Buscar

DIREITO-PREVIDENCIÁRIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
SEGURIDADE SOCIAL:
ORIGEM E EVOLUÇÃO
LEGISLATIVA NO BRASIL
A implantação do Seguro Social se deu com o
Seguro de Acidentes de Trabalho, com a promulgação
da Lei nº. 3.724, de 25 de janeiro de 1919, que tratava
de indenização aos empregados que sofriam
acidentes decorrentes do trabalho.
Várias são as “fases” evolutivas da Previdência
Social brasileira, visando aprimorar-se a prestar
melhores serviços aos seus segurados
A evolução legislativa da Previdência Social no
Brasil cronologicamente é a seguinte:
1888 - O Decreto nº. 9.912-A, de 26 de março de
1888, regulou o direito à aposentadoria dos
empregados dos Correios. Fixava em 30 anos de
efetivo serviço e idade mínima de 60 anos os
requisitos para a aposentadoria.
A Lei nº. 3.397, de 24 de novembro de 1888, criou
a Caixa de Socorros em cada uma das Estradas de
Ferro do Império.
1890 - O Decreto nº. 221, de 26 de fevereiro de
1890, instituiu a aposentadoria para os empregados
da Estrada de Ferro Central do Brasil, benefício depois
ampliado a todos os ferroviários do Estado (Decreto
nº. 565, de 12 de julho de 1890).
O Decreto nº. 942-A, de 31 de outubro de 1890,
criou o Montepio Obrigatório dos Empregados do
Ministério da Fazenda
1919 - A Lei nº. 3.724, de 15 de janeiro de 1919,
tornou compulsório o seguro contra acidentes de
trabalho em certas atividades.
1923 - “Lei Eloy Chaves” (na realidade Decreto
Legislativo nº. 4.682, de 24 de janeiro) que foi o marco do
nascimento da seguridade social no Brasil. Esta lei criou
a Caixa de Assistência e Previdência dos Ferroviários,
inaugurando todo um modelo de organização da
seguridade no âmbito da proteção ao trabalhador. Este
modelo, ainda que restrito a um pequeno número de
categorias profissionais organizadas, teve rápido
crescimento ao longo dos anos 20.
1960 - Em 26 de agosto, após atribulada
tramitação legislativa, que se estendeu por treze anos,
foi promulgada a tão esperada Lei nº. 3.807 - Lei
Orgânica da Previdência Social (LOPS) brasileira, um
dos mais importantes marcos da sua evolução que
abriu caminho para a unificação da Previdência Social,
com a aprovação de um regulamento, com a criação
de um esquema geral de funcionamento e
financiamento único para os seis IAPs existentes.
A LOPS representou, na prática, a cobertura
potencial de todos os trabalhadores urbanos, exceto
empregados domésticos e ministros religiosos,
incluídos em 1972 - os primeiros, de forma
compulsória, e os outros, de forma facultativa.
1966 - O Decreto-Lei nº. 72, de 21 de novembro,
reuniu no Instituto Nacional de Previdência Social
(INIPS) os seis IAPs então existentes. O INPS foi
instalado em 02 de janeiro de 1967; extinguiu o
Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de
Urgência e a Superintendência dos Serviços de
Reabilitação Profissional da Previdência Social, que
também foram absorvidos pelo INPS; e determinou a
extinção do Serviço de Alimentação da Previdência
Social. Foi provavelmente, a maior e mais complexa
reforma administrativa levada a cabo na América
Latina, sem interrupção de qualquer serviço.
1967 - A Lei nº. 5.316, de 14 de setembro, integrou
o Seguro de Acidente do Trabalho na previdência
social, fazendo-o desaparecer como ramo à parte, em
outra medida de grande alcance do ponto de vista da
racionalização da previdência social, apesar de ainda
incompleta.
1972 - A Lei nº. 5.859, determinou que os
empregados domésticos fossem inscritos,
obrigatoriamente, na previdência social.
1974 - A Lei nº. 6.036, de 1º de maio, desdobrou o
Ministério do Trabalho e Previdência Social em dois
outros, o do Trabalho e o da Previdência e Assistência
Social. Assim, se concretizava a antiga idéia de um
ministério específico para previdência social.
Os idosos e inválidos não contribuintes do sistema
passaram a ter direito à renda mensal vitalícia, também
conhecida como amparo previdenciário, por força da
Lei nº. 6.719.
1977 - A Lei nº. 6.439, de 1º de setembro, instituiu
o Sistema Nacional de Previdência e Assistência
Social (SINPAS), destinado a integrar as entidades
vinculadas ao MPAS. Estruturado com base nas
funções a executar e não nas categorias a atender
como, até então, o SINPAS passou a concentrar a
mesma função numa única entidade específica,
independentemente da categoria profissional a
atender.
Essa Lei criou: o Instituto Nacional de Assistência
Médica da Previdência Social (INAMPS), e o Instituto
de Administração Financeira da Previdência e
Assistência Social (lAPAS); extinguiu: o Fundo de
Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL) e o
Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores
do Estado (IPASE); alterou, substancialmente, o INPS,
transferindo para ele os benefícios (em dinheiro) antes
a cargo do FUNRURAL e do IPASE e retirando-lhe a
assistência médica e a arrecadação das
contribuições; modificou, em parte, as atribuições da
Legião Brasileira de Assistência (LBA); criou o Fundo
de Previdência e Assistência Social.
Em síntese, integraram o SINPAS, os seguintes
órgãos: o INPS, o INAMPS, o lAPAS, a LBA, a
FUNABEM, a DATAPREV e a CEME.
1990 - Nos termos da Lei nº. 8.029, o Decreto nº.
99.350, de 27.06.1990, criou o Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), mediante fusão do INPS e do
IAPAS. Vinculado, de início, ao então MTPS, o INSS
tinha a seu cargo, basicamente, a arrecadação das
contribuições e a concessão e pagamento dos
benefícios da previdência social.
1991 - Bem depois de esgotados os prazos
estabelecidos, a Lei 8.212, de 24 de julho, intitulada
Lei Orgânica da Seguridade Social, dispôs sobre a
sua organização e instituiu o seu Plano de Custeio. A
Lei nº. 8.213, da mesma data, dispõe sobre os Planos
de Benefícios da Previdência Social. Essas duas leis
foram regulamentadas pelos Decretos nº.s 611 e 612,
respectivamente, em 1992.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
1992 - A Lei nº. 8.490, de 19 de novembro de 1992,
desdobrou o MTPS em: Ministério da Previdência
Social e Ministério do Trabalho e Administração, este,
por sua vez, já alterado para Ministério do Trabalho,
apenas.
1997 - As leis nº. 8.212/91 e nº. 8.213/91 passaram
a ser regulamentadas pelos Decretos 2.173/97
(Regulamento da Organização e do Custeio da
Previdência Social) e 2.172/97 (Regulamento dos
Benefícios da Previdência Social), respectivamente.
1998 - Houve a primeira grande alteração da
constituição brasileira, referente a Seguridade Social,
com a Emenda Constitucional nº. 20 de 16 de
dezembro.
1999 - Finalmente, considerando o caráter
uniformizador que se têm mostrado a legislação
previdenciária brasileira, publicou- se o Decreto n º
3.048 de 06 de maio de 1999, aprovando o
Regulamento da Previdência Social, englobando
custeio e benefícios da Previdência Social.
As mudanças na legislação da Previdência Social
no Brasil são constantes, tendo em vista a
necessidade de se adaptar as constantes mudanças
do mundo moderno e globalizado.
Quanto à evolução da Seguridade Social nas
constituições, podemos observar:
1824 - Inspirada ainda nos ideais de Liberdade,
Igualdade e Fraternidade, não foi além do declarado
no art. 179, item XXXI:
A Constituição também garante o socorro público
enunciado por demais vago para exprimir qualquer
garantia de proteção.
1891 - Conseqüente à Proclamação da República,
o art. 75, estabelecia que “A aposentadoria só poderá
ser dada aos funcionários públicos em caso de
invalidez no serviço da Nação”, desta forma
integralmente custeada pela Nação. É a primeira
constituição a conter a expressão “aposentadoria”.
