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Prévia do material em texto

Prof. Fórum: Professor (a) FABIANO GUIMARAES DA ROCHA 
Prof: FABIANO GUIMARAES fabianoils@hotmail.com 
Tópicos em Libras: Surdez e Inclusão 
 
Esta disciplina, seu enfoque e conteúdo inserem-se no contexto das discussões acerca da sociedade inclusiva, 
destacando em especial as adequações de instituições e suas propostas às políticas públicas de inclusão vigentes e o 
conjunto de documentos que lhe dão substrato. Dentre estas, privilegia-se, aqui, o Decreto 5626/2005. 
Aula 1: Diferença, Inclusão e Identidade na sociedade contemporânea 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. Reconhecer algumas mudanças na sociedade contemporânea em relação às formas de comportamento do sujeito na vida 
social. 
2. Identificar aspectos relacionados à identidade do sujeito contemporâneo em termos de inclusão social. 
3- Identificar aspectos culturais e sociolinguísticos da surdez; 
4 - Aprender noções básicas de libras. 
Adquirir noções instrumentais da língua de sinais não é o único objetivo deste curso. A língua de sinais é utilizada por sujeitos 
sinalizantes (surdos ou ouvintes que dominam a língua de sinais brasileira) em contextos específicos de interação cujo histórico 
aponta para preconceitos e mal-entendidos acerca das diferenças como um todo e da identidade do surdo na sociedade. 
Começando a trabalhar 
Que tal começarmos esta disciplina já com uma parte prática? Muitas vezes os ouvintes acreditam que as palavras em LIBRAS são 
construídas letra a letra, mas isso não é bem verdade. Entretanto, para muitas palavras, especialmente nomes de pessoas e 
lugares, as letras do alfabeto compõem uma palavra da mesma maneira como ocorre em qualquer língua. 
Datilologia (alfanumérico) 
No vídeo ao lado, você assiste a um surdo sinalizando as letras do alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Ao 
final, ele também irá sinalizar os números de 0 a 9. 
Aproveite para rever quantas vezes quiser, pois esse é o seu primeiro contato para pessoas ouvintes compreenderem o “bê-a-
bá” da realidade sinalizante. 
Li Bras (Linguagem Brasileira de Sinais) 
Neste vídeo, você viu uma série de sinais (nome, sinal, idade, casa/morar, onde) aplicados fora de contexto, somente para você 
conhecer as palavras usadas na apresentação pessoal.Informação Cultural (IC): Nas comunidades sinalizantes é hábito 
apresentar-se não somente informando o nome, mas também com um SINAL. Esse SINAL pode ser entendido como uma espécie 
de “batismo” dentro dessas comunidades. Cada pessoa tem um SINAL próprio que faz referência a alguma característica 
particular dela (somente referência física; física com a primeira letra do nome; um evento marcante etc.). 
Neste vídeo, você viu os sinais aplicados dentro de frases, em contextos de uso efetivo da língua. No primeiro vídeo, as palavras 
estavam isoladas; neste, elas são empregadas em situações práticas de comunicação em LIBRAS. Informação Linguística (IL): as 
frases em Libras, muitas vezes, omitem algumas palavras que são usadas; em outras palavras, são construções sintéticas, 
econômicas. Lembre-se: Libras não é a tradução de língua portuguesa. Quer um exemplo? Em português, dizemos “qual é o seu 
nome?”. Em Libras, basta usar as palavras “seu” + “nome”, e a interrogação é marcada pela expressão facial. 
Entendendo o cenário 
Faremos, nesta primeira aula, algumas considerações sobre inclusão, identidade e diferença, principalmente no âmbito dos 
estudos sobre surdez e língua de sinais. 
 
