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Transformações pós modernas: na tecnologia, na estrutura 
social, no trabalho das pessoas e nas organizações 
[Ano] 
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estrutura social, no trabalho das pessoas e nas organizações 
 
 
 
Transformações pós modernas: na tecnologia, na estrutura social, 
no trabalho das pessoas e nas organizações 
MATERIAL TEÓRICO 
 
 
 
 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Profa Dra Vilma Silva Lima 
 
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Unidade: Transformações pós modernas: na tecnologia, na 
estrutura social, no trabalho das pessoas e nas organizações 
“A cada dia acordamos mais ignorantes e indefesos” 
(SANTOS, 1997, p. 20) 
 
Introdução 
Analisar as profundas transformações pelas quais a sociedade é tarefa 
de grande relevância e pesquisadores e profissionais de diversas áreas 
dedicam-se a decifrar as tendências para o futuro a partir das constatações do 
presente e estudo do passado. Segundo ALVARENGA (2006, 267) “Há uma 
concordância geral nos ambientes empresariais, pelo menos no plano teórico, 
que se preparar hoje para o amanhã, para inovar, antes que a organização se 
sinta desconfortável, é premissa irrevogável”. A aceleração do tempo e os 
deslocamentos que ocorrem na estrutura social e produtiva afetam a vida de 
grande parte dos cidadãos do mundo, principalmente daqueles inseridos na 
virtualidade das relações mediadas pelas tecnologias da informação e da 
comunicação, elo essencial para o trabalho, a diversão e o consumo nos 
espaços públicos e privados que acessam as redes. 
Tais alterações na dinâmica social e do trabalho fazem parte do que se 
passou a denominar pós-modernidade. Nela tem-se insistido na necessidade 
de que sejam criados espaços criativos e ambientes colaborativos para 
estimular e fazer fluir as idéias e o conhecimento, hoje disseminado por 
diversos meios no que se convencionou caracterizar como sociedade do 
conhecimento. ALVARENGA (2006, 267), pergunta: “O que a organização 
precisa para dispor da informação, criar conhecimento e fazer acontecer a 
aprendizagem organizacional? A resposta aponta para aqueles que, na cultura 
organizacional, se dispõem ao aprendizado e desafiam a ordem estabelecida 
ousando buscar o novo. Para HILL, 2003) “... sempre que o ambiente 
competitivo fica mais complexo, a organização para sobreviver, precisa adaptar 
seus colaboradores de todos os níveis, ao futuro”. No planejamento 
organizacional desvendar o futuro é tarefa à qual se dedicam todos os 
participantes que, em rede, fazem novas idéias prosperarem e se 
transformarem em produtos e serviços. 
 
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1.1. Mudança: palavra de ordem na sociedade do conhecimento 
 
Na contemporaneidade ou para outros na era do conhecimento as 
diversas transformações ocasionadas pelas novas tecnologias da comunicação 
e da informação trazem novos cenários organizacionais, exigindo das pessoas 
desafios e competências rápidas para manterem-se atualizadas e 
produtivas. 
A tecnologia invadiu todas as áreas do mundo produtivo e corporativo, 
provocando a reestruturação de todo o sistema capitalista através da 
instantaneidade dos negócios e da economia globalizada (ORTEGA & LÓPEZ 
1997). Nesse contexto um paradoxo vem se intensificando: na medida em que 
as redes e relações virtuais tornam-se cada vez mais densas e eficazes, cresce 
o isolamento da consciência individual e o desconhecimento do próximo. 
Nas organizações esse paradoxo pode ser bastante observado principalmente 
nas comunicações feitas via e-mail, muitas vezes, pessoas que nunca se viram 
ou se encontraram, trocam, diariamente, mensagens e estabelecem relações 
tão próximas que podem até confundir os espaços reais e virtuais. O crítico 
social Slouka (1995) condena a desumanização das relações sociais trazida 
pelos computadores, pois, segundo ele a vida on-line parece ser uma maneira 
fácil de fugir da vida real. 
A globalização e, principalmente, as novas tecnologias de informação e 
comunicação (TICs), trouxeram um redimensionamento do espaço 
organizacional, a partir da interatividade e interconectividade dos indivíduos, 
alterando também as relações de tempo-espaço e as mediações culturais. 
Podemos afirmar que vivemos em uma sociedade no qual as relações estão 
pautadas pela conexão ou falta de conexão dos indivíduos às redes que 
constituem o mundo. 
 
