Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
10 2) CORPÚSCULOS GUSTATIVOS: Através do paladar, podemos selecionar a comida que ingerimos. Desse modo escolhemos o que nos serve e evitamos o que pode ser venenoso ou que esteja estragado. Isso tudo é possível graças às papilas gustativas da língua que percebem quatro sabores fundamentais: doce, salgado, azedo (ácido), amargo. Os demais sabores são combinações desses quatro, assim como ocorre no órgão olfativo. É devido à presença de corpúsculos gustativos que se encontram distribuídos praticamente em toda mucosa bucal, sendo, porém, encontrados mais freqüentemente nas papilas fungiformes e valas da língua, que podemos receber os estímulos dos alimentos que ingerimos, quanto a sua forma, consistência e sabor (fig.7b). Cada corpúsculo gustativo apresenta uma pequena abertura que permite a penetração de substâncias, o poro gustativo (fig.7a). Estes corpúsculos são constituídos por quatro tipos celulares: as células basais, as de sustentação (tipos I e II), e as sensoriais (tipo III). Fig. 7 - a) Estrutura e inervação de um corpúsculo gustativo. b) Disposição dos corpúsculos gustativos na língua. Tanto as células de sustentação como as sensoriais são colunares e apresentam microvilos em suas superfícies apicais. Os estímulos químicos são recebidos pelas células sensoriais e passam para as terminações nervosas através da liberação de substâncias neurotransmissoras. Pelo fato da língua possuir um grande número de papilas gustativas as mesmas foram divididas em dois grupos fundamentais: as papilas tácteis e as papilas gustativas. As primeiras contêm filetes nervosos, são filamentosas e longas (papilas filiformes) e percebem sutilmente o tato. As papilas gustativas são inervadas por filetes do glossofaríngeo (9o par craniano) e podem ser de dois tipos: papilas caliciformes e papilas fungiformes. - Papilas Caliciformes: (com forma de cálice); dispõem-se na parte posterior da língua, formando o V lingual. São grandes e percebem principalmente o sabor amargo. docsity.com 11 - Papilas Fungiformes: (em forma de cogumelo); distribuem-se por toda a superfície superior e lateral da língua. FOTORRECEPTORES O OLHO E A VISÃO: O olho é o órgão capaz de captar a luz e formar imagens de objetos que estejam dentro de seu campo de percepção, por isso, a percepção das cores é parte importantíssima de nossa vida cotidiana. Ela não só nos possibilita diferenciar objetos como influi em nossos sentimentos. Para compreendermos o mecanismo da visão, devemos antes conhecer o olho e seus componentes fundamentais, que estão ilustrados na figura 8. Fig. 8 - Estruturas histológicas do olho humano. docsity.com 12 1) ESCLERÓTICA: membrana resistente de cor branca, formada por feixes de fibras colágenas com fibroblastos achatados e algumas fibras elásticas, que dá forma e protege o olho dentro da cavidade óssea. Na parte posterior do globo ocular, a porção mais externa da esclerótica se comunica com a bainha dural e geralmente também com a lâmina aracnóidea do nervo óptico. Suas lâminas mais internas se comunicam com a pia-máter. A parte anterior e transparente da esclerótica é a córnea. Córnea: camada fina da frente do olho. É transparente para a passagem da luz e não possui vasos sanguíneos. É essencialmente constituída por um tipo especial de tecido conjuntivo denso e um material intercelular denominado substância própria. Esse epitélio possui diversas camadas de espessura e é muito rico em terminações nervosas, principalmente do tipo receptor para dor, por isso qualquer irritação provoca o fechamento das pálpebras e secreção de lágrimas automaticamente como meio de defesa do organismo. 