1934 - Apresenta diversas disposições sobre
proteção social. O diploma constitucional tratava do
trabalhador, para deferir-lhe proteção social,
prescrevendo em seu art. 121, § 1, letrah, “assistência
médica e sanitária ao trabalhador e à gestante,
assegurando a esta descanso, antes e depois do
parto, sem prejuízo do salário e do empregado, a
instituição de previdência, mediante contribuição igual
à da União, do empregador e do empregado, a favor
da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos
de acidentes do trabalho ou da morte”. Pela primeira
vez o texto constitucional inscrevia o amparo social
como obrigação do Estado. Mais ainda: como
trabalhador, equipam o profissional liberal (art. 123) e
ao trabalhador rural se reservou “regulamentação
especial” (art. 121, § 4º). A assistência social também
mereceu atenção do constituinte, determinando
amparo aos desvalidos (art. 138, a), aos infames (art.
138, c) e às famílias com prole numerosa (art. 138, d).
Na parte reservada aos funcionários públicos (art.
170), prevê aposentadoria compulsória aos 68 anos
(art. 170, § 3º), aposentadoria por invalidez de valor
integral para quem tivesse no mínimo 30 anos de
trabalho (art. 170, § 4º) e benefícios integrais para os
acidentados (art. 170, § 6) e aponta princípio segundo o
qual os proventos não devem superar os vencimentos
(art. 170, § 7).
Segundo Wladimir Novaes Martinez, é a primeira
a referir-se expressamente à previdência, apesar de
sem o qualificativo “social”.
1937 - A carta magna consagra o emprego da
denominação “seguro social” (em vez de “previdência
social”), que perde expressão a partir de 1945.
Segundo Wladimir N. Martinez, uma constituição
pobre em matéria de proteção social, um atraso
historicamente inexplicável, quando a legislação
ordinária estava avançada em relação ao começo
do século.
1946 - Aparece pela primeira vez a expressão
“previdência social”, em detrimento de “seguro social”.
No inciso XVI consagra a fórmula posteriormente
empregada nas constituições de 1967/69, referindo-
se a “previdência, mediante contribuição da União,
do empregador e do empregado, em favor da
maternidade e contra as conseqüências da doença,
da velhice e da morte”. No inciso XVIII alude, em
particular, à proteção acidentária.
1967 - O art. 158 da Carta Magna de 1967 é
praticamente o mesmo art. 157 da Constituição de
1946. Destaca-se o parágrafo único, onde se fixa a
precedência do custeio em relação às prestações.
Comparece pela primeira vez o beneficio seguro-
desemprego (que haveria de ser regulamentado pela
Lei nº. 4.923/65, sob o nome de auxílio-desemprego)
e como uma prestação previdenciária. Também é
assegurada aposentadoria à mulher “aos trinta anos
de trabalho, com salário integral” (inciso XX).
1969 - A Emenda Constitucional de 17 de outubro
não apresenta alterações substanciais em relação
às Constituições de 1946 e 1967.
1988 - Na Constituição em vigor introduziu-se
grandes alterações na área da previdência social e
programas congêneres. A mais importante delas
consistiu em consagrar um capítulo inteiro à
seguridade social, formado por três partes: saúde,
previdência social e assistência social.
Em conseqüência, estabeleceu para a seguridade
social um orçamento global, do qual devem advir os
recursos destinados a cada um dos três ramos. Ao
mesmo tempo, consagrou duas novas fontes de
financiamento: contribuições sobre o faturamento e
sobre o lucro líquido das empresas.
CONCEITUAÇÃO - ORGANIZAÇÃO
E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Universalidade da Cobertura e do Atendimento
No nosso sistema, tem a Seguridade Social como
postulado básico a universalidade, ou seja: todos os
residentes no país farão jus a seus benefícios, não
devendo existir distinções.
A universalidade de cobertura deve ser entendida
como a necessidade daquelas pessoas que forem
atingidas por uma contingência humana, seja a
impossibilidade de retornar ao trabalho, a idade
avançada, a morte etc.
Já a universalidade do atendimento refere-se às
contingências que serão cobertas, não às pessoas
envolvidas, ou seja, as adversidades ou
acontecimentos em que a pessoa não tenha
condições próprias de renda ou de subsistência.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
Uniformidade e Equivalência dos Benefícios e
Serviços às Populações Urbanas e Rurais
A Constituição disciplina a uniformidade e
equivalência de benefícios e serviços às populações
urbanas e rurais, quando deveria ser para todo o
sistema, inclusive para os servidores civis, militares
e congressistas, mas estes possuem outro regime.
Com a Lei nº. 8.213/91 foram instituídos benefícios
aos trabalhadores urbanos e rurais, sem qualquer
distinção.
Seletividade e Distributividade na Prestação de
Benefícios e Serviços
A seleção das prestações vai ser feita de acordo
com as possibilidades econômico-financeiras do
sistema da seguridade social.
Irredutibilidade do Valor dos Benefícios
O poder aquisitivo dos benefícios não pode ser
onerado. A forma de correção dos benefícios
previdenciários vai ser feita de acordo com o
preceituado na lei.
No seio da Assembléia Constituinte houve muita
preocupação com a redução dos benefícios
previdenciários, pois no decorrer dos anos o
beneficiário vinha perdendo o poder aquisitivo que
tinha quando se aposentou. A legislação salarial, ou
correção do salário mínimo, nunca implicou a
preservação real dos benefícios previdenciários. Nem
a atual lei de benefícios (Lei nº. 8.213) irá proporcionar
a manutenção do poder aquisitivo real dos benefícios,
pois perdas salariais ocorrem costumeiramente.
Eqüidade na Forma de Participação no Custeio
A Constituição não criou uma única fonte de
custeio, que facilitaria sobremaneira a fiscalização.
Apenas aqueles que estiverem em iguais condições
contributivas é que terão que contribuir da mesma
forma.
Diversidade da Base de Financiamento
A Constituição já prevê diversas formas do
financiamento da seguridade social, por meio da
empresa, dos trabalhadores, dos entes públicos e
dos concursos de prognósticos (art. 195, I a III). Como
menciona o art. 195, caput, da Lei Maior a seguridade
social será financiada por toda a sociedade.
Caráter Democrático e Descentralizado na
Gestão Administrativa
A Constituição dispõe que os trabalhadores, os
empresários e os aposentados participarão da gestão
administrativa da seguridade social que terá caráter
democrático e descentralizado.
Tal regra confirma o que já estava normatizado
no art . 10 da Lei Fundamental , em que os
trabalhadores e empregadores teriam participação
nos colegiados dos órgãos em que se discutam ou
haja deliberação sobre questões previdenciárias.
(CF/88 - Art. 10 - É assegurada a participação
dos trabalhadores e empregadores nos colegiados
dos órgãos públ icos em que seus interesses
profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão e deliberação.)
CF/88: TÍTULO VIII - Da Ordem Social
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 193. A ordem social tem como base o primado
do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
sociais.
CAPÍTULO II - DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 194. A seguridade social compreende um
conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos
termos da lei, organizar a seguridade social, com base
nos seguintes objetivos:
I - universalidade da cobertura e do atendimento;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e
serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços;
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;
V - equidade na forma de participação no custeio;
VI - diversidade da base de financiamento;
VII - caráter democrático e descentralizado da
administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores,
dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiados.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda
a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da
lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos
da União, dos Estados,do Distrito Federal e dos
Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do
trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem
vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da
previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime
geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior,
ou de quem a lei a ele equiparar.
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não
integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social
será elaborada de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e
assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias,assegurada a cada área a gestão de
seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema
da seguridade social, como estabelecido em lei, não
poderá contratar com o Poder Público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas
a garantir a manutenção ou expansão da seguridade
social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade
social poderá ser criado, majorado ou estendido sem
a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este
artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as
houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando
o disposto no art. 150, III, “b”.
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade
social as entidades beneficentes de assistência social
que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário
rurais e o pescador artesanal, bem como os
respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados
permanentes, contribuirão para a seguridade social
mediante a aplicação de uma alíquota sobre o
resultado da comercialização da produção e farão jus
aos benefícios nos termos da lei.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I
do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases
de cálculo diferenciadas, em razão da atividade
econômica, da utilização intensiva de mão-deobra,
do porte da empresa ou da condição estrutural do
mercado de trabalho.
