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DIREITO PREVIDENCIÁRIO: BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – SEGURADOS E DEPENDENTES – PERDA E MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO

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QUARTA NOTA DE AULA
DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL – FACULDADE LUCIANO FEIJÃO 
Professor Raimundo Evandro Ximenes Martins
DIREITO PREVIDENCIÁRIO: BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – SEGURADOS E DEPENDENTES – PERDA E MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO
RELEMBRANDO A ÚLTIMA AULA
Conseguimos atingir todo o conteúdo planejado, todavia vamos aprofundar o assunto referente ao conteúdo tributário, sobretudo à imunidade e à isenção de contribuições previdenciárias. Tema realmente de muita relevância, mas que é visto em Direito Tributário, daí a razão de vermos de modo mais rápido. Também se deve tecer considerações mais densas acerca de prescrição e decadência referente às contribuições previdenciárias, que também é matéria de Direito Tributário.
No entanto, é imperioso abordar esses temas, pois tem consequências para a área de benefícios.
Por fim, cumpre advertir sobre a compensação de contribuições. Pois bem, como ninguém está obrigado a recolher contribuição previdenciária calculada sobre base acima do teto, fica evidente se a pessoa tiver mais de um vínculo, ela poderá se aproveitar disso para reduzir sua contribuição ao limite máximo. Isso é dito pelo artigo 64 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009.
Por fim, deve-se dizer que, embora o empregado receba efetivamente valor inferior ao salário mínimo, o seu salário-de-contribuição não poderá ser inferior ao salário mínimo.
Posto isso, vamos ao aprofundamento.
I — LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR REFERENTE ÀS CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL
Sendo as contribuições sociais espécies tributárias, as limitações constituições ao poder de tributar aplicam-se a elas com algumas exceções. De modo que se têm as seguintes:
I.1 Princípio da Legalidade Tributária
Decorre da regra geral traçada no inciso II do artigo 5º da Constituição, o qual diz que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Assim, está impedida toda e qualquer divergência, os conflitos, as lides se resolvam pelo império da força, mas pela supremacia da lei.
No entanto, a limitação em si reside no inciso I do artigo 150, o qual diz “exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça”.
A Constituição mitiga tal princípio, pois no artigo 153, §1º, legitima o Poder Executivo a exercer a função de alterar as alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V desse artigo. 
I.2 Princípio da Anterioridade da Lei Tributária
Lei anterior à instituição do tributo (art. 150, III, “b”). Lei anterior ao exercício. Não se aplica às contribuições, exigindo-se apenas 90 dias de anterioridade.
I.3 Princípio da Igualdade Jurídica Tributária
Decorre do I do artigo 5º da Constituição Federal. Repetição no art. 150, II, da CRFB.
I.4 Princípio da Tributação Segundo a Capacidade Contributiva
Aplica-se aos impostos em face de regra explícita constitucional (art. 145, §1º), mas se pode dizer que deve ser estendido aos demais tributos, porquanto proíbe-se tributação com efeito de confiscos (inciso IV do artigo 150).
I.4 Princípio da Indelegabilidade da Competência Tributária
A competência deve ser exercida pelo ente federado titular do tributo, sem delegação.
II— IMUNIDADE E ISENÇÃO
Imunidade é a não incidência tributária prevista na Constituição, a qual se antecipa à lei para evitar que determinada hipótese, em tese geradora de obrigação tributária, fique fora do campo de incidência de determinado tributo. A maioria dos autores assevera que só se aplicaria a impostos e excepcionalmente a taxas. Sucede que não há negar que também existe imunidade de contribuições sociais devidas à Seguridade Social.
Para servir de um argumentum ad verecundiam ou argumentum magister dixi, cita-se o que diz Hugo de Brito Machado (sítio < http://www.hugomachado.adv.br/>), o qual faz as seguintes diferenciação entre imunidade, isenção e não incidência:
A isenção "é exceção feita pela própria regra jurídica de tributação." Justifica-se, por isto, que o intérprete não possa ampliar o seu âmbito de incidência, sabido que as normas excepcionais não comportam interpretação ampliativa. Já a "imunidade é o obstáculo criado por uma norma da Constituição, que impede a incidência de lei ordinária de tributação sobre determinado fato". Já a “não incidência é a situação em que a regra jurídica de tributação não incide porque não se realiza a sua hipótese de incidência, ou, em outras palavras, não se configura o suporte fático”. ” 
Postos esses esclarecimentos, à análise da imunidade de contribuição social da Seguridade Social.
