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O TRATAMENTO DA MALÁRIA POR MEIO DA CINCHONA CALISAYA WEDELL

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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE FARMÁCIA
ADRIANA APARECIDA CARRIEL DOS SANTOS DE MAMBRO
BEATRIZ BABY FERREIRA
JENNIFER ALINE SOUZA SANTOS
JÉSSICA APARECIDA CRUZ MARTINS
O TRATAMENTO DA MALÁRIA POR MEIO DA CINCHONA CALISAYA WEDELL
PIRACICABA-SP
2013
 
ADRIANA APARECIDA CARRIEL DOS SANTOS DE MAMBRO
BEATRIZ BABY FERREIRA
JENNIFER ALINE SOUZA SANTOS
JÉSSICA APARECIDA CRUZ MARTINS
O TRATAMENTO DA MALÁRIA POR MEIO DA CINCHONA CALISAYA WEDELL
Trabalho apresentado para avaliação de rendimento escolar na disciplina de farmacognosia do curso de Farmácia, da Faculdade de Ciências da Saúde, da Universidade Metodista de Piracicaba.
Prof. Dr. Olney Leite Fontes
PIRACICABA- SP
2013
O gênio inicia belas obras; só o trabalho as termina.
Joseph Joubert
RESUMO:
 Os protozoários são os responsáveis pela maioria das infecções parasitárias que afetam os humanos. As denominadas protozooses são causadas por cerca de 10.000 espécies conhecidas de protozoários, das quais cerca de 30 infectam o homem, e são características das regiões menos desenvolvidas do planeta, onde os níveis de escolaridade e saneamento básico são baixos. Dentre as protozooses mais conhecidas se destaca a Malária que está presente, atualmente, em praticamente todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo. (C.Tanos, 2008). Apesar do desenvolvimento tecnológico e científico dos últimos anos, a malária permanece como um dos maiores problemas de saúde a serem combatidos no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que atualmente sejam registrados mais de 100 milhões de casos por ano, sendo que o Brasil registra cerca de 600 a 800 mil casos anuais, a maioria na região amazônica. O primeiro medicamento corretamente utilizado no tratamento da malária foi o quinino, um alcalóide quinolínico presente em árvores nativas da América Central e do Sul, do gênero Cinchona, responsável pela atividade anti-malarial, caindo em desuso logo após o início do emprego da cloroquinina. A partir da década de 60 com o surgimento da resistência do Plasmodium falciparum à cloroquinina, voltou-se a utilizar o quinino isolado ou em associação para tratar tal infecção. Este trabalho tem por objetivo demonstrar o potencial e conhecer a ação farmacológica e os mecanismos de ação da Cinchona calisaya Wedell e seus alcaloides como ferramenta destinada ao combate da doença. 
PALAVRAS- CHAVE: malária; quinino; Cinchona.
RESUMEN:
Los protozoos son responsables de la mayoría de las infecciones parasitarias que afectan a los seres humanos. Las llamadas protozooses son causadas por cerca de 10.000 especies conocidas de protozoos, de los cuales unos 30 infectan a los humanos y son característicos de las regiones menos desarrolladas del mundo, donde los niveles educativos y el saneamiento son bajos. Entre las más conocidas de las protozooses se encuentra la malaria que actualmente está presente en casi todas las regiones tropicales y subtropicales del mundo. A pesar del desarrollo tecnológico y científico en los últimos años, la malaria sigue siendo uno de los mayores problemas de salud que deben abordarse en el mundo. Según La Organización Mundial de la Salud estima en 100 millones son en la actualidad los casos, lo Brasil registra unos 600-800 mil casos al año, la mayoría en la región amazónica. El primer medicamento que fue usado adecuadamente en el tratamiento de la malaria fue la quinina, un alcaloide presente en quinolina árboles nativos en América Central y del Sur, del género Chinchona, responsable por la actividad contra la malaria, cayendo en desuso poco después del inicio de la cloroquina empleo. A partir de los años 60 con la aparición de la resistencia de Plasmodium falciparum a la cloroquina se empezó a utilización de la quinina sola o en combinación para tratar tales infecciones. Este trabajo tiene como objetivo demonstrar el potencial y conocer el efecto farmacológico y los mecanismos de acción de los alcaloides de Chinchona calisaya Wedell como una herramienta destinada a lo combate de la enfermedad. 