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de
recursos para o sistema único de saúde e ações de
assistência social da União para os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, e dos Estados para os
Municípios, observada a respectiva contrapartida de
recursos.
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou
anistia das contribuições sociais de que tratam os
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante
superior ao fixado em lei complementar.
§ 12. A lei definirá os setores de atividade
econômica para os quais as contribuições incidentes
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-
cumulativas.
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na
hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da
contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela
incidente sobre a receita ou o faturamento.
Seção II - DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do
Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e
serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor,
nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por
pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde
integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo
com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada
esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado,
nos termos do art. 195, com recursos do orçamento
da seguridade social, da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, além de outras
fontes.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios aplicarão, anualmente, em ações e
serviços públicos de saúde recursos mínimos
derivados da aplicação de percentuais calculados
sobre:
I - no caso da União, a receita corrente líquida do
respectivo exercício financeiro, não podendo ser
inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o
produto da arrecadação dos impostos a que se refere
o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e
159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas
que forem transferidas aos respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o
produto da arrecadação dos impostos a que se refere
o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e
159, inciso I, alínea b e § 3º.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo
menos a cada cinco anos, estabelecerá:
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III
do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 86, de 2015)
II – os critérios de rateio dos recursos da União
vinculados à saúde destinados aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
destinados a seus respectivos Municípios, objetivando
a progressiva redução das disparidades regionais;
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle
das despesas com saúde nas esferas federal,
estadual, distrital e municipal;
IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde
poderão admitir agentes comunitários de saúde e
agentes de combate às endemias por meio de
processo seletivo público, de acordo com a natureza
e complexidade de suas atribuições e requisitos
específicos para sua atuação.
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o
piso salarial profissional nacional, as diretrizes para
os Planos de Carreira e a regulamentação das
atividades de agente comunitário de saúde e agente
de combate às endemias, competindo à União, nos
termos da lei, prestar assistência financeira
complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, para o cumprimento do referido piso
salarial.
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art.
41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o
servidor que exerça funções equivalentes às de
agente comunitário de saúde ou de agente de
combate às endemias poderá perder o cargo em caso
de descumprimento dos requisitos específicos,
fixados em lei, para o seu exercício.
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa
privada.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
§ 1º - As instituições privadas poderão participar
de forma complementar do sistema único de saúde,
segundo diretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência as
entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos
para auxílios ou subvenções às instituições privadas
com fins lucrativos.
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta
de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País,salvo nos casos
previstos em lei.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos
e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus
derivados, sendo vedado todo t ipo de
comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete,
além de outras atribuições, nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos
e substâncias de interesse para a saúde e participar
da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e
epidemiológica, bem como as de saúde do
trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na
área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o
desenvolvimento científ ico e tecnológico e a
inovação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)
VI - f iscal izar e inspecionar al imentos,
compreendido o controle de seu teor nutricional, bem
como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da
produção, transporte, guarda e uti l ização de
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente,
nele compreendido o do trabalho.
REGIME GERAL
DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 201. A previdência social será organizada sob
a forma de regime geral, de caráter contributivo e de
fil iação obrigatória, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá,
nos termos da lei, a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez,
morte e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à
gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de
desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os
dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou
mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes,
observado o disposto no § 2º.
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria aos
beneficiários do regime geral de previdência social,
ressalvados os casos de atividades exercidas sob
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física e quando se tratar de segurados
portadores de deficiência, nos termos definidos em
lei complementar.
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de
contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado
terá valor mensal inferior ao salário mínimo.
§ 3º Todos os salários de contribuição
considerados para o cálculo de benefício serão
devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios
para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor
real, conforme critérios definidos em lei.
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de
previdência social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime próprio
de previdência.
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e
pensionistas terá por base o valor dos proventos do
mês de dezembro de cada ano.
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral
de previdência social, nos termos da lei, obedecidas
as seguintes condições:
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e
trinta anos de contribuição, se mulher;
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e
sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco
anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos
os sexos e para os que exerçam suas atividades em
regime de economia familiar, nestes incluídos o
produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do
parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos,
para o professor que comprove exclusivamente tempo
de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a
contagem recíproca do tempo de contribuição na
administração pública e na atividade privada, rural e
urbana, hipótese em que os diversos regimes de
previdência social se compensarão financeiramente,
segundo critérios estabelecidos em lei.
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de
acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo regime geral de previdência
social e pelo setor privado.
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer
título, serão incorporados ao salário para efeito de
contribuição previdenciária e consequente repercussão
em benefícios, nos casos e na forma da lei.
§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de
inclusão previdenciár ia para atender a
trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda
própria que se dediquem exclusivamente ao
trabalho doméstico no âmbito de sua residência,
desde que pertencentes a famílias de baixa renda,
garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual
a um salário-mínimo.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária
de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e
carências inferiores às vigentes para os demais
segurados do regime geral de previdência social.
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter
complementar e organizado de forma autônoma em
relação ao regime geral de previdência social, será
facultativo, baseado na constituição de reservas que
garantam o benefício contratado, e regulado por lei
complementar.
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo
assegurará ao participante de planos de benefícios
de entidades de previdência privada o pleno acesso
às informações relativas à gestão de seus respectivos
planos.
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios
e as condições contratuais previstas nos estatutos,
regulamentos e planos de benefícios das entidades
de previdência privada não integram o contrato de
trabalho dos participantes, assim como, à exceção
dos benefícios concedidos, não integram a
remuneração dos participantes, nos termos da lei.
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de
previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal
e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista e outras
entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador,
situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição
normal poderá exceder a do segurado.
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre
a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,
inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de
economia mista e empresas controladas direta ou
indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades
fechadas de previdência privada, e suas respectivas
entidades fechadas de previdência privada.
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo
anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas
privadas permissionárias ou concessionárias de
prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras
de entidades fechadas de previdência privada.
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4°
deste artigo estabelecerá os requisitos para a
designação dos membros das diretorias das
entidades fechadas de previdência privada e
disciplinará a inserção dos participantes nos
colegiados e instâncias de decisão em que seus
interesses sejam objeto de discussão e deliberação.
Seção IV - DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 203. A assistência social será prestada a quem
dela necessitar, independentemente de contribuição
à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à
adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de
trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas
portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso
que comprovem não possuir meios de prover à própria
manutençãoou de tê-la provida por sua família,
conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da
assistência social serão realizadas com recursos
do orçamento da seguridade social, previstos no art.
195, além de outras fontes, e organizadas com base
nas seguintes diretrizes:
I - descentral ização polít ico-administrativa,
cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera
federal e a coordenação e a execução dos
respectivos programas às esferas estadual e
municipal, bem como a entidades beneficentes e de
assistência social;
II - participação da população, por meio de
organizações representativas, na formulação das
políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao
Distrito Federal vincular a programa de apoio à
inclusão e promoção social até cinco décimos por
cento de sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada
diretamente aos investimentos ou ações apoiados.
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA:
CONTEÚDO, FONTES, AUTONOMIA
CONTEÚDO, FONTES, AUTONOMIA
A Legislação Previdenciária contém várias
normas, desde a Lei Orgânica da Previdência Social
até o atual decreto nº. 3.048/99, assim como as Leis
nº.s 8.212/91, 8.213/91 e 9.528/97.
O Direito Previdenciário protege os segurados:
empregados, contribuinte individual, segurado
facultativo, segurado especial, trabalhador avulso e
trabalhador doméstico.
O Direito do Previdenciário e o Direito do Trabalho
possuem estreita relação, pois dão proteção ao
trabalhador, porém o Direito Previdenciário é mais
abrangente. A CF/88 distingue os dois ramos do
direito no capítulo referente à Seguridade Social (arts.
194 a 204).
Fontes
- Constituição Federal: contém vários artigos
referentes ao Direito Previdenciário como:
contribuições sociais, seguridade social, saúde,
assistência social, Previdência Social, Direitos
Sociais entre outros.
- Leis Complementares;
- Leis Ordinárias;
Ao lado das Leis Ordinárias existem Decretos e
Regulamentos expedidos pelo Poder Executivo (arts.
