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04 Atividade Física e Fatores de Risco

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04 – Atividades Física e Fatores de Risco
Desde a 1ª aula está sendo discutida a relação entre prática de atividades físicas, saúde e qualidade de vida. Após a identificação dos fatores de risco para doenças cardiovasculares e dos indicadores da Síndrome Metabólica, veremos como o estilo de vida ativo beneficia indivíduos com maior propensão a apresentarem doenças crônicas não transmissíveis. Também serão apresentadas recomendações gerais sobre os tipos, intensidade e duração dos exercícios para esses indivíduos. O profissional de Educação Física tem papel fundamental na prevenção de doenças, porém uma vez instaladas, deve ter conhecimento de como sua orientação pode auxiliar o aluno na melhoria da saúde.
Atividade física e fatores de risco para doenças cardiovasculares
Entre os fatores de risco apresentados na terceira aula, aqui abordaremos a hipertensão, a obesidade e as dislipidemias, relacionando os benefícios já identificados pela literatura na prevenção e no controle desses problemas de saúde. De maneira geral, os benefícios da atividade física regular são a redução das pressões sistólica e diastólica em repouso, aumento dos níveis séricos de HDL colesterol e redução dos triglicerídeos, gordura corporal total e intra-abdominal reduzidas, menores necessidades de insulina e melhor tolerância à glicose, redução da adesividade e da agregação das plaquetas (ACSM, 2007).
Hipertensão
Obesidade 
Dislipidemias 
Atividades Física e Fatores de Risco
Veremos a partir de agora as recomendações gerais para a prática de exercícios físicos objetivando a prevenção e o controle dos seguintes fatores de risco: hipertensão, obesidade e dislipidemias.
Hipertensão: Atividade física e hipertensão:
De acordo com dados do Ministério da Saúde (2009), 24,4% dos brasileiros acima de 18 anos têm hipertensão arterial. A faixa etária que mais sofre com a hipertensão é a dos idosos: 63,2% dos indivíduos com mais de 65 anos têm essa doença. Como o estilo de vida pode atingir os mecanismos determinantes dos níveis de pressão arterial, em 2010 o Ministério da Saúde lançou uma campanha de alerta à população, cuja principal mensagem frisa a importância da prevenção através da redução do consumo de sal, a manutenção do peso saudável, a inclusão de frutas e hortaliças na dieta e a prática de exercícios físicos. O ACSM (2007) cita que a hipertensão atinge aproximadamente 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, sendo mais prevalente em homens do que em mulheres e em negros do que em brancos, sendo considerada o principal fator para doenças e mortalidade por acidentes vasculares cerebrais e infarto do miocárdio nos EUA.
São consideradas atitudes importantes para a prevenção e o tratamento da hipertensão a prática regular de exercícios físicos, o abandono do tabagismo, o baixo consumo de álcool, a alimentação saudável e o controle do peso (VAISBERG; MELLO, 2010). O controle do estresse também é considerado um fator importante para a prevenção.
Considerada uma doença silenciosa, sintomas que podem indicar hipertensão são:  dor de cabeça, taquicardia, tonturas, insônia, irritabilidade, sonolência durante o dia, apnéia do sono e escotomas visuais. Apenas o médico pode diagnosticar a hipertensão e a recomendação geral quanto à prática de atividades físicas é que os indivíduos pratiquem pelos menos 30 minutos por dia, na maioria dos dias de semana, atividades físicas moderadas (preferencialmente exercícios aeróbicos, como a caminhada).
Muitos estudos identificaram que os exercícios aeróbicos, que mobilizam grandes grupos musculares simultaneamente, causam reduções clinicamente importantes dos níveis de pressão arterial após sua realização, efeito denominado de hipotensão pós-exercício. A diminuição da resistência vascular periférica, que ocorre pela necessidade aumentada de sangue e oxigênio para os músculos em atividade, parece ser o principal mecanismo associado à hipotensão pós-exercício. 
As Diretrizes da Sociedade Brasileira de Hipertensão (2007) recomendam a realização de exercícios aeróbicos na maioria dos dias da semana por pelo menos 30 minutos, numa intensidade entre 50% a 70% (sedentários) e 60% a 80% (condicionados) da reserva da frequência cardíaca. Quanto aos exercícios de força, a sobrecarga deve ser de 50% a 60% de uma repetição máxima, ou seja, carga leve; porém, não deve ser a prioridade na prescrição de exercícios para hipertensos e sim, um complemento do programa de treinamento.
Obesidade: Atividade física e obesidade: 
Obesidade é uma doença considerada atualmente um problema de saúde pública e está associada ao desenvolvimento de outras doenças, como as doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. A alta ingestão calórica, dietas ricas em gorduras e o sedentarismo são determinantes no desenvolvimento da obesidade, além de fatores genéticos e étnicos.
O Ministério da Saúde (2009) cita que 13% dos adultos brasileiros são obesos, sendo a maior prevalência em mulheres (13,6%) do que em homens (12,4%). O indicador utilizado para identificação da obesidade é o Índice de Massa Corporal (IMC), obtido através pela divisão do peso corporal em Kg pela altura (em metros) ao quadrado (massa Kg/estatura m  ). O IMC acima de 30 kg/m  indica obesidade, e entre 25 a 30 kg/m  , sobrepeso. Atualmente, 43,3% dos adultos brasileiros estão acima do peso, demonstrando a importância de se alertar os indivíduos quanto ao controle do peso corporal através de um estilo de vida positivo.
O ACSM relata que dados de 2002 apontaram que entre os norte-americanos há uma prevalência de obesidade de 31% e de sobrepeso de 65%.
