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Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 SÍNDROME EDEMIGÊMICA - Edema é definido como acúmulo de líquido no espaço intersticial Fisiopatologia Equilíbrio de Starling (Condições fisiológicas) - Pressão hidrostática, na extremidade arteriolar do leito capilar > pressão oncótica do plasma. - Esse gradiente de pressão faz com que haja fluxo de fluido do intravascular para o interstício. - Ao longo do capilar, a pressão hidrostática ↓ + saída do fluido intravascular ↑ [] proteínas intracapilares ↑ da pressão oncótica - Inversão do gradiente de pressão na extremidade venosa pOncótica > pHidrostática. - O eventual excesso de líquido no espaço intersticial será drenado através dos vasos linfáticos - Volume de Sangue Arterial Efetivo (VSAE): Representa o volume de sangue necessário para manter o retorno venoso, a perfusão tecidual e o débito cardíaco dentro dos valores normais. - O VSAE depende do volume de sangue ejetado pelo coração (volume sistólico), que é diretamente influenciado pelo retorno venoso, que, por sua vez, depende do tônus das grandes veias e, principalmente, do volume de sangue intravascular. - A redução do VSAE ativará os mecanismos de controle de volume no sentido da retenção renal de água e sódio Edema Generalizado - Aferição sequencial do peso corporal - Acompanhados do aumento do peso - Estima-se que sejam necessários cerca de 4-5% de ↑ do peso corpóreo para que o edema seja clinicamente detectável Cacifo - Intensidade máxima (++++) é atribuída a edemas que formam depressões maiores ou iguais a uma polpa digital - Caso a depressão desapareça < 15 seg, suspeita-se de ↓pressão oncótica, ou seja, hipoalbuminemia. - Tempos >15 seg sugerem edema secundário ao ↑ da pressão hidrostática Principais causas ◦ Síndrome nefrítica ◦ Síndrome nefrótica ◦ Pielonefrite Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 ◦ Insuficiência Cardíaca ◦ Cirrose hepática e Hepatite Crônica ◦ Desnutrição proteica ◦ Fenômenos angioneuróticos (edema alérgico) ◦ Gravidez ◦ Toxemia gravídica ◦ Obesidade ◦ Hipotireoidismo ◦ Medicamentos ◦ Outros Unilateral Bilateral Classificação Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 Diagnóstico e Exames ARRITMIAS Uma arritmia cardíaca é uma anormalidade na frequência, regularidade ou na origem do impulso cardíaco, ou uma alteração na sua condução causando uma sequência anormal da ativação miocárdica. Classificação Bradiarritmias - Alterações da frequência e/ou ritmo cardíaco que cursam com resposta ventricular baixa. - Pode ser Absoluta: FC < 50-60 bpm; ou Relativa: FC 65-70 bpm em situações de ↑demanda, como insuficiência cardíaca descompensada ou choque séptico 1. Bradicardia Sinusal - FC < 50 bpm - Intervalo PR encontra-se proporcionalmente aumentado, quando comparado ao intervalo PR em uma frequência cardíaca maior - Causas: * Tônus vagal excessivo: durante vômitos ou quadros vasovagais; situações como passagem de sonda nasogástrica; durante o sono em pessoas hígidas; * Tônus simpático deprimido; * Efeito de medicações que deprimem o nó sinusal: betabloqueadores, bloqueadores de canal de cálcio, amiodarona, propafenona, lítio etc.; * Doença do nó sinusal; * Condições sistêmicas diversas (meningite, tumores de SNC com hipertensão intracraniana, hipóxia severa, hipotermia, hipotireoidismo, sepse por germes Gram -); * Infarto agudo do miocárdio (IAM) (10 a 15% dos casos): geralmente ocorre nas primeiras horas, é transitório e mais associado aos IAM de parede inferior. Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 - Quadro Clínico * Geralmente é benigno. * Pode inclusive favorecer a hemodinâmica, produzindo > tempo de diástole e enchimento ventricular. * Eventualmente associa-se a síncope vasovagal (resposta cardioinibitória) 2. Arritmia Sinusal - Onda P tem orientação normal e mantida, porém, o ritmo cardíaco é irregular - Variabilidade do intervalo R-R > 20% ou quando o maior ciclo é mais de 120 ms mais longo que o menor ciclo - Causas * Fisiológica: a causa mais frequente é a respiratória, melhor evidenciada em crianças (P-P diminui com inspiração); * Patológica: doença do nó sinusal; * Medicamentosa: digitais, opióides. - Quadro Clínico * Raramente provoca sintomas. 3. Parada Sinusal - Longos períodos sem onda P no ECG. Estes períodos não são múltiplos do intervalo R-R normal. - Quando longas, tais paradas sinusais são interrompidas por batimentos de escape - Causas * Tônus vagal excessivo; * IAM (geralmente inferior); * Doenças degenerativas (doença do nó sinusal); * Hipersensibilidade do seio carotídeo (com resposta cardioinibitória: assistolia > 3 seg durante estímulo do seio carotídeo); * Efeito de drogas: digital; * Apneia do sono. - Quadro Clínico * Geralmente os pacientes são assintomáticos se houver escape que previna assistolia e se a bradicardia/pausa não precipitar uma taquiarritmia 4. Bloqueios Atrioventriculares - Distúrbios da condução elétrica dos átrios para os ventrículos, causados por alterações do nó AV - Podem se caracterizar por atrasos da condução, falhas contínuas ou intermitentes, ou mesmo ausência total de condução AV. - Podem ser temporários ou permanentes; - Para avaliação deste tipo de distúrbio no ECG, a análise deve focar a relação entre ondas P e complexos QRS e o intervalo PR Tipos Bloqueio AV de 1º grau (BAV1): - Caracteriza-se por um atraso mantido da condução para os ventrículos. - Este intervalo atrioventricular pode aumentar em condições de bradicardia, porém o intervalo PR > 0,20 s em um adulto com frequência cardíaca normal constitui diagnóstico. - Aumento do intervalo PR > 0,2 segundos. Toda onda P, entretanto, leva à condução de um QRS. - Causas * Pode ocorrer em condições fisiológicas, como durante o sono. Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 * Pode ser resultado de processos degenerativos, miocardiopatias (chagásica ou isquêmica) ou mesmo efeito de drogas que agem sobre o sistema de condução cardíaco. * Pode ocorrer em crianças saudáveis, em atletas bem treinados, em vagotônicos e de forma transitória no contexto de IAM inferior com acometimento de ventrículo direito - Quadro Clínico * Atletas ou pessoas mais vagotônicas podem apresentar BAV1 assintomático. Bloqueio de 2º grau: - Divide-se em tipo I e II de Mobitz. * No tipo I há um aumento progressivo do intervalo PR até que não ocorra condução de uma onda P, quando, então, o mecanismo é reiniciado. * No tipo II ocorre uma condução do tipo “tudo ou nada”, isto é, a interrupção de condução no nó AV é brusca e é intercalada com conduções normais da onda P em nº variável. Bloqueio de 3º grau ou BAV total - Interrupção completa da passagem do estímulo e ocorre uma dissociação entre a condução atrial e os ventrículos, que assumem ritmos independentes - Intervalos mantidos entre os intervalos PP e R-R, porém sem guardar qualquer relação entre eles. - A frequência ventricular geralmente oscila em torno de 40 bpm - Causas * Reflexo vagotônico excessivo (BAVT nodal), cirurgia, distúrbios eletrolíticos * Miocardites, doença de Chagas, doenças autoimune, processos infiltrativos, estenose aórtica calcificada. * Em crianças, a principal causa é congênita. Esses pacientes têm mortalidade ↑ no período neonatal, com ↓ taxa de complicações durante infância e adolescência e posterior risco, na vida adulta, de síncope relacionadaao BAVT (síndrome de Stoke Adams), principalmente naqueles com Frequência de Escape < 50 bpm Taquiarritmias Taquicardias Supraventriculares - Porções do coração localizadas acima do feixe de His (átrios, na junção atrioventricular ou numa via acessória). 