84, IV da CF/88). O Decreto nº. 3.048 que aprovou o
Regulamento da Previdência Social.
- Pré-julgados do Ministério da Previdência e
Assistência Social: além destes devem ser
observadas as Portarias, Ordens de Serviço,
Instruções e Orientações Normativas, Circulares e
resoluções - todos os elementos utilizados como
orientação e interpretação das leis.
- O Direito Tributário é fonte subsidiária do Custeio
do Direito Previdenciário.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS9
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
Autonomia
Duas teorias informam a autonomia do Direito da
Seguridade Social. A primeira, teoria monista, entende
que a Seguridade Social está dentro do âmbito do
Direito do Trabalho, sendo mero apêndice deste.
A segunda, denominada teoria dualista, dispõe que
há autonomia do Direito da Seguridade Social,
mostrando que esse ramo do Direito não se confunde
com o Direito do Trabalho.
José Martins Catharino (1981:227) entende que
não há autonomia, mas um precário direito da
seguridade social, que não se afasta do quadro geral
do Direito do Trabalho; pondera que o direito
previdenciário já alcança notável desenvolvimento, que
vai se tornando gradativamente disciplina autônoma,
com objeto próprio.
A Emenda Constitucional nº. 1, de 1969, já previa
no art. 165 várias disposições previdenciárias, o que
mostra que o Direito da Seguridade Social vinha se
desdobrando do Direito do Trabalho, mas tal norma
não fazia distinção entre direitos trabalhistas e
previdenciários, que eram englobados em vários
incisos daquele artigo.
Vários doutrinadores, porém, já entendiam pela
plena autonomia da previdência social em relação ao
Direito do Trabalho,como Arnaldo Süssekind, Antonio
F. Cesarino Júnior, Mozart Victor Russomano, Moacir
Velloso Cardoso de Oliveira etc.
A Constituição de 1988, no entanto, acabou com tal
celeuma, ao estatuir um capítulo próprio para a
seguridade social (Capítulo II), incluído no Título VIII
(“Da Ordem Social”), no qual constam várias
disposições sobre seguridade social, abrangendo a
previdência social, assistência social e saúde (arts.
194 a 204), tornando-o totalmente desvinculado do
Direito do Trabalho, que teve suas determinações
incluídas no Capítulo II (“Dos Direitos Sociais”) do Título
II (“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”), no art. 7º.
Segundo Alfredo Rocco (1928:72) para caracterizar
a autonomia de uma ciência é mister que:
a. ela seja bastante vasta a ponto de merecer um
estudo de conjunto, adequado e particular;
b. ela contenha doutrinas homogêneas
dominadas por conceitos gerais comuns e distintos
dos conceitos gerais que informam outras disciplinas;
c.possua método próprio, empregando processos
especiais para o conhecimento das verdades que
constituem objeto de suas investigações.
Hoje a Seguridade Social possui um número
suficientemente grande de normas. Partindo-se da
Lei Eloy Chaves, observam-se várias disposições que
versam sobre a matéria: Lei nº. 3.807/60 (Lei Orgânica
da Previdência Social -LOPS, etc.
APLICAÇÃO DAS NORMAS
PREVIDENCIÁRIAS. VIGÊNCIA, HIERARQUIA,
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO
Na maioria das vezes as leis referentes à
Previdência Social entram em vigor na data de sua
publicação, entretanto alguns dispositivos
necessitam de regulamentação, passando a ter
eficácia somente após a edição dos Decretos
Regulamentadores.
Entretanto o § 6º do Art. 195 da CF/88 dispõe que:
“As contribuições sociais de que trata este artigo
poderão ser exigidas após decorridos noventa dias
da data da publicação da lei que as houver instituído
ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no
art. 150, III, “b”
“Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - ....................................................................
II - ...................................................................
III - cobrar tributos:
a) ...................................................................
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou”.
Hierarquia
A hierarquia entre as normas somente vai ocorrer
quando a validade de determinada norma depender
de outra, na qual esta vai regular inteiramente a forma
de criação da primeira norma.
É certo que a Constituição é hierarquicamente
superior às demais normas, pois o processo de
validade destas é regulado pela primeira.
Abaixo da Constituição encontram-se os demais
preceitos legais, cada qual com campos diversos:
leis complementares, leis ordinárias, decretos-leis
(nos períodos em que existiram), medidas provisórias,
leis delegadas, decretos legislativos e resoluções.
Não há dúvida que os decretos são
hierarquicamente inferiores às primeiras normas, até
porque não são emitidos pelo Poder Legislativo, mas
pelo Poder Executivo.
Após os decretos encontramos normas internas
da Administração, como portarias, circulares, ordens
de serviço etc., que são hierarquicamente inferiores
aos decretos.
Interpretação
A interpretação decorre da análise da norma
jurídica que vai ser aplicada aos casos concretos.
Várias são as normas de interpretação da norma
jurídica:
a. gramatical ou literal (verba legis): consiste em
verificar qual o sentido do texto gramatical da norma
jurídica.
Vai se analisar o alcance das palavras encerradas
no texto da lei;
b. lógica (mens legis): em que se estabelece uma
conexão entre os vários textos legais a serem
interpretados;
c. teleológica ou finalística: a interpretação será
dada ao dispositivo legal de acordo com o fim
colimado pelo legislador;
d. sistemática: a interpretação será dada ao
dispositivo legal de acordo com a análise dos sistema,
no qual está inserido, sem se ater a interpretação
isolada de um dispositivo, mas, sim, ao conjunto;
e.extensiva ou ampliativa onde dá-se um sentido
mais amplo à normaa ser interpretada do que ele
normalmente teria;
f. restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais
restrito, limitado, à interpretação da norma jurídica;
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS10
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
g. histórica: o Direito decorre de um processo
evolutivo.
Há necessidade de se analisar, na evolução
histórica dos fatos, o pensamento do legislador não
só à época da edição da lei, mas de acordo com sua
exposição de motivos, mensagens, emendas, as
discussões parlamentares etc.
O Direito, portanto é uma forma de adaptação do
meio em que vivemos em função da evolução da
natureza das coisas;
h.autêntica:é a realizada pelo órgão que editou a
norma que irá declarar seu sentido, alcance, conteúdo,
por meio de outra norma jurídica.
Também é chamada de interpretação legal ou
legislativa.
Inexiste apenas uma interpretação a ser feita, mas
deve-se seguir os métodos de interpretação
mencionados nas alíneas de a a h supra.
Muitas vezes, a interpretação literal do preceito
legal, ou a interpretação sistemática (ao se analisar o
sistema no qual está inserida a lei, em seu conjunto)
é que dará a melhor solução ao caso concreto a ser
examinado.
No Direito da Seguridade Social vamos encontrar
a aplicação da norma mais favorável ao segurado na
interpretação do texto legal, que muitas vezes é
disciplinada pela própria lei.
Normalmente na legislação ordinária,
principalmente quanto aos benefícios, costuma-se
encontrar a expressão “o que for mais vantajoso” para
o beneficiário.
Integração
Integrar tem o significado de completar, inteirar.
O intérprete fica autorizado a suprir as lacunas
existentes na norma jurídica por meio da utilização de
técnicas jurídicas. As técnicas são a analogia e a
eqüidade, podendo ser util izados também os
princípios gerais de Direito e a doutrina.
ORIENTAÇÃO DOS
TRIBUNAIS SUPERIORES
Supremo Tribunal de Justiça
Súmula 726
Para efeito de aposentadoria especial de
professores, não se computa o tempo de serviço
prestado fora da sala de aula.
Súmula 689
O segurado pode ajuizar ação contra a instituição
previdenciária perante juízo federal do seu domicílio
ou nas varas federais da capital do Estado-membro.
Súmula 688
É legítima a incidência da contribuição
previdenciária sobre o 13º salário.
Súmula 687
A revisão de que trata o art. 58 do ADCT não se
aplica aos benefícios previdenciários concedidos após
a promulgação da Constituição de 1988.
Súmula 613
Os dependentes de trabalhador rural não têm
direito a pensão previdenciária, se o óbito ocorreu
anteriormente à vigência da Lei Complementar
11/71.
Súmula 567
A Constituição ao assegurar, no parágrafo 3º do art.
