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Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 
a2caps@cav.udesc.br 
 
 
 
Lages/Santa Catarina 
Setembro de 2012 
 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINAUNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINAUNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINAUNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA 
 CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIA CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIASSSS 
 DEPART DEPART DEPART DEPARTAAAAMENTO DE ENGENHARIAMENTO DE ENGENHARIAMENTO DE ENGENHARIAMENTO DE ENGENHARIA 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 2 
ÍNDICE 
 
 
I- DESENHO TÉCNICO __ GENERALIDADES .............................................................................................................. 3 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 3 
2. MATERIAIS NECESSÁRIOS......................................................................................................................................... 8 
3. FOLHA PARA DESENHO, LINHA E COTAGEM ...................................................................................................... 10 
3.1. FORMATOS DA FOLHA DE DESENHO............................................................................................................... 10 
3.2. LINHAS ................................................................................................................................................................... 13 
3.3. COTAGEM.............................................................................................................................................................. 15 
4. ESCALA ........................................................................................................................................................................ 18 
4.1. ESCALA NUMÉRICA ...................................................................................................................................................... 18 
4.2. ESCALA GRÁFICA ......................................................................................................................................................... 20 
 
II- DESENHO PROJETIVO............................................................................................................................................... 22 
2.1. PROJEÇÃO ................................................................................................................................................................ 22 
2.2. PERSPECTIVA .......................................................................................................................................................... 23 
2.1.1. Perspectiva axonométrica.................................................................................................................................... 24 
2.1.2. Perspectiva cavaleira........................................................................................................................................... 25 
2.3. VISTAS....................................................................................................................................................................... 26 
 
III- DESENHOS DE ARQUITETURA.............................................................................................................................. 29 
3.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................... 29 
3.2. DESENHOS DE ARQUITETURA ............................................................................................................................ 29 
3.2.1. PLANTA BAIXA ................................................................................................................................................... 30 
3.2.2. CORTES............................................................................................................................................................... 38 
3.2.3. COBERTURA....................................................................................................................................................... 42 
3.2.4. FACHADAS ......................................................................................................................................................... 48 
3.2.5. PLANTA DE SITUAÇÃO ..................................................................................................................................... 49 
3.2.6. DISTRIBUIÇÃO DOS DESENHOS ..................................................................................................................... 50 
 
IV- DESENHO ELÉTRICO, HIDROSSANITÁRIO E TOPOGRÁFICO ..................................................................... 51 
4.1. DESENHO ELÉTRICO .............................................................................................................................................. 51 
4.2. DESENHO HIDROSSANITÁRIO ............................................................................................................................. 53 
4.3. DESENHO TOPOGRÁFICO...................................................................................................................................... 54 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ..................................................................................................................................... 57 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 3 
I- DESENHO TÉCNICO __ GENERALIDADES 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Desenho Técnico constitui uma forma de linguagem gráfica que se faz compreender através de for-
mas e símbolos e tem como objetivo expressar graficamente uma idéia ou um conjunto de idéias com vistas a 
tornar possível sua concretização. 
Para transformar o Desenho Técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus procedimentos de represen-
tação gráfica por normas técnicas, que devem ser seguidas e respeitadas internacionalmente. As normas técnicas são resultantes do 
esforço cooperativo dos interessados em estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores, enge-
nheiros, empreiteiros e clientes. 
Cada país normalmente elabora suas normas técnicas e no Brasil, as normas são aprovadas e editadas pela Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940. 
Para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o intercâmbio de produtos e serviços entre as 
nações, os órgãos responsáveis pela normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram em 1947 a Organização Internacional 
de Normalização (International Organization for Standardization - ISO). Assim, quando uma norma técnica proposta por qualquer 
país membro é aprovada por todos os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma internacional. 
As normas técnicas que regulam o Desenho Técnico no Brasil são editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO 
(Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como normas brasileiras - NBR e que normalmen-
te estão em consonância com as normas internacionais aprovadas pela ISO. 
 
Assim, para a execução dos desenhos existem normas específicas que devemos conhecer e seguir como: 
- NBR 10067/95: Princípios gerais de representação em desenho técnico; 
- NBR 10126/87: Cota em desenho técnico; 
- NBR - 5984/1980 (DIN 476): Formatos de papel; 
- NBR 8196/1983 (DIN 823): Escala. 
- NBR 10582 – apresentaçãoda folha para desenho técnico, que normaliza a distribuição do espaço da folha de 
desenho, definido a área para texto, o espaço para desenho etc. Como regra geral deve-se organizar os desenhos 
distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os textos acimada legenda junto à margem di-
reita, ou à esquerda da legenda logo acima da margem inferior. 
 
Na busca da perfeição, os desenhos devem ser feitos obedecendo a certa ordem de confecção, que são: 
- esboços, em geral feitos à mão livre, já se aproximando das formas e proporções do desenho final; 
- desenho preliminar, o qual já se aproxima do desenho definitivo mas ainda sujeito a modificações; 
- desenho definitivo, que contém os elementos necessários à inteira compreensão do mesmo. Recomenda-se 
realizar cópia do desenho definitivo seja por cópia do próprio original, cópias heliográficas, fotografias, etc. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 4 
 
 
Desenho de portas e janelas segundo as convenções do desenho técnico 
 
 
 
 
 
 
Desenho em projeção/perspectiva cônica 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 5 
 
 
Desenho em perspectiva cavaleira de viveiro para mudas 
 
 
 
Desenho 2D em CAD de instalações para suínos – Creche 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho 2D em CAD de instalações para suínos. 
 
 
 
Corte longitudinal. 
Corte transversal. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 7 
 
 
 
 
 
Folha para facilitar desenhos em perspectivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 8 
2. MATERIAIS NECESSÁRIOS 
 
 Para a execução dos desenhos fazem-se necessários: 
 
- Mesa de desenho: deve possuir dimensões, superfície lisa e material que não empene com o tempo, para 
facilitar a execução dos desenhos. A mesa de desenho pode possuir somente a régua horizontal como pode ser 
mais sofisticada, acompanhando o tecnígrafo, instrumento que substitui a régua T, esquadros, réguas graduadas 
e transferidores, como mostra a Figura 1. 
 
