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Tópicos em Libras, surdez e inclusão. Aula 01 – Diferença, Inclusão e Identidade na sociedade contemporânea – 10/03/2014 Esta disciplina, seu enfoque e conteúdo inserem-se no contexto das discussões acerca da sociedade inclusiva, destacando as adequações de instituições e suas propostas às políticas públicas de inclusão vigentes e o conjunto de documentos que lhe dão substrato. Dentre estas, privilegia-se, aqui, o Decreto 5626/2005. Adquirir noções instrumentais da língua de sinais não é o único objetivo deste curso. A língua de sinais é utilizada por sujeitos sinalizantes (surdos ou ouvintes que dominam a língua de sinais brasileira) em contextos específicos de interação cujo histórico aponta para preconceitos e mal- entendidos acerca das diferenças como um todo e da identidade do surdo na sociedade. Que tal começarmos esta disciplina já com uma parte prática? Muitas vezes os ouvintes acreditam que as palavras em LIBRAS são construídas letra a letra, mas não é bem verdade. Entretanto, para muitas palavras, especialmente nomes de pessoas e lugares, as letras do alfabeto compõem uma palavra da mesma maneira como ocorre em qualquer língua. Datilologia (alfanumérico) Ver vídeo de um surdo sinalizando as letras do alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Ao final, ele também irá sinalizar os números de 0 a 9. Libras em prática Primeiro passo (Ler a descrição) Ver vídeode uma série de sinais (nome, sinal, idade, casa/morar, onde) aplicados fora de contexto, somente para você conhecer as palavras usadas na apresentação pessoal. Informação Cultural (IC): Nas comunidades sinalizantes é hábito apresentar-se não somente informando o nome, mas também com um SINAL. Esse SINAL pode ser uma espécie de “batismo”. Segundo passo (Ler a descrição) Ver vídeo com os sinais aplicados dentro de frases, em contextos de uso efetivo da língua. Neste as palavras são empregadas em situações práticas de comunicação em LIBRAS. Informação Linguística (IL): as frases em Libras, muitas vezes, omitem palavras que são usadas; em outras palavras, são construções sintéticas, econômicas. Lembre-se: Libras não é a tradução de língua portuguesa. Quer um exemplo? Em português, dizemos “qual é o seu nome?”. Em Libras, basta usar as palavras “seu” + “nome”, e a interrogação é marcada pela expressão facial. Entendendo o cenário Faremos, nesta primeira aula considerações sobre inclusão, identidade e diferença, principalmente no âmbito dos estudos sobre surdez e língua de sinais. Ao verificarmos a historia da educação de surdos e também de como a sociedade os tratou, verificamos uma serie de equívocos que vão desde considerar a pessoa surda um deficiente mental ate obriga-lo a métodos educativos que visavam apagar as diferenças entre surdos e ouvintes, impondo ao surdo à língua e a cultura oral. Esse contexto veio criando dificuldades para uma mudança de postura da sociedade como um todo. Por falta de conhecimento ou de interesse, muitas noções erradas foram difundidas acerca dos portadores de necessidades (educativas) especiais. O contato com a Libras não é obrigação do cumprimento das politicas linguísticas e educacionais que visam a divulgação da Libras e da dita “cultura surda” e de estratégias para a inclusão da pessoa surda na sociedade, como na lei 10436 (Lei de Libras de 24/04/2002) e o decreto que regulamenta (Decreto 5626 de 22/12/2005). As pessoas surdas não são mudas. O termo surdo-mudo é fruto de um erro do passado. Os surdos tem, salvo exceção, o aparelho fonador preservado. A crise de identidade Vamos começar, então, refletindo um pouco sobre a sociedade contemporânea e suas “novas” formas de relacionamento, construção de identidade e preservação da cultura; em especial, as influenciadas pela chamada globalização. Para tal, é necessário que investigue a relação entre língua, cultura e sociedade. Atenção A sociedade contemporânea reivindica uma revisão das próprias formas de se pensar a linguagem e o papel e lugar da(s) ciência(s) e política(s) que a tomam como objeto. Nesse sentido, a sociedade é convocada a enfrentar as constantes incompletudes, provocadas por um mundo globalizado, onde o global e o local se interpenetram, e as diferenças não se encaixam na “completude” (Bauman, 2005). Mundo moderno, comunicação e identidade As novas formas de relacionamento e o intercâmbio cultural são mais velozes e dinâmicos que no passado. Além da internet, o celular é hoje um aparelho quase que indispensável à sobrevivência na sociedade urbana. Este aspecto atinge inclusive as pessoas surdas, cujo uso do celular é um excelente meio de comunicação para esse grupo social. Através dessas novas relações, o local e o global passaram a se interpenetrar constantemente, dificultando sua identificação e tornando incoerente um conceito de identidade, outras