 
 
 
A crise de identidade 
Vamos começar, então, refletindo um pouco sobre a sociedade contemporânea e suas “novas” formas de relacionamento, 
construção de identidade e preservação da cultura; em especial, as influenciadas pela chamada globalização. Para tal, é 
necessário que se investiguem as relações entre língua, cultura e sociedade. 
A sociedade contemporânea reivindica uma revisão das próprias formas de se pensar a linguagem e o papel e lugar da(s) 
ciência(s) e política(s) que a tomam como objeto. Nesse sentido, a sociedade é convocada a enfrentar as constantes 
incompletudes, provocadas por um mundo globalizado, onde o global e o local se interpenetram, e as diferenças não se 
encaixam na “completude” (Bauman, 2005). 
Mundo moderno, comunicação e identidade 
As novas formas de relacionamento (através da internet, chat, etc.) e o intercâmbio cultural são significativamente mais velozes 
e dinâmicos que no passado. Além da internet, o celular é hoje um aparelho quase que indispensável à sobrevivência na 
sociedade urbana. Este aspecto atinge inclusive as pessoas surdas, cujo uso do celular é bastante freqüente, tendo tornado-se 
um excelente meio de comunicação para esse grupo social. 
Além disso, a própria disciplina que você está fazendo neste exato momento faz parte da evolução tecnológica que permite a 
comunicação a qualquer hora e em qualquer lugar, como você pode observar no vídeo ao lado. 
Através dessas novas relações, o local e o global passaram a se interpenetrar constantemente, dificultando sua identificação e 
tornando incoerente um conceito de identidade (lingüística e cultural) que seja o mesmo para qualquer indivíduo; em outras 
palavras, uma identidade que não seja fluida, que seja comum a todos. 
Mas será que somos iguais? 
Atualmente, a sociedade experimenta certa insatisfação em relação às promessas da modernidade, entre elas, a de igualdade, 
de liberdade, de paz, etc. Tais promessas não foram cumpridas, o que tem colocado em evidência a fragilidade do mundo 
moderno e da contemporaneidade. 
 
 
 
Língua e identidade para os surdos 
 
Esse fenômeno da crise de identidade pode ser observado em vários setores da sociedade. Em relação aos surdos e às comunidades 
sinalizantes não é diferente. Após vários anos de total exclusão, e subjugamento a padrões culturais inerentes a uma vida tipicamente 
ouvinte, os surdos – conduzidos pelas pesquisas na área da lingüística, da educação e outras – puderam reconhecer-se como seres 
dotados de uma língua. Suas comunidades lingüísticas apresentam peculiaridades culturais a elas inerentes. 
Os surdos passam então a afirmar suas identidades com base, principalmente, em características lingüísticas e culturais. Devido 
aos longos anos de uma experiência não favorável ao seu reconhecimento, foi necessária a criação de associações diversas, a 
produção de discurso de defesa e luta, entre outros, que garantissem esse espaço na sociedade. 
 
 
 
 
 
Surdez e identidade 
 
A identidade do surdo deve ser construída com base em suas capacidades, em suas peculiaridades lingüístico-culturais. Por isso, alguns 
estudiosos referem-se aos surdos como sujeitos sinalizantes, usuários de Libras. A questão das identidades se faz, portanto, presente e 
não pode ser dissociada das experiências da sociedade contemporânea que vive o conflito inerente à fluidez dessas identidades. 
 
Não podemos esquecer que cada surdo tem uma história de vida, que nem todos os surdos dominam a língua de sinais; alguns 
são oralizados e têm orgulho disso. Isso nos faz refletir sobre o que é ser diferente, e se há alguma coisa chamada “diferença”. 
Selecionamos alguns links interessantes para que você, caso queira, possa aprofundar seus conhecimentos: 
1) Instituto Nacional de Educação de Surdos 
No site do INES, você encontra informações relevantes sobre os surdos e a língua de sinais. 
2) A Vez da Voz 
Saiba mais sobre "diferença" e "inclusão", visitando o site dessa Organização Não-Governamental. 
3) Lei 10436 
Trata-se da chamada Lei de Libras, de 24 de abril de 2002. 
4) Decreto 5626 
Decreto que regulamenta a Língua Brasileira de Sinais, de 22 de dezembro de 2005. 
5) FENEIS - Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos 
6) APADA– Associação de Pais e Amigos dos Deficientes de Audição 
Referências Bibliográficas: 
BAUMAN, Z. Identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. 
FERNANDES, Eulália (org). Surdez e Bilingüismo. Porto Alegre: Mediação, 2005. 
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós – modernidade. Rio de Janeiro: DP&A,1998. 
LAPLANCHE, J & PONTALIS. Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
RAJAGOPALAN, K. & SILVA, Fábio L. A lingüística que nos faz falhar: investigação crítica. São Paulo: Parábola, 2004. 
RIBEIRO, Alexandre do Amaral. Quando negar é legitimar: reflexões sobre preconceito e políticas lingüísticas. Tese de 
Doutorado. Unicamp/IEL, 2006. 
SÁ, Nídia Regina Limeira de. Cultura, poder e educação de surdos. São Paulo: Paulinas, 2006. 
 