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Segundo Romero e Nunes1, a sociedade e conseqüentemente as 
empresas, vivem a era de constantes mudanças e de paradoxos importantes: 
a) inteligência - a maior riqueza do ser humano e das organizações, 
porém não pode ser vendida, comprada ou possuída pelas 
empresas; 
b) tempo – a noção de tempo é fluida – o tempo intemporal passou a 
substituir o tempo cronológico; 
c) produtividade – o empresário querendo que o empregado trabalhe 
mais e ganhe menos e o empregado querendo trabalhar menos e 
ganhar mais; 
d) espaço – (real virtual / global local) o mundo mediado pelas TICs 
não pode ser tocado, no entanto, tem sua existência comprovada 
todos os dias, a cada negócio feita pela Internet, a cada 
conversa on-line entre duas pessoas que estão em lugares 
completamente distantes; 
e) indivíduo – que precisa do grupo para construir sua individualidade 
e ao mesmo tempo que faz parte do grupo tem uma identidade 
grupal . 
Para RABINOVICI (1996,p12), 
,,,a corrida para a colonização do ciberespaço já começou. 
Os países que quiserem ser competitivos têm que investir 
numa infra-estrutura nacional de informação como 
investiram em portos, frotas de navios, ferrovias e rodovias. 
Isso posto podemos concluir que a sociedade atual vive um “tempo de 
mudança”, em função da revolução tecnológica e informacional, que vem 
transformando nosso modo de pensar, comunicar, viver, produzir e consumir, 
atingindo ao mesmo tempo diferentes pessoas em diferentes espaços, 
constituindo uma economia global, planetária, uma cultura de 
virtualidade real, que integra diversas culturas em um único universo 
eletrônico – o ciberespaço, com suas conseqüências positivas e negativas 
(CASTELLS, 2001). 
 
1
 Sonia Mara Romero M.sc. Sergio da Costa Nunes; Sergio da Costa Nunes – Em: A 
Subjetividade nas Organizações: a pessoa como ser bio-psico-social na época da Tecnologia 
da informação http://www.aedb.br/seget/artigos07/1215_SEGET0701Sujetiv.pdf. 
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1.2. Mudança estrutural e conceitual no trabalho: flexibilidade e 
participaçãoAo longo do Século XX foram forjados modelos de administração de 
negócios e da produção baseados em valores e processos diversos. Partindo 
do padrão taylorista/fordista do início do século estudiosos buscaram adaptar o 
processo produtivo às características de cada período, principalmente aquelas 
relacionadas ao ambiente tecnológico, econômico e político e seus reflexos 
para as relações no mundo do trabalho. 
Há que se ter como referência, nos campos político e econômico, dois 
marcos definidores: o primeiro é o estado de bem-estar social dos anos 
dourados vividos nos anos posteriores à segunda guerra mundial como 
principal orientação à reconstrução das economias destruídas pela guerra nos 
padrões capitalistas, em oposição aos valores socialistas. A Guerra Fria definia 
os dois campos em disputa e estimulava a concorrência para o futuro. O 
segundo marco, o neoliberalismo, tem início nos anos 1970 e se torna 
hegemônico na década de 1980, com o fim do campo socialista e a ascensão 
das políticas preconizadas desde os anos 1940 por RAIECK e atualizadas por 
Milton Friedman. 
Mudam, fundamentalmente, dois aspectos: o papel do Estado e as 
relações nos ambientes organizacionais. Os valores dos novos tempos pouco 
têm em comum com a situação vivida pelas organizações e seus sujeitos no 
período da primeira e segunda revoluções industriais. No ambiente competitivo 
do século XXI o Estado neoliberal tende a interferir menos no processo 
produtivo, cabendo à sociedade civil e ao mercado a realização das atividades 
em todos os segmentos. 
A cultura organizacional acelera o processo de adaptação ao novo 
ambiente e busca inserir as organizações na diferentes realidades forjadas no 
mundo globalizado. Como observa MARCHIORI (2006, 207), 
 