 
Figura 1. Mesa de desenho ou prancheta. 
 
- Esquadros: usados para traçar linhas horizontais, verticais e inclinadas e, para isso existem dois tipos: um 
na forma de triângulo isósceles (ângulos de 45o e de 90o) e outro na forma de triângulo escaleno (ângulos de 
30o, 60o e 90o). A combinação do par de esquadros permite traçar linhas formando ângulos múltiplos de 15o, 
como mostra a Figura 2. 
 
 
 
Figura 2. Par de esquadros e como deve ser utilizado. 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 9 
- Escalímetro e compasso: escalímetros são réguas graduadas em escalas e as escalas mais usadas são de 
1:20; 1:25; 1:50; 1:75; 1:100, 1:125. Os compassos são instrumentos destinados a traçar circunferências e seus 
arcos, como mostra a Figura 3. 
 
 
Figura 3. Escalímetro e compasso. 
 
- Papel para desenho: no papel opaco onde normalmente fazem os esboços e os desenhos preliminares e 
no papel transparente é onde são feitos os desenhos definitivos. A fixação do papel na prancheta deve-se ser 
feita com fita adesiva, evitando o uso de percevejos e tachinhas, que danificam a superfície da mesa. Os papéis 
são adquiridos em diversos tamanhos, nos formatos recomendados pela ABNT e com margens já impressas. 
 
Obs.1: Além dos materiais citados acima, existem outros como réguas T, transferidores, gabaritos, etc. 
 
Obs.2: Desenho assistido por computador - CAD 
Juntamente com o desenvolvimento da computação gráfica, surgiram softwares destinados à confecção 
de desenhos de forma eletrônica. Esta técnica tem como principais vantagens a rapidez na confecção dos dese-
nhos, a qualidade final dos desenhos muito superior aos realizados em pranchas, a facilidade de alguma corre-
ção e de impressão. 
 Assim, passou-se rapidamente da régua T e do esquadro às máquinas de desenhar, aos programas co-
merciais de desenho 2D assistido por computador (CAD) e mais recentemente a uma tendência para a utiliza-
ção generalizada de sistemas de modelação geométrica 3D com o advento da tecnologia (BIM) (Building In-
formation Modeling). Também veio com os softwares a facilidade de visualização dos desenhso em 3D, substi-
tuindo as maquetes reais em maquetes eletrônicas. 
 Os desenhos podem ser confeccionados em programas de computador tipo CAD como: Auto-
CAD; ZWCAD; Sketchup; Solid Works, etc. e serem plotados. 
 
 
 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 10 
3. FOLHA PARA DESENHO, LINHA E COTAGEM 
 
3.1. FORMATOS DA FOLHA DE DESENHO 
Os formatos para execução de desenhos são padronizados. A série mais usada é designada por A0 (A-
zero), cujas dimensões são 841mm por 1.189mm, com área total de 1,0 m2, como mostra a Figura 4. 
 
 
Figura 4. Formato A0 (Azero) e derivados. 
 
Da divisão do formato A0 obtém-se o formato A1 e dividindo este, obtém-se o formato A2, assim su-
cessivamente. Como exemplo, o formato A6 é empregado para fichas; o formato A3 é usado para desenhos 
gerais; o formato A4 é dito oficial. 
A folha de desenho deve possuir tamanho maior antes de cortá-lo para o formato desejado, como mos-
tra o Quadro 1. Depois do desenho realizado, deve-se recortar o papel para o formato escolhido. 
 
Quadro 1. Tamanho de papel para desenho segundo a NBR 10068-1987. 
Formato da 
Série A 
Linha de corte 
(mm) 
Margem “e” 
(mm) 
Folha sem cortar 
(mm) 
A0 841 x 1.189 10 880 x 1.230 
A1 594 x 841 10 625 x 880 
A2 420 x 594 7 450 x 625 
A3 297 x 420 7 330 x 450 
A4 210 x 297 7 240 x 330 
A5 148 x 210 - 165 x 240 
A6 105 x 148 - 120 x 165 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 11 
Visando o bom acabamento e mesmo para proteção do desenho é necessário o uso de margens na folha 
de desenho. O tamanho da margem esquerda será sempre de 25mm para facilitar o arquivamento em pastas 
próprias e, as dimensões das outras margens são como mostradas no Quadro 1. 
 
 
 
Na folha de desenho deve-se constar o rótulo localizado no canto inferior direito do papel e, além de 
outras informações necessárias, deve-se conter no mínimo: 
- título do projeto e denominação do local da construção; 
- nome e endereço do proprietário com assinatura de aprovação; 
- nome, endereço, assinatura com o número de registro profissional do projetista ou da firma; 
- nome do desenhista, data, escala. 
 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 12 
 
 
 
Para efetuar o dobramento, devem-se seguir as seguintes etapas: 
- o dobramento de folhas de desenho tem o A4 como formato final, deixando visível o rótulo. 
- efetuar o dobramento a partir da direita em dobras verticais de 185mm e a parte final dobrada ao meio. O 
formato A2 por ser a parte final de apenas 14mm, permite dobramento simplificado, com as dobras verti-
cais de 192mm. 
- feito o dobramento vertical no sentido da largura, a folha deve ser dobrada na altura em dobras horizontais 
de 297mm. Para facilitar o dobramento,recomenda-se marcar nas margens, as posições das dobras. 
- quando as folhas tiverem de ser perfuradas para arquivamento, dobrar para trás o canto superior esquerdo. 
 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 13 
 
 
3.2. LINHAS 
Nos desenhos técnicos utilizam-se Linha Larga (LL) e Linha Estreita (LE). Isto se faz necessário de-
vido que alguns traços devem aparecer diferenciados. 
 LL 
 LE 
 
Os traços podem ser realizados com o mesmo grafite e neste caso, deve-se variar a pressão que se usa 
ao traçar a linha, ou podem ser usados diferentes espessuras de grafite. Faculta-se ao desenhista a fixação das 
espessuras que devem ser nitidamente distintas entre si. 
 