Acredita-se ser de grande relevância tomar a atitude política de referir-se aos surdos, pelos menos àqueles que declaram ter a 
LIBRAS como L1, com maior freqüência, como “sujeitos sinalizantes”. Este termo não precisaria ser restrito a pessoa surda em 
si, mas aqueles que por sua história de vida percebem sua identidade construída em um contexto de uso de língua de sinais. Se 
for um surdo sinalizante, esse sujeito não precisará ter medo de usar a sua própria língua, nem se sentirá incapaz de dominar a 
língua de outros grupos, mesmo que sejam essas de outra modalidade e que, por isso mesmo, apresentem desafios 
aparentemente instransponíveis. Esse sujeito não é um surdo deficiente; é um sujeito dotado de capacidade lingüística... 
 
 
Aula 2: Especificidades da língua de sinais e os parâmetros que regem a formação de 
sinais e o uso da LIBRAS 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. Reconhecer as características básicas da língua de sinais; 
2. Identificar aspectos relacionados à gramática no que se refere à LIBRAS; 
3. Descrever os parâmetros básicos de combinação para a língua de sinais. 
O que você entende por gramática? 
Quando relembramos nossos tempos de colégio, nos vêm à mente as aulas de língua portuguesa e as “chatices” (pelo menos para 
a maioria) das regras gramaticais. Colocação pronominal, predicativo do sujeito, oração subordinada substantiva objetiva direta 
etc. Isso porque entendemos (ou nos foi assim ensinado) que a gramática reduz-se à idéia de “um livro em que se expõem as 
normas de uso de uma determinada língua”. Mas não é bem assim... 
Sem maiores aprofundamentos, podemos entender gramática no contexto da capacidade lingüística: todo ser humano é dotado 
de capacidade lingüística. Em segundo lugar, há que se pensar em gramática como um sistema, mentalmente compartilhado 
entre os usuários de uma língua, cujo funcionamento e estrutura não dependem de uma educação formal para serem 
aprendidos. Isto equivale a dizer, por exemplo, que qualquer falante, mesmo alguém considerado analfabeto, possui uma 
gramática (um conjunto de regras em sua mente), a qual aprendeu no convívio com a sua comunidade lingüística. 
Acompanhe a história de uma criança de 3 anos que ainda não foi alfabetizada, e só teve contato com a língua portuguesa 
através da interação com os pais e com outros parentes. Ao final, iremos fazer uma pergunta para você responder. Vamos 
começar? 
 
 
 
 
 