II.1 – imunidade das entidades beneficentes de assistência social
Imunidade prevista no §7º do art. 195 da CRFB, o qual diz que “São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”.
Essa isenção, que na verdade é imunidade, é tratada nos artigos 29 e 30 da Lei 12.101, de 27 de novembro de 2009, os quais dizem:
Art. 29.  A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos:
I - não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos;
II - aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais;
III - apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;
IV - mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade;
V - não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto;
VI - conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modificação da situação patrimonial;
VII - cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária;
VIII - apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006.
III — DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL
Por outro lado, explicando com mais ênfase prescrição e decadência. Decadência é a perda do direito de o fisco fazer o lançamento tributário. O qual é definido pelo próprio CTN ao dizer que: 
Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
A decadência, em matéria de contribuição para a Seguridade Social, era de dez anos, segundo a Lei 8.212/91, que, como vimos, é a lei do custeio da Seguridade. Sucede que decadência tributária só poderia ser tratada por Lei Complementar, conforme se infere pelo artigo 146, III, "b" da CRFB. A razão pela qual tal prazo fixado por essa disposição foi questionado no STF, de modo que foi editada a Súmula Vinculante nº 8, a qual disse: “são inconstitucionais o parágrafoúnico do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. 
Agora a Lei Complementar 128 de 2008 revogou tal disposição, o que se leva a crer que o prazo decadencial é de cinco anos.
Já a prescrição é o fim do direito de cobrança por inação da Fazenda pública. Após constituído o crédito tributário, ante a ausência de pagamento pelo contribuinte, a Fazenda Pública deve cobrar judicialmente, num prazo legalmente fixado, sob pena de não o poder fazê-lo. Essa impossibilidade de cobrar judicialmente após o escoamento de determinado lapso temporal é o que se denomina de prescrição.
No que concerne à prescrição para cobrança de contribuições previdenciárias, o prazo era decenal, mas aconteceu a mesma coisa que sucedeu com a decadência, consoante comentários acima.
PARTE DE BENEFÍCIO
Direito Previdenciário: Beneficiários da Previdência Social – segurado e dependente – perda e manutenção da qualidade de segurado.
INTRODUÇÃO
Esse é o tema central dessa nota de aula. Iniciamos, portanto, a parte de benefício.
A previdência Social assemelha-se, em muito, a um seguro. Daí por que, quanto à forma de custear os custos previdenciários, existem, praticamente, dois regimes de previdência social: o de repartição simples e o de capitalização. No primeiro, as pessoas contribuem para um caixa geral, cujos recursos são destinados para fazer frente aos benefícios já concedidos.
Já no regime previdenciário de capitalização, existem contas individualizadas para cada segurado, cujas contribuições vão sendo capitalizadas para o momento oportuno de enfretamento do risco social.
No Brasil, adota-se o regime de repartição simples.
SEGURADOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Como já adiantamos, existem duas modalidades de segurado da previdência social: o obrigatório e o facultativo.
A Lei 8.213/91, em seu artigo 11, diz que “São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas”. Isso significa que somente pessoas físicas podem ser seguradas da Previdência Social.
Pois bem, os segurados obrigatórios dividem-se em cinco, a saber: segurado empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial. 
SEGURADO EMPREGADO
O típico segurado empregado é aquele que o é segundo a definição da CLT. No entanto, para fins previdenciários, o campo de definição desse tipo de segurado é mais vasto que a figura do empregado celetista, de sorte que vários casos diferentes da relação de emprego serão tidos como segurados empregados. As hipóteses que configuram o segurado empregado de previdência social do RGPS são as seguintes:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não superior a três meses, prorrogável, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da legislação própria;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração no País;
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno;
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de previdência social;
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local; 
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008; 
i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por regime próprio de previdência social;
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal; 
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocupante de emprego público;
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994; e
p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; 
q) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social;
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano; 
SEGURADO EMPREGADO DOMÉSTICO
É aquele que presta serviço de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos.
Esse conceito é tirado da Lei nº 5.859, de 11 de dezembro de 1972.
SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL
O contribuinte individual poderia ser definido por exclusão, porquanto o segurado que desempenhasse atividade econômica e não se enquadrasse nas outras quatro modalidades se enquadraria como tal. É, por excelência, aquele que trabalha por conta própria. As hipóteses são as seguintes:
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área, contínua ou descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23 deste artigo; 
 b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; 
 d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil émembro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; 
e) o titular de firma individual urbana ou rural; 
f) o diretor não empregado e o membro de conselho de administração na sociedade anônima; 
g) todos os sócios, nas sociedades em nome coletivo e de capital e indústria; 
h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho e o administrador não empregado na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou rural; 
i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; 
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; 
 l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; 
 m) o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho, na forma dos incisos II do § 1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal, ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma dos incisos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da Constituição Federal; 
 n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa mediante remuneração ajustada ao trabalho executado; e 
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais.
SEGURADO TRABALHADOR AVULSO
É aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da categoria.
Interessante a seguinte ponderação de João Ernesto Aragonés Vianna:
O avulso tem traços característicos que o distingue dos demais segurados obrigatórios da previdência social. Não há vínculo empregatício entre ele e o tomador dos serviços e nem mesmo com o órgão gestor da mão de obra. É característica da sua atividade a curta duração dos serviços.
As hipóteses desse tipo de segurado são as seguintes:
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco;
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério;
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios);
d) o amarrador de embarcação;
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares;
 f) o trabalhador na indústria de extração de sal;
g) o carregador de bagagem em porto;
h) o prático de barra em porto;
i) o guindasteiro; e
 j) o classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos.
SEGURADO ESPECIAL
Primeiramente, deve-se ser salientado como dissemos na aula sobre custeio, que o segurado especial não é isento (rectius imune) às contribuições previdenciárias. A Constituição não o isenta (rectius não o imuniza) à ação tributária relativamente às contribuições previdenciárias. Ao contrário, diz no §8º do artigo 195 que
O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. 
O que acontece é que é difícil o controle da comercialização da produção do segurado, tendo a lei presumindo as contribuições, o que carrega certa inconstitucionalidade, pois é sabido que a previdência é principiologicamente contributiva.
Quanto às hipóteses de segurado especial, temos:
a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 
        1. agropecuária em área contínua ou não de até quatro módulos fiscais; ou 
        2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis, e faça dessas atividades o principal meio de vida; 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e 
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste inciso, que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. 
Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. 
Entende-se como auxílio eventual de terceiros o que é exercido ocasionalmente, em condições de mútua colaboração, não existindo subordinação nem remuneração. 
Não descaracteriza a condição de segurado especial:  
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar;
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano;
III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade classista a que seja associado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural em regime de economia familiar; 
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo; 
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; 
VI - a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural; e   
VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das atividades desenvolvidas nos termos do § 12 do artigo 11 da Lei no 8.213 de 24 de julho de 1991.   
Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de: 
 I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; 
II – benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar instituído nos termos do inciso IV do § 8o do artigo 11 da Lei 8.213/91;
III – exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212 de 24 de julho de 1991;  
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais;
V – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991;
 VI – parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do § 8o do artigo 11 da Lei 8.213/91;
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda mensalobtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social; e 
 VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social. 
O segurado especial fica excluído dessa categoria:  
 I – a contar do primeiro dia do mês em que:  
 a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no inciso VII do caput do artigo 11 da Lei 8.213/91, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei, ou exceder qualquer dos limites estabelecidos no inciso I do § 8o do referido artigo 11;  
b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 9o deste artigo, sem prejuízo do disposto no art. 15 desta Lei; 
c) tornar-se segurado obrigatório de outro regime previdenciário; e
d) participar de sociedade empresária, de sociedade simples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada em desacordo com as limitações impostas pelo § 12 do artigo 11 da Lei 8.213/91.
II – a contar do primeiro dia do mês subsequente ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de: 
a) utilização de terceiros na exploração da atividade a que se refere o § 7o deste artigo;  
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 9o deste artigo; e 
 c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 8o deste artigo.  