102, a contagem integral do tempo de serviço público
federal, estadual ou municipal para o efeito de
aposentadoria e disponibilidade não proíbe a União,
aos Estados e aos Municípios mandarem contar,
mediante lei, para efeito diverso, tempo de serviço
prestado a outra pessoa de direito público interno.
Súmula 565
A multa fiscal moratória constitui pena
administrativa, não se incluindo no crédito habilitado
em falência.
Súmula 546
Cabe a restituição do tributo pago indevidamente,
quando reconhecido por decisão, que o contribuinte
“de jure” não recuperou do contribuinte “de facto” o
“quantum” respectivo.
Súmula 466
Não é inconstitucional a inclusão de sócios e
administradores de sociedades e titulares individuais
como contribuintes obrigatórios da previdência social.
Súmula 464
No cálculo da indenização por acidente do trabalho
inclui-se, quando devido, o repouso semanal
remunerado.
Súmula 433
A prescrição das prestações anteriores ao período
previsto em lei não ocorrem quando não tiver sido
negado, antes daquele prazo, o próprio direito
reclamado, ou situação jurídica de que ele resulta.
Súmula 439
Estão sujeitos a fiscalização tributária ou
previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o
exame aos pontos objeto da investigação.
Súmula 337
A controvérsia entre o empregador e o segurador
não suspende o pagamento devido ao empregado
por acidente do trabalho.
Súmula 241
A contribuição previdenciária incide sobre o abono
incorporado ao salário.
Súmula 235
É competente para ação de acidente de trabalho a
justiça cível comum, inclusive em segunda instância,
ainda que seja parte autarquia seguradora.
Súmula 229
A indenização acidentária não exclui a do direito
comum em caso de dolo ou culpa grave do
empregador.
Súmula 225
Não é absoluto o valor probatório das anotações
da carteira profissional.
Súmula 220
A indenização devida a empregado estável, que
não é readmitido ao cessar sua aposentadoria, deve
ser paga em dobro.
Súmula 207
As gratificações habituais, inclusive a de natal,
consideram-se tacitamente convencionadas,
integrando o salário.
Súmula 10
Tempo de serviço militar conta-se para efeito de
disponibilidade e aposentadoria.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS11
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
Superior Tribunal Federal
Súmula 310
O auxílio-creche não integra o salário-de-
contribuição.
Súmula 272
O trabalhador rural, na condição de segurado
especial, sujeito à contribuição obrigatório sobre a
produção rural comercializada, somente faz jus à
aposentadoria por tempo de serviço, se recolher
contribuições facultativas.
Súmula 250
É legítima a cobrança de multa fiscal de empresa
em regime de fins previdenciários.
Súmula 242
Cabe ação declaratória para reconhecimento de
tempo de serviço para fins previdenciários.
Súmula 226
O Ministério Público tem legitimidade para recorrer
na ação de acidente do trabalho, ainda que o segurado
esteja assistido por advogado.
Súmula 204
Os juros de mora nas ações relativas a benefícios
previdenciários incidem a partir da citação válida.
Súmula 149
A prova exclusivamente testemunhal não basta à
comprovação da atividade rurícola, para efeito da
obtenção de benefício previdenciário.
Súmula 148
Os débitos relativos a benefícios previdenciários,
vencidos e cobrados em juízo após a vigência da lei
6.899/81, devem ser corrigidos monetariamente na
forma prevista nesse diploma legal.
Súmula 146
O segurado, vitima de novo infortúnio, faz jus a um
único benefício somado ao salário de contribuição
vigente no dia do acidente.
Súmula 107
Compete à Justiça Comum Estadual processar e
julgar crime de estelionato praticado mediante
falsificação das guias de recolhimento das
contribuições previdenciárias, quando não ocorrente
lesão à autarquia federal.
Súmula 89
A ação acidentária prescinde do exaurimento da
via administrativa.
Súmula 85
Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que
a Fazenda Pública figure como devedora, quando não
tiver sido negado o próprio direito reclamado, a
prescrição atinge apenas as prestações vencidas
antes do qüinqüênio anterior a propositura da ação.
Súmula 58
Proposta a execução fiscal, a posterior mudança
de domicílio do executado não desloca a competência
já fixada.
Tribunal Superior do Trabalho
Súmula 378
Estabilidade provisória. Acidente do trabalho. Art.
118 da Lei 8.213/1991.
Constitucionalidade. Pressupostos.
I – É constitucional o artigo 118 da Lei 8.213/1991
que assegura o direito à estabilidade provisória por
período de 12 meses após a cessação do auxílio-
doença ao empregado acidentado.
II – São pressupostos para concessão da
estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a
conseqüente percepção do auxílio doença acidentário,
salvo se constatada, após a despedida, doença
profissional que guarde relação de causalidade com
a execução do contrato de emprego.
Súmula 371
Aviso prévio indenizado. Superveniência de auxílio-
doença no curso deste.
A projeção do contrato de trabalho para o futuro,
pela concessão do aviso prévio indenizado, tem efeitos
limitados às vantagens econômicas obtidas no
período de pré-aviso, ou seja, salários, reflexos e
verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-
doença no curso do aviso prévio, todavia, só se
concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado
o benefício previdenciário.Súmula 367
Utilidades “in natura”. Habitação. Energia elétrica.
Veículo. Cigarro. Não integração ao salário.
I – A habitação, a energia elétrica e veículo
fornecidos pelo empregador ao empregado, quando
dispensáveis para a realização do trabalho, não têm
natureza salarial, ainda que, no caso do veículo, seja
ele utilizado pelo empregado também em atividades
particulares.
II – O cigarro não se considera salário utilidade
em face de sua nocividade à saúde.
Súmula 368
Descontos previdenciários e fiscais.
Competência. Responsabilidade pelo pagamento.
Forma de cálculo.
I – A Justiça do Trabalho é competente para
determinar o recolhimento das contribuições
previdenciárias e fiscais provenientes das sentenças
que proferir. A competência da Justiça do Trabalho
para execução das contribuições previdenciárias
alcança as parcelas integrantes do salário de
contribuição, pagas em virtude de contrato de emprego
reconhecido em juízo, ou decorrentes de anotação da
Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS,
objeto de acordo homologado em juízo.
II – É do empregador a responsabilidade pelo
recolhimento das contribuições previdenciárias e
fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo
de condenação judicial, devendo incidir, em relação
aos descontos fiscais, sobre o valor total da
condenação.
III – Em se tratando de descontos previdenciários,
o critério de apuração encontra-se disciplinado no art.
276, § 4º, do Decreto 3.048/99 que regulamentou a
Lei 8.212/91 e determina que a contribuição do
empregado, no caso de ações trabalhistas, seja
calculado mês a mês, aplicando-se as alíquotas
previstas no art. 198, observado o limite máximo do
salário contribuição.
Súmula 354
Gorjetas. Natureza Jurídica. Repercurssões.
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota
de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos
clientes, integram a remuneração do empregado, não
servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-
prévio, adicional noturno, horas extras e repouso
semanal remunerado.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS12
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
Súmula 344
Salário-família. Trabalhador rural.
O salário-família é devido aos trabalhadores rurais
somente após a vigência da Lei 8.213, de 24/07/1991.
Súmula 327
Complementação dos proventos de
aposentadoria. Diferença. Prescrição parcial.
Tratando-se de pedido de diferença de
complementação de aposentadoria oriunda de
norma regulamentar, a prescrição aplicável é a
parcial, não atingindo o direto de ação,.mas tão
somente, as parcelas anteriores ao qüinqüênio.
Súmula 295
Aposentadoria espontânea. Deposito do FGTS.
Período anterior à opção.
A cessação do contrato de trabalho em razão de
aposentadoria espontânea do empregado exclui o
direito ao recebimento de indenização relativa ao
período anterior à opção. A realização de depósito na
conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, de
que trata o § 3º do art. 14 da Lei 8.036, de 11/05/
1990, é faculdade atribuída ao empregador.
Súmula 289
Insalubridade. Adicional. Fornecimento do
aparelho de proteção. Efeito
O simples fornecimento de aparelho de proteção
pelo empregador não o exime do pagamento do
adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as
medidas que conduzam à diminuição ou eliminação
da nocividade, entre as quais as relativas ao uso
efeito do equipamento pelo empregado.