palavras, uma identidade que não seja fluida, que seja comum a todos. Mas será que somos iguais? Atualmente, a sociedade experimenta certa insatisfação em relação às promessas da modernidade, entre elas, a de igualdade, de liberdade, de paz, etc. O que tem colocado em evidência a fragilidade do mundo moderno e da contemporaneidade. O homem contemporâneo sente-se ameaçado em seus saberes e domínios, com medos e incertezas no exercício de suas praticas sociais em relação ao cotidiano, ao enraizamento e ao pertencimento a diferentes grupos sociais e à própria estrutura do cotidiano. De fato, do ponto de vista da identidade, mais do que em outras épocas, torna-se evidente a inexistência de algo que possa ser identificado como uma única identidade verdadeira. Cabe destacar que a identidade é uma luta simultânea contra a dissolução e a fragmentação; a identidade é um conceito altamente contestado. O campo de batalha é o lugar natural da identidade. O que se pode perceber na relação entre grupos (minorias ou maiorias) em suas lutas, é que, em quaisquer das situações próprias das relações locais e globais e seus argumentos, a questão da identidade assemelha-se a um grito de guerra. A identidade deixa de ser um atributo e passa a ser uma questão de luta, uma tarefa. Língua e identidade para os surdos Esse fenômeno da crise de identidade pode ser observado em vários setores da sociedade. Em relação aos surdos e às comunidades sinalizantes não é diferente. Após vários anos de total exclusão, e subjugamento a padrões culturais inerentes a uma vida ouvinte, os surdos puderam reconhecer-se como seres dotados de uma língua. Suas comunidades linguísticas apresentam peculiaridades culturais a elas inerentes. Os surdos passam então a afirmar suas identidades com base, principalmente, em características linguísticas e culturais. Devido aos longos anos de uma experiência não favorável ao seu reconhecimento, foi necessária a criação de associações, de discurso de defesa e luta, entre outros, que garantissem esse espaço na sociedade. Desfazendo mitos e preconceitos Assim, fazer de identidade uma tarefa e um objetivo do trabalho de toda uma vida podem ser considerados um ato de libertação da inercia dos costumes tradicionais. A exacerbação disso levou, por um lado, a conquistas, mas por outro, a erros. Por isso, propomos agora um esquema para que você possa rever algumas informações consideradas “verdadeiras”. Preconceito x Preconceito Muitos surdos passaram a negar a possibilidade de aprendizado da língua portuguesa, pois isso poderia significar a perda de identidade. Ouvinte x Surdo O olhar da sociedade sobre a surdez não pode e não deve implicar subordinação, no sentido de que há grupos melhores ou piores. No entanto, não se pode esquecer que a categoria “surdo” tem seu significado construído a partir da oposição “ouvinte” e vice-versa. Mesmo que se possa, admitir diferentes dimensões de significados para essas categorias, o que se tem é que surdos e ouvintes são comumente tomados como um sendo o opostodo outro. Surdez e a língua portuguesa É bom que o surdo autorize a si mesmo a escrever em português, sem medo de perder sua identidade. Daí, a necessidade de se repensar as formas de discutir identidade surda no campo da surdez. Uma coisa é dizer que o surdo tem libras como L1 (língua nativa), outra é, em visão biologizante, faze-lo acreditar que não tem capacidade par aprender a língua portuguesa. O surdo e a relação familiar Sempre é bom lembrar que a maioria dos surdos são filhos de pais ouvintes e possuem família de ouvintes. A despeito do fato de que muitas famílias os renegam ou demoram a aceita-los como capazes, não se pode propor que os surdos ignorem suas bases familiares. Surdez e identidade A identidade do surdo deve ser construída em suas capacidades e peculiaridades linguístico- culturais. Por isso, alguns estudiosos referem-se aos surdos como sujeitos sinalizantes, usuários de Libras. Atenção Não podemos esquecer que cada surdo tem uma história de vida; alguns são oralizados e têm orgulho disso. Isso nos faz refletir sobre o que é ser diferente, e se há alguma coisa chamada “diferença”. Para finalizar esta aula, selecionamos a descrição de alguns termos importantes, os quais você deverá reconhecer. Inclusão: Conjunto de ações que visam incluir portadores de necessidades especiais na sociedade, mas com mudanças e adaptações também na arte da sociedade para receber e incluir essas pessoas. Integração: Conjunto de ações para integrar pessoas a sociedade sem, contudo, exigir mudanças da sociedade. Sinal: Elementos linguísticos que correspondem aos itens textuais formadores do léxico da língua de sinais. Sinalizante: Pessoa que domina a língua de sinais e é usuário em seu cotidiano. LIBRAS: Linguagem de sinais, a língua brasileira de sinais foi reconhecida como meio legal de comunicação entre pessoas