PALABRAS- CHAVE: malaria; quinino; Chinchona. 
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 				 		 08
2 OBJETIVO								 10
3 JUSTIFICATIVA						 11
4 A MALÁRIA E SUA TRANSMISSÃO 					 12	 1.1 Ciclo de vida do parasita 						 12
 1.2 Diagnóstico 			 				14
 1.3 Tratamento 		14
5 CINCHONA CALISAYA WEDELL				 		16
	2.1 Habitat e distribuição						16
	2.2 Descrição macroscópica						17
	2.3 Descrição microscópica						18
	2.4 Composição química						19
	2.5 Características físico-químicas						20
	2.6 Métodos de extração						20
	2.7 Análises qualitativas						21
	2.8 Análises quantitativas						21
	2.9 Ações farmacológicas						22
	2.10 Biodisponibilidade						24
	2.11 Efeitos adversos e/ou tóxicos						25
	2.12 Posologia- usos medicinais						25
	2.13 Contra indicações						26
	2.14 Interações medicamentosas						26
	2.15 Usos etnomédicos- formas de dosagem						26
	2.16 Produtos comerciais						26
6 CONCLUSÃO							29
7 REFERÊNCIAS						30
		
		10
INTRODUÇÃO
A malária ou paludismo é uma doença infecciosa e não contagiosa causada pela infestação dos parasitas Plasmodium vivax, P. falciparum, P. ovalae e P. malariae transmitidos por meio do repasto sanguíneo de fêmeas do inseto do gênero Anopheles dos subgêneros Nyssorhynchus (A. darlingi, A. aquasalis, A. albirtasis) e Kerteszia (A. cruzii, A. bellator). É caracterizada por cefaléia ocasional, náuseas, vômitos, astenia, fadiga, anorexia e ligeira febre. O ataque agudo de malária caracteriza-se por um conjunto de paroxismos febris apresentando quatro períodos sucessivos, o de frio, calor, de suor e apirexia (intervalo entre dois acessos de febre).
Os sinais e sintomas podem evoluir para formas graves e complicadas dependendo da espécie de plasmódio infectante. No Brasil, três espécies causam malária: P. malariae, P vivax e P. falciparum. A malária por P. ovalae ocorre apenas no continente africano, porém, casos importados podem ser diagnosticados no Brasil. A malária existe potencialmente em todas as regiões onde existem humanos e mosquitos Anopheles em quantidade suficiente, o que inclui todas as regiões tropicais de todos os continentes e muitas regiões subtropicais. O principal vetor da malária no Brasil o Anopheles darlingi é o mais encontrado no interior e nas proximidades de residências situadas em regiões rurais e semi-rurais, podendo ocorrer também em áreas urbanas, principalmente em periferias. Popularmente os vetores são conhecidos como: carapanã, muriçoca, sovela, mosquito prego e bicuda.
O caráter exclusivo da malária a tornou perceptível em escritos que datam desde 3.000 a.C. Na história médica ocidental, referências à malária vêm desde Hipócrates, que a descreveu em detalhes. Depois dele, narrativas se sucedem na história romana e por toda a Idade Média. Um fato comum a todas estas crônicas é que a ocorrência de malária está associada a regiões pantanosas, várzeas e alagadiços. (ERNET PLESSMANN CAMARGO, 1995).
A malária é uma endemia mundial e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que atualmente sejam registrados 300 a 500 milhões de casos por ano, sendo que o Brasil registra cerca de 600 a 800 mil casos anuais, a maioria na região amazônica. Felizmente, graças à disponibilidade de drogas antimaláricas, a malária não mata mais como antigamente, mas o desconforto e depauperação que causa tornam milhões de seres humanos "unfit for the active business and enjoyment of life", como dizia Sir Patrick Manson em 1900.
A partir do século XVII a malária começou a ser tratada com o extrato da casca da quina, o quinino é o princípio ativo da quina de uso contemporâneo. Neste período acreditava-se que ela era uma enfermidade resultante dos miasmas(emanações venenosas), quando em 1880 Laveran, na Argélia, descobriu que seu agente causador era um parasita dos glóbulos vermelhos do sangue e impulsionou as descobertas posteriores, que mais tarde estreitariam a relação entre o ambiente, o vetor e o parasita da doença. 
OBJETIVOS
Esclarecer a aplicação da Cinchona calisaya Wedell como fármaco no tratamento da malária;
 Adquirir conhecimentos acerca de suas características e propriedades farmacológicas.