Súmula 288
Complementação dos proventos da
aposentadoria.
A complementação dos proventos da
aposentadoria é regida pelas normas em vigor na
data da admissão do empregado, observando-se as
alterações posteriores desde que mais favoráveis
ao beneficiário do direito.
Súmula 254
Salário-família, Termo inicial da obrigação.
O termo inicial do direito ao salário-família
coincide com a prova da filiação. Se feita em juízo,
corresponde à data de ajuizamento do pedido, salvo
se comprovado que anteriormente o empregador se
recusara a receber a respectiva certidão.
Súmula 244
Gestante. Estabilidade provisória.
I – O desconhecimento do estado gravídico pelo
empregador não afasta o direito ao pagamento da
indenização decorrente da estabilidade. (art. 10, II,
“b” do ADCT)
II – A garantia de emprego de emprego à gestante
só autoriza a reintegração se esta se der durante o
período de estabilidade. Do contrário, a garantia
restr inge-se aos salários e demais direitos
correspondentes ao período de estabilidade.
III – Não há direito da empregada gestante à
estabilidade provisória na hipótese de admissão
mediante contrato de experiência, visto que a extinção
da relação de emprego, em face do término do prazo,
não constitui dispensa arbitrária ou sem justa causa.
Súmula 241
Salário-utilidade. Alimentação.
O vale para refeição, fornecido por força de
contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando
a remuneração do empregado, para todos os efeitos
legais.
Súmula 203
Gratificação por tempo de serviço. Natureza
salarial.
A gratificação por tempo de serviço integra o
salário para todos os efeitos legais.
Súmula 186
Licença-prêmio. Conversão em pecúnia.
Regulamento da empresa.
A licença-prêmio, na vigência do contrato de
trabalho, não pode ser convertida em pecúnia, salvo
se expressamente admitida a conversão no
regulamento da empresa.
Súmula 160
Aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco
anos, o trabalhador terá direito a retornar ao
emprego, facultado, porém ao empregador, indenizá-
lo na forma da lei.
Súmula 101
Diárias de viagem. Salário
Integram o salário, pelo seu valor total e para
efeitos indenizatórios, as diárias de viagem que
excedam 50% (cinquenta por cento) do salário do
empregado, enquanto perdurarem as viagens.
Súmula 97
Aposentadoria. Complementação
Instituída complementação de aposentadoria por
ato de empresa, expressamente dependente de
regulamentação, as condições desta devem ser
observadas como parte integrante da norma.
Súmula 92
Aposentadoria
O direito à complementação de aposentadoria,
criado pela empresa, com requisitos próprios, não
se altera pela instituição de benefício previdenciário
por órgão oficial.
Súmula 12
Carteira profissional
As anotações pelo empregador na carteira
profissional do empregado não geram presunção
“júris et de jure”, mas apenas “júris tantum”.
REGIME GERAL DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Dec. 3.048/99:
Art. 6º A previdência social compreende:
I - o Regime Geral de Previdência Social; e
II - os regimes próprios de previdêcia social dos
servidores públicos e dos militares.
Parágrafo único. O Regime Geral de Previdência
Social garante a cobertura de todas as situações
expressas no art. 5o, exceto a de desemprego
involuntário, observado o disposto no art. 199-A quanto
ao direito à aposentadoria por tempo de contribuição.
(Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS13
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
SEGURADOS OBRIGATÓRIOS, FILIAÇÃO E
INSCRIÇÃO. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E
ABRANGÊNCIA: EMPREGADO, EMPREGADO
DOMÉSTICO, CONTRIBUINTE INDIVIDUAL,
TRABALHADOR AVULSO E SEGURADO ESPECIAL.
SEGURADO FACULTATIVO: CONCEITO,
CARACTERÍSTICAS, FILIAÇÃO
E INSCRIÇÃO. TRABALHADORES EXCLUÍDOS
DO REGIME GERAL
Dec. 3.048/99:
Art. 9º São segurados obrigatórios da previdência
social as seguintes pessoas físicas:
I - como empregado:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana
ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua
subordinação e mediante remuneração, inclusive
como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho
temporário, por prazo não superior a três meses,
prorrogável, presta serviço para atender a
necessidade transitória de substituição de pessoal
regular e permanente ou a acréscimo extraordinário
de serviço de outras empresas, na forma da legislação
própria;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e
contratado no Brasil para trabalhar como empregado
no exterior, em sucursal ou agência de empresa
constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede e
administração no País;
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e
contratado no Brasil paratrabalhar como empregado
em empresa domiciliada no exterior com maioria do
capital votante pertencente a empresa constituída sob
as leis brasileiras, que tenha sede e administração
no País e cujo controle efetivo esteja em caráter
permanente sob a titularidade direta ou indireta de
pessoas físicas domiciliadas e residentes no País
ou de entidade de direito público interno;
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão
diplomática ou a repartição consular de carreira
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a
membros dessas missões e repartições, excluídos
o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil
e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária
do país da respectiva missão diplomática ou
repartição consular;
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no
exterior, em organismos oficiais internacionais dos
quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá
domiciliado e contratado, salvo se amparado por
regime próprio de previdência social;
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no
exterior, em repartições governamentais brasileiras,
lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local
de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei no 11.440, de 29
de dezembro de 2006, este desde que, em razão de
proibição legal, não possa fil iar-se ao sistema
previdenciário local; (Redação dada pelo Decreto nº
6.722, de 2008).
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços
a empresa, em desacordo com a Lei no 11.788, de 25
de setembro de 2008; (Redação dada pelo Decreto
nº 6.722, de 2008).
i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
Município, incluídas suas autarquias e fundações,
ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou
Município, bem como o das respectivas autarquias e
fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que,
nessa qualidade, não esteja amparado por regime
próprio de previdência social;
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito
Federal ou Município, bem como pelas respectivas
autarquias e fundações, por tempo determinado, para
atender a necessidade temporária de excepcional
interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37
da Constituição Federal;
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal
ou Município, incluídas suas autarquias e fundações,
ocupante de emprego público;
n) (Revogada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular
de serviços notariais e de registro a partir de 21 de
novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo
Regime Geral de Previdência Social, em conformidade
com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994; e
p) o exercente de mandato eletivo federal, estadual
ou municipal, desde que não vinculado a regime
próprio de previdência social; (Redação dada pelo
Decreto nº 5.545, de 2005)
q) o empregado de organismo of ic ial
internacional ou estrangeiro em funcionamento no
Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de
previdência social; (Incluída pelo Decreto nº 3.265,
de 1999)
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural
pessoa física, na forma do art. 14-A da Lei no 5.889, de
8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de
natureza temporária por prazo não superior a dois
meses dentro do período de um ano; (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
II - como empregado doméstico - aquele que
presta serviço de natureza contínua, mediante
remuneração, a pessoa ou família, no âmbito
res idenc ia l des ta , em at iv idade sem f ins
lucrativos;
III e IV - (Revogados pelo Decreto nº 3.265, de
1999)
V - como contribuinte individual: (Redação dada
pelo Decreto nº 3.265, de 1999))
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora
atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter
permanente ou temporário, em área, contínua ou
descontínua, superior a quatro módulos fiscais; ou,
quando em área igual ou inferior a quatro módulos
fiscais ou atividade pesqueira ou extrativista, com
auxílio de empregados ou por intermédio de
prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 8o e 23
deste artigo;
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora
atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter
permanente ou temporário, diretamente ou por
intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de
empregados, utilizados a qualquer título, ainda que
de forma não contínua; (Redação dada pelo Decreto
nº 3.265, de 1999)
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS14
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
c) o ministro de confissão religiosa e o membro
de instituto de vida consagrada, de congregação ou
de ordem religiosa; (Redação dada pelo Decreto nº
4.079, de 2002)
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para
organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado,
salvo quando coberto por regime próprio de
previdência social; (Redação dada pelo Decreto nº
3.265, de 1999)
e) o titular de firma individual urbana ou rural;
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
f) o diretor não empregado e o membro de
conselho de administração na sociedade anônima;
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
g) todos os sócios, nas sociedades em nome
coletivo e de capital e indústria; (Incluída pelo Decreto
nº 3.265, de 1999)
h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam
remuneração decorrente de seu trabalho e o
administrador não empregado na sociedade por
cotas de responsabilidade limitada, urbana ou
rural; (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de
2003)
i) o associado eleito para cargo de direção em
cooperativa, associação ou entidade de qualquer
natureza ou finalidade, bem como o síndico ou
administrador eleito para exercer atividade de direção
condominial, desde que recebam remuneração;
(Incluída pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
j) quem presta serviço de natureza urbana ou rural,
em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem
relação de emprego; (Incluída pelo Decreto nº 3.265,
de 1999)
l) a pessoa física que exerce, por conta própria,
atividade econômica de natureza urbana, com fins
lucrativos ou não; (Incluída pelo Decreto nº 3.265, de
1999)
m) o aposentado de qualquer regime
previdenciário nomeado magistrado classista
temporário da Justiça do Trabalho, na forma dos
incisos II do § 1º do art. 111 ou III do art. 115 ou do
parágrafo único do art. 116 da Constituição Federal,
ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral, na forma
dos incisos II do art. 119 ou III do § 1º do art. 120 da
Constituição Federal; (Incluída pelo Decreto nº 3.265,
de 1999)
Nota: A Emenda Constitucional nº. 24, de 9 de
dezembro de 1999, extinguiu a categoria de
magistrado classista temporário da Justiça do
Trabalho.