Aplica-se o disposto na alínea a do inciso V do caput do artigo 11 da Lei 8.213/91 ao cônjuge ou companheiro do produtor que participe da atividade rural por este explorada. 
segurado especial partícipe de sociedade empresária
Ressalta-se que a participação do segurado especial em sociedade empresária, em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos termos da Lei Complementar no 123 de 14 de dezembro de 2006, não o exclui de tal categoria previdenciária, desde que, mantido o exercício da sua atividade rural na forma do inciso VII do caput e do § 1º, a pessoa jurídica componha-se apenas de segurados de igual natureza e sedie-se no mesmo município ou em município limítrofe àquele em que eles desenvolvam suas atividades.
SEGURADO FACULTATIVO
É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199 do RPG (Regulamento da Previdência Social), desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência social.
Podem filiar-se facultativamente, entre outros: 
        I - a dona-de-casa;
        II - o síndico de condomínio, quando não remunerado;
        III - o estudante; 
        IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
        V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
        VI - o membro de conselho tutelar de que trata o, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; 
        VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a; 
        VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; 
X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional; e 
XI - o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semiaberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria. 
É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de afastamento sem vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime próprio. 
A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo, gerando efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não permitindo o pagamento de contribuições relativas a competências anteriores à data da inscrição, ressalvado o § 3º do art. 28 do Regulamento do RGPS (baixado pelo Decreto 3048/99).
Após a inscrição, o segurado facultativo somente poderá recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado, conforme o disposto no inciso VI do art. 13 do Regulamento do RGPS (baixado pelo Decreto 3048/99).
2.9 PERDA E MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO — DA ASSUNÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO — DA FILIAÇÃO
O segurado embora fora de hipóteses que o enquadre como segurado obrigatório ou mesmo deixando de verter contribuições, pode continuar com a qualidade de segurado. É o denominado período de graça.
De sorte que mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: 
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
III - até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até doze meses após o livramento, o segurado detido ou recluso;
V - até três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e
VI - até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
Observações importantes:
O prazo do item II será prorrogado para até vinte e quatro meses, se o segurado já tiver pago mais de cento e vinte contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
O prazo do inciso II ou do § 1º será acrescido de doze meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação por registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e Emprego.
 Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a previdência social.
Aplica-se o disposto no item II do caput e na observação 1 ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência social. 
A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. 
Aplica-se o disposto na observação 5 à aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. 
A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia dezesseis do segundo mês seguinte ao término dos prazos fixados no art. 13 do RPS aprovado pelo Decreto 3048/99.
O reconhecimento da perda da qualidade de segurado no termo final dos prazos fixados no art. 13 do RPS aprovado pelo Decreto 3048/99 ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles prazos. 
2.9.1 FILIAÇÃO
Todavia, a pergunta que não quer calar é a seguinte: quando uma pessoa pode ser considerada segurada da previdência e contar com os benefícios decorrentes dessa situação.
Isso acontece com a filiação que é “o vínculo que se estabelece entre pessoas que contribuem para a Previdência Social e esta, do qual decorrem direitos e obrigações”.
A filiação à Previdência Social decorre automaticamente do exercício de atividade remunerada para os segurados obrigatórios, inclusive do aposentado por este Regime, em relação à atividade exercida,observado o disposto no parágrafo abaixo, e da inscrição formalizada com o pagamento da primeira contribuição para o segurado facultativo. 
A filiação do trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física por prazo de até dois meses dentro do período de um ano, para o exercício de atividades de natureza temporária, decorre automaticamente de sua inclusão na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP, mediante identificação específica. 
O segurado que exerce mais de uma atividade é filiado, obrigatoriamente, à Previdência Social em relação a todas essas atividades, obedecidas as disposições referentes ao limite máximo de salário-de-contribuição. 
Portanto, filiado é aquele que se relaciona com a Previdência Social na qualidade de segurado obrigatório ou facultativo, mediante contribuição.
2.9.2 INSCRIÇÃO E CADASTRAMENTO
Considera-se inscrição, para os efeitos na Previdência Social, o ato pelo qual a pessoa física, é cadastrada no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, mediante informações prestadas dos seus dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à sua caracterização.
 
A pessoa física é identificada no CNIS por intermédio de um NIT – Número de Identificação do Trabalhador, que poderá ser NIT Previdência ou NIT PIS/PASEP/SUS ou outro NIS – Número de Identificação Social, emitido pela Caixa Econômica Federal - CEF.

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