Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução à Astronomia Aula 10 OVL 111 Paulo Lopes 2014 2 Chariklo 3 Novo planeta anão na nuvem de Oort interna Órbita de Sedna (laranja) e do novo planeta anão (2012 VP113; Biden – em vermelho) Biden tem cerca de 450 km (~1/7 da Lua). Sedna tem cerca de 1000 km e varia a distância entre 76 UA e 1000 UA. “The photo shows one of the 200- inch opticians on the left looking through a replica of Galileo's telescope. The telescope is balanced on the shoulder of chief optician Marcus Brown. Behind them stands the completed 200- inch mirror in the optical shop at Caltech. In the mirror's center hole is an exact size replica (in artwork only) of Isaac Newton's first reflecting telescope.” ~1947 5 Telescópios ● Para estudar os astros precisamos de telescópios para detectar objetos de baixo brilho, além de perceber detalhes de objetos distantes. ● Poder coletor: capacidade de captação de luz ● Poder de resolução: capacidade de discernir detalhes nas observações. ● Quanto maior a área coletora de um telescópio (seja de uma lente ou espelho), mais fótons serão observados. ● Como a área coletora de um círculo de raio r é πr², um pequeno aumento em r leva a um grande aumento na quantidade de fótons capturados. Se dobramos o tamanho de uma lente ou espelho sua área coletora cresce por um fator 4. Em geral, telescópios são denominados pelo diâmetro de suas lentes ou espelhos. ● Para termos o foco usamos lentes ou espelhos. No primeiro caso os telescópios são chamados de refratores, enquanto que no segundo de refletores. 6 Telescópios 7 Telescópios Refratores ● O uso de lentes (telescópios refratores) tem várias desvantagens em grandes telescópios: ● Lentes de grande diâmetro tem fabricação muito cara. ● Lentes tem que ser sustentadas pelas bordas para não bloquear luz que passa por elas. Isso pode levar a uma distorção da lente e das imagens. ● Outra dificuldade é que a maior parte de materiais transparentes focam a luz de diferentes cores em diferentes pontos, criando imagens com “franjas em cor”. ● Além disso, muitos materiais de lentes absorvem completamente luz de pequenos comprimento de onda. ● Em função disso a maior parte dos telescópios modernos usam espelhos para coletar e focar a luz, sendo chamados de telescópios refletores. 8 Telescópios Refratores Yerkes Observatory, in Willians Bays. Completado em 1897 para a Universidade de Chicago. Tem uma lente de aproximadamente um metro (40 polegadas), sendo o maior telescópio refrator do mundo. 9 Telescópios Refletores ● Os espelhos em telescópios refletores são feitos de vidro, moldado com uma curva suave, polido e depois revestido com uma camada de alumínio (ou outro material altamente refletor). ● Um espelho curvo pode criar um imagem (focando os raios de luz por ele refletidos) tão bem como uma lente. ● Como a luz não atravessa o espelho, ele foca igualmente bem todas as cores, e não absorve luz de pequenos comprimentos de onda. ● Outra vantagem (também consequência da luz não ter que atravessar o espelho) é que o espelho pode ser sustentado por trás (minimizando as distorções comuns à lentes). ● Por estas e outras razões quase todos os telescópios dedicados a fins científicos atualmente são refletores. 10 Telescópios Refletores Um dos dois telescópios gêmeos Keck. Os 36 espelhos cobrem uma área de 10 metros em diâmetro, tornando-os os maiores telescópio individuais ópticos do mundo. 11 Telescópios Refletores ● Telescópios refletores formam o foco na frente do espelho, de forma que o observador deveria ficar nesta posição (bloqueando parte da luz). ● Esta dificuldade é superada pelo uso de um telescópio secundário para refletir a luz para o lado ou de volta para o espelho (para um buraco em seu centro). ● Num grande telescópio refletor como o de 4 m do NOAO (em Kitt Peak, Arizona) o astrônomo podia ficar numa gaiola diretamente atrás do espelho. 12 Telescópios Refletores Esquema do caminho de luz no telescópio Keck, com foco desviado para o lado ou de volta para o centro do espelho primário. 13 Telescópios Refletores ● Há grandes dificuldades na construção, uso e manutenção de grandes telescópios. ● A maior parte deles são montados em grandes pivôs que permitem seguir objetos astronômicos no céu. ● Movimentar várias toneladas de metal e vidro, de maneira suave e precisa, é um desafio formidável. ● Ao movimentar um telescópio as lentes ou espelhos devem manter seus formatos precisos e posições relativas (se desejamos imagens nítidas). ● Esta é uma tarefa difícil, pois as lentes e espelhos deformam-se com o movimento. ● Uma maneira de contornar este problema é pelo uso de vários espelhos pequenos (ao invés de um único gigante), alinhando-os individualmente. Telescópios deste tipo são chamados instrumentos multiespelho. ● Os maiores telescópios deste tipo são os Keck, a cerca de 4300 m de altura em Mauna Kea (Hawaii). ● Cada telescópio consiste de 36 espelhos, alinhados por lasers que medem precisamente a inclinação e posição de cada espelho. Pequenos desalinhos são corrigidos para que as imagens mantenham-se nítidas. 