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Caso Concreto Aula 4 Penal I

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Caso Concreto Aula 4
Direito Penal I
Turma 3001
Alisson Jones
Caso concreto
No dia 25 de fevereiro de 2014, na cidade de Ariquemes, Felipe, nascido em 03 de março de 1996, encontra seu inimigo Fernando na rua e desfere diversos disparos de arma de fogo em seu peito com intenção de matá-lo. Populares que presenciaram os fatos, avisaram sobre o ocorrido a familiares de Fernando, que optaram por transferí-lo de helicóptero para Porto Velho, onde foi operado. No dia 05 de março de 2014, porém, Fernando não resistiu aos ferimentos causados pelos disparos e veio a falecer ainda no hospital de Porto Velho. Considerando a situação hipotética narrada e as previsões do Código Penal sobre tempo e lugar do crime, é correto afirmar que, em relação a estes fatos, responda às questões formuladas: (Questão de Concurso Público MODIFICADA) 
a) Felipe será responsabilizado pela conduta de acordo com as regras do Código Penal ou do Estatuto da Criança e Adolescente (Lei n.8069/1990)? Responda de forma objetiva e fundamentada. 
R.: Será responsabilizado de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, pois no dia da conduta típica era ainda menor de idade. Felipe não vai responder por homicídio, cumprindo apenas medida sócio-educativa.
b) Identifique e explique as teorias adotadas no caso concreto sobre tempo e lugar do crime. 
R.: No tempo do crime, a teoria usada foi a da Atividade, na qual o delito é praticado no momento da ação ou omissão (art. 4º CP). No lugar do crime, a teoria usada foi a da Ubiquidade ou mista, pois considera-se praticado o ilícito no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado (art. 6º CP).
Fernando Capez diz que: “a imputabilidade do agente que deve ser aferida no exato momento da prática do delito, pouco importando a data em que o resultado venha se efetivar”. (CAPEZ, 2007, p. 67). Dessa forma, se um menor de 17 anos comete um ato de roubo exatamente às 23:59 horas, sendo que no próximo minuto este completaria a maioridade penal, esse menor será inimputável na época da infração perante o direito penal, e responderá apenas por ato infracional pelo fato praticado análogo ao ilícito penal do crime de roubo, estando sujeito apenas as medidas sócio-educativas previstas no Estatuto Menorista, pouco importando sua maioridade logo após o fatídico.
Há uma corrente, a qual defende que o momento do crime é aquele em que ocorreu o resultado. Considera-se praticado o delito no momento em que ocorre o resultado, o efeito da conduta ilícita. Damásio leciona que “não é de aceitar-se a teoria do evento, principalmente quando a ação ocorre antes de entrar em vigor uma lei que define um crime ex novo e o resultado se produz no período de sua vigência. Se a conduta é lícita perante o ordenamento jurídico, lícito é o resultado, ainda que ocorra sob a eficácia da lei nova que define o fato (conduta e evento) como crime. Mesmo que a ação ocorra durante o lapso da vacatio e o resultado após a entrada da lei em vigor, a solução é a mesma: o fato se considera cometido ao tempo da lei antiga, que não o considerava crime, aplicando-se o princípio da reserva legal” (JESUS, 2006, p. 104).
EMENTA: “APELAÇÃO CRIMINAL. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO A TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO. PROVAS SUFICIENTES. PLEITO DE SUBSTITUIÇÃO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA. IMPOSIÇÃO DE MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA DE INTERNAÇÃO. ACERTO. ATO INFRACIONAL PRATICADO MEDIANTE VIOLÊNCIA. RECURSO IMPROVIDO. DECISÃO UNÂNIME”. (TJ-PE - Apelação : APL 3131791 PE)
EMENTA: “APELAÇÃO. VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO À TENTATIVA DE HOMICÍDIO QUALIFICADO POR MOTIVO FÚTIL E COM EMPREGO DE FOGO (MEIO CRUEL). CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO AO APELO. NÃO CABIMENTO. ABSOLVIÇÃO DO ADOLESCENTE. ALEGAÇÃO DE LEGÍTIMA DEFESA. NÃO ACOLHIMENTO. CONJUNTO PROBATÓRIO ROBUSTO. CONFISSÃO ESPONTÂNEA. VALORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA. INTERNAÇÃO. ADEQUAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA”. (TJ-DF - Apelacao Criminal : APR 20120130066326 DF 0006067-53.2012.8.07.0013)
REFERÊNCIA
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal - parte geral. Volume I. 11ª Edição rev. e atual. - São Paulo: Saraiva, 2007, p. 67
JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal: Parte Geral. 28ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2006. Vol. 1.
Questão objetiva. 
Em razão do aumento do número de crimes de dano qualificado contra o patrimônio da União (pena: detenção de 6 meses a 3 anos e multa), foi editada uma lei que passou a prever que, entre 20 de agosto de 2015 e 31 de dezembro de 2015, tal delito (Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal) passaria a ter pena de 2 a 5 anos de detenção. João, em 20 de dezembro de 2015, destrói dolosamente um bem de propriedade da União, razão pela qual foi denunciado, em 8 de janeiro de 2016, como incurso nas sanções do Art. 163, parágrafo único, inciso III, do Código Penal. Considerando a hipótese narrada, no momento do julgamento, em março de 2016, deverá ser considerada, em caso de condenação, a pena de: 
A) 6 meses a 3 anos de detenção, pois a Constituição prevê o princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica ao réu. 
B) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei temporária tem ultratividade gravosa. 
C) 6 meses a 3 anos de detenção, pois aplica-se o princípio do tempus regit actum (tempo rege o ato). 
D) 2 a 5 anos de detenção, pois a lei excepcional tem ultratividade gravosa.

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