Especificar a atividade antimalárica da Cinchona calisaya Wedell e seus alcaloides.
JUSTIFICATIVA
A malária é vista hoje, no contexto mundial, como um grave problema de saúde pública que afeta principalmente os países em desenvolvimento de clima tropical e subtropical, onde as condições ambientais favorecem a manutenção e o desenvolvimento dos vetores da doença. Ressaltamos que a malária não é somente um problema de saúde pública, mas político, social e econômico. É comum que populações, principalmente em regiões onde os serviços de saúde são deficitários, utilizem plantas medicinais para tratar da saúde por estarem disponíveis a elas em suas casas ou na comunidade, sendo muitas vezes a única alternativa que elas possuem. 
A quinina é a alternativa de escolha para a grande maioria de casos de malária resistente à cloroquina, porém, sua ação sobre os parasitas da malária não é totalmente conhecida, o que torna necessário o aprofundamento a respeito de tal substância. 
1 A MALÁRIA E SUA TRANSMISSÃO
Também chamada de maleita, impaludismo, paludismo e febre terçã ou quartã, a malária apresenta sintomas típicos, quase inconfundíveis. Caracterizando-se por meio de febre, calafrios, cefaléia, vômito, anorexia, fadiga, diarreia e anemia. Se não tratada adequadamente pode apresentar complicações renais, icterícia e obstrução dos vasos sanguíneos no cérebro (nos casos graves da doença), situação que poderá levar à morte do individuo. A apirexia, a gravidade da doença e seu grau de mortalidade dependem de muitos fatores, mas, principalmente, do parasita infectante.
A malária é causada por protozoários parasitas, que se multiplicam nos glóbulos vermelhos do sangue. As espécies que causam a malária humana são: Plasmodium vivax, P. falciparum, P. malariae e P. ovalae. No Brasil apenas três espécies causam malária: P. malariae, P vivax e P. falciparum. O P. falciparum é responsável por uma forma muito grave de malária, outrora chamada de terçã maligna.
1.1 Ciclo de vida do parasita
 O homem é o único hospedeiro em natureza das espécies de plasmódio, que são transmitidas de homem a homem, pelo repasto sanguíneo do mosquito fêmea do gênero Anopheles dos subgêneros Nyssorhynchus (A. darlingi, A. aquasalis, A. albirtasis) e Kerteszia (A. cruzii, A. bellator), que durante a hematofagia inocula esporozoítos dos plasmódios a partir da sua glândula salivar. Essas formas são transportadas pela corrente sanguínea até o fígado, onde invadem as células do parênquima hepático (hepatócitos) e começam o período de reprodução assexuada dando origem a dezenas de milhares de merozoítos que eclodem na ruptura de cada hepatócito. Cada merozoíto assim formado invade um eritrócito, onde passa por mais uma etapa de multiplicação produzindo de 12 a 16 merozoítos por esquizonte (glóbulo vermelho contaminado). Na infecção pelo P. vivax, uma parcela das formas intra-hepáticas não se divide de imediato, permanecendo latente, na forma de hipnozoítos, por um período variável de três semanas, um ano ou mais, antes que a reprodução comece, sendo esta a causa das recidivas das infecções. 
O principal vetor da malária no Brasil o Anopheles darlingi é o mais encontrado no interior e nas proximidades de residências situadas em regiões rurais e semi-rurais, podendo ocorrer também em áreas urbanas, principalmente em periferias. Popularmente os vetores são conhecidos como: carapanã, muriçoca, sovela, mosquito prego e bicuda.
As manifestações clínicas da malária, febres e calafrios, são associadas com a ruptura sincronizada dos eritrócitos infectados. A maior parte dos merozoítos liberados na eclosão dos esquizontes invade outros eritrócitos dando origem a outros esquizontes. Alguns, todavia, se diferenciam em formas sexuadas masculinas e femininas, estes, permanecem na corrente sanguínea até serem ingeridos por uma fêmea do mosquito Anopheles durante uma refeição de sangue, dando assim continuidade ao ciclo.
1.2 Diagnóstico 
O diagnóstico da malária só é possível pela demonstração do parasito ou de antígenos relacionados, no sangue do paciente por meio de métodos específicos:
Gota espessa- é o método oficialmente adotado no Brasil para o diagnóstico da malária. Sua técnica baseia-se na visualização do parasito através de microscopia óptica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação específica dos parasitos, a partir da análise da sua morfologia, e dos seus estágios de desenvolvimento encontrados no sangue periférico. 