2) CORÓIDE: rica em vasos sanguíneos, que trazem o alimento e oxigênio para as células do olho. Entre os vasos observa-se um tecido conjuntivo frouxo, rico em fibroblastos, fibras colágenas e elásticas. Possui células pigmentadas cheias de melanina as quais, quando estimuladas produzem a visão. A coróide é constituída por corpo ciliar e torna-se visível através da córnea formando a íris. Corpo ciliar: apresenta-se como uma dilatação da coróide ao nível do cristalino. Tem aspecto de um anel espesso, contínuo, revestindo a superfície interna da esclera. O componente básico dessa região é tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas, células pigmentares e capilares, no interior do qual encontramos o músculo ciliar. Esse músculo é constituído por três feixes de fibras musculares que se inserem de um lado na esclera e, de outro, em diferentes regiões do corpo ciliar. Íris: é um prolongamento membranoso da coróide que contém os pigmentos que dão cor aos olhos e que limita uma abertura central, a pupila. Pupila: é a "menina dos olhos". É a abertura da íris, por onde a luz entra. Contraindo ou dilatando-se, a íris muda o diâmetro da pupila, regulando a entrada de luz. Isso ocorre devido a íris possuir fibras musculares lisas ao redor da pupila que são inervadas pelo nervo do sistema simpático, os quais dilatam a pupila (midríase); e pelos nervos do sistema parassimpático, que provocam a contração da pupila (miose). 3) RETINA: é formada por dez camadas, porém as mais importantes são onde estão os neurônios fotorreceptores que estão distribuídos na macula lutea (mancha amarela) e classificam-se em cones e bastonetes. Ver desenho esquemático na figura 10. Macula Lutea ou Mancha Amarela: No seu centro existe uma estrutura chamada Fóvea Centralis que é local da retina onde se forma a imagem do objeto que olhamos diretamente. Esta área é especializada de diversas maneiras para um maior grau de resolução visual. Nesta área estão localizadas estruturas chamadas cones que são responsáveis pela visão colorida, são também pouco sensíveis à luz. Na área mais periférica da macula lutea estão localizados os bastonetes que são muito sensíveis à luz (claro / escuro). Em situações de baixa intensidade luminosa somente os bastonetes são estimulados e só conseguimos distinguir branco e preto. Somente a imagem formada na macula lutea é interpretada clara e distintamente pelo cérebro. docsity.com 13 Nos cones e bastonetes da retina existe um pigmento fotossensível, a rodopsina, formado de uma proteína (opsina) associada a um pigmento carotenóide chamado retinal (vitamina A). No escuro esse pigmento carotenóide está na forma 11-cis-retinal. A ação da luz muda a forma do 11-cis-retinal para todo-trans-retinal. Essa ativação da rodopsina ativa a transducina, proteína G encontrada na retina. A transducina liga-se ao GTP, e isto por sua vez ativa a fosfodiesterase que catalisa a conversão do GMPcíclico (GMPc) para 5-GMP. O GMPc no citoplasma dos bastonetes mantém os canais de Na+ na posição aberta, e sua redução leva ao fechamento dos canais e à hiperpolarização. Esta reação em cascata amplifica o sinal da luz e ajuda a explicar a grande sensibilidade dos bastonetes tornando-os capazes de produzir uma resposta detectável até para um único fóton de luz. A avitaminose "A" provoca a hemeralopia ou cegueira noturna, pois está intimamente ligada à produção de rodopsina. Existem também tipos diferentes de cones, cada qual com uma variedade de pigmento visual diferente da rodopsina, porém muito afim com ela. Supõe-se que cada um deles tenha receptividade específica para o comprimento de onda de uma das três cores primárias (vermelho, azul e verde). Os diferentes tons de cor são percebidos pela combinação ponderada dos estímulos a esses tipos de cones. No daltonismo, pode não ocorrer a formação normal de um ou mais de um desses tipos de cones, com a conseqüente deficiência