As imperfeições das linhas são na maioria das vezes imediatamente notadas e podem provir de defeitos 
dos materiais ou do traçado pelo desenhista. Os erros habituais, principalmente do iniciante ao executar os tra-
çados são: 
- desuniformidade: relaciona-se à uniformidade das linhas que devem ter a mesma espessura e guardar a mesma 
distância entre traços quando for tracejada, tanto no aspecto de tamanho como na distância entre elas e na sua 
distribuição geral. 
- cruzamento: neste tipo de erro, as linhas convergem para um mesmo ponto e não se devem cruzar. 
 
 
 
Figura 5- Erros comuns na execução de traços. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 14 
Os tipos de linhas e sua utilização nos desenhos são mostrados no Quadro 2. 
 
Quadro 2- Tipos de linhas e sua utilização. 
 
 
 
 
1- Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, aplicar somente uma opção. 
2- Se forem usados tipos de linhas diferentes, os seus significados devem ser explicados no respectivo desenho ou por 
meio de referências às normas específicas correspondentes. 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 15 
3.3. COTAGEM 
 Todo desenho deve conter medidas que possam auxiliar na sua compreensão. Assim, para efetuar a 
cotagem dos desenhos são necessários os seguintes elementos: 
 
 
 
• Cotas: são os números que indicam as dimensões. 
• Linhas de cotas: são representadas paralelamente à dimensão que se deseja cotar, preferencialmente do lado 
de fora do desenho, evitando-se que cortem as linhas do desenho e sobre estas linhas anotam-se os valores 
das cotas. O afastamento das linhas de cotas varia de 8 a 12 mm das linhas do desenho. 
• Linhas de chamada: as linhas de chamada não devem tocar a linha do desenho, devendo permanecer pelos 
menos 1,0 mm afastados dela e se estendem até 3,0 mm além da linha de cota. 
• As linhas de cota e de chamada são traçadas em LE. 
• Pontos, traços ou setas devem ser colocados no cruzamento entre as linhas de cota e de chamada, como mos-
tra a Figura 6. 
 
 
Figura 6- Extremidades da linha de cota. 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 16 
• As cotas maiores ficarão por fora das menores, devendo evitar repetições de cotas. 
• Cada cota deve ser indicada na vista que mais claramente representar a forma do elemento cotado. 
• As cotas devem ser colocadas no meio e sem tocar a linha de cota, sendo horizontalmente sobre a linha de 
cota e perpendicularmente, no lado esquerdo da linha de cota e no sentido de leitura, de baixo para cima. As 
cotas devem ser legíveis e de tamanho proporcional à escala do desenho (entre 3 e 5 mm). 
• Cota parcial e cota total – se os desenhos apresentam detalhes, deve-se cotar esses detalhes e toda a dimen-
são do desenho. As cotas dos detalhes são denominadas cotas parciais e o somatório, cotas totais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5,90
1,95 1,95 2,00
4,70 1,20
3,
95
 
1,
20
 
1,
55 3,
95
 
1,
20
 
 
 
• Cotas de ângulos e de circunferência – a representação é feita sempre com setas. Para cotar círculos o raio 
é sempre a 45o. A Figura 7 mostra a maneira de se cotar círculos, arcos, furos, etc. 
Cota de ângulos: Cota pelo diâmetro e pelo raio: 
 
 
Figura 7- Cotagem de segmentos curvos. 
 
 
0,90 
x 
1,00 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 17 
• Nos desenhos técnicos, normalmente as medidas são cotadas em metros (m), sem necessidade de se colocar 
o símbolo da unidade. Também é comum a cotagem em milímetros (mm) ou em centímetros (cm), porém 
não pode misturar unidades de medidas. 
• Na cotagem de perspectiva, representam-se também em perspectiva as linhas de extensão e de cota, bem 
como os números, acompanhando o paralelismo das arestas frontais. 
 
 
Figura 8- Cotagem de desenhos de arquitetura e de perspectiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 18 
4. ESCALA 
Escala é uma relação proporcional entre a dimensão usada para representar um objeto no desenho e a 
sua dimensão real, ou seja: 
 
ESCALA = Comprimento no desenho (D) 
 Comprimento real (R) 
 
 
4.1. Escala numérica 
Para grandes objetos, devido à impossibilidade de se representar o seu tamanho real nas folhas padroni-
zadas, utiliza-se as escalas de redução (representação: ½; 1:2; 1:50). Entretanto, quando o objeto é pequeno 
pode-se representá-lo numa escala de ampliação, ou seja, aparecerá no desenho maior do que é na realidade 
(representação 2/1 ou 2:1). Assim, a escala 1:20 (lê-se um para vinte) é uma escala de redução, pois a Figura 
real foi desenhada 20 vezes menor, ou seja, 1 cm no desenho equivale a 20 cm da Figura real. A escala 20:1 é 
uma escala de ampliação, pois a Figura real foi desenhada 20 vezes maior, ou seja, 20 cm no desenho equiva-
lem a 1 cm da Figura real. 
Em desenho arquitetônico, as escalas de redução resolvem os problemas de representação e apenas al-
guns desenhos detalhes, quando necessários, são representados na escala real ou ampliada. 
Para decidir sobre a escala ideal para os desenhos, levar em conta: 
1o- tamanho do objeto a ser representado; 
2o- as dimensões do papel; 
3o- a leitura do desenho, ou seja, a clareza do conjunto do desenho. 
 
 
Proporcional (correto) Desproporcional (incorreto) 
 
 
Exercício1: Um objeto de 10m de comprimento foi representado no desenho por 1m, qual foi a escala usada? 
 
Escala = Comprimento no desenho = 1 metro ::: logo a escala usada foi 1:10. 
 Comprimento real 10 metros 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 19 
Exercício2: Sabe-se que a escala usada numa planta baixa é de 1:50. Medindo no desenho a largura de uma 
sala encontra-se 3,4 cm. Qual a dimensão real da sala? 
1/50 significa que 1 m representa 50 m ou 1 cm representa 50 cm ou 0,5 m. 
Assim: 3,4 cm x 0,5 m = 1,7 m. Logo, a dimensão real da sala é de 1,7 m. 
 