Esfregaço delgado– possui baixa sensibilidade (estima-se que a gota espessa é cerca de 30 vezes mais eficaz na detecção da infecção malárica). Porém, este método permite, com mais facilidade, a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise de sua morfologia e das alterações provocadas no eritrócito infectado. 
Testes rápidos para detecção de componentes antigênicos de plasmódio- testes imunocromatográficos representam novos métodos de diagnóstico rápido de malária. Realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal contra antígenos específicos do parasito. Os testes rápidos apresentam sensibilidade superior a 95% quando comparado à gota espessa.
1.3 Tratamento
O tratamento da malária visa a atingir o parasito em pontos-chave de seu ciclo evolutivo. Diversos medicamentos são utilizados, cada um agindo de forma específica, tentando impedir o desenvolvimento do parasita no hospedeiro. O tratamento adequado deve ser precedido de informações sobre os seguintes aspectos; espécie de plasmódio infectante, pela especificidade dos esquemas terapêuticos a serem utilizados.
O tratamento precoce da Malária, além de curar o indivíduo, diminui a ocorrência de incapacidade e risco de complicações. Além disso, a redução rápida da produção de gametócitos (as formas do parasita capazes de infectar o mosquito) contribui para interrupção da cadeia de transmissão, sendo o controle vetorial um complemento do diagnóstico e tratamento.
O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente os medicamentos antimaláricos utilizados em todo território nacional, em unidades do SUS. Os principais fármacos antimaláricos são classificados, de acordo com o modo de ação, em dois grandes grupos: Os alcaloides derivados da Cinchona, as aminoquinolinas e as acridinas. Acredita-se que esses fármacos podem interferir no metabolismo da glicose em diferentes pontos e também na habilidade do parasita de digerir a hemoglobina, impedindo, assim, que ele se alimente ou intoxicando-o com altos níveis de ferriprotoporfina- IX, que é um subproduto tóxico da digestão da hemoglobina. O segundo grupo inclui as pirimidinas e biguanidas e envolve a interferência na síntese de ácido tetra-hidrofólico, importante cofator no processo de síntese de DNA e de aminoácidos. 
2 – CINCHONA CALISAYA WEDELL
Nome científico: Cinchona calisaya Wedell e seus híbridos.
Nome popular: Quina-amarela
Gênero: Cinchona Linné.
Família: Rubiaceae.
Sinonímia científica: Variedades: Cinchona calysaia Wedell Var. ledgeriana Howard; Cinchona ledgeriana Moens.
Sinonímia popular: Quina calisaia.
Partes utilizadas: Cascas.
Principais Princípios Ativos Naturais: Quinina e Quinidina.
2.1 Habitat e distribuição: 
As Quinas são nativas da região da América do Sul, em especial nos territórios do Equador, Colômbia, Peru e Bolívia (a partir de 10° de latitude norte a 19º latitude sul), Crescendo em áreas de alta pluviosidade de higrometria intensa e altitudes compreendidas entre 1000 e 3000 metros. As Quinas são cultivadas principalmente na Indonésia,Índia, 
Você quis dizer: desde los 10º de latitud
Tanzânia, Guatemala e Bolívia.
2.2 Descrição macroscópica:
Esta casca apresenta-se em tubos ou pedaços curvos, de comprimento e largura variável e com 3 a 5 mm de espessura ou pequenos fragmentos partidos, ou, ainda, em pedaços transversalmente encurvados de 3 a 7 mm de espessura; sua superfície externa é cinzento-acastanhada e apresenta numerosos sulcos transversais, longitudinais e placas de líquens. Quando falta a periderme, sua cor externa é castanha-canela. Sua face interna é de cor castanho-amarelada e finamente estriada. A fratura da periderme é curta e granulosa e a da camada liberiana, finamente fibrosa.
A secção transversal, observada com o auxilio de lupa, permite evidenciar três regiões: a mais externa, fina, e de coloração castanho-acinzentada; a região média de coloração amarela provida de máculas arredondadas e a região interna que é sulcada radialmente por numerosas linhas paralelas. 