dos respectivos pigmentos. É na retina que se encontra também a estrutura responsável pelo sistema condutor dos estímulos sofridos pelos cones e bastonetes. Essa estrutura é denominada Nervo óptico que por sua vezé formado por centenas de fibras nervosas que conduzem os impulsos ao cérebro. No local onde o nervo óptico passa pelo fundo do olho não se forma imagem; esse ponto então é chamado de ponto cego. 4) CRISTALINO: tem forma de lente biconvexa e apresenta grande elasticidade, que diminui progressivamente com a idade. É formado por três partes: fibras do cristalino, cápsula do cristalino e epitélio subcapsular. Ele é a lente que faz os raios luminosos, provenientes do objeto observado, caírem sobre a fóvea centralis. 5) MÚSCULOS CILIARES: contraindo-se ou distendendo-se, variam a curvatura do cristalino, adaptando-o para melhor focalização do objeto. 6) HUMOR VÍTREO: ocupa a cavidade do olho que se situa atrás do cristalino; tem aspecto de um gel claro, transparente e apresenta no seu interior fibrilas de colágeno. Seu componente principal é a água (cerca de 99%) e glicosaminoglicanas altamente hidrófilas, em especial o ácido hialurônico. 7) GLÂNDULAS LACRIMAIS: glândulas exócrinas que produzem lágrima que é espalhada sobre a córnea, pelo "pisca-pisca" das pálpebras, lubrificando-a e impedindo que fique seca e irregular (fig. 10). docsity.com 14 Fig.9: Principais células e conexões neurais da retina. docsity.com 15 Fig. 10 - O aparelho lacrimal consiste de uma glândula secretora da lágrima e uma série de ductos. DEFORMAÇÕES DO GLOBO OCULAR: Um globo ocular com curvatura muito acentuada, pouco acentuada ou irregular faz com que a imagem não caia corretamente sobre a retina; por isso a necessidade de lentes adequadas (fig. 11) para corrigirem essa anormalidade que pode se agravar progressivamente se não for tratada. Fig. 11 - a) Uma lente com uma superfície convexa causa a convergência dos raios de luz; b) uma lente com superfície côncava causa a divergência deles. docsity.com 16 MIOPIA: se o globo ocular é alongado e a córnea é muito curva, a imagem se forma antes da retina. Olhando o objeto bem de perto, o míope enxerga, porque, neste caso, a imagem se forma quase sobre a retina. Esquema ilustrado abaixo. Usando uma lente divergente que afasta os raios luminosos que vêm do objeto, o míope enxerga normalmente, porque a imagem passa a se formar sobre a retina. Esquema ilustrado abaixo. HIPERMETROPIA: se o globo ocular é pouco alongado e a córnea é pouco curva, a imagem se forma depois da retina se vista de perto. A tendência do indivíduo é afastar os objetos dos olhos para que possa observá-los melhor. Esquema ilustrado abaixo. Usando uma lente convergente que aproxima os raios luminosos que vêm do objeto, o hipermetrope enxerga normalmente, porque a imagem passa a se formar sobre a retina. Esquema ilustrado abaixo. docsity.com 17 ASTIGMATISMO: no astigmatismo, a curvatura do cristalino se apresenta irregular. A imagem se apresenta duplicada e sobreposta. Uma lente especial mais curva num trecho e menos curva em outro faz a compensação e a imagem, que antes era borrada, fica nítida. Esquema ilustrado abaixo. PRESBIOPIA: com a idade, o cristalino fica menos flexível, os músculos ciliares já não funcionam bem e a acomodação da vista se torna problemática. Óculos com lentes convergentes facilitam a leitura e a visão de objetos próximos. Você sabia que a máquina fotográfica é similar ao olho humano? Compare olhando a fig 12 e a tabela abaixo: Fig. 12a - Similaridades do globo ocular docsity.com 18 Fig 12b - Similaridades de uma máquina fotográfica. MÁQUINA FOTOGRÁFICA GLOBO OCULAR DIAFRAGMA ÍRIS COM PUPILA LENTES CRISTALINO CÂMARA ESCURA INTERIOR DO OLHO FILME COM SAIS DE PRATA RETINA COM PIGMENTOS VISUAIS docsity.com
Compartilhar