do soberano de expropriar (por motivos de utilidade pública) os bens do súdito.
	O primado do público
Se funda sobre a contraposição do interesse coletivo ao interesse individual e sobre a necessária subordinação, até a eventual supressão do segundo sobre o primeiro. O todo vem antes das partes. O bem da totalidade, uma vez alcançado, transforma-se no bem das suas partes.
	Dois processos paralelos
O processo de intervenção dos poderes públicos na regulação da economia - processo até agora surgido como irreversível - é também designado como processo de "publicização do privado". Ele é acompanhado e complicado por um processo inverso que se pode chamar de "privatização do público" (conflitos grupais mediados pelo Estado).
Plubicização do privado: Reflete o processo de subordinação dos interesses do privado aos interesses da coletividade representada pelo Estado que invade e engloba progressivamente a sociedade civil.
Privatização do público: Representa a revanche dos interesses privados através da formação dos grandes grupos que se servem dos aparatos públicos para o alcance dos próprios objetivos. 
4. O segundo significado da dicotomia
	Público ou secreto
Poder público nem sempre é exposto ao público, o método de governo pode contemplar o sefredo de Estado.
	Publicidade e poder invisível
Kant considera como"fórmula transcendental do direito público" o princípio segundo o qual "todas as ações relativas ao direito de outros homens cuja máxima não é conciliável com a publicidade são injustas" [1796, trad. it. p. 330]. O significado deste princípio fica claro quando se observa que existem máximasque uma vez tornadas públicas suscitariam tamanha reação que tornariam impossível a sua aplicação.
Enquanto o principado no sentido clássico da palavra, a mo- narquia de direito divino, as várias formas de despotismo, exigem a invisibilidade do poder e de diversos modos a justificam, a repú- blica democrática — rés publica não apenas no sentido próprio da palavra, mas também no sentido de exposta ao público — exige que o poder seja visível.

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