Exercício3: Uma dimensão de 20 m deve ser desenhado, para sua clareza, com no mínimo 16cm e no máximo 
25cm. Qual a escala indicada? 
::: serão 16cm do desenho para 2.000cm do objeto, ou 16:2.000. Transformando o menor valor em unidade 
e conservando a mesma proporção, tem-se 1:125 no mínimo. No máximo, da mesma forma, será 1:80. 
 
::: Neste intervalo de 1:125 e 1:80, uma boa escolha será 1:100. 
 
 
Exercício4: Uma rua foi desenhada com 12 mm e seu comprimento real é de 24 m. Qual foi a escalautilizada? 
D = 1 ↔↔↔↔ 12mm = 1 ↔↔↔↔ Y = 24.000 mm ⇒ Y = 2.000, logo a escala será: 1: 2.000. 
R Y 24.000mm Y 12 mm 
 
- D e R devem estar na mesma unidade; 
- quanto maior o número do denominador, menor é a escala (1:100 é menor que 1:50); 
- quando o resultado de D/R for fracionado, optar pela escala menor para que a folha comporte o desenho. 
 
 
 
Exercício5: Um objeto medindo 100m x 200m deve ser desenhado numa folha A0 (821mm x 1.154mm) já 
descontada os espaços referentes à margem do formato. Qual a escala numérica a ser utilizada? 
Opção: desenhar a menor dimensão (100m) na direção menor da folha (821mm). 
D = 1 ↔↔↔↔ 821mm = 1 ↔↔↔↔ Y = 100.000 mm ⇒ Y = 121,80, logo a escala será: 1: 121,80 
R Y 100.000 mm Y 821 mm 
 
Da mesma forma com a maior dimensão (200m) na direção maior da folha (1.154mm). 
D = 1 ↔↔↔↔ 1.154mm = 1 ↔↔↔↔ Y = 200.000 mm ⇒ Y = 173,31, logo a escala será: 1: 173,31 
R Y 200.000 mm Y 1.154 mm 
 
Deve-se ser adotada apenas uma escala para todo o desenho, assim escolhe-se a que mais reduz (1:173,31) 
para que caiba no formato a ser utilizado. Uma boa escolha é 1:200, o que mais se aproxima daquela deter-
minada anteriormente e, podendo utilizar o escalímetro. 
 
Outra forma de solução: 
 Desenho : Figura real Desenho : Figura real 
 821 mm : 100.000 mm 1.154 mm : 200.000 mm 
 1: 121,80 1:173,31 
Da mesma forma, uma boa escolha será 1:200, a que mais aproxima daquela que mais reduz. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 20 
4.2. Escala gráfica 
Consiste na representação gráfica de uma escala numérica ao longo de uma barra graduada e aparece, 
geralmente em desenhos como mapas, desenhos topográficos, etc. A escala gráfica facilita as tomadas de medi-
das sobre o desenho e permite a redução ou ampliação do desenho, pois suas dimensões serão conhecidas ime-
diatamente, pois guarda a proporcionalidade de redução ou ampliação. 
 
 
 
 
Para a confecção da escala gráfica são necessários: 
• fator de escala (f); 
• título de escala: é a escala numérica que vai dar origem à escala gráfica; 
• divisão principal (DP): determinada pelo desenhista; 
• talão (t): 1/10 (subdivisão decimal) da divisão principal; 
• comprimentos gráficos (CG). 
 
 
Fator de escala: É um número destinado a facilitar as operações aritméticas da escala, principalmente quan-
do não se dispõe de escalímetro. 
 
Normalmente, o fator de escala é escrito na forma cm/m, mantendo a relação desenho : figura real. 
 
Seja a escala 1:50. Seria moroso ter que dividir por 50 todas as medidas do objeto para obter a medida 
do desenho, por exemplo: 2,4 m para ser desenhado na escala 1:50, é necessário dividir a dimensão de 2,4 m 
por 50, ou seja, 2,4 m ÷ 50 = 0,048 m, ou 4,8 cm. Para facilitar estes cálculos faz-se uso do fator de escala. 
 
Assim, f para a escala 1:50 será: 
 f = 1 cm = 1 cm ⇒⇒⇒⇒ f = 2 cm ; ou seja, 2 cm no desenho equivalerão a 1 m da Figura real. 
 50 cm 0,5 m m 
 
 
Assim, a dimensão 2,4 m será desenhada com 4,8 cm, pois será o produto de 2,4 m x 2 cm/m. 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 21 
Exercício6: Qual a escala gráfica correspondente à escala numérica de 1:50. 
 f = 2 cm/m, logo cada 1m é representado por 2cm. A escala gráfica correspondente será: 
 1m 0 1 2 3 4m 
 
 
 
O 1o segmento à esquerda é dividido em 10 partes iguais, correspondente ao talão, para permitir a leitura de 
grandezas que tenham algarismo decimal. 
 
 
Exercício7: A escala gráfica correspondente a escala numérica de 1:11.000.000. 
 f = 1cm/110km, logo, cada 110km é representado por 1cm. A escala gráfica correspondente será: 
 0 110 220 330 440 550 660km 
 
 
 
Exercício8: A escala gráfica de 70m em 1:500. 
f = 0,2 cm/m::: CG = 0,2 cm/m x 70 m = 14cm 
 DP = 10m, logo ⇒ CGDP = 10m x 0,2cm/m= 2 cm 
 
0 5m 10 20 30 40 50 60 70m 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 22 
II- DESENHO PROJETIVO 
 
2.1. PROJEÇÃO 
 A relação estabelecida entre o objeto no espaço (tridimensional) e sua representação no plano (bidi-
mensional) é uma operação geométrica denominada projeção. Para se projetar um objeto adota-se um sistema 
de projeções que é composto pelos seguintes elementos: 
- (O): Centro de projeções; 
- (A): Ponto a ser projetado; 
- (r): Projetante, ou seja, é a trajetória de deslocamento do ponto no espaço até atingir a superfície de projeção; 
- (αααα): Plano de projeção, ou seja, é a superfície na qual o ponto é projetado; 
- A : Projeção do ponto (A) e agora pertence a superfície de projeção. 
 