das comunidades de surdos através da Lei 10436 de 24 de abril de 2002. Acredita-se ser de grande relevância tomar a atitude política de se referir aos surdos, pelos menos àqueles que declaram ter a LIBRAS como L1, com maior frequência, como “sujeitos sinalizantes”. Este termo não precisaria ser restrito a pessoa surda em si, mas aqueles que por sua história de vida percebem sua identidade construída em um contexto de uso de língua de sinais. Se for um surdo sinalizante, esse sujeito não precisará ter medo de usar a sua própria língua, nem se sentirá incapaz de dominar a língua de outros grupos, mesmo que sejam essas de outra modalidade e que, por isso mesmo, apresentem desafios aparentemente instransponíveis. Esse sujeito não é um surdo deficiente; é um sujeito dotado de capacidade linguística... Aula 02 – Especificidades da língua de sinais e parâmetros da formação de sinais e o uso da LIBRAS – 17/03/2014 O que você entende por gramática? Quando relembramos nossos tempos de colégio, nos vêm à mente as aulas de língua portuguesa e as “chatices” das regras gramaticais. Isso porque entendemos que a gramática reduz-se à ideia de “um livro em que se expõem as normas de uso de uma determinada língua”. Mas não é bem assim... Explicação expandida Podemos entender gramática no contexto da capacidade linguística: todo ser humano é dotado de capacidade linguística. Em segundo lugar, há que se pensar em gramática como um sistema, mentalmente compartilhado entre os usuários de uma língua, cujo funcionamento e estrutura não dependem de uma educação formal para serem aprendidos. Isto equivale a dizer, por exemplo, que qualquer falante, mesmo alguém considerado analfabeto, possui uma gramática (um conjunto de regras em sua mente), a qual aprendeu no convívio com a sua comunidade linguística. E a língua de sinais? A língua de sinais, a exemplo de qualquer língua oral, tem uma gramática própria, constituída por um conjunto de regras presente na mente dos seus usuários. Poderemos ter a tendência a acreditar que a língua de sinais seja uma espécie de “língua oral sinalizada”. Em consequência disso, acabaremos acreditando que o léxico, os aspectos sintáticos, semânticos, pragmáticos e quirológicos da LIBRAS constituem um emaranhado de sinais, aleatoriamente utilizados, que mais pareceriam uma língua oral mal falada. Atenção Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, decodificam logicamente o mundo, organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e mentais dos quais dispõem. Assim, sua capacidade linguística exterioriza-se, usa sinais espaciais e visuais, valendo-se do pleno funcionamento de sua visão, de suas mãos e do restante do corpo como um todo. Basta aprender os sinais que já estamos nos comunicando? Na LIBRAS, os níveis de descrição da língua são os já conhecidos sintático, semântico, pragmático. Em função da língua de sinais usar as mãos, temos o nível quirológico. Começando a começar... Uma boa descrição da língua de sinais não pode ser feita a partir da lógica utilizada para a descrição de línguas orais. Afinal, a modalidade linguística é totalmente diferente. No entanto, existem parâmetros que regem o uso da língua de sinais. Costuma-se apresentar cinco parâmetros que possibilitam entender a formação dos sinais e as bases para os seus usos. Assim, um sinal é produzido a partir da combinação de elementos espaciais, visuais e motores que determinam o lugar onde as mãos devem estar, como as mãos devem estar configuradas, para que direção devem, se devem ou não estar se movimentando e como deve ser feito este movimento. Além disso, é preciso considerar a posição do corpo e a expressão facial para que ele seja plenamente entendido em seu contexto de produção. Libras em prática Ver vídeo de uma série de sinais (saudação, despedida etc.) aplicados fora de contexto, somente para você conhecer as palavras usadas nas formas de cumprimento mais usuais. Informação Cultural (IC): Se você reparou bem, o sinal cuja legenda era (“Como vai você?”) tinha escrito ao lado Saúde B-E-M. Isso porque tal forma de construir a frase é pragmática; dizer Saúde B-E-M em Libras equivale a perguntar “como vai você” em português. Nesta segunda parte do vídeo, você viu os sinais aplicados dentro de frases, em contextos de uso efetivo da língua. No primeiro vídeo, as palavras estavam isoladas; neste, elas são empregadas em situações práticas de comunicação em LIBRAS. Informação Linguística (IL): algumas palavras podem ser sinalizadas de forma diferente, dependendo de alguns aspectos (como a pessoa que sinaliza, por exemplo). É o caso da palavra MÃE que, se sinalizada por uma criança, terá um sinal; se sinalizada por um adulto, será outro. Aula 03 – Políticas linguísticas e educacionais – 24/03/2014 Introdução Nesta aula, convidamos você a conhecer e a refletir sobre a existência e necessidade de