E a língua de sinais? 
A língua de sinais, a exemplo de qualquer língua oral, tem uma gramática própria, constituída por um conjunto de regras 
presente na mente dos seus usuários. Poderemos ter a tendência a acreditar que a língua de sinais seja uma espécie de “língua 
oral sinalizada”. Em conseqüência disso, acabaremos acreditando que o léxico (dicionário mental), os 
aspectos sintáticos, semânticos, pragmáticos e quirológicos da LIBRAS constituem um emaranhado de sinais, aleatoriamente 
utilizados, que mais pareceriam uma língua oral mal falada. 
Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, na medida em que, dotados desta 
capacidade lingüística, decodificam logicamente o mundo, organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e 
mentais dos quais dispõem. Assim, sua capacidade lingüística exterioriza-se, formando uma língua específicaque, ao invés de 
sinais orais e auditivos, usa sinais espaciais e visuais, valendo-se do pleno funcionamento de sua visão, de suas mãos e do 
restante do corpo como um todo. 
Basta aprender os sinais que já estamos nos comunicando? 
Na LIBRAS, os níveis de descrição da língua são os já conhecidos sintático, semântico, pragmático. Em função da língua de sinais 
usar as mãos como principal canal de manifestação, temos ainda o nível quirológico que diz respeito justamente ao aspecto 
manual em si. 
Desfazendo mitos... 
A língua de sinais não é uma língua universal, conforme muitos pensam. Cada país tem a sua própria língua de sinais. Além disso, 
há variações regionais dentro de cada país. Assim, podemos citar: a ASL (American Sign Language), a LSF (língua de sinais 
francesa), a Língua de Sinais Urubu Kaapor (Maranhão, Brasil) etc. 
Começando a começar... 
 
Uma boa descrição da língua de sinais não pode ser feita, naturalmente, a partir da mesma lógica utilizada para a descrição 
de línguas orais. Afinal, a modalidade lingüística é totalmente diferente. No entanto, existem parâmetros que regem o uso da 
língua de sinais. Costuma-se apresentar cinco parâmetros que possibilitam entender a formação dos sinais e as bases para os 
seus usos durante a produção discursiva. Vamos conhecer esses parâmetros? 
Assim, percebeu-se que um sinal é produzido a partir da combinação de elementos espaciais, visuais e motores que 
determinam o lugar onde as mãos devem estar na hora da produção do sinal, como as mãos devem estar configuradas, para que 
direção elas devem estar apontando, se devem ou não estar se movimentando e como deve ser feito este movimento. Além 
disso, é preciso considerar a posição do corpo e a expressão facial que acompanham a produção desse sinal para que ele seja 
plenamente entendido em seu contexto de produção. 
 
 
 
 
 
Selecionamos dois links para você: 
 
 
Selecionamos dois links para você: 
1) Site sobre acessibilidade , com diversas informações importantes sobre Libras e outros assuntos relacionados. 
2) Projeto de registro das línguas de sinais e suas culturas , organizado por Valerie Sutton. Nesse site, a autora 
busca compensar a ausência de uma tradição escrita consolidada através de um portal cooperativo para registro de 
literatura (entre outros) em língua de sinais. 
 
 
 
Veja as referências bibliográficas desta aula: 
BERNARDINO, E. L. Absurdo ou Lógica?: a produção lingüística dos surdos. Belo Horizonte: Editora Profetizando 
Vida, 2000. 
 
Nesta aula você viu um pouco mais sobre: 
a) A relação entre língua, gramática e Libras; 
b) Os parâmetros que regem a comunicação em língua de sinais. 
 
Na próxima aula você irá ter contato com as políticas lingüísticas e educacionais, bem como o caráter ético e prático de tais 
políticas na relação com a identidade do sujeito sinalizante e da comunidade a qual ele está inserido. 
Não deixe de participar do fórum de discussão e de realizar os exercícios de autocorreção antes de iniciar a aula 3. 
 
 
Aula 3: Políticas linguísticas e educacionais 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. Reconhecer a necessidade de políticas inclusivas relacionadas à surdez; 
2. Identificar aspectos relacionados ao preconceito na implementação de políticas linguísticas e educacionais; 
3. Perceber como a palavra deficiente não se adequa à identidade do surdo. 
Nesta aula, convidamos você a conhecer e a refletir sobre a existência e sobre a necessidade de constante formulação e 
reformulação de políticas lingüísticas e educacionais. Discriminar, excluir indivíduosou grupos em função de determinados usos 
da linguagem ou em nome da preservação de certas identidades: essas são questões que vêm emergindo em polêmicas geradas 
na atualidade. Tais questões trazem para o centro das discussões a vida política da linguagem e o caráter ético inerente aos 
estudos científicos da linguagem, suas aplicações políticas e educacionais. 
IInclusão ou preconceito? 
Parece oportuno pensar em que medida políticas (educacionais, lingüísticas...), no afã de defender minorias lingüísticas e preservar a 
língua, podem ser transformar em práticas sutis de preconceito. Afinal, políticas lingüísticas e políticas de línguas, expressas em leis, 
projetos de lei e outros tipos documentos oficiais, refletem contextos sócio-históricos e servem não apenas como dado, mas também como 
pano de fundo para uma discussão sobre o preconceito no contexto brasileiro. 
 