1. Taquicardia Sinusal - Pode ocorrer em resposta a um estímulo fisiológico (exercício, estresse emocional) ou como consequência de um estímulo excessivo (hipertireoidismo, uso de medicações adrenérgicas, atropina ou aminofilina); - ECG: FC > 100 bpm, acompanhada por onda P com morfologia idêntica à do ritmo sinusal 2. Taquicardia Atrial - Frequentemente benigna, com a possível exceção das formas incessantes que podem levar à taquicardiomiopatia; Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 - ECG: Onda P pode possuir uma morfologia distinta da sinusal, com freq. atrial de 100-250 bpm. Durante a arritmia, uma linha isoelétrica está usualmente presente entre as ondas P, podendo distinguir a taquicardia atrial do flutter atrial 3. Fibrilação Atrial - A prevalência na população geral é 0,4%, sendo maior com a progressão da idade, chegando a 6% na população acima de 80 anos; - O risco de AVC em um paciente com fibrilação atrial (FA) é de cerca de 5% ao ano, o que é 2-7 vezes > que na população sem esta arritmia; - Pode estar relacionada a condições temporárias, incluindo ingesta alcoólica, cirurgia torácica ou cardíaca, choque elétrico, infarto do miocárdio, pericardite, miocardite, embolia pulmonar ou outras patologias pulmonares, hipertireoidismo e distúrbios metabólicos. Quadro Clínico - Pode ser sintomática ou assintomática, dependendo do estado funcional do paciente, da resposta ventricular, da duração da arritmia e da percepção individual. - Sintomas mais frequentes: Palpitações, dor torácica, piora da insuficiência cardíaca, fadiga, tontura e síncope ECG: - Ausência da onda P, presença de atividade atrial rápida e irregular, de baixa amplitude (ondas “f” ausentes ou Ondas “f” ausentes ou < 1 mm), numa frequência entre 350-600 bpm 4. Flutter Atrial Ocorre, em geral, de maneira paroxística e transitória, e, mais raramente, como arritmia crônica; ECG: - Ondas de ativação atrial (ondas F) rápidas, negativas nas derivações inferiores, com aspecto morfológico em “dentes de serra” mais visível nas derivações inferiores (D2, D3 e AVF) e em V1 e com frequência de aproximadamente 250-350 m/s Taquicardias Ventriculares 1. Taquicardia ventricular sustentada monomórfica - O ritmo ventricular tem morfologia uniforme, frequência > 100 bpm e duração>30s; 2. Taquicardia ventricular sustentada polimórfica - Mostra ritmo ventricular com QRS de morfologia variável, frequência > 100 bpm e duração > 30s; 3. Taquicardia ventricular não sustentada - Apresenta ritmo ventricular repetitivo, com 3 ou mais batimentos consecutivos, autolimitado, com duração < 30s e FC > 100 bpm; 4. Taquicardia ventricular tipo torsades de pointe - Trata-se de taquicardia com QRS largo, polimórfica, autolimitada, com QRS “girando” em torno da linha de base. - Geralmente, é precedida por ciclos: longo-curto (extra-sístole batimento sinusal- extra-sístole) e QT longo, que pode ser congênito ou secundário a fármacos Quadro Clínico (1-4): - Palpitações, Dor torácica (85% têm anatomia cardíaca anormal); - Sintomatologia nas taquicardias ventriculares é variada, mas geralmente está presente e associada a risco de morte, especialmente nos pacientes com cardiopatia estrutural; - Pré-síncope e síncope, ↓ débito, congestão