constante formulação e reformulação de políticas lingüísticas e educacionais. Discriminar, excluir em função de determinados usos da linguagem ou em nome da preservação de certas identidades: essas são questões que vêm emergindo em polêmicas geradas na atualidade. IInclusão ou preconceito? Parece oportuno pensar em que medida políticas (educacionais, linguísticas...), no afã de defender minorias linguísticas e preservar a língua, podem ser transformar em práticas sutis de preconceito. Afinal, políticas linguísticas e políticas de línguas, expressas em leis, projetos de lei e outros tipos documentos oficiais, refletem contextos sócio-históricos e servem como dado e pano de fundo para uma discussão sobre o preconceito no contexto brasileiro. Não é raro detectar, tanto nos discursos sobre o direito à diferença quanto naqueles que procuram proteger grupos sociais, atitudes preconceituosas e certa crença de estarem os seus propositores investidos de autoridade para avaliar o grau e intensidade do problema do outro. Uma atitude que implicitamente reforçaaquelas ideias contra as quais o próprio grupo parece lutar. Perguntas que não querem calar: Mas quem pode, e em nome de quem, defender ou avaliar o grau de preconceito sofrido pelo outro? Quem esta autorizado a emitir parecer sobre a pertinência linguística e, ate mesmo a jurisprudência de documentos e leis que visam “defender” a língua (nacional)? Como garantir a inclusão de alguém ou algum grupo sem, com isso, provocar a exclusão dos seus ditos opostos? Quais critérios éticos, políticos e científicos que, servindo de guia, garantem uma autorreflexão critica que sugere qualquer tipo de radicalismo? Enfim, a luta é de quem em prol de quem? Perspectivas de política lingüística na sociedade Essas são questões que auxiliam a estudar políticas linguísticas sob o ponto de vista das relações entre sujeito e sociedade na pós-modernidade. Daí, uma discussão sobre a dimensão ética das políticas. A proposição de políticas linguísticas será eticamente efetiva se acompanhada de ações propositivas em torno do sujeito e da sociedade. Se, ao contrário, decorrer tão somente de consenso sobre a injustiça e preconceito, poderá representar apenas uma forma de “acalmar a consciência”. Muito mais uma forma de “redimir-se de pecados”, de autopunição do que de construir e de viver uma sociedade justa. Perspectivas de política lingüística na educação Em termos da atuação pedagógica, é bom pensar sobre a necessidade de se estabelecer um olhar sobre os aprendizes que ultrapasse qualquer tipo de hierarquização. Nesse sentido, deixa-se de lado a lógica de “atendimento ao aluno” e se passa à lógica e à dinâmica de extração e ampliação de suas potencialidades. Nesse contexto não existiria “o surdo”, “o deficiente”. O problema está em não nos deixarmos levar uma identificação do sujeito feita a partir de uma “deficiência”. Seria negar a surdez enquanto único fator preponderante para identificar um sujeito. O sujeito surdo não é constituído única e exclusivamente de sua surdez, enquanto fato físico. Há milhões de outras facetas nesse sujeito para as quais frequentemente não se busca olhar. Assista ao filme "Meu adorável professor" (título original: Mr. Holland). A história versa sobre um jovem compositor que decide lecionar para juntar dinheiro e poder terminar uma sinfonia que vinha compondo. Procure identificar o conceito de "deficiência" retratado no filme. Aula 04 – Cultura em comunidades sinalizantes – 24/03/2014 Viemos aprendendo um pouco sobre a língua de sinais brasileira e também levantando questões relativas às políticas linguísticas e educacionais na Brasil, pensando nos sujeitos sinalizantes e nas implicações das ações de inclusão propaladas pela sociedade atual. Para que essas ações pudessem ter início, foram necessários movimentos que promoveram debates polêmicos e ações afirmativas a favor do reconhecimento do sujeito surdo como um ser diferente da maioria ouvinte da população e dotado de capacidade linguística, de educabilidade, potencial profissional e intelectual, etc. Cultura a partir da relação familiar Os sujeitos surdos são, em sua grande maioria, filhos de pais ouvintes. Situação que provoca por maior a rejeição que tenha sofrido da família ou a falta de conhecimento sobre língua de sinais e surdez, algum tipo de interação com o que é conhecido como “cultura ouvinte”. Há também os casos em que pais surdos têm filhos ouvintes, o que pode provocar um redimensionamento de condutas e valores não no sentido de abandonar ou renegar a “cultura surda”, mas de estabelecer novas relações e interesses em relação à “cultura ouvinte”. Podem ser identificadas também famílias em que pais surdos têm filhos surdos e todos no núcleo daquela família são usuários e dominam LIBRAS como sendo sua língua materna. Percebe-se mesmo diferença no desempenho linguístico