Fig.1-Quina Amarela (Cinchona Calysaia Wedell e seus híbridos): A e B – Fragmento de casca mostrando superfície externa rugosa com numerosos sulcos transversais e longitudinais. C – Fragmento de casca em forma de tubo (canudo). D – Fragmento de casca encurvada mostrando face interna nitidamente estriada. E – Secção transversal de casca observada com auxilio de lupa: 1- Súber; 2- Parênquima cortical; 3- Região floemática. F – Fragmento de casca mostrando fratura fibrosa.
2.3 Descrição microscópica:
Fig.2
-
Quina Amarela
 (
Cinchona calisaya Wedell
 e seus híbridos): 
A –
 Secção transversal
: 1-
 súber; 
2-
 parênquima cortical; 
3-
 célula com areia cristalina; 
4-
 célula gigante; 
5
- fibra; 
6
- raio medular secundário. 
B –
 Secção transversal da região externa da casca
: 1-
 súber, 
2-
 colênquima. 
C – 
Secção transversal ao nível do parênquima cortical mostrando células com areia cristalina
: 1-
 célula contendo areia cristalina. 
D –
 Secção transversal ao nível do parênquima cortical mostrando células gigantes: 
1-
 célula gigante
. E –
 Secção transversal da região floemática mostrando
: 1-
 raio medular
; 2-
 fibra.Em corte transversal, a casca de Quina apresenta o súber com características comuns, formado por cerca de quinze camadas celulares, as quais possuem substância castanha; o parênquima cortical é formado de células alongadas, tangencialmente caracterizadas pela presença de células ovais de grande diâmetro e por bolsas contendo areia cristalina; a região floemática compreende os raios medulares formados de uma a três células em largura e um parênquima denso, no qual as fibras liberianas, simulando células pétreas, são isoladas ou reunidas em pequenos grupos ou, ainda, dispostas em séries radicais curtas. Os parênquimas encerram grãos de amido esféricos ou plano-convexos. As células ovais de grande diâmetro, em corte transversal, aparecem alongadas quando vistas longitudinalmente. Os raios medulares quando vistos na secção transversal tangencial, são fusiformes terminados por células ogivais e possuem, geralmente, vinte células de altura por três a quatro de largura contendo, muitas vezes, areia cristalina de oxalato de cálcio. 
2.4 Composição química:
Os alcaloides (do árabe alquali) são compostos orgânicos de origem natural caracterizado por apresentarem em suas estruturas químicas a função amina e anel aromático que conferem aos seus constituintes uma forte ação farmacológica.
A Cinchona apresenta em sua composição química, alcaloides Quinolínicos, sendo alcaloides que contém quinolina como núcleo básico. A Cinchona é o único membro desse grupo de alcaloides que tem importância terapêutica.
A quinina, o alcalóide mais importante extraído da Quina, é apresentado como um pó cristalino branco, amargo, pouco solúvel em água e muito solúvel em álcool e clorofórmio. Entretanto a quinidina, tem a mesma configuração que o quinina, com excecção da configuração estérica do grupo álcool secundário.
Estrutura molecular do alcaloide Quinina
Os alcaloides se formam principalmente nas células parênquimáticas das camadas do córtex médio, o que representa até 15% em peso da casca. São conhecidos em conjunto com o nome de Quina e até o momento têm sido isolados em cerca de 25 alcaloides, sendo o mais importante: quinina, quinidina (e seus derivados e cinchonina cinchonidina), cupreína, quinicina, cinconicina, quinamina, epiquinamina, hidroquinidina e etc.
A quantidade de alcaloides varia de acordo com a espécie, região geográfica, idade, o método de coleta, de amostras e casca. Híbridos entre Cinchona ledgeriana e Cinchona calisaya apresentam um maior número de alcaloides que cada espécie separadamente. As árvores entre 6 e 9 anos tem geralmente maior concentração de alcaloides presentes.
2.5 Características físico-quimicas:
Os alcaloides Quinolínicos são facilmente cristalizáveis em presença de água
São solúveis em etanol, clorofórmio, éter, benzeno e etc.
2.6 Métodos de extração:
Extração em Meio Alcalino/ Solvente orgânico em meio alcalino:
A casca de quina moida é desengordurada e umidificada com água e alcalinizada utilizando-se a metodologia de purificação, a partição onde com o balão de separação, acrescenta-se o solvente volátil e separam-se as fases orgânicas e as fases inorgânicas, até se obter no extrato de clorofórmio somente os alcaloides na forma básica.