O acúmulo de gordura, principalmente na região intra-abdominal está relacionado a uma redução na expectativa, mortalidade precoce e sobrecarga significativa para a economia devido aos custos com assistência médica.
A obesidade é causada principalmente por um balanço energético positivo acumulado, ou seja, o indivíduo consome mais calorias através da sua alimentação do que gasta diariamente. O gasto calórico depende da taxa metabólica de repouso, do efeito térmico dos alimentos e da quantidade de atividade física realizada. Assim, é fundamental a associação entre exercícios físicos e dieta equilibrada tanto na prevenção como no combate à obesidade.
Quanto à prescrição de exercícios, é fundamental que o indivíduo obeso, se possível, exercite-se 5 a 7 dias na semana, de preferência por um mínimo de 45 a 60 minutos a cada dia, praticando atividades aeróbicas que mobilizam grandes grupos musculares e assim, aumentam o gasto calórico. A intensidade deve aumentar conforme o indivíduo aprimora sua aptidão física: inicialmente, o ACSM recomenda 40% a 60% da reserva da frequência cardíaca, progredindo para 50% a 75% gradualmente.
É fundamental que o professor respeite as preferências do seu aluno, pois deve-se priorizar a manutenção da prática de atividades físicas, o que é mais fácil de se conseguir quando o indivíduo tem prazer em praticar determinada atividade. Exercícios realizados sem ou com pouca sustentação do peso corporal, como natação, bicicleta ergométrica e hidroginástica apresentam menos riscos de lesões ortopédicas e podem ser mais seguros no início de um programa de treinamento.
Os exercícios de força também podem ser incluídos na prescrição já que melhoram a resistência muscular e a força para a realização de atividades da vida diária, o que torna o treinamento contra resistência um coadjuvante importante nos programas de treinamento visando o emagrecimento.
Dislipidemias: Atividade Física e dislipidemias 
Os exercícios de força também podem ser incluídos na prescrição já que melhoram a resistência muscular e a força para a realização de atividades da vida diária, o que torna o treinamento contra resistência um coadjuvante importante nos programas de treinamento visando o emagrecimento.
Segundo o Ministério da Saúde (2002), a concentração aumentada de LDL colesterol está diretamente relacionada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares,o que também ocorre com os triglicerídios e com níveis reduzidos de HDL colesterol. Assim como ocorre com outros fatores de risco, mudanças no estilo de vida são consideradas fundamentais para evitar dislipidemia ou para melhorar o perfil lipídico quando ela é identificada em exames laboratoriais.
Conforme Lottenberg e colaboradores no livro “Exercícios na saúde e na doença”, os exercícios aeróbicos têm como principal efeito sobre os lipídios sanguíneos a redução dos triglicerídios, o que provavelmente está associado à diminuição da resistência à insulina. É importante citar que indivíduos obesos geralmente apresentam hipertrigliceridemia, o que reforça novamente a importância do controle do peso corporal.
Quanto ao LDL colesterol, os mesmos autores citam que há controvérsias na literatura quanto ao efeito redutor do exercício físico sobre este lipídio. Atletas, por exemplo, apresentam valores de LDL menores que indivíduos sedentários, ressaltando-se que reduções do LDL foram identificadas em grupos que realizaram exercícios aeróbicos em grande volume, ou seja, mais do que 32 km/semana, porém  não houve alterações quando o volume de treinamento foi menor.
Importante ressaltar que mesmo quando não há redução na concentração do LDL colesterol com a prática de exercícios, pode ocorrer modificação no perfil dessas lipoproteínas, reduzindo-se a quantidade de partículas pequenas e densas (favorecem a formação de placas de ateroma) e aumentando-se a proporção de partículas maiores de LDL (menos risco de formação de placas de ateroma).
Já com relação ao HDL (bom colesterol), os estudos mostram que o exercício aeróbico aumenta sua concentração, especialmente em indivíduos com HDL abaixo de 40 mg/dL e triglicerídios altos (que diminuem com o treinamento). O aumento do HDL ocorre também quando grandes volumes de treinamento são realizados (acima de 32 km/semana) e em intensidades de esforço maiores (65% a 80% da reserva da frequência cardíaca). O mais importante efeito do treinamento sobre o HDL colesterol também se associa à qualidade dessa partícula: são geradas mais partículas nascentes de HDL, aumentando a captação do “colesterol ruim” e seu transporte ao fígado, para posterior remoção pela bile.
As recomendações quanto à prescrição de exercícios para indivíduos com dislipidemias incluem: 
• Tipo de exercício: ênfase no exercício aeróbico / podem ser realizados exercícios com pesos complementando a prescrição.
• Duração das sessões: iniciar com 20 minutos e progredir até 45 minutos de duração.
• Número de sessões semanais: 4 a 5 sessões semanais.
• Intensidade: inicialmente leve, mas deve-se progredir para intensidade moderada e depois, intensa. 
• Exercícios com peso: duas a três sessões por semana, com exercícios direcionados aos grandes grupos musculares (2 a 3 séries de oito a quinze repetições cada exercício).
Para exercícios em alta intensidade, deve-se considerar a presença de outros fatores de risco. A intensidade moderada traz resultados satisfatórios na prevenção e no controle das dislipidemias.
Na próxima aula, você verá os benefícios da prática regular de atividades físicas para a prevenção e controle do diabetes e seus benefícios para portadores de câncer.
Deve-se ressaltar que indivíduos hipertensos, ou obesos, ou com dislipidemias que alegam não ter tempo ou não desejarem iniciar um programa de exercícios físicos em academias, clubes ou outros centros de condicionamento físico, devem ser orientados a aumentar sua quantidade diária de atividade física, seja nas atividades laborais, domésticas, de deslocamento ou no tempo livre.

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