desses surdos, pois não sofreram tanta influência da língua oral no processo de aquisição da língua de sinais. Vale lembrar que muitos surdos não têm acesso às associações de surdos nem mesmo à língua de sinais e ainda aprenderam a língua de sinais com o apoio da língua portuguesa escrita ou oral Ensinar Libras ou ensinar a falar? Muitos surdos são oralizados. Em função do método educativo chamado Oralismo, alguns surdos simplesmente não compartilham os mesmos hábitos dos surdos que dominam a língua de sinais. Sua identidade é construída a partir de outra realidade linguística e cultural e, por vezes, podem chegar mesmo a sofrer certa discriminação dentro das ditas “comunidades surdas”. Cultura surda ou cultura dos surdos? Uma definição sobre o que é cultura surda é difícil e mesmo a sua existência ou não é causa de polemica. Há, inclusive, para pesquisadores diferença entre cultura surda e cultura dos surdos. Cultura surda De maneira mais ou menos involuntária, apoiada pelas escolas especializadas que ultrapassam o espaço físico, abrangendo o social e imaginário, uma vez que se solidificou a partir da noção de LIBRAS como uma língua igual à outra qualquer. Cultura dos surdos A cultura dos surdos surge como tendo sido criada pelas antigas instituições (Oralismo) dos surdos que os isolavam e tentavam promover uma “higienização social”. LIBRAS e outras línguas de sinais Ademais, LIBRAS é a língua de sinais da comunidade brasileira, mas existem surdos que usam a Urubu-Kaapor. Nomenclatura adotada neste curso Dai, optamos por utilizar termos como sujeito sinalizante, sinalizante (podendo abranger os que dominam a LIBRAS, embora estejamos falando dos surdos que tem a LIBRAS como L1 ou língua materna), comunidade de sinalizantes e cultura de sinalizantes. Colocando-se no lugar do outro... Bem da verdade, os sujeitos surdos sinalizantes possuem suas próprias estratégias de compartilhar hábitos, valores, a língua e suas variações em ambientes de todos os tipos, inclusive aqueles que seriam pensados como exclusivamente de ouvintes por pessoas que não têm conhecimento da “cultura surda”. Você já imaginou um sujeito surdo em uma boate ou em um show musical? A cultura surda no cotidiano Já pensou em como é a casa de uma pessoa surda? O que ela precisa fazer para saber se alguém está tocando a campainha da casa? E se o telefone estiver tocando? Será que surdos possuem um telefone? Será que dá para usar um despertador para não perder a hora para o trabalho? Quais as diferenças mais marcantes entre a “cultura surda” e a “cultura ouvinte”? O que seria considerado “falta de educação” para um também o seria para outro? Aula 05 – Aspectos sociolinguísticos da língua de sinais – 31/03/2014 Introdução Ao analisarmos as características principais dos seres humanos, logo destacamos o fato de que o homem é dotado de faculdade da linguagem. Isto o diferencie dos demais seres em função da complexidade dessa faculdade em relação à de qualquer outro ser. Aquilo que chamamos de faculdade da linguagem diz respeito a um sistema inato que, quando ativado, possibilidade o surgimento das diferentes línguas que conhecemos. Língua e linguagem Antes mesmo de falarmos pela primeira vez já possuímos, portanto, um sistema mental através do qual estruturamos nosso pensamento, nosso conhecimento de mundo. Dessa forma, cada povo desenvolve uma língua específica possibilitada pelas infinitas combinações permitidas pelas regras desse sistema inato. Se buscarmos perguntar às pessoas mais próximas o que elas entendem por língua, poderemos encontrar uma variedade de respostas que apontam para visões diferenciadas de língua. Cientificamente, também diversas relações são estabelecidas. Língua e sociedade Podemos estabelecer várias perspectivas para descrever a linguagem que privilegiam alguns de seus aspectos, suas formas de manifestação etc. Podemos, por exemplo, pensar na língua como um meio de comunicação, como uma estrutura, como um valor social, entre outras formas. Nesta aula, ressaltamos osaspectos sociolinguísticos das línguas de sinais. Em outras palavras, fazemos referência às relações entre linguagem e sociedade que podem nos ajudar a entender as línguas de sinais como valores, produtos de um determinado grupo. Essas possíveis relações nos permitem levantar algumas questões. Aspectos sociolinguísticos Veremos aspectos que relacionam a língua a sociedade, a saber, a variação linguística, padronização, família de línguas, usuários e minorias linguísticas. Que tal um pouco de gramática? Vejamos agora algumas palavras sinalizadas por Nilton Câmara. Mais especificamente, estamos falando de adjetivos e substantivos. Assista ao vídeo salvo quantas vezes quiser. Sinais e palavras correspondentes 1. Bonito 2. Feio 3. Alegre 4. Triste 5. Saudade 6. Desculpa 7. Cansado 8. Banheiro Em seguida, assista aos vídeos demonstrando os nomes