Também se pode extrair através do método de decocção. Sendo os preparativos chás tradicionais, onde se mantém a temperatura por determinado tempo para obter-se a extração.
2.7 Análises qualitativas:
Os alcaloides não podem ser identificados com base em apenas um critério. Deste modo, são identificados através da formação de sais complexos com a adição de compostos de mercúrio, ouro, prata, platina e outros metais e também podem ser identificados através de precipitações.
Métodos de identificação:
É feita por meio das propriedades físicas dos alcaloides, como: ponto de fusão, poder rotatório, forma e cor dos cristais, reações cromáticas específicas, solubilidade e métodos espectroscópicos.
Cromatografia: é uma técnica de separação de misturas e identificação de seus componentes. Esta separação depende da diferença entre o comportamento dos analitos entre a fase móvel e a fase estacionária. A interação dos componentes da mistura com estas duas fases é influenciada por diferentes forças intermoleculares, incluindo iônica, bipolar, apolar, e específicos efeitos de afinidade e solubilidade.
2.8 Análises quantitativas:
A dosagem é a determinação da quantidade de alcaloides totais de uma droga, para a dosagem individual é necessário isolá-los. Para os alcaloides quinolínicos ultiza-se os métodos de dosagem: gravimetria, alcalimetria, espectroscopia e cromatografia.
Métodos de Dosagem:
Gravimetria: É o método mais utilizado na avaliação quantitativa dos alcaloides totais, simples pesagem do resíduo de alcaloides totais obtido. É mais indicado para drogas com alta concentração de alcaloides (Ex.: cafeína em pó de guaraná). 
Alcalimetria: A titulometria ou titulação é um método de análise quantitativa que determina a concentração de uma solução por intermédio de outra solução de concentração conhecida.
Titulação Ácido-Base:
– Acidimetria: determinação da concentração de um ácido.
–Alcalimetria: determinação da concentração de uma base.
Espectroscopia: Mede a absorção produzida numa radiação eletromagnética, cuja banda é definida pelo seu comprimento de onda. Os espectros de UV e IV tornaram possível medir produtos incolores e coloridos. Apresentam elevada sensibilidade. Muitas reações cromáticas são instáveis (é preferível usar a espectroscopia no lugar da colorimetria).
2.9 Ações farmacológicas:
Os alcaloides da Cinchona foram por muitos anos, os fármacos de referência para o tratamento da malária. Com a introdução das drogas sintéticas, esta prática foi caindo em desuso, sem embreagem, em países em vias de desenvolvimento é um fármaco eficaz contra o parasita Plasmodium falciparum. Entretanto, emespecialmente as formas assexuadas e intraglobulares de cloroquino-resistente, que tão assiduamente continuam a aparecer.
As características amargas de preparações feitas de Cinchona geram um efeito eupéptico e efeitos orexígenos, que é explorado na indústria de alimentos como parte das fórmulas de licores e bebidas amargas e tônicas, admitindo-se a um máximo de 83 p.p.m. de quinina. Estudos in vitro têm identificado um efeito citostático através de alguns metabólitos secundários de alcaloides de Cinchona ao estímulo de leucócitos polimorfonucleares. Sobre taninos, o mesmo brinda seu efeito adstringente útil em processos inflamatórios das mucosas e como regulador intestinal.
A quinina age como esquizonticida sanguíneo. Os esquizonticidas são conhecidos como fármacos para a cura clínica ou supressiva da malária, sendo utilizados no tratamento do ataque agudo. São eficazes contra as formas eritrocitárias do parasita interrompendo a esquizogonia sanguínea (responsável pela patogenia das manifestações clínicas da infecção), tem poucos efeitos nos esporozoítos ou nas formas pré-eritrocitárias dos parasitas da malária. O mecanismo de ação da quinina foi proposto em parte, pois sendo a quinina uma base fraca ela é altamente concentrada nos vacúolos alimentares ácidos do P. falciparum, admiti-se que a quinina aja nestas organelas, inibindo a atividade da heme polimerase, permitindo o acúmulo de seu substrato tóxico, o heme. Porém ainda não foi estabelecido se a heme induz a citotoxicidade por si só ou em complexo com a quinina, a quinina é gametocidal para Plasmodium vivax e Plasmodium malarie, sendo comparativamente mais tóxica e menos eficaz do que a cloroquina. No entanto, é muito valiosa contra as cepas de Plasmodium falciparum resistente à cloroquina e na gestante com formas graves de malária, a quinina pode impedir o trabalho prematuro ou o abortamento induzido pela doença.