Não é raro detectar, tanto nos discursos sobre o direito à diferença quanto naqueles que procuram proteger grupos sociais, atitudes 
preconceituosas e certa crença de estarem os seus propositores investidos de autoridade suficiente para avaliar o grau e intensidade 
do problema do outro. Uma atitude que implicitamente reforça aquelas idéias contra as quais o próprio grupo parece lutar. 
 
 
 
 
 
Perspectivas de política lingüística na sociedade 
Essas são questões que auxiliam a estudar políticas lingüísticas sob o ponto de vista das relações entre sujeito e sociedade na 
pós-modernidade. Daí, uma discussão sobre a dimensão ética das políticas. É preciso perceber que as políticas também nomeiam 
e categorizam indivíduos a partir de determinado ponto de vista. 
Pretende-se, na perspectiva das políticas lingüísticas, uma ética que ultrapasse a idéia humanitária dos direitos humanos e dos direitos 
lingüísticos e que permita superar o dualismo do sujeito-ético como vítima e sujeito ético como piedoso (cf. Chauí, 1999). Em outras 
palavras, a proposição de políticas lingüísticas será eticamente efetiva se acompanhada de ações propositivas em torno do sujeito e da 
sociedade. Se, ao contrário, decorrer tão somente de consenso sobre a injustiça e preconceito, poderá representar apenas uma forma 
de “acalmar a consciência”. Muito mais uma forma de “redimir-se de pecados”, de autopunição do que de construir e de viver uma 
sociedade justa. 
Perspectivas de política lingüística na educação 
 
Em termos da atuação pedagógica, é bom pensar sobre a necessidade de se estabelecer um olhar sobre os aprendizes que ultrapasse 
qualquer tipo de hierarquização. Interessa reconhecer a existência de alunos, pesquisadores, sujeitos que não podem se eximir, nem 
serem eximidos de suas responsabilidades, nem privados de seus direitos. Nesse sentido, deixa-se de lado a lógica de “atendimento ao 
aluno” e se passa à lógica e à dinâmica de extração e ampliação de suas potencialidades. 
 
Nesse contexto não existiria “o surdo”, “o deficiente”. O problema está em não nos deixarmos levar uma identificação do sujeito feita 
a partir de uma “deficiência”. Seria negar a surdez enquanto único fator preponderante para identificar um sujeito. O sujeito surdo 
não é constituído única e exclusivamente de sua surdez, enquanto fato físico. Há milhões de outras facetas nesse sujeito para as quais 
freqüentemente não se busca olhar. 
 
Nesta aula você viu um pouco mais sobre: 
a) Políticas de inclusão e sua relação com preconceito; 
b) As questões que devem nortear a tomada de decisão na adoção de Políticas acerca da surdez. 
 
 
Na próxima aula você irá ter contato com a cultura em comunidades sinalizantes. 
Não deixe de participar do fórum de discussão e de realizar os exercícios de autocorreção antes de iniciar a aula 4. 
 
 
Aula 4: Cultura em comunidades sinalizantes 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. Identificar aspectos culturais relacionados ao sujeito surdo; 
2. Reconhecer as diversas nuances da/na identificação cultural do sujeito surdo em sua comunidade sinalizante e na sociedade 
em geral. 
Viemos aprendendo um pouco sobre a língua de sinais brasileira e também levantando questões relativas às políticas lingüísticas 
e educacionais na Brasil, pensando nos sujeitos sinalizantes e nas implicações das ações de inclusão propaladas pela sociedade 
atual. Para que essas ações pudessem ter início, foram necessários movimentos que promoveram debates polêmicos e ações 
afirmativas a favor do reconhecimento do sujeito surdo como um ser diferente da maioria ouvinte da população e dotado de 
capacidade lingüística, de educabilidade, potencial profissional e intelectual, etc. No vídeo acima, você assiste a uma 
interpretação artística do Hino Nacional. 
Cultura surda? 
 