de profissões e verbos. Aula 06 – Categorias gramaticais da libras: pronomes, advérbios, adjetivos – 14/04/2014 Categorias gramaticais Lembra-se das aulas de português? Quando aprendemos o funcionamento de uma língua, estamos estudando as partes que compõem uma frase e a relação entre essas partes e o discurso. Que tal retomarmos brevemente esse estudo? Em LIBRAS, podemos identificar basicamente as mesmas categorias gramaticais já conhecidas pelo estudo das línguas orais, como pronome, adjetivo etc. Precisamos, no entanto, estar atentos para as formas de funcionamento e uso de cada uma delas dentro do discurso, pois se trata de uma lingua cuja modalidade é viso-espacial. Isso provoca modificações no conceito de cada uma delas. O sistema pronominal O sistema pronominal da língua de sinais, a exemplo do português, é formado por três pessoas do discurso. Dependendo da configuração de mãos utilizada e de direção para qual aponta no espaço, as pessoas do discurso podem ser especificadas. Podem aparecer tanto no singular quanto no plural. Observação: Lembre-se que pessoa do discurso refere-se à forma pronominal cuja função é a de indicar: a) aquele que fala (emissor); b) para quem fala (destinatário); c) de quem se fala (não faz parte da interlocução). O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes pessoais Em LIBRAS, o sujeito da ação pode apontar alternadamente para o interlocutor e para si próprio, mãos formando o número dois, para significar “nós dois”. Da mesma forma, pode-se especificar tanto a primeira quanto a segunda e terceiras pessoas em três pessoas, quatro pessoas, plural, etc. Nas frases em LIBRAS o sujeito pode ser omitido (no caso das primeira e segunda pessoa) desde que o contexto possibilite identificá-lo. No caso da terceira pessoa, essa não será apontada se, mesmo estando presente, não for intenção do usuário ressaltar a sua presença por motivos culturais como, por exemplo, isso ser ou não falta de educação. Pronomes pessoais, na sequência do vídeo: a) “eu”; b) “tu/você”; c) “ele/ela”; d) “nós”; e) “vós/vocês”; f) “eles(as)”. O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes demonstrativos e advérbios de lugar Em termos de sinais utilizados, essas duas categorias não apresentam diferença, sendo possível diferenciá-las a partir do contexto. As relações são as mesmas da norma padrão encontrada em boa parte das línguas orais, a saber: este/isto/aqui, esse/isso/aí, aquele/aquilo/lá. No segundo vídeo, vemos três pronomes demonstrativos/advérbios de lugar: a) “este” (indica o lugar em relação à primeira pessoa); b) “esse” (indica o lugar em relação à segunda pessoa); c) “aquele” (indica o lugar em relação à terceira pessoa). O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes interrogativos Os pronomes como QUE e QUEM (que + pessoa ou quem) são utilizados no início ou final da frase, dependendo do contexto. QUANDO pode ser especificado em relação ao passado ou ao futuro, dependendo da direção do movimento da mão. No terceiro vídeo temos: a) “quem”; b) “quando”; c) “onde”; d) “por que”; e) “o que”; f) “como”. O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes possessivos Veja o quarto vídeo. Os possessivos não apresentam concordância de número (pelo menos não em relação ao objeto) e nem de gênero. Concordam sempre em relação à pessoa do discurso. Eles são: a) “meu”; b) “teu/seu”; c) “dele”; d) “nosso”; e) “vosso”; f) “deles”. Advérbios de tempo São utilizados como uma espécie de marca sintática para indicar o tempo verbal na frase. Em geral, ficam no início da frase. No quinto vídeo temos, na sequência: a) “ontem”; b) “hoje”; c) “amanhã”; d) “agora”. Adjetivos Não há concordância em relação ao gênero ou ao número. São fundamentais para a formação de classificadores descritivos, assumindo de maneira icônica a qualidade/forma de um objeto. São posicionados na frase logo após o substantivo. No sexto vídeo temos, na sequência: a) “magra(o)”; b) “inteligente”; c) “delicioso(a); d) “novo(a)”. Verbos relacionados No sétimo vídeo temos, na sequência: a) “comer”; b) “beber”; c) “comprar”; d) “pagar”; e) “cortar”; f) “gostar”; g) “preferir”. Frutas No oitavo vídeo temos, na sequência: a) “maçã”; b) “pêra”; c) “banana”; d) “melão”; e) “mamão”; f) “morango”; g) “uva”; h) “abacaxi”; i) “melancia”; j) “abacate”. Vocabulário relacionado à alimentação: legumes e vegetais, carnes e massas No nono vídeo temos, na sequência: a) “alface”; b) “cenoura”; c) “batata”; d) “repolho”; e) “couve-flor”. Vocabulário relacionado à alimentação: Carnes e massas No decimo vídeo temos, na sequência: a) “peixe”; b) “frango”; c) “porco”; d) “carne bovina”; e) “pão”; f) “macarrão”; g) “nhoque”; h) “pizza”; i) “lasanha”. Aula 07 – Princípios de estruturação de uma sentença em LIBRAS – 14/04/2014 Introdução Muitas pessoas usam a voz para trabalhar, mas o conhecimento gramatical é