Na dose malária apresenta um efeito estimulante cardiovascular contrátil do músculo cardíaco, embora menos intensa do que a ação produzida pela quinidina, que tem indicação para arritmias. Entre outras ações, o aumento da taxa respiratória, aumenta o apetite através da estimulação das glândulas gástricas e salivares, apresenta um efeito fraco sobre o músculo estriado de cada vez que é um agente relaxante muscular (aumenta fase refratária do músculo esquelético atuando diretamente sobre a fibra muscular), é a oxitocina (durante o parto) e também antitérmico, pois causa a inibição do centro termorregulador bulbar. Quinina atenua a excitabilidade do prato oscilante, reduzindo reações induzidas pela estimulação do nervo repetida ou por acetilcolina. A atividade relaxante muscular foi encontrada útil em casos de caimbras nos membros inferiores.
A quinidina é um dextro-estereoisómero do quinina, que para além do seu efeito antimalárico cloroquino-resistente contra os germes resistentes, representa uma droga muito importante para tratar caixas de fibrilação atrial. A atividade antiarrítmica foi descoberta por acaso, na esteira de pacientes com malária, pois, melhoraram suas pinturas fibrilatório subjacentes depois de receber quinidina.
Esta substância atua através de uma redução da entrada de sódio para dentro da célula, o que provoca um aumento do potencial de ação, uma diminuição da velocidade de aumento da célula e despolarização do período refratário. Assim, a frequência cardíaca desce e os fenômenos de excitabilidade de hiperautomatismo são evitados.
2.10 Biodisponilidade:
 A quinina é facilmente absorvida pelo intestino delgado, quando administrada oralmente, mesmo em casos de diarréia. A concentração plasmática máxima é alcançada dentro de 1 a 3 horas após a administração oral, sendo transportados em 70% por proteínas plasmáticas. A quinina também atravessa a placenta e chega até o feto. A degradação principal ocorre no fígado e ao redor 5% são excretados pelos rins.
2.11 Efeitos adversos e/ou tóxicos:
A quinina em grandes doses é depressor do sistema nervoso central, considerando-se em 8 g da dose pode causar a morte de um ser humano. Administrado por via oral tem epigastralgia, náuseas e vômitos. Em indivíduos hipersensíveis podem desencadear asma e muito ocasionalmente com anuira danos nos rins e uremia. Na forma de injecção subcutânea e intramuscular é dolorosa e pode causar abcessos estéreis.
A quinina durante o uso prolongado ou em doses superiores a 10 µg/ml pode causar uma síndrome conhecida como cinchonismo, caracterizada por fotofobia, perda de reflexo da retina, vertigem, zumbido, dor de cabeça, erupções cutâneas, gastrointestinais e doenças cardiovasculares. Nos casos de intoxicação aguda predominam estes últimos sintomas. Por via injetável pode causar reações de hipersensibilidade e irritabilidade no local. Muito raramente o quinina pode produzir hipoglicemia, hepatites e cogulacão intravascular.
2.12 Posologia – Usos medicinais:
Os usos mais comuns de quinina são em relação à sua utilização em casos de malária (Plasmdium falciparum geralmente por cloroquino resistente) e contra cãibras musculares nas pernas. Neste último caso, basta 200-300 mg antes de deitar. A dose habitual de sulfato de quinina é 650 mg, três vezes ao dia, após as refeições, durante 10-14 dias. Prescreve-se sob a forma de cápsulas de proteger a mucosa gástrica.
2.13 Contra Indicações:
Gravidez, lactação (A quinina é ocitocina e teratogênica, podendo causar aborto espontâneo), anemia ou tendencia hemólise, miastenia grave e bloqueio AV. Neste último caso, o efeito potente de quinidina em automaticidade do normal do sistema de His-Purkinje representa um risco para o tratamento de arritmias, na presença de um bloqueio AV. Enquanto isso, o quinina não deve ser utilizado em pacientes com zumbido e neurite óptica.
2.14 Interações medicamentosas:
Os alcaloides da Quina podem potencializar a ação tóxica da Digoxina e os antiácidos diminuem a absorção gastrointestinal do quinino.