pulmonar e mesmo parada cardiorrespiratória são manifestações clínicas possíveis Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 Fibrilação Ventricular ECG: - Ondas bizarras, caóticas, de amplitude e frequência variáveis. - Este ritmo pode ser precedido de taquicardia ventricular ou torsades de pointes, que degeneraram em fibrilação ventricular; Quadro Clínico - Corresponde à parada cardiorrespiratória. - É a causa arrítmica mais comum de morte súbita após infarto do miocárdio SÍNDROME METABÓLICA A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina INSUFICIÊNCIA CARDÍACA - Definida como um estado de inadequação da capacidade cardíaca em fornecer perfusão adequada para as demandas periféricas ou ainda quando o coração consegue fornecer um débito adequado, mas à custa de uma pressão de enchimento ventricular aumentada. - É uma síndrome complexa e que resulta de qualquer dano estrutural ou funcional do pericárdio, miocárdio, endocárdio, valvas ou grandes vasos, além de certas desordens metabólicas. - IC não é sinônimo de cardiomiopatia ou de disfunção de ventrículo esquerdo. - No Brasil, a principal etiologia da IC é a cardiopatia isquêmica crônica associada à HAS Classificação Quanto ao Débito Cardíaco IC de Baixo Débito - Maioria dos casos - Disfunção sistólica do VE ↓ DC Hipoperfusão tecidual - Nas fases iniciais, DC pode ser normal no repouso, mas não há aumento durante esforço físico - Nas fases avançadas, há ↓DC mesmo em repouso - Taquicardia sinusal no esforço físico ↓ tempo de diástole Comprometimento do enchimento ventricular - Todas as cardiomiopatias intrínsecas que causam ICC Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 IC de Alto Débito - Ocorre nas condições que exigem ↑ trabalho cardíaco Atender demanda metabólica (tireotoxidose, anemia grave) ou pelo desvio de sangue arterial para o venoso por fistulas arterio- venosas (beribéri, sepse, cirrose, hemangiomas) - ↑DC não supre a necessidade metabólica (↑requisição da função cardíaca) - Ex: Demanda de DC > 15L/min, mas a capacidade é de 7L/min Quanto ao lado do coração afetado Insuf. Cardíaca Esquerda - Disfunção do “coração esquerdo”, geralmente por insuficiência ventricular E - Congestão pulmonar: Dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna - Causas: IAM, cardiopatia hipertensiva (sobrecarga ventricular), doença valvar (↑pressão) Insuf. Cardíaca Direita - Disfunção do “coração direito”, geralmente por insuficiência ventricular D - Congestão sistêmica: Turgência jugular patológica, hepatomegalia, ascite, edema de membros inferiores) - Causas: Cor Pulmonale (DPOC, obesidade mórbida, pneumopatias, tromboembolismo pulmonar, hipertensão pulmonar primária), Infarto de VD e miocardiopatias Insuf. Cardíaca Biventricular - Disfunção de todo o coração - Congestão pulmonar e sistêmica - Geralmente, começa com IVE e evolui pra IVD Quanto ao mecanismo fisiopatológico Insuf. Cardíaca Sistólica - ↓ capacidade contrátil do miocárdio - Disfunção sistólica Dilatação ventricular (Marco laboratorial: FE ≤ 50%) - 2 consequências: ↓DC e ↑do volume de enchimento ↑pressão de enchimento Congestão - Causas: IAM, isquemia miocárdica, fase dilatada da cardiopatia hipertensiva Insuf. Cardíaca Diastólica - Contração miocárdica normal (FE > 50%) - Restrição patológica ao enchimento diastólico ↑pressões de enchimento ↑pressão venocapilar Congestão - Alteração no relaxamento muscular e/ou ↓complacência ventricular - Hipertrofia muscular concêntrica (com ↓ cavidade) - Causas: Fase hipertrófica da cardiopatia hipertensiva e cardiomiopatia hipertrófica Mecanismos Compensatórios - Lei de Franklin-Starling: Quanto > volume, > débito sistólico e a fração de ejeção - ↑volume Distensão dos sarcômeros Maior interação entre actina e miosina Dilatação do ventrículo ↑Pré-carga (Volume diastólicofinal) Evita a ↓ DC - Déficit de contratilidade Dilatação se instala progressivamente * Esvaziamento incompleto do ventrículo * Hipervolemia decorrente de retenção de Na+ e água pelos rins (depende da ativação do sist. Renina-Angiotensina Hipoperfusão renal) - ↑ excessivo da pré-carga dificulta a performance ventricular Desestruturação mecânica das fibras ↑pressões de enchimento e ↓débito sistólico Contratilidade dos Miócitos Remanescentes - Inotropismo é modulado pelo sistema adrenérgico (noradrenalina e adrenalina – receptores β1 e α1) - ↓DC Receptores arteriais Ativa SN Simpático β1 e α1 ↑Contratilidade dos cardiomiócitos que ainda não foram lesados Inicialmente, compensado Hipertrofia Ventricular Esquerda - ↑massa de miocárdio ventricular Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 - Principal mecanismo compensatório inicial nos casos de ↑volume e pressão ventriculares - ↑pressão (hipertensão arterial, estenose aórtica) Hipertrofia concêntrica - ↑volume (regurgitações valvares) Hipertrofia excêntrica - Hipertrofia: ↑ nº sarcômeros ↑capacidade contrátil - Angiotensina II Indutor de hipertrofia Aumento da Freq. Cardíaca - O que não pode ser compensado pelo ↑ débito sistólico, pode ser alcançado por meio da freq. Remodelamento Cardíaco - Mediadores neuro-humorais que mantem o paciente compensado passam a exercer efeito deletério sobre a própria função miocárdica - ↓ DC Barorreceptores periféricos ↑ tônus adrenérgico ↑ Adrenalina estimula diretamente a liberação de Renina, porém principal estímulo é a Hipoperfusão Renal (↓Na+ filtrado que alcança a mácula densa e hipodistensão da arteríola aferente) - Angiotensina e Aldosterona também possuem o efeito de estimular a produção ou inibir a receptação de Noradrenalina - Alteração na forma e função do miócito, degeneração e fibrose intersticial Remodelamento a) Noradrenalina - Receptores β1 e β2 Injúria do miócito (alongado e hipofuncionante, pode ter apoptose) - Down regulation de β-adrenérgicos b) Angiotensina II - Receptores AT1 - Apoptose do miócito, proliferação de fibroblastos, liberação local de noradrenalina e da própria angiotensina c) Aldosterona - Receptores citoplasmáticos - Hiperproliferação de fibroblastos Quadro Clínico - Edema generalizado - Clinicamente, é um edema gravitário por excelência, por causa da pressão venosa ↑ nas extremidades ↑em ortostase - História de dispnéia progressiva, que se inicia aos grandes esforços e culmina com ortopnéia; - Episódios de dispnéia paroxística noturna; - Nictúria, hemoptise, tosse ou cianose; Antecedentes pessoais de doenças cardíacas (Chagas, doença isquêmica do miocárdio, miocardiopatias, hipertensão arterial e febre reumática entre muitas outras) Exame físico - Taquicardia com ritmo de galope - 3° bulha, desvio do ictus cordis, estase jugular - Estertores pulmonares crepitantes, derrame pleural - Hepatopatia Congestiva * Dolorosa (distensão da cápsula hepática) * Casos agudos descompensados de IVD Congestão hepática grave * Manifesta como hepatite aguda (icterícia, hiperbilirrubinemia, ↑ transaminases e Insuf. Hepática) Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 Estágios Estágio A - Inclui pacientes sob risco de desenvolver insuficiência cardíaca, mas ainda sem doença estrutural perceptível e sem sintomas atribuíveis à insuficiência cardíaca. Estágio B - Pacientes que adquiriram lesão estrutural cardíaca, mas ainda sem sintomas atribuíveis à