14 Poder de resolução ● Se desenharmos dois pontos próximos numa folha de papel e olharmos para eles do outro lado da sala, talvez os vejamos como um ponto único. O mesmo ocorre com estrelas próximas umas das outras ou características de planetas vistas por um telescópio de baixa resolução. ● A capacidade de um telescópio de discernir detalhes é descrita pelo limite de difração. D > 0.02 λ/θ ● D é o diâmetro do telescópio em centímetros, λ o comprimento de onda (em nanômetros) da luz incidente e θ o ângulo de separação (em segundos de arco) entre dois pontos. ● Por exemplo, para resolver duas estrelas separadas por 0.1 segundos de arco observadas na luz visível (λ = 500 nanômetros) precisamos de um telescópio com diâmetro maior que 100 cm. ● Quanto mais próximas as fontes maior deve ser o telescópio. 15 Interferômetros ● Uma forma de minimizar os efeitos da difração é pelo uso da técnica de interferometria. ● Num interferômetro as observações são feitas de maneira simultânea em dois ou mais telescópios separados por uma grande distância. A luz coletada pelos telescópios é direcionada para um detector comum que combina os feixes separados. 16 Interferômetros ● O nome vem do fato de quando dois feixes são combinados as ondas de um feixe “interferem” comas de outro. ● O resultado é um padrão complicado que deve ser analisado computacionalmente para gerar uma imagem de um objeto observado. ● Nesta técnica a resolução da imagem não é dada pelo tamanho dos telescópios (espelhos) individuais, mas sim pela sua separação (linha de base). ● Se os espelhos estão separados por 100 m o interferômetro tem o mesmo poder de resolução de um telescópio de 100 m de diâmetro! IOTA - the Infrared-Optical Telescope Arrayma. It is a Michelson stellar interferometer located on Mt. Hopkins in southern Arizona. The maximum baseline is 38 m. 17 Interferômetros Estrela jovem observada com telescópio comum (acima) e o mesmo objeto visto com um interferômetro (abaixo). Na verdade são duas estrelas em órbita uma da outra. 18 Observatórios ● Em função do alto custo dos grandes telescópios e equipamentos associados, observatórios são em muitos casos consórcios nacionais ou mesmo internacionais. ● Ex.: - National Optical Astronomical Observatory (NOAO) - National Radio Astronomical Observatory (NRAO) - Anglo-Australian Telescope (AAT) - European Southern Observatory (ESO) - Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) ● No entanto, mesmo com alto custo, várias universidades e associações destas possuem telescópios de ponta, além de grupos privados, como a Carnegie Institution. ● Os maiores telescópios nos EUA são os Keck e o Hobby-Eberly Telescope (com 11 mestros, no Texas). ● O maior telescópio óptico é o VLT, um conjunto de 4 telescópios de 8 m do ESO. ● Outros grandes telescópios, são por exemplo o Subaru (8.2 m) e o Large Binocular Telescope (gêmeos com 8 m no Mount Graham, Arizona). 19 Observatórios LBT, Mount Graham, Arizona 20 Observatórios From left to right: JCMT, CSO submillimetre array (both in millimetre valley); Subaru, Keck I and keck II; the UH 24-inch, UKIRT, the IRTF (actually on a peak by itself, behind the main ridge), UH 88-inch, Gemini and the CFHT dome. 21 No Invisível ● Os astros também emitem em diversas faixas do espectro eletromagnético, invisíveis aos nossos olhos. No entanto, podemos estudá-los nestes comprimentos de onda com telescópios apropriados (por exemplo, na faixa rádio, em raios-X, raios gama, etc). ● Estes instrumentos funcionam de maneira análoga aos do óptico (coletando radiação e resolvendo detalhes dos objetos). ● Para estudar estes astros em outros comp. de onda, os dados registrados são (por ex.) transformados em imagens de falsa cor. ● Numa imagem de falsa cor as cores usadas representam a intensidade da radiação detectada (que não enxergamos). Nas imagens abaixo temos uma rádio galáxia (esquerda), com jatos vindos do seu núcleo; e uma estrela em explosão (Cas A) observada em raios-X (direita). 22 Na faixa rádio 23 Na faixa rádio Arecibo radio obserbatory (Porto Rico) 24 Na faixa rádio Very Large Array (VLA) obserbatory (Novo México, EUA) 25 No espaço ● Em alguns comprimentos de onda um outro problema é nossa atmosfera. ● No infravermelho (IR) quase toda o intervalo de frequências é bloqueado por gases em nossa atmosfera. ● No ultravioleta (UV) e raios-X nada penetra a atmosfera. ● Nesses casos temos que fazer observações com telescópios espaciais. ● Mas mesmo no óptico observações no espaço são melhores, pois as imagens não são distorcidas por nossa atmosfera. 26 No espaço 27 No espaço Alguns objetos estudados pelo HST 28 Poluição luminosa LA vista do Mt Wilson em 1908 e 1988; América do espaço. 29 Ferramenta mais importante? Astrônoma trabalhando. Debra Elmegreen, Vassar College. Slide 1 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29
Compartilhar