indispensável, mesmo para quem só usa a voz. Nesta aula, vamos estudar a construção de sentenças em LIBRAS. Você verá que as frases podem seguir ou não a ordem sujeito-verbo-objeto, usada na construção de frases em língua portuguesa. Quando as sentenças não são construídas pela construção SVO, elas obedecem a uma lógica não-linear. Estrutura de sentenças Para estudar a construção de frases em LIBRAS, é preciso pensar que esta linguagem se estrutura a partir de recursos espaciais e visuais, ou seja, se utiliza do espaço para dar coerência e coesão as palavras que formam a sentença. Em Libras, encontramos quatro tipos de frases: Afirmativa – Negativa – Interrogativa – Exclamativa Entendendo o que é ordem na frase Como você já sabe, as frases, na língua portuguesa, seguem a ordem SVO (sujeito-verbo-objeto). Em Libras, no entanto, as sentenças nem sempre seguem esta ordem, pois não seguem necessariamente uma sequência linear de ideias. Vamos ver o que é exatamente isso? A frase segue uma ordem: SVO. Teoricamente, toda frase pronunciada por um falante tende a estar nessa ordem, ainda que ela possa ocorrer invertida também, como: "Um carro eu comprei ontem". Nesse caso, temos uma organização tópico-comentário. A organização tópico-comentário é recorrente em LIBRAS. Ela consiste em colocar o tópico no início da frase, seguido de comentário. Vamos a um exemplo? É importante lembrar que a ordem SVO também é usada na língua dos sinais (LIBRAS). Esta ordem pode ser vista, sobretudo, quando são utilizados verbos com flexão, ou seja, aqueles que o uso revela facilmente o sujeito, como, por exemplo, os verbos perguntam ajudar. Nesta aula, vimos como se constroem as frases na língua dos sinais e como a organização das sentenças se difere da feita na língua portuguesa. Vimos ainda que a sequência não-lógica das palavras que compõem as frases faz com que não haja uma organização linear das sentenças de LIBRAS, o que não significa que não exista sentido,coesão e coerência entre as palavras. Aula 08 – Categorias gramaticais da libras: verbos e classificadores – 21/04/2014 Introdução A comunicação também é feita de expressões faciais e linguagem corporal, por exemplo. Até mesmo os pinguins têm mecanismos para se comunicarem. Existem inúmeras semelhanças entre a linguagem oral, que usamos no dia a dia, e a linguagem de LIBRAS. No entanto, elas não são iguais. Nesta aula, vamos ver as principais diferenças entre estas duas formas de comunicação e expressão. Além disso, vamos aprender um pouco da estrutura verbal em LIBRAS. Veremos ainda como os classificadores e as expressões faciais complementam a comunicação na linguagem das LIBRAS. Vamos lá? Estrutura de sentenças Em LIBRAS, encontramos categorias gramaticais que também estão presentes nas orais. Sendo assim, na língua dos sinais, encontraremos itens lexicais que podem ser classificados como verbo, advérbio, adjetivo e pronome. A categoria artigo, recorrente em inúmeras línguas orais, não existe em LIBRAS. Embora o conceito atribuído às categorias gramaticais de LIBRAS seja semelhante ao das línguas orais, suas formas de classificação e de funcionamento são diferentes. Portanto, a LIBRAS não pode ser estudada tendo como base a Língua Portuguesa, já que sua gramática é independente da língua oral. A ordem dos sinais na construção de uma frase em LIBRAS obedece a regras próprias, que refletem a forma de o surdo processar suas idéias tendo como parâmetro a sua percepção visual- espacial da realidade. Tanto em Libras quanto nas línguas orais, a ideia de verbo como ação pode ser mantida, assim como a de que é possível encontrar verbos que exigem ou não determinado tipo de concordância. Existem duas classificações: Direcional: Verbos que têm concordância. A direção do movimento marca no ponto inicial o sujeito e no final o objeto. Não-direcional: Verbos que não têm concordância. Para os verbos não-direcionais, existem duas subclasses: Ancorados no corpo: verbos que exigem proximidade ao corpo. Os que melhor representam são os de estado cognitivo ou emotivo. A saber. Gostar, odiar, pegar, falar. Verbos que incorporam o objeto: quando o verbo incorpora o objeto, alguns parâmetros se modificam para especificar as informações. Um classificador (Cl) é uma forma que estabelece um tipo de concordância em uma língua. Na linguagem de LIBRAS, os classificadores são formas representadas por configurações de mão que podem vir junto aos verbos de movimento e de localização para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo. Os classificadores, em LIBRAS, são marcadores de à concordância de gênero para pessoas, animais ou coisas. Eles são muito importantes, já que ajudam a construir a estrutura sintática por meio de recursos corporais. Muitos classificadores são icônicos. Às vezes, eles se referem ao objeto ou ser como um todo. Em outras, se referem somente a