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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA DISCIPLINA DE FUNDAMENTOS DE FISIOTERAPIA Prof.: Elaine Leonezi Guimarães Colaboradora: Millena Prata História e Evolução da Fisioterapia Mudanças na visão do trabalho em Fisioterapia Antiguidade Na Antiguidade (período compreendido entre 4.000 a.C. e 395 d.C.), havia uma forte preocupação com as pessoas que apresentavam “diferenças incômodas”, designadas doenças. A preocupação era eliminar estas doenças por meio agentes físicos (Sol, luz,calor,água e eletricidade), massagens e exercícios físicos. Os agentes físicos, por exemplo, a eletricidade do peixe elétrico, os movimentos humanos, a ginástica, eram um dos tipos de instrumentos utilizados. A preocupação nesta época era com a terapia, com o tratamento de morbidades que acometiam os homens (fisioterapia para tratamento). Idade Média Na Idade Média (período compreendido entre os séculos IV e XV), em todos os setores da sociedade predominou uma concepção de “organização providencial”, uma ordem social estabelecida no plano divino, onde as “diferenças incômodas” eram consideradas como algo a ser exorcizado. Os eventos naturais eram causados por interferência ou decisão divina, e os eventos negativos, por decisão demoníaca. Nesta época, com essas características, ocorreu uma interrupção no avanço dos estudos e da atuação na área da Saúde (fisioterapia ficou estagnada). Renascimento No Renascimento (período compreendido pelos séculos XV e XVI), por meio do movimento artístico e literário iniciado na Itália e depois difundido pela Europa, houve a retomada de estudos relativos ao cuidado com o corpo. Exercícos earam feitos para conservar um estado saudável já existente, para indivíduos enfermos cujo estado podia exacerbar-se e exercícios para sedentários. Nesta época, a preocupação e a atividade não eram dirigidas somente ao tratamento ou cuidado com o organismo lesado, há uma preocupação com a manutenção das condições normais já existentes com organismos considerados sãos (prevenção). Final do Renascimento Após 1550, o Renascimento na Itália começou a declinar. Na transição entre o Renascimento e o estabelecimento da Industrialização, diversos autores desenvolveram trabalhos relativos ao exercício físico, que influenciaram as formas de aplicação desse instrumento no mundo ocidental. Começaram a utilizar a cinesioterapia com a finalidade de manter uma saúde forte, tratar enfermidades, reeducar convalescentes e corrigir deformidades. A fisioterapia começava a se delinear como profissão. Industrialização Na Industrialização (período compreendido pelos séculos XVIII e XIX), as novas concepções de utilização das diversas formas de cuidado com o corpo que haviam 1 começado a surgir no Renascimento, sofreram, em seguida, alterações significativas com a industrialização. Momento caracterizado por um avanço na utilização de máquinas e uma transformação social determinada pelo produção em larga escala. Houve o desenvolvimento das cidades , bem como surgiram condições sanitárias precárias, jornadas de trabalho estafantes, e condições alimentares insatisfatórias que provocaram a proliferação de novas doenças. O surgimento de novas patologias e epidemias exigiram da medicina um desenvolvimento nos estudos. Nessa época parece que todos os estudos na área de saúde concentraram sua atenção ao "tratamento"das doenças e sequelas O abuso da exploração (utilização do trabalho infantil e jornadas de trabalho de 16 horas por dia) fazia eplodir as doenças, assim, os recursos de saúde que surgiam eram voltados para o atendimento do indivíduo doente. Surgia a idéia do atendimento hospitalar, e das especializações médicas. No início do século XX, o exercício físico e outras formas de atuação da fisioterapia são desenvolvidos com a preocupação voltada para tratamento de pessoas acometidas por doenças. No Brasil , a fisioterapia surgiu como uma forma de solução para os altos índices de acidentes de trabalho. No Brasil No Brasil, a utilização dos recursos físicos na assistência à saúde iniciou por volta de 1879, e seus objetivos eram voltados para assistência curativa e reabilitadora. Em 1929, o médico Dr. Waldo Rolim de Moraes instalou o Serviço de Fisioterapia do Instituto do Radium Arnaldo Vieira de Carvalho para dar assistência aos pacientes do Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, posteriormente organizou o Serviço de Fisioterapia do Hospital das Clínicas, e em 1951, o primeiro curso para a formação de técnicos em Fisioterapia. O surgimento deste profissional, como uma decorrência das grandes guerras, fez- se, fundamentalmente, para tratar de pessoas fisicamente lesadas. Naquela época (século XX) e naquelas circunstâncias, a preocupação principal era com a doença (lesões físicas e suas consequências), e não tinham a preocupação com prevenir problemas nas condições de saúde, manter boas condições de saúde ou promover melhores condições de saúde. No Brasil, o início da fisioterapia implantou-se como possibilidade de solução para os altos índices de acidentes de trabalho existentes, para curar ou reabilitar as vítimas desses acidentes, para integrá-las num sistema produtivo, ou, pelo menos atenuar seus sofrimentos. Seu objeto de trabalho era a doença. As 3 grandes categorias de atividade profissional que se implantaram e permaneceram como definição da atuação profissional em fisioterapia são: • Atenuar sofrimento • Recuperar condições de saúde perdidas • Reabilitar o indivíduo para a realização de certas atividades Algumas datas importantes: 1929 Criação e instalação do Serviço de Fisioterapia do Hospital das Clínicas em São Paulo 1945 Inauguração do Hospital Municipal Barata Ribeiro, assim começando um novo ciclo na história da Fisioterapia no Rio de Janeiro; lá já existiam alguns aparelhos de eletroterapia, hidroterapia e mecanoterapia 2 1947 Dr Camilo M. Abud organiza um moderno Serviço de Fisioterapia no Hospital Carlos Chagas em Marechal Hermes - Rio de Janeiro 1950 Criação da APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) 1951 O Dr. Waldo Rolim planejou o primeiro Curso de Fisioterapia do Brasil, patrocinado pelo Centro de Estudos Raphael Barros, cujo objetivo eram para formar técnicos em Fisioterapia até 1956. 1952 Inclusão da Cadeira de Fisioterapia na Faculdade de Ciências Médicas no Estado do Rio de Janeiro (fisioterapia como disciplina num curso superior de medicina) 1954 Os Doutores Valdemar Bianchi, Élvio Fuser e outros, fundaram a Sociedade Brasileira de Fisioterapia 1956 Osvaldo Pinheiro de Campos, Jorge Faria e Antonio Caio do Amaral, criam a primeira escola de reabilitação do Rio de Janeiro, com a finalidade de formar especialistas em Fisioterapia (curso superior de Fisioterapia) 1958 Inauguração do primeiro centro de reabilitação neurológica do país, “Centro de reabilitação Nossa Senhora da Glória”, por Raymundo Veras. 1959 É fundada a Associação Brasileira de Fisioterapias (ABF) e três anos mais tarde a entidade filiava-se a Word Confederation for Physical Therapy (que foi criada em Londres em 1948). Dr. Araújo Leitão, diretor do Serviço de Reabilitação do Instituto de Neurologia da Universidade do Brasil, viaja para a Europa onde conhece os métodos Doman-Delacato e Bobath para o tratamento de crianças com Paralisia Cerebral. 1963 O parecer 388 é um dos primeiros documentos oficiais que definem a ocupação do Fisioterapeuta e os limites do seu trabalho e de sua atividade, nesse parecer o fisioterapeuta é definido como auxiliar médico, e a execução de suas tarefasdevem ser desempenhadas sob a orientação e responsabilidade do médico, ao fisioterapeuta cabe executar técnicas, aprendizagens e exercícios, porém essas atividades só podem ser feitas pelo fisioterapeuta quando recomendadas pelos médicos, o parecer também define que o profissional é por definição um técnico em Fisioterapia mas que deve ter uma formação de nível superior, sendo que os mesmos deveriam ter a duração de três anos. Parecer aprovado pelo MEC. 1969 Os Ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, decretam a criação das profissões de FISIOTERAPIA, T. O. e seus auxiliares em 13 de outubro de 1969. O Decreto Lei 938 em seu Artigo 2o define que os fisioterapeutas diplomados por escolas e cursos reconhecidos são profissionais de nível superior e o artigo 3º define como sendo atividade privativa do Fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicas com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente. O artigo 5º apresenta outras atividades que poderão ser exercidas pelo fisioterapeuta como: I) Dirigir serviços em órgãos e estabelecimentos públicos ou particulares, ou 3 assessorá-los tecnicamente II) Exercer o magistério nas disciplinas de formação básica ou profissional, de nível superior e médio. III) Supervisionar profissionais e alunos em trabalhos técnicos e práticos 1975 O Presidente Ernesto Geisel cria o Conselho Federal de Fisioterapia (COFFITO) e o Conselho Regional de Fisioterapia e T.O. (CREFITO), através da Lei 6316 de 17/12/1975 1978 Resolução COFFITO 10 - Foi aprovado o Código de ética Profissional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. 1994 Através do Decreto 90.640 de 19/12/1994, tivemos a identidade profissional reconhecida no Serviço Público Federal. Decreto 90.640 – dá o direito do fisioterapeuta AVALIAR, ORIENTAR, PRESCREVER e COORDENAR A FISIOTERAPIA na saúde pública em geral. Através da Lei Federal 8856 Fixa a jornada de trabalho em 30 horas semanais. Atualmente, os níveis de aplicação das ações de saúde em fisioterapia são: - Nível 1: promoção da saúde - Nível 2: proteção específica - Nível 3: diagnóstico e tratamento - Nível 4: limitação do dano - Nível 5: reabilitação. Atualmente, segundo a ABF é definida: “A Fisioterapia é uma ciência da saúde, destinada ao estudo, à prevenção e ao tratamento dos distúrbios da cinesia funcional”. O Fisioterapeuta é regido pelo seu Código de Ética, o qual diz que as responsabilidades por ele assumidas garantem à população uma atenção terapêutica plena, centrada na ética e na dignidade profissional e humana. A Fisioterapia é uma ciência aplicada cujo objeto principal de estudo é o movimento humano. A Fisioterapia utiliza conhecimentos e recursos próprios com os quais, considerando as condições sociais psíquicas, físicas e mentais, busca promover, tratar e recuperar a saúde do cliente. - Referências Bibliográficas: MARQUES, A.P. & SANCHES, E.L. (1994). Origem e evolução da fisioterapia: Aspectos Históricos e Legais. Revista Fisioterapia. Univ. São Paulo, 1(1): 5-6 jul/dez. REBELATTO, J. R. e BOTOMÉ, S. P. (1999). Fisioterapia no Brasil: Fundamentos para uma Ação Preventiva e Perspectivas Profissionais. 2a edição, São Paulo: Manole REBELLATO, J.R.; BOTOMÉ, S.P.(2004). Fisioterapia no Brasil. 3 ed. São Paulo: Manole. 4
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