insuficiência cardíaca. Estágio C - Pacientes com lesão estrutural cardíaca e sintomas atuais ou pregressos de insuficiência cardíaca. Estágio D - Pacientes com sintomas refratários ao tratamento convencional, e que requerem intervenções especializadas ou cuidados paliativos Diagnóstico - Maioria das vezes é clínico Critérios Clínicos de Framighan Maior - Edema agudo de Pulmão - Dispneia Paroxistica Noturna - Estertores Pulmonares Alterações Pulmonares - Turgência jugular patológica - Refluxo Hepatojugular - PVC > 16 cmH2O Alterações em Veia Jugular - Cardiomegalia no RX - 3ª bulha - Perda de peso > 4,5kg em resposta ao tratamento Miscelânia Menor - Edema maleolar bilateral - Hepatomegalia - Derrame pleural Congestão sistêmica - Dispneia aos esforços - Tosse noturna Alterações pulmonares - Capacidade vital < 1/3 que o previsto - FC> 120 bpm Miscelânea Diagnóstico de ICC: - 2 maiores OU - 1 maior + 2 menores Exames complementares - Inespecíficos: RX e ECG - Específicos: BNP, eco-Doppler, cateterismo cardíaco, cintilografia Gated) - São necessários na maioria dos pacientes e incluem: ECG, raio X de tórax, eletrólitos, função renal, exames para auxílio diagnóstico e prognóstico (peptídeos natriuréticos e troponinas) e conforme a suspeita clínica (p. ex., de fatores precipitantes da descompensação). Raio X de Tórax - Cardiomegalia - Campos pulmonares com sinais de congestão * Inversão do padrão vascular (veias mais proeminentes nos ápices que nos lobos inferiores) * Infiltrados intersticiais bi ou unilaterais devido ao edema * Derrame pleural * “Tumor fantasma” (Derrame incisural arredondado) Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 ECG - Alterações inespecíficas e dependem da doença subjacente - ECG normal ICC improvável BNP (Peptídeo Natriurétrico Cerebral) - Investigar se a dispneia é uma pneumopatia ou cardiopatia - BNP produzido pelos cardiomiocitos dos ventrículos em resposta ao estiramento - Valores > 100pg/mL ICC provável - Valores > 400pg/mL IC sintomática Conduta - Em geral, pacientes congestos e bem perfundidos são tratados com furosemida IV e vasodilatador oral (p. ex., captopril). - Pacientes muito congestos, dispneicos em repouso, não respondem de maneira satisfatória às medidas iniciais. Necessita de uma abordagem mais agressiva Vasodilatadores e diuréticos parenterais e, eventualmente, inotrópicos parenterais por curto período de tempo. - A nitroglicerina melhora os sintomas de IC descompensada, especialmente em pacientes com síndrome coronariana aguda concomitante Alivia a congestão pulmonar e melhora a perfusão coronariana. Efeito final: ↓ consumo de O, pelo miocárdio, com melhora da performance cardíaca e ↑ do volume sistólico, além de alívio direto da congestão pulmonar - Atualmente, a tendência é de se manter o β-bloqueador na vigência de qualquer descompensação aguda, salvo em situações de hipotensão e hipoperfusão graves (choque cardiogênico) - Pacientes com síndrome coronariana aguda e choque cardiogênico devem ser revascularizados imediatamente Tratamento Medidas gerais - Dieta: Controle da ingesta de sal - Restrição líquida indicada apenas em pacientes com hiponatremia ou com retenção de líquido não responsiva a diuréticos e restrição da ingesta de sal - Repouso: Paciente muito sintomático (classe funcional III ou IV) ou descompensado * Repouso ↓ trabalho cardíaco * ↑ fluxo renal ↑ diurese ↓ liberação de renina, angiotensina e aldosterona ↓ retenção de líquido e congestão Controle dos Fatores Descompensantes - Vacinação: Prevenir infecções - Tabagismo - Evitar AINEs: Retenção hidrossalina e ↑ PA - Orientações pra viagens: Profilaxia pra TVP, independente da classe funcional Drogas que aumentam a sobrevida a. IECA - Inibe a formação de angiotensina II - Arteriodilatação ↓Pós-carga - Venodilatação ↓Pré-carga - ↓efeitos diretos da angiotensina II sobre o miocárdio - ↑Bradicinina Vasodilatadora endógena- Indicação: Todos os casos de IC sistólica (sintomáticos ou não) b. β-bloqueadores - Bloqueio da ação tóxica da noradrenalina sobre os miócitos e ↓ noradrenalina nas sinapses cardíacas - Efeito tardio - ↓ consumo miocárdico de O2 ↓ isquemia - ↓FC Facilita mecânica diastólica - Up regulation de β1 Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 - Primeiros 2-3 meses, pequena piora da classe funcional, mas depois, melhora e paciente depende do β-bloq. pra se manter compensado - Carvediol (IC classe II-III), bisoprol (classe III), Metoprolol (classe II-IV) - Indicações: Todos com IC sistólica, doença isquêmica do miocárdio * Nunca iniciar com paciente agudamente descompensado - Contraindicações: Asma, bradiarritmia c. Antagonistas da Aldosterona (Espironolactona) - Inibição do efeito direto da aldosterona do cardiomiocito ↓ degeneração das fibras, apoptose e fibrose intersticial - Previne hipocalemia ↓Arritmias - Indicações: IC sistólica avançada (classe III-IV) - Contraindicações: K+ > 5,5mEq/L d. Hidralazina + Dinitrato - Dilatar as arteríolas ↓Pós-carga Melhora performance ventricular e. Antagonista AT1 (BRA) Drogas que aliviam sintomas a. Diuréticos de Alça e Tiazídicos - Indicações: Sempre que houver sinais e sintomas significativos de síndrome congestiva b. Digitálicos - Efeito Inotrópico Positivo: Inibição da Na+/K+ ATPase ↑Na+ intracelular Trocador Na+/Ca++ ↑ Ca++ intracelular ↑ Força contrátil - Ação Colinérgica: ↓ automatismo do nó sinusal e a velocidade de condução do nó AV - Ação Arritmogênica: Acúmulo intracelular de Ca++ predispõe a ativação de uma corrente de Na+ capaz de gerar potenciais tardios e desencadear extrassístoles ou taquiarritmias - Indicações: IC sintomática classe III-IV sem compensação com uso de IECA + β-bloq. + Diurético OU IC com fibrilação atrial de alta resposta ventricular (não controlado com β- bloq) - Maior parte da eliminação é renal - Contraindicação: IC diastólica pura - Intoxicação digitálica: Hipocalemia Hipertensão: - Condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90mmHg Pré-hipertensão (PH): Condição caracterizada por PA sistólica (PAS) entre 121 e 139 e/ou PA diastólica (PAD) entre 81 e 89 mmHg Fatores de Risco: ↑ Idade, sexo e etnia (mulheres e negros), ↑ peso e obesidade, ingesta de sal e álcool, sedentarismo, fatores socioeconômicos e genéticos. - Mais prevalente em idosos De 18-29 anos(2,8%); de 30- 59 anos(20,6%); de 60-64 anos(44,4%); de 65-74 anos(52,7%); e ≥ 75 anos(55%). Diagnóstico: Medição no consultório - Medir a pressão em ambos os braços na 1ª consulta e usar o valor do braço onde foi obtida a > pressão como referência; - Realizar pelo menos 2 medições, com intervalo em torno de 1 min. Medições adicionais deverão ser realizadas se as 2 primeiras forem muito diferentes Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 Medição fora do consultório - Pode ser obtida através da medição residencial da pressão arterial (MRPA), com protocolo específico, ou da MAPA de 24 horas > nº de medidas obtidas. Refletem as atividades usuais dos examinandos. Abolição ou sensível ↓ do Efeito de Avental Branco (EAB). > engajamento dos pacientes com o diagnóstico e o seguimento MRPA: - 3 medições pela manhã, antes do desjejum e da tomada da medicação e; - 3 à noite, antes do jantar, durante 5 dias. * Outra opção: 2 medições em