A sociedade passou a ser apresentada, e continua paulatinamente a ser, à língua, aos hábitos, às diferenças e semelhanças com os 
ouvintes, às necessidades (educativas) especiais dos sujeitos surdos. Aqueles sujeitos que até então eram vistos como deficientes auditivos 
limitados em suas capacidades, passam a ser reconhecidos como sujeitos (surdos) complexos, com identidade própria e com um conjunto 
de hábitos, transmitidos principalmente através da sua língua, ao qual tem se convencionado chamar de “cultura surda”. 
Embora bastante recorrente, o termo “cultura surda” ainda é alvo de muita polêmica. Para além da dificuldade habitual de se definir 
o que é ou não é cultura, os sujeitos surdos estão – quer queiram, quer não - inseridos em uma comunidade ouvinte e convivem com 
esses ouvintes, trocando experiências diariamente. 
Não há um país, estado, cidade ou mesmo bairro de surdos. O que se pode encontrar com facilidade são associações 
e instituições que constituem uma espécie de reduto das ditas “comunidades surdas”, embora essas comunidades não 
estejam restritas a esses ambientes, suas atividades e formas de interação. 
Cultura a partir da relação familiar 
 
Os sujeitos surdos são, em sua grande maioria, filhos de pais ouvintes. Situação que provoca, por maior a rejeição que tenha sofrido da 
família ou a falta de conhecimento sobre língua de sinais e surdez, algum tipo de interação com o que é conhecido como “cultura 
ouvinte”. Há também os casos em que pais surdos têm filhos ouvintes, o que pode provocar um redimensionamento de condutas e valores 
não no sentido de abandonar ou renegar a “cultura surda”, mas de estabelecer novas relações e interesses em relação à “cultura 
ouvinte”. 
 
Podem ser identificadas também famílias em que pais surdos têm filhos surdos e todos no núcleo daquela família são usuários e dominam 
LIBRAS como sendo sua língua materna. Percebe-se mesmo diferença no desempenho lingüístico desses surdos, pois não sofreram tanta 
influência da língua oral (portuguesa) no processo de aquisição da língua de sinais. Vale lembrar que muitos surdos não têm acesso às 
associações de surdos nem mesmo à língua de sinais e ainda aprenderam a língua de sinais com o apoio da língua portuguesa escrita ou 
oral. 
 
 
Ensinar Libras ou ensinar a falar? 
Muitos surdos são oralizados. Em função do método educativo utilizado durante a sua formação (durante muitos anos optou-se 
pelo chamado Oralismo nas escolas especializadas), alguns surdos simplesmente não compartilham os mesmos hábitos dos surdos 
que dominam a língua de sinais. 
Sua identidade é construída a partir de outra realidade lingüística e cultural e, por vezes, podem chegar mesmo a 
sofrer certa discriminação dentro das ditas “comunidades surdas”. Para ampliar os conhecimentos a esse respeito, é 
interessante fazer a leitura do Manifesto dos Surdos Oralizados. 
 
 
 
 
 
Colocando-se no lugar do outro... 
 
Bem da verdade, os sujeitos surdos sinalizantes possuem suas próprias estratégiasde compartilhar hábitos, valores, a língua e suas 
variações em ambientes de todos os tipos, inclusive aqueles que seriam pensados como exclusivamente de ouvintes por pessoas que não 
têm conhecimento da “cultura surda”. 
Você já imaginou um sujeito surdo em uma boate ou em um show musical? 
 
A cultura surda no cotidiano 
Já pensou em como é a casa de uma pessoa surda? O que ela precisa fazer para saber se alguém está tocando a campainha da casa? E se o 
telefone estiver tocando? Será que surdos possuem um telefone? Será que dá para usar um despertador para não perder a hora para o 
trabalho? Quais as diferenças mais marcantes entre a “cultura surda” e a “cultura ouvinte”? O que seria considerado “falta de educação” 
para um também o seria para outro? 
Para (tentar) responder a essas perguntas, leia os artigos da Revista Espaço, também disponìveis na Biblioteca da Disciplina. 
 