2.15 Usos etnomédicos – formas de dosagem:
O carater adstringente da casca da Cinchona em decocção (1-3%) é utilizado em casos inflamatórios orofaríngeos na forma de gargarejos. Em uso interno, como orexígeno e eupéptico. Na forma de extrato aquoso seco (com valorização do quinina em 10%, o que equivale a 1 g = 50 gotas) é utilizado a uma taxa de 0,02 g a 0,3 g por dia, dividido em 2-3 tomadas. Possa também ser preparado extrato fluido destanizado (valorização do quinina em 5%, quando 1g = 50 gotas) a uma dose de 0,02 a 1,5 g por dia (10-75 gotas), distribuídos ao longo de 2-3 tomadas.
2.16 Produtos comerciais:
ADRIXOL:
Laboratório: Raymos
Indicação: Analgésicos, antipiréticos.
Contém: Quinina na formulação combinada com o ácido acetilsalicílico, paracetamol e cafeína.
Apresentação: comprimidos.
BIFENAL:
Laboratório: Fortbenton.
Indicação: Regeneração capilar
Contém: Extrato fluido de quina na formulação combinada com ácido salicílico, resorcina, inositol e alcool pantotênico.
Apresentação: Loção capilar.
CIRCONYL:
Laboratorio: TRB PHARMA 
Indicação: Relaxante muscular
Contém: 200 mg de sulfato de quinina
Apresentação: comprimidos.
LDA - Loção:
Laboratório: LDA
Indicação: Tonificação capilar
Contém: extrato fluido de quina na formulação combinada com calêndula e urtiga.
Apresentação: Loção capilar.
QUINIDINA:
Laboratorio: Dominguez
Indicação: Antiarritmico
Contém: sulfato de quinidina 200 mg.
Apresentação: comprimidos.
MONOTREAN:
Laboratório: Sanko
Indicação: Tratamento de estados vertinosos de origem vasomotora.
Contém: Cloridrato de quinina e papaverina. Apresentação: drágeas.
CONCLUSÃO
A Cinchona, planta da família das Rubiáceas, vem sendo empregada há séculos no tratamento da malária, tais espécies são ricas em quinina, um alcalóide estereoisômero da quinidina de gosto amargo que possui funções antitérmicas, antimaláricas e analgésicas. O sulfato de quinina é o quinino, sendo extraído da quina. 
Atualmente o desenvolvimento de outros fármacos antimaláricos, tanto de origem sintética quanto naturais, como a cloroquininae a primacrina, resultou na diminuição do uso farmacológico de quinina. Entretanto, é ainda o fármaco mais eficiente contra a malária produzida pelo Plasmodium falciparum por sua ação esquizonticida. 
REFERÊNCIAS
Robbers, J., Speedie, M., Tyler,V. Farmacognosia e Farmacobiotecnologia. 1º Edição. São Paulo, Editorial Premier, 1997. 372 pág.
Oliveira, F., Akisue, G., Akisue, M.K. Farmacognosia. 1º Edição. SP, RJ e BH. Editora Atheneu. 1996. 412 pág.
Alonso ,J.R. Tratado de Fitomedicina (bases clínicas y farmacológicas). 1º Edição. Buenos Aires – Argentina, Editora ISIS Ediciones S.R.L. 1998. 1039 pág.
Sítios na internet:
França, T., Santos, M.G., Villar, J.F. Malária: aspectos históricos e quimioterapia. Química Nova. São Paulo, v.31, n. 5, 2008. Disponível em: <>.http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010000422008000500060&script=sci_arttext>. Acesso em: 19/11/2013
Camargo, E.P, Malaria, maleita, paludismo. Ciência e cultura. São Paulo, v.55, n. 1, 2003. Disponível em: <>http://www.cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=50009-67252003001-100021&script=sci_arttext >. Acesso em: 17/11/2013
Quinino. Disponível em: 
<>.http://pt.wikipedia.org/wiki/Quinino>. Acesso em: 10/11/2013 
Sinonímia Cinchona. Disponível em: <>.http://pt.wikipedia.org/wiki/Cinchona#Sinon.C3.ADmia Acesso em 13/11/2013. > Acesso em: 20/11/2013
Farmacopéia vol.1 Disponível em:
<>.http://www.anvisa.gov.br/hotsite/cd_farmacopeia/pdf/volume1%2020110216.pdf >. Acesso em 20/11/2013.