 (O) Centro de projeção 
 (A) Ponto 
 (r) Projetante 
 
 A Projeção 
 
 
 
 
a) Projeção de um ponto b) Projeção de uma reta perpendicular ao plano 
 (A) 
 
 
 A 
 
 
c) Projeção de uma reta paralela a um plano de projeção projeta-se neste plano em verdadeira grandeza e toda 
reta inclinada a um plano de projeção não se projeta em verdadeira grandeza. 
 (A) (B) 
 
 A B 
 
 
 
(A) 
(B) 
 A B 
(B) 
(A) 
AB 
(α) 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 23 
a- Projeção cônica��Ocorre quando o centro de projeção (“fonte de luz”) que está a uma distância finita do 
objeto, partem as projetantes (“raios de luz”) e que determinam a projeção de um objeto sobre um plano. Neste 
caso as projetantes são convergentes. 
 
 
 
 
b- Projeção cilíndrica��Ocorre quando o centro de projeção (“fonte de luz”) desloca-se para o infinito e as 
projetantes (“raios de luz”) são paralelos entre si. Neste caso, pode-se ter: 
 
 
Projeção Cilíndrica Oblíqua Projeção Cilíndrica Ortogonal 
Quando as projetantes são oblíquas (∠) ao Quando as projetantes são perpendiculares 
plano de projeção, ou seja, se o ângulo (⊥) ao plano de projeção, ou seja, se o ân- 
formado pelas projetantes com a super- gulo formado pelas projetantes c/ a super- 
fície de projeção for ≠ 90º. fície de projeção for = 90º. Neste caso, re- 
presenta em VG os objetos do espaço que 
forem // ao respectivo plano de projeção. 
 
 
 
 
 
2.2. PERSPECTIVA 
Uma das maneiras de se ler e interpretar um objeto através do desenho consiste em recorrer ao esboço 
em perspectiva. Perspectiva é o desenho que mostra os objetos da maneira como eles são vistos, ou seja, com 
três dimensões: comprimento, largura e altura. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 24 
2.1.1. Perspectiva axonométrica 
É uma projeção ortogonal sobre um só plano, sendo o objeto colocado de modo que mostra suas três fa-
ces. Trata-se de um método de traçar as peças tomando-se como referência um sistema de três eixos coordena-
dos, sabendo-se que toda linha paralela a um eixo isométrico apresenta-se em verdadeira grandeza (V.G.). 
A perspectiva axonométrica compreende a perspectiva isométrica, dimétrica e a trimétrica, sendo que a 
mais usada é a Perspectiva Isométrica(PI), que resulta da projeção cilíndrica ortogonal. Seus eixos isométri-
cos fazem entre si ângulos iguais de 120o (Figura 9) e suas três faces sofrem reduções iguais de aproximada-
mente 81% de seu comprimento real, sendo que no desenho, em geral, não se leva em conta esta redução, rece-
bendo a perspectiva a denominação de perspectiva isométrica simplificada. 
 
 
Figura 9- Eixos isométricos. 
 
 
O desenho em PI parte do princípio que as Figuras tem origem de um paralelepípedo que pode se trans-
formar numa Figura com forma própria. Inicialmente, parte-se de um ponto que representa o vértice frontal e 
traça-se os três eixos isométricos, sendo um vertical e dois inclinados de 30o em relação à linha horizontal (Fi-
gura 10), constituindo-se as três dimensões da peça: a aresta perpendicular determina a altura, a aresta maior 
determina o comprimento e a menor, a largura. 
 
Figura 10- Desenho em PI. 
 
As arestas não paralelas aos eixos isométricos denominam-se não isométricas e nelas as medidas devem 
ser traçadas através de linhas isométricas auxiliares, como mostra a Figura 11. As linhas ocultas no desenho são 
sempre omitidas a não ser quando se faz necessárias para a representação e compreensão da peça. 
Quando o objeto contém inúmeras linhas não-isométricas, este deve ser desenhado pelo processo do pa-
ralelepípedo envolvente. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 25 
 
Figura 11- Traçado de uma peça em PI pelo paralelepípedo envolvente. 
 
2.1.2. Perspectiva cavaleira 
 Esta perspectiva resulta da projeção cilíndrica oblíqua, com os três eixos correspondendo as três ares-
tas, sendo que dois deles são sempre perpendiculares entre si, formado pelas arestas perpendicular da altura e 
horizontal do comprimento, determinando assim as faces paralelas ao observador e, neste caso projetadas em 
V.G. (Figura 12). O terceiro eixo fornece a direção das linhas de fuga que pode fazer qualquer ângulo, sendo 
30o e 45o os mais usados. De acordo com o ângulo de fuga, a largura sofre uma redução proporcional e para os 
ângulos de 45o e 30o, esta redução é de 2/3 e 3/4, respectivamente. 
 
 
Figura 12- Seqüência no traçado em perspectiva cavaleira. 
 
No traçado da perspectiva cavaleira, a maior dimensão deve estar de preferência, paralela ao Quadro. A 
vantagem da representação em perspectiva cavaleira está na predominância de uma das faces que é paralela ao 
quadro, possibilitando maiores detalhes, p. ex., na representação de linhas curvas e circunferências, além de 
facilitar o traçado. 
As posições mais comuns de perspectivas de objetos são aquelas que mostram as faces frontal, superior 
e lateral direita ou esquerda (Figura 13), entretanto, pode ser mostrado a face inferior. 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 26 
 
 
 
Figura 13- Posições comuns de perspectivas. 
 