n) o cooperado de cooperativa de produção que,
nesta condição, presta serviço à sociedade
cooperativa mediante remuneração ajustada ao
trabalho executado; e (Incluída pelo Decreto nº 4.032,
de 2001)
o) (Revogado pelo Decreto nº 7.054, de 2009)
p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que
tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no
123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo
recolhimento dos impostos e contribuições
abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos
mensais; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
VI - como trabalhador avulso - aquele que,
sindicalizado ou não, presta serviço de natureza
urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo
empregatício, com a intermediação obrigatória do
órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº
8.630, de 25 de fevereiro de 1993, ou do sindicato da
categoria, assim considerados:
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de
capatazia, estiva, conferência e conserto de carga,
vigilância de embarcação e bloco;
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de
qualquer natureza, inclusive carvão e minério;
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para
carga e descarga de navios);
d) o amarrador de embarcação;
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares;
f) o trabalhador na indústria de extração de sal;
g) o carregador de bagagem emporto;
h) o prático de barra em porto;
i) o guindasteiro; e
j) o classificador, o movimentador e o empacotador
de mercadorias em portos; e
VII - como segurado especial: a pessoa física
residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano
ou rural próximo que, individualmente ou em regime
de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual
de terceiros, na condição de: (Redação dada pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
a) produtor, seja ele proprietário, usufrutuário,
possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,
comodatário ou arrendatário rurais, que explore
atividade: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
1. agropecuária em área contínua ou não de até
quatro módulos fiscais; ou (Incluído pelo Decreto nº
6.722, de 2008).
2. de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e
extração, de modo sustentável, de recursos naturais
renováveis, e faça dessas atividades o principal meio
de vida; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que
faça da pesca profissão habitual ou principal meio de
vida; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior
de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do
segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” deste
inciso, que, comprovadamente, tenham participação
ativa nas atividades rurais ou pesqueiras artesanais,
respectivamente, do grupo familiar. (Redação dada
pelo Decreto nº 8.499, de 2015)
§ 1º O aposentado pelo Regime Geral de
Previdência Social que voltar a exercer atividade
abrangida por este regime é segurado obrigatório em
relação a essa atividade, ficando sujeito às
contribuições de que trata este Regulamento.
§ 2º Considera-se diretor empregado aquele que,
participando ou não do risco econômico do
empreendimento, seja contratado ou promovido para
cargo de direção das sociedades anônimas, mantendo
as características inerentes à relação de emprego.
§ 3º Considera-se diretor não empregado aquele
que, participando ou não do risco econômico do
empreendimento, seja eleito, por assembleia geral
dos acionistas, para cargo de direção das sociedades
anônimas, não mantendo as características inerentes
à relação de emprego.
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS15
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
§ 4º Entende-se por serviço prestado em caráter
não eventual aquele relacionado direta ou
indiretamente com as atividades normais da empresa.
§ 5o Entende-se como regime de economia
familiar a atividade em que o trabalho dos membros
da família é indispensável à própria subsistência e
ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo
familiar e é exercido em condições de mútua
dependência e colaboração, sem a utilização de
empregados permanentes. (Redação dada pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 6º Entende-se como auxílio eventual de terceiros
o que é exercido ocasionalmente, em condições de
mútua colaboração, não existindo subordinação nem
remuneração.
§ 7º Para efeito do disposto na alínea “a” do inciso
VI do caput, entende-se por:
I - capatazia - a atividade de movimentação de
mercadorias nas instalações de uso público,
compreendendo o recebimento, conferência,
transporte interno, abertura de volumes para
conferência aduaneira, manipulação, arrumação e
entrega, bem como o carregamento e descarga de
embarcações, quando efetuados por aparelhamento
portuário;
II - estiva - a atividade de movimentação de
mercadorias nos conveses ou nos porões das
embarcações principais ou auxiliares, incluindo
transbordo, arrumação, peação e despeação, bem
como o carregamento e a descarga das mesmas,
quando realizados com equipamentos de bordo;
III - conferência de carga - a contagem de
volumes, anotação de suas característ icas,
procedência ou destino, verificação do estado das
mercadorias, assistência à pesagem, conferência
do manifesto e demais serviços correlatos, nas
operações de carregamento e descarga de
embarcações;
IV - conserto de carga - o reparo e a restauração
das embalagens de mercadoria, nas operações de
carregamento e descarga de embarcações,
reembalagem, marcação, remarcação, carimbagem,
etiquetagem, abertura de volumes para vistoria e
posterior recomposição;
V - vigilância de embarcações - a atividade de
fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo
das embarcações atracadas ou fundeadas ao largo,
bem como da movimentação de mercadorias nos
portalós, rampas, porões, conveses, plataformas e
em outros locais da embarcação; e
VI - bloco - a atividade de limpeza e conservação
de embarcações mercantes e de seus tanques,
incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparo de
pequena monta e serviços correlatos.
§ 8o Não é segurado especial o membro de grupo
familiar que possuir outra fonte de rendimento, exceto
se decorrente de: (Redação dada pelo Decreto nº
6.722, de 2008).
I - benefício de pensão por morte, auxílio-acidente
ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor
benefício de prestação continuada da previdência
social;
II - benefício previdenciário pela participação em
plano de previdência complementar instituído nos
termos do inciso III do § 18 deste artigo;
III - exercício de atividade remunerada em período
de entressafra ou do defeso, não superior a cento e
vinte dias, corridos ou intercalados, no ano civil,
observado o disposto no § 22 deste artigo;
IV - exercício de mandato eletivo de dirigente
sindical de organização da categoria de trabalhadores
rurais;
V - exercício de mandato de vereador do município
onde desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de
cooperativa rural constituída exclusivamente por
segurados especiais, observado o disposto no § 22
deste artigo;
VI - parceria ou meação outorgada na forma e
condições estabelecidas no inciso I do § 18 deste
artigo;
VII - atividade artesanal desenvolvida com matéria-
prima produzida pelo respectivo grupo familiar,
podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem,
desde que, nesse caso, a renda mensal obtida na
atividade não exceda ao menor benefício de prestação
continuada da previdência social; e
VIII - atividade artística, desde que em valor mensal
inferior ao menor benefício de prestação continuada
da previdência social.
§ 9º Para os fins previstos nas alíneas “a” e “b” do
inciso V do caput, entende-se que a pessoa física,
proprietária ou não, explora atividade através de
prepostos quando, na condição de parceiro
outorgante, desenvolve atividade agropecuária,
pesqueira ou de extração de minerais por intermédio
de parceiros ou meeiros.
§ 10. O dirigente sindical mantém, durante o
exercício do mandato, o mesmo enquadramento no
Regime Geral de Previdência Social de antes da
investidura no cargo.