 
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Se organização é uma instituição social constituída de pessoas 
e definida pelos seus papéis e relacionamentos, é fundamental 
a existência de ambientes de trabalho que preservem a 
satisfação do funcionário e o respeito ao ser humano. Assim, 
quanto maior for o envolvimento do funcionário com a 
organização maior será seu comprometimento. 
A centralidade atribuída à satisfação do funcionário em sua participação 
na organização levou profissionais de recursos humanos, marketing e 
planejamento estratégico à criação de programas específicos para a captação 
de talentos e sua retenção. Segmentos empresariais e a mídia consolidaram 
práticas voltadas ao reconhecimento e ao estímulo à melhoria das condições 
de trabalho, remuneração e qualificação dos colaboradores. Mais que oferecer 
emprego ou trabalho, empresas, instituições e analistas dos diversos 
segmentos apresentam à sociedade propostas globais que pretendem expor a 
visão das organizações acerca de sua relação com seus funcionários. 
A criação de rankings como “Melhores empresas para se trabalhar” e 
pesquisas internas com o objetivo de medir os índices de satisfação do público 
interno fazem parte desse contexto, que inclui a elaboração de planos de 
endomarketing voltados especificamente a esse público. 
O viés buscado por tais ações é o de construir um relacionamento 
menos tenso e de oposição entre capital e trabalho e mais colaborativo no 
sentido de convencer os funcionários a participar ativamente da construção de 
estratégia e definição de metas para todos os segmentos corporativos, o que 
diminui a necessidade de controle e flexibiliza diversos aspectos das relações 
hierárquicas. Há uma tendência a que existam menos níveis hierárquicos e 
maior proximidade entre as diversas áreas com a utilização das TICs como elo 
fundamental nas relações de trabalho e no fluxo das novas idéias, cada vez 
mais valorizadas como elemento de manutenção da competitividade e da 
criação de novos produtos e serviços. 
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Na sociedade do conhecimento o controle é substituído pelo 
convencimento e pela participação ativa de todos em busca de resultados. 
Interpretações de clássicos do cinema como Metropolis de Fritz Lang e 
Tempos Modernos de C. Chaplin, que caracterizam o trabalho fragmentado e a 
ausência de integração entre as diversas partes das corporações dão lugar a 
ambientes nos quais os colaboradores se identificam com os valores das 
organizações, modificando substancialmente as relações que se estabelecem 
no interior destas. 
Parte da letra de uma canção da MPB diz que “A vida é trabalho. E sem 
o seu trabalho, o homem não tem honra”. O conjunto dos atores sociais 
responsáveis pela produção e circulação de bens e serviços participa da vida 
no trabalho como seu principal elemento de ligação com a realidade e, com 
isso, a importância do trabalho para a realização pessoal e construção da 
felicidade é cada vez maior em uma sociedade na qual as relações familiares 
não garantem identidade aos indivíduos. 
 
 
 
 
 
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 Anotações 
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Referências 
 
SLOUKA, Mark. War of the Worlds: Cyberspace and the High-tech Assault 
on Reality. Nova York: Basic Books, 1995. 
 
CASTELLS, M. La era de la Información: economía, sociedad y cultura – el 
poder de la identidad. 5.ed. Madrid: Alianza, 2001a. v. 2. 
 
BOGART, Léo; GRAHAM, Stephen; MORENO, Julio e ABINOVICI, Moisés. 
São Paulo, Agência Estado, 1996.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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