Sugestão de sites para você saber mais sobre o assunto tratado nesta aula: 
www.surdo.org.br 
www.vezdavoz.com.br 
Nesta aula você viu um pouco mais sobre: 
a) A relação entre cultura, ouvinte, ouvinte sinalizante, surdo oralizado e surdo sinalizante. 
b) Algumas particularidades relacionadas aos aspectos culturais no que concerne à cultura surda e à LIBRAS. 
 
 
Na próxima aula você irá ter contato com os aspectos sociolingüísticos das línguas de sinais. Não deixe de participar do fórum de 
discussão e de realizar os exercícios de autocorreção antes de iniciar a aula 4. 
 
 
Aula 5: Aspectos sociolinguísticos da língua de sinais 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
1. Identificar aspectos culturais relacionados ao sujeito surdo; 
2. Reconhecer as diversas nuances da/na identificação cultural do sujeito surdo em sua comunidade sinalizante e na sociedade 
em geral. 
Ao analisarmos as características principais dos seres humanos, logo destacamos o fato de que o homem é dotado 
de faculdade da linguagem. Isto o diferencie dos demais seres em função da complexidade dessa faculdade em 
relação à de qualquer outro ser. Aquilo que chamamos de faculdade da linguagem diz respeito a um sistema inato 
que, quando ativado, possibilidade o surgimento das diferentes línguas que conhecemos 
Língua e linguagem 
 
Antes mesmo de falarmos pela primeira vez já possuímos, portanto, um sistema mental através do qual estruturamos nosso pensamento, 
nosso conhecimento de mundo. Dessa forma, cada povo desenvolve uma língua específica possibilitado pelas infinitas combinações 
permitidas pelas regras desse sistema inato. 
Isso quer dizer que se uma criança nasce no Japão, a faculdade de aprender japonês é a mesma de uma criança que nasce no Brasil. 
Apenas cada criança irá desenvolver a língua específica do meio em que vive. 
Se buscarmos perguntar às pessoas mais próximas o que elas entendem por língua, poderemos encontrar uma variedade de 
respostas que apontam para visões diferenciadas de língua. Cientificamente, também diversas relações são estabelecidas. 
Língua e sociedade 
 
Podemos, por isso, estabelecer várias perspectivas para descrever a linguagem que privilegiam alguns de seus aspectos, suas formas de 
manifestação etc. Podemos, por exemplo, pensar na língua como um meio de comunicação, como uma estrutura, como um valor social, 
entre outras formas. 
 
Nesta aula, ressaltamos os aspectos sociolinguísticos das línguas de sinais. Em outras palavras, fazemos referência às relações 
entre linguagem e sociedade que podem nos ajudar a entender as línguas (de sinais) como valores, produtos de um determinado 
grupo. Essas possíveis relações nos permitem levantar algumas questões. 
Saiba mais(vídeo importante, uns 50minutos) 
http://v3.webcasters.com.br/Login.aspx?codTransmissao=12475&LoginExterno=est@estacio.com.br&SenhaExterno=1234 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais sobre as línguas de sinais. Visite www.ethnologue.com e clique em Deaf Sign Language (procure as línguas que 
são utilizadas no Brasil). 
Visite o site http://www.acessobrasil.org.br/libras/ e aprofunde o seu vocabulário. 
Nesta aula você viu um pouco mais sobre: 
a) A relação entre língua, linguagem e sociedade. 
b) Algumas particularidades relacionadas aos aspectos sociolinguísticos de LIBRAS. 
c) Algumas palavras e seus respectivos sinais. 
Na próxima aula você irá ter contato com outros aspectos gramáticas da LIBRAS. Não deixe de participar do fórum de discussão e 
de realizar os exercícios de autocorreção antes de iniciar a aula 4.

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