 
2.3. VISTAS 
Denominam-se vistas as Figuras resultantes da projeção cilíndrica ortogonal do objeto sobre um pla-
no. A disposição das vistas é regida por normas técnicas e são tantas quantas forem necessárias para a perfeita 
visualização e compreensão do objeto desenhado, sendo que a vista de frente deve ser a principal e, neste caso, 
deve-se fazer uma análise criteriosa do objeto a fim de se eleger a melhor posição para a vista de frente. Nesta 
escolha, deve-se verificar: 
 
a- aquela que mostre a forma mais característica do objeto; 
b- a que indique a posição de trabalho do objeto, ou seja, como ele é encontrado, isoladamente ou em conjunto; 
c- se os critérios acima forem insuficientes, escolhe-se a posição que mostre a maior dimensão do objeto e 
possibilite o menor número de linhas invisíveis nas outras vistas. 
 
As vistas devem ficar dispostas harmoniosamente na folha de desenho para facilitar a interpretação da 
forma do objeto e possibilitar a compreensão das medidas, e neste caso, o enquadramento vai exigir uma esco-
lha adequada da escala. Inicialmente, devem-se comparar as dimensões de comprimento, largura e altura do 
objeto com a posição das vistas e tamanho da folha de desenho, levando em conta as distâncias entre as vistas e 
das vistas com as margens da folha. 
 
As Normas Brasileiras recomenda-se o uso do 1o diedro para disposição das vistas. A denominação e a 
disposição das seis (6) vistas ortogonais definidas pela ABNT como vistas principais são mostradas na 
Figura 14. 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 27 
 
 
Figura 14- Projeção e disposição das vistas. 
 
 É raro o emprego das seis (6) vistas e, normalmente a combinação das vistas superior, de frente e lateral 
esquerda ou direita é a mais empregada, como mostra a Figura 15. 
 
 
Figura 15- Vistas principais da peça em perspectiva. 
 
 Havendo a necessidade da vista auxiliar para se obter a forma verdadeira de uma superfície inclinada, 
deve-se fazer uso do plano auxiliar, que deve ser sempre paralelo à superfície inclinada (Figura 16). 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 28 
 
 
Figura 16- Vista auxiliar. 
 
 
 Nos desenhos de objetos de formas circulares, os seus eixos são determinados por linhas de centro que 
mostram o centro da curvatura dos círculos e circunferências, traçados por linhas finas em traços e ponto, com 
os traços mais alongados cruzando-se perpendicularmente no centro da circunferência. Dependendo do sentido 
de projeção, faz-se necessário uma ou duas linhas de centro, ou seja, uma linha quando o eixo aparece no senti-
do longitudinal e duas linhas quando aparece no sentido transversal mostrando o círculo (Figura 17). 
 
 
Figura 17- Vistas de objetos circulares. 
 
 
Obs.: ao iniciar o estudo das projeções ortogonais, é preferível fazer seu traçado a mão livre desenhando as 
três vistas principais que ajudará a desenvolver a imaginação das formas do objeto no espaço. 
 
 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 29 
III- DESENHOS DE ARQUITETURA 
 
3.1. INTRODUÇÃO 
 Relacionado às construções, o planejamento consiste de: 
- Elaboração de um programa de construção; 
- Escolha do terreno para a construção; 
- Elaboração do projeto. 
 
Com base no programa de construção e considerando o terreno, será elaborado o projeto. Os projetos de 
arquitetura são a tradução técnica daquilo que se quer construir e constam de: 
- Parte escrita: memorial descritivo, especificação técnica e orçamento. 
- Parte gráfica ou desenhos arquitetônicos. 
 
3.2. DESENHOS DE ARQUITETURA 
São representações gráficas constituídas de linhas e símbolos que traduzem tecnicamente aquilo que se 
pretende construir, porém devem ser realizados conforme normas técnicas vigentes. 
Os Desenhos preliminares constituem os esboços, sendo a primeira fase do projeto ainda sem forma de-
finida. Necessariamente, o planejamento de uma construção está intimamente ligada ao terreno e à vizinhança, 
daí considerar os aspectos de localização, dimensão, forma, topografia, orientação, insolação, dentre outros. 
Os Desenhos de apresentação têm a finalidade de dar uma representação real do projeto para fins expli-
cativos ao proprietário. O emprego de maquetes pode dar melhor apresentação nos projetos. 
Os Desenhos de execução são todos aqueles do corpo do projeto arquitetônico, juntamente com as es-
pecificações de materiais e servem para o cálculo do orçamento. 
 
O projetista que se propõe organizar um projeto arquitetônico deve considerar entre outros, aspectosde 
funcionalidade, custo, resistência e durabilidade. A funcionalidade refere-se à melhor adaptação de seus ocu-
pantes com o meio. Assim, uma casa residencial além de abrigar seus moradores da chuva, vento, neve, sol, 
etc., devem ter no seu interior uma distribuição adequada dos cômodos. Já uma construção para animais, p. ex., 
um estábulo para gado leiteiro, deve facilitar o manuseio, trânsito, higiene, observar os detalhes técnicos exigi-
dos para salas de ordenha, baias para bezerros, para touros e vacas secas, depósito, maternidade, bebedouros, 
troncos, silos, etc. Verifica-se que de acordo com o clima da região, origina-se uma série de alternativas para o 
mesmo fim. 
 Porém, antes de projetar qualquer obra, deve-se conhecer o terreno pela planta topográfica, verificando 
a localização, limites, topografia, orientação, insolação, rede de esgoto, água, energia elétrica, etc. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 30 
 As características favoráveis do terreno são as seguintes: 
- Possuir tamanho que permita realizar a construção; 
- Ser plano ou ligeiramente inclinado para não exigir grandes desmontes nem aterros que custem dinheiro e 
encareçam a obra; 
- Ser seco, resistente para suportar bem a construção sem a obrigatoriedade de fundações mais caras; 
- Ter facilidade de acesso, como estradas, ruas, avenidas. 
 
Os desenhos que fazem parte de um projeto arquitetônico completo são: 
- Planta baixa; (1:50; 1:75; 1:100). 
- Corte transversal e longitudinal; (1:50; 1:75; 1:100). 
- Fachadas; (1:50; 1:75; 1:100). 
- Planta de cobertura; (1:100; 1:200). 
- Planta de situação; (1:500; 1:1.000) 
- Detalhes construtivos; (1:10; 1:20). 
 