§ 11. O magistrado da Just iça Elei toral ,
nomeado na forma do inciso II do art. 119 ou III do §
1º do art. 120 da Constituição Federal, mantém o
mesmo enquadramento no Regime Geral de
Previdência Social de antes da investidura no cargo.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003)
§ 12. O exercício de atividade remunerada
sujeita a filiação obrigatória ao Regime Geral de
Previdência Social.
§ 13. Aquele que exerce, concomitantemente,
mais de uma atividade remunerada sujeita ao
Regime Geral de Previdência Social - RGPS é
obrigatoriamente filiado em relação a cada uma
dessas atividades, observada, para os segurados
inscritos até 29 de novembro de 1999 e sujeitos a
salário-base, a tabela de transitoriedade de que
trata o § 2º do art. 278-A e, para os segurados
inscritos a partir daquela data, o disposto no inciso
III do caput do art. 214. (Redação dada pelo Decreto
nº 3.452, de 2000)
§ 14. Considera-se pescador artesanal aquele
que, individualmente ou em regime de economia
familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou
meio principal de vida, desde que: 
I - não utilize embarcação; ou (Redação dada
pelo Decreto nº 8.424, de 2015)
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS16
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
II - utilize embarcação de pequeno porte, nos
termos da Lei nº 11.959, de 29 de junho de
2009. (Redação dadapelo Decreto nº 8.424, de
2015)
III - (Revogado pelo Decreto nº 8.424, de 2015)
§ 14-A. Considera-se assemelhado ao pescador
artesanal aquele que realiza atividade de apoio à
pesca artesanal, exercendo trabalhos de confecção e
de reparos de artes e petrechos de pesca e de reparos
em embarcações de pequeno porte ou atuando no
processamento do produto da pesca artesanal.
(Incluído dada pelo Decreto nº 8.499, de 2015)
§ 15. Enquadram-se nas situações previstas
nas alíneas “j” e “l” do inciso V do caput, entre
outros: (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de
1999)
I - o condutor autônomo de veículo rodoviário,
assim considerado aquele que exerce atividade
profissional sem vínculo empregatício, quando
proprietár io, co-propr ietár io ou promitente
comprador de um só veículo;
II - aquele que exerce atividade de auxiliar de
condutor autônomo de veículo rodoviário, em
automóvel cedido em regime de colaboração, nos
termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974;
III - aquele que, pessoalmente, por conta própria
e a seu risco, exerce pequena atividade comercial
em via públ ica ou de porta em porta, como
comerciante ambulante, nos termos da Lei nº 6.586,
de 6 de novembro de 1978;
IV - o trabalhador associado a cooperativa que,
nessa qualidade, presta serviços a terceiros;
V - o membro de conselho fiscal de sociedade
por ações;
VI - aquele que presta serviço de natureza não
contínua, por conta própria, a pessoa ou família, no
âmbito residencial desta, sem fins lucrativos;
VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros
ou registrador, titular de cartório, que detêm a
delegação do exercício da atividade notarial e de
registro, não remunerados pelos cofres públicos,
admitidos a partir de 21 de novembro de 1994;
VIII - aquele que, na condição de pequeno feirante,
compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou
assemelhados;
IX - a pessoa física que edifica obra de construção
civil;
X - o médico residente de que trata a Lei nº 6.932,
de 7 de julho de 1981. (Redação dada pelo Decreto
nº 4.729, de 2003)
XI - o pescador que trabalha em regime de
parceria, meação ou arrendamento, em embarcação
de médio ou grande porte, nos termos da Lei
nº 11.959, de 2009; (Redação dada pelo Decreto nº
8.424, de 2015)
XII - o incorporador de que trata o art. 29 da Lei
nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964.
XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do
Exército contratado em conformidade com a Lei
nº 6.855, de 18 de novembro de 1980; e (Incluído pelo
Decreto nº 3.265, de 1999)
XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em
conformidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de
1998.(Incluído pelo Decreto nº 3.265, de 1999)
XV - o membro de conselho tutelar de que trata
o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,
quando remunerado; (Incluído pelo Decreto nº 4.032,
de 2001)
XVI - o interventor, o liquidante, o administrador
especial e o diretor fiscal de instituição financeira de
que trata o § 6º do art. 201. (Incluído pelo Decreto nº
4.032, de 2001)
§ 16. Aplica-se o disposto na alínea “i” do inciso
I do caput ao ocupante de cargo de Ministro de
Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou Municipal,
sem vínculo efetivo com a União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, suas autarquias, ainda que
em regime especial, e fundações. (Incluído pelo
Decreto nº 3.265, de 1999)
§ 17. (Revogado pelo Decreto nº 8.424, de 2015)
§ 18. Não descaracteriza a condição de segurado
especial: (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de
2008).
I - a outorga, por meio de contrato escrito de
parceria, meação ou comodato, de até cinquenta por
cento de imóvel rural cuja área total, contínua ou
descontínua, não seja superior a quatro módulos
fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem
a exercer a respectiva atividade, individualmente ou
em regime de economia familiar;
II - a exploração da atividade turíst ica da
propriedade rural, inclusive com hospedagem, por
não mais de cento e vinte dias ao ano; (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
III - a participação em plano de previdência
complementar instituído por entidade classista a que
seja associado, em razão da condição de trabalhador
rural ou de produtor rural em regime de economia
familiar; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
IV - a participação como beneficiário ou integrante
de grupo familiar que tem algum componente que
seja beneficiário de programa assistencial oficial de
governo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
V - a utilização pelo próprio grupo familiar de
processo de beneficiamento ou industrialização
artesanal, na exploração da atividade, de acordo com
o disposto no § 25; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
de 2008).
VI - a associação a cooperativa agropecuária.
(Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 19. Os segurados de que trata o art. 199-A terão
identificação específica nos registros da Previdência
Social. (Incluído pelo Decreto nº 6.042, de 2007).
§ 20. Para os fins deste artigo, considera-se que
o segurado especial reside em aglomerado urbano
ou rural próximo ao imóvel rural onde desenvolve a
atividade quando resida no mesmo município de
situação do imóvel onde desenvolve a atividade rural,
ou em município contíguo ao em que desenvolve a
atividade rural. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
2008).
§ 21. O grupo familiar poderá utilizar-se de
empregado, inclusive daquele referido na alínea “r”
do inciso I do caput deste artigo, ou de trabalhador de
que trata a alínea “j” do inciso V, em épocas de safra,
à razão de no máximo cento e vinte pessoas/dia dentro
do ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou,
ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, à
razão de oito horas/dia e quarenta e quatro horas/
semana. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
MANUAL DE ESTUDOS MANUAL DE ESTUDOS17
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
§ 22. O disposto nos incisos III e V do § 8o deste
artigo não dispensa o recolhimento da contribuição
devida em relação ao exercício das atividades de que
tratam os referidos incisos. (Incluído pelo Decreto nº
6.722, de 2008).
§ 23. O segurado especial fica excluído dessa
categoria: (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
I - a contar do primeiro dia do mês em que: (Incluído
pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas
no inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do
disposto no art. 13, ou exceder qualquer dos limites
estabelecidos no inciso I do § 18 deste artigo;
b) se enquadrar em qualquer outra categoria de
segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência
Social, ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e
VIII do § 8o deste artigo, sem prejuízo do disposto no
art. 13; e (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
c) se tornar segurado obrigatório de outro regime
previdenciário; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de
2008).
II - a contar do primeiro dia do mês subsequente
ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que
pertence exceder o limite de: (Incluído pelo Decreto nº
6.722, de 2008).
a) utilização de trabalhadores nos termos do § 21
deste artigo; (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
b) dias em atividade remunerada estabelecidos
no inciso III do § 8o deste artigo; e (Incluído pelo
Decreto nº 6.722, de 2008).
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II
do § 18 deste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 6.722,
de 2008).
§ 24. Aplica-se o disposto na alínea “a” do inciso
V do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro
do produtor que participe da atividade rural por este
explorada. (Incluído pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
§ 25. Considera-se processo de beneficiamento
ou industrialização artesanal aquele realizado
diretamente pelo próprio produtor rural pessoa
física, observado o disposto no § 5o do art. 200,
desde que não esteja sujeito à incidência do
Imposto Sobre Produtos Industr ia l izados -
IPI.§ 26. É considerado MEI o empresário individual
a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 - Código Civil, que tenha auferido
receita bruta,

Outros materiais