cada uma dessas 2 sessões, durante 7 dias. * São considerados anormais valores de PA ≥ 135/85 mmHg MAPA - Método que permite o registro indireto e intermitente da PA durante 24 horas ou mais, enquanto o paciente realiza suas atividades habituais durante os períodos de vigília e sono. - Possibilidade de identificar as alterações circadianas da PA, sobretudo em relação às medições durante o sono - São consideradas anormais as médias de PA: * De 24 horas ≥ 130/80 mmHg * Vigília ≥ 135/85 mmHg * Sono ≥ 120/70 mmHg Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 • HAB (Hipertensão do Jaleco Branco) e a hipertensão mascarada (HM) são comuns na gravidez e, por isso, a MAPA e a MRPA podem constituir métodos úteis na decisão clínica Fatores de Risco Entre os novos Fatores de Risco destacam-se: - Glicemia de jejum: 100mg/dL - 125 mg/dL, Hb Glicada (HbA1c) anormal, - Obesidade abdominal (síndrome metabólica), PP (PAS-PAD) > 65 mmHg em idosos, - História de pré-eclâmpsia e história familiar de HA (em hipertensos limítrofes) Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 Classificação Exames de Rotina para o Hipertenso Estratificação de Risco Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 Decisão Terapêutica - Deve basear-se não apenas no nível da PA, mas considerar também a presença de Fatores de Risco, Lesão de Órgão Alvo e/ou Doença Cardiovascular estabelecida Hipertensos estágios 2 e 3 e/ou de alto risco - PA ≥ 160/100 mmHg e/ou portadores de risco CV estimado alto, mesmo no estágio 1, devem iniciar de imediato o tratamento medicamentoso associado à terapia não medicamentosa. Hipertensos estágio 1 e moderado ou baixo risco CV - Terapia não farmacológica deve ser tentada por 3 e 6 meses, respectivamente (GR: I; NE: B), findos os quais, a falta de controle da PA condicionará o início de terapia farmacológica. - Constatada a falta de adesão ou a piora dos valores pressóricos Iniciar precocemente a terapia farmacológica. Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7 Abordagem de Hipertensos Idosos - O mecanismo mais comum da HA no idoso é o enrijecimento da parede arterial dos grandes vasos ↑ predominante da PAS, com manutenção ou queda da PAD. - Não há estudos avaliando o impacto da terapia anti-hipertensiva nesse grupo com PAS basal entre 140 e 159 mmHg - Recomenda-se o início da terapia farmacológica a partir de níveis de PAS ≥ 140 mmHg, desde que bem tolerado e avaliando-se as condições gerais do indivíduo. Tratamento Medicamentoso - Preferência inicial: Comprovação de ↓ de eventos CV - Demais reservados a casos especiais em que haja a necessidade da associação de múltiplos medicamentos para que sejam atingidas as metas da PA. Indicado para os indivíduos com: - Estágio 1 e risco CV baixo e moderado, quando as medidas não farmacológicas não surtirem efeito após período de pelo menos 90 dias. - Em situações especiais, onde o acesso e/ou retorno a assistência médica seja difícil, poderá ser considerado o emprego inicial de medicação anti-hipertensiva, mesmo para esse grupo de pacientes. - Estágio 1 e alto risco CV ou DCV estabelecida, o uso de medicamentos deverá ser iniciado de imediato. - Estágio 2 e 3, independentemente do risco CV, o tratamento medicamentoso deverá ser iniciado de imediato. - Pré-hipertensão, a utilização de medicamentos poderá ser uma opção, levando-se em consideração o risco CV e/ou a presença de DCV. - 60 a 79 anos, com PAS ≥ 140 mmHg - ≥ 80 anos com PAS ≥ 160 mmHg Início da terapia medicamentosa deverá ser mais precoce Resumo do Caso Clínico 3 – CM1 Karen Cunha – MD7
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