3.2.1. PLANTA BAIXA 
É um desenho em vista superior, supondo que um plano horizontal corta o pavimento a desenhar na 
altura das janelas e portas, retirando-se a parte superior. É na planta baixa que se determina as dimensões, 
a distribuição interna dos ambientes e a circulação entre eles, como mostra a Figura 18. 
 
 
 
Fonte: Ref. 9 
Figura 18- Plano de corte da construção e planta baixa resultante. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 31 
No desenho da planta baixa seguir as seguintes instruções: 
 
- Duas linhas paralelas, LL contínuas, são usadas para definir paredes que estejam sendo cortadas. 
 
 
 
- Duas linhas paralelas, LE contínuas, são usadas para definir muros, passeios de varandas, etc. 
 
 
As paredes externas devem ser mais espessas que as internas por estar em contato direto com o meio 
exterior, além de constituírem estrutura de sustentação do telhado. Assim, a parede de 1 tijolo vale 25 cm de 
largura e a parede de ½ tijolo vale 15 cm de largura. A posição dos tijolos para construção de paredes é mos-
trada na Figura 19. 
 
 
Figura 19- Tipo de tijolos e posição construtiva. 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 32 
- Duas linhas paralelas, LE contínuas, situadas numa porta ou num vão, definem uma soleira. 
 
 
 
- LE contínua, situada numa porta e num vão, no contorno de varanda, de área de serviço e de garagem, define 
um desnível. Quando estiver numa porta ou num vão, deverá se situar no lado mais baixo. 
 
 
 
 
 
SERVIÇO 
 
 
- Quatro linhas paralelas, LE contínuas, sendo as duas do meio próximas, definem janelas que estão sendo cor-
tadas. 
Cota-se janelas das seguintes maneiras: 
- com indicação na planta baixa (J1, J2, J3 ...) e fazer a legenda especificando suas dimensões. 
- diretamente na planta baixa por fração, em que o numerador representa a largura e a altura e o deno-
minador, o peitoril. 
 
Cota-se portas das seguintes maneiras: 
- com indicação na planta baixa (P1, P2, P3 ...) e fazer a legenda especificando suas dimensões. 
- nas aberturas das portas na planta baixa indicar sua largura x altura. 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 33 
- Duas linhas paralelas, estreitas e tracejadas, situadas entre duas linhas paralelas largas e contínuas, definem 
janelas que estão acima do plano cortante. 
 
 
 
 
- Linha tracejada é usada para mostrar elementos que estejam suspensos, como beirais de telhado. 
 
 Proj. do beiral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- LL interrompida traço e ponto seguida por letras do alfabeto (AA’ ou AB, etc...) é usada para definir onde o 
corte passa na planta baixa. 
 
 A A’ 
 
 
 
 B B’ 
 
 
 
 
- LE quebrada define a continuidade do elemento (também chamada de linha de interrupção). 
 
 
 
 
Algumas vezes, para melhor aproveitamento de espaço e para evitar excesso de traços, deverá ser usada 
a convenção de linhas de rupturas. 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 34 
- LE interrompida traço e ponto é usada para definir simetria, pontos de concordância ou de centro. 
 
 
- Peças de cozinha 
 
Pia de cozinha Fogão Geladeira 
 
 115 x 57 50 x 60 60 x 60 
 
 
 
- Peças sanitárias 
 
 Lavatório c/ bancada lavatório c/ coluna bidê Vaso ou bacia sanitária 
 
 
 
- Peças da área de serviço 
 
Tanque Máquina de lavar 
 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 35 
As etapas para o desenho da planta baixa são: 
�
• Executar toda a planta (somente paredes) em traços leves, sem levar em consideração as aberturas; 
• Marcar as aberturas de portas e janelas em traço leve; 
• Cobrir com LL as paredes que estão sendo cortadas, marcar portas e janelas com LE; 
 
 
• Apagar o excesso de linhas; 
• Desenhar os equipamentos de banheiro, cozinha, escadas, etc.; 
• Indicar os tipos de pisos com LE contínua, sendo interrompida nas aberturas das portas, nos equipamentos 
de banheiro e cozinha, assim como no box; 
 
 
• Desenhar em LE tracejadas, os elementos que estão acima do plano de corte (beiral, janelas que estão acima 
do plano de corte); 
• Fazer as linhas de cotas, internas e externas, parciais ou totais, acompanhadas pelo valor em metros com 
duas casas decimais. Serão cotadas todas as distâncias necessárias à compreensão e execução do desenho; 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 36 
• Marcar os desníveis: a cotagem dos pisos é feita colocando-se dentro dos compartimentos a cota associada 
com os símbolos e são cotados sempre em metros. Caso seja necessário, usar o sinal de menos (-) quando for 
negativa. 
• Apagar a linha dos cortes; 
• Dar nomes aos compartimentos, com suas respectivas áreas; 
• Identificar o desenho, colocando nome e escala. 
 
 PLANTA BAIXA 
 
 A área total de uma construção é aquela determinada por toda área coberta da planta baixa e a área útil é a soma-
tória das áreas dos cômodos. “Área útil é aquela realmente utilizada para o bem-estar dos moradores, é aquela em que você 
vive, ou seja, são os espaços privativos da casa. Aqueles reservados para habitação. Assim, a garagem, as varandas e as 
áreas de lazer cobertas não seriam incluídas. A área total é justamente o que diz - a soma de todas as áreas cobertas, inclusi-
ve com a garagem, etc. Para se chegar ao custo do m2, atente principalmente as áreas úteis, pois elas têm maior peso no 
valor final das obras”. 
 
Como orientação, as dimensões mínimas dos compartimentos de uma residência sãomostradas no Qua-
dro 3. 
Quadro 3- Dimensões usuais de cômodos (referência). 
 