uma parte ou característica do ser (FERREIRA BRITO, 1995). Vamos a alguns exemplos de o que significam as expressões faciais? - Bom dia professor! Estou aqui para a aula de Libras. - Bom dia João! Hoje vamos ver como as expressões faciais complementam a linguagem dos sinais. - Expressões faciais? Por que elas são importantes? - Elas têm papel fundamental, pois dão ênfase ao que está sendo dito por meio dos sinais. Por exemplo, olhos fechados com franzir da testa, ombros levantados e inclinação da cabeça para frente representam objetos estreitos e finos. Já uma expressão facial normal é usada para objetos de tamanho médio. Acabamos de ver um exemplo de um diálogo entre um aluno e um professor. Nele, vimos como expressões faciais ajudam na compreensão - linguagem dos sinais. Por isso, durante uma conversa em Libras, os interlocutores, além da linguagem das mãos, fazem uso das expressões do rosto para enfatizar o que está sendo dito. Elas funcionam como um recurso para melhorar a comunicação em Libras. Nesta aula, vimos as principais diferenças entre a língua chamada oral e a linguagem de LIBRAS. Vimos ainda como é a construção da estrutura verbal na linguagem dos surdos-mudos. Também estudamos como os classificadores e a expressões faciais complementam a linguagem e maximizam a compreensão entre quem está usando esta forma de comunicação. Aula 09 – Compreensão de diálogos – 28/04/2014 Introdução No vídeo (aula 09 video 01), você pode ver um caso em que uma pessoa surda salva a vida de uma que pode escutar. A mensagem é: “não é porque uma pessoa não pode escutar que ela não enxerga”. Tal mensagem nos faz pensar que quando pensamos em deficientes auditivos, associamos sua imagem a pessoas limitadas. Eliminar o preconceito e entender que estas pessoas são capazes de viver em sociedade ainda é um longo caminho. Nesta aula, você exercitou a compreensão de diálogos em LIBRAS. Com isso, percebeu o quanto um simples diálogo para nós que podemos falar e ouvir pode se tornar difícil quando não dominamos a forma de comunicação que está sendo utilizada. Aula 10 – Literatura em língua de sinais – 28/04/2014 Introdução Pare para pensar. Você consegue se lembrar de manifestações artísticas, literárias e culturais produzidas para deficientes auditivos? Apesar de existirem, elas são poucas. Assim como são raras as produções culturais feitas por deficientes auditivos. Ainda há um grande caminho a percorrer para que estas manifestações ganhem visibilidade na sociedade. Apesar disso, as novas tecnologias estão, cada vez mais, ajudando na propagação destas iniciativas artísticas. Vamos ver mais? Um exemplo de iniciativa para aumentar a inclusão cultural deste nicho às manifestações artísticas é a Companhia de Teatro Mãos Livres, que luta para que as barreiras de comunicação sejam minimizadas através de espetáculos produzidos tanto para surdos como para a sociedade ouvinte. Esta forma de ensino tem sua didática baseada nas linguagens artísticas como a música, o teatro e a dança, que funcionam como estímulos às relações interculturais. As novas tecnologias para surdos As novas tecnologias permitiram que a informação fosse propagada de forma melhor e mais veloz. As comunidades surdas também se beneficiaram com as novas tecnologias. Além de recursos que ajudam a comunicação deste público com a sociedade ouvinte, as novas tecnologias também possibilitaram que produções de arte e literatura fossem acessadas por este nicho da sociedade. Como as tecnologias ajudam a aumentar a inclusão social de surdos A invenção, um chip, foi testada com sucesso em um bebê portador de deficiência. Ele recebeu o chip aos quatro meses de idade e depois de um ano e meio começou a ouvir e articular palavras. O instituto de Fisiologia Pavlov, em Moscou, anunciou a criação de um chip capaz de fazer com que surdos ouçam sons e aprendam a falar. Implantável no ouvido, ele tem um microgerador, um amplificador de impulsos elétricos e um microfone sem fios que pode dividir o sinal auditivo em frequências para posterior identificação. A invenção foi testada com sucesso em um bebê portador da deficiência. Ele recebeu o chip aos quatro meses de idade e depois de um ano e meio começou a ouvir e articular palavras. “O chip pode ser utilizado com eficácia para obter coordenação de movimentos em crianças com paralisia cerebral e outras doenças graves”, disse o diretor do projeto Yakov Altman. Nesta aula, você viu algumas formas de expressões e manifestações artísticas produzidas na linguagem de LIBRAS, para deficientes auditivos. Também viu como as novas tecnologias estão, cada vez mais, facilitando a propagação de iniciativas culturais, literárias e artísticas feitas para a comunidade surda. Assim, você pôde perceber como ainda são escassas as produções envolvendo as artes para este público.
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