Cômodos Área mínima 
(m2) 
Dimensões 
(m) 
Área mínima 
(m2) 
Peitoril 
m 
Sala 12,0 3,0 x 4,0; 3,5 x 4,0; 4,0 x 5,0; 5,0 x 5,0; 6,0 x 4,0 1/8 área do piso 1,00 a 1,50 
Quarto 8,0 2,5 x 3,2; 3,5 x 2,5; 3,0 x 4,0; 3,0 x 3,0; 4,0 x 4,0 1/6 área do piso 1,00 a 1,50 
Cozinha 4,0 2,0 x2,0; 2,0 x 2,5; 3,0 x 2,0; 2,5 x 2,5; 3,0 x 2,5 1/8 área do piso 1,50 a 1,80 
Banheiro 2,2 2,0 x 1,5; 1,5 x 1,5; 2,0 x 2,0; 2,5 x 2,0; 3,0 x 2,0 1/8 área do piso 1,50 a 1,80 
Corredor 
- 
largura 0,90 a 1,10 
- - 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 37 
 
Planta Baixa 
 S/escala 
 
 
Dimensões: 
Pé-direito (sala) = 3,00 m 
Beiral = 0,50 m 
Lajes (piso e teto) = 0,10 m 
Paredes externas = 0,25m 
Paredes internas = 0,15 m 
 
 
 P1 = 0,80 x 2,10 
 P2 = 0,70 x 2,10 
 Fazer quadro legenda J1 = 1,60 x 1,10 x 1,00 situada no meio do vão. 
 J2 = 1,00 x 0,60 x 1,70 situada no meio do vão. 
 
Figura 20- Planta baixa para estudo. 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 38 
3.2.2. CORTES 
São desenhos obtidos cortando-se a edificação por planos verticais (longitudinal e transversal), os 
quais devem cortar paredes, janelas, portas, de modo que uma vista lateral possa mostrar detalhes interiores 
importantes para uma perfeita definição da edificação. É a vista interna da construção mostrando as alturas de 
portas e janelas, pé-direito, inclinação do telhado, etc. como mostra a Figura 21. 
 
 
Fonte: Ref. 9 
Figura 21- Vista em perspectiva de uma residência mostrando o plano de secção. 
 
 
a- Elementos identificáveis em um corte 
 
Pé direito: distância entre a face superior do piso e a face inferior do teto. 
Peitoril: parte inferior de uma janela, isto é, a distância do piso à face inferior da janela. 
Verga: parte superior de uma janela ou porta. 
Janelas e portas: são os elementos que propiciam condições de iluminação e de ventilação. 
Revestimentos: azulejos, ladrilhos, outros revestimentos como pedras, etc. 
Embasamento: base da construção (fundações, aterro, laje de piso). 
R.N. (ref. de nível): linha que serve de referência para a medição das cotas positivas e negativas. 
Altura da cobertura: distância da face superior do forro ou da laje de teto à face inferior da cumeeira. 
Viga: peça de sustentação da construção e podendo ser de madeira, de concreto ou de metal. 
Perfil do terreno: linha que indica a superfície do terreno natural. 
Cota de piso: distância vertical da parte superior do piso até o R.N. 
Os cortes são marcados na planta baixa que indicam a posição do observador em relação ao plano sec-
cionado e identificando-os por letras maiúsculas. Os cortes deverão ser cotados (sempre na vertical) para facili-
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 39 
tar o entendimento de detalhes internos, e só serão representados os elementos fixos que deverão ser construí-
dos, como: peças de banheiro, tanque e bancadas. Deve ser mostrada toda a estrutura secionada ou não, mas 
visível através dele, usando a convenção pertinente do material usado. 
 
 
 
Figura 22- Convenção para desenho (em corte e vista) relacionado a materiais de construção. 
 
b- Etapas no desenho do corte 
 
 Demarcado a posição do corte na planta baixa, o desenho é inicialmente realizado em traços leves. 
• Desenhar a linha do terreno que dividirá a parte aérea da subterrânea e adotar uma R.N.; 
• Marcar os desníveis: 
A cota dos pisos é feita da forma indicada abaixo e sempre em metros. 
Se necessário, use o sinal de menos (-) quando for negativa. 
 
• Desenhar as paredes externas e marcar suas alturas. 
• Marcar a altura do pé direito. 
• Abaixo da linha do perfil do terreno, sob as paredes, representam-se os detalhes de fundações (sem cotar). 
• Marcar alturas de portas, janelas, revestimentos, peças de banheiro e cozinha, cortados ou vistos. 
• Reforçar os traços de acordo com os elementos (cortados ou vistos). 
• Desenhar os detalhes do telhado, omitindo-se as ripas e telhas. 
• Cotar as alturas principais somente na vertical. 
• Identificar o desenho, colocando nome e escala. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 40 
 
Desenho em corte transversal de planta arquitetônica 
 
Etapas para o desenho dos cortes da Figura 20. 
 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 41 
 
Corte AB AB AB AB 
 S/escala 
 
 
 
 
 
Corte CD 
 S/escala 
Figura 23- Cortes transversal (AB) e longitudinal (CD) da planta em estudo. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 42 
3.2.3. COBERTURA 
 A cobertura de uma construção é parte fundamental desta, pois proporciona equilíbrio, proteção contra 
intempéries, conforto ambiental, etc., e podem ter várias formas e serem feitas de vários materiais. Uma impor-
tante informação sobre telhado é sua declividade. O declive normalmente é dado no sentido do menor compri-
mento da construção, para economia de material e fins estéticos. 
 
Uma água 
 
 
Duas-águas Quatro-águas 
 
 
Cônica 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 43 
Existem telhados complexos com vários planos. As intersecções entre os planos de um telhado, deter-
minadas pelas arestas mais altas e horizontais recebem nomes mostradas nas Figuras a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Telhado de 4 águas 
Telhado de 7 águas 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 44 
 As coberturas com telhas de fibrocimento (metálicas ou plásticas), devido ao seu peso e suas dimen-
sões, apresentam economia na estrutura por permitir maior espaçamento das peças da estrutura. 
 
 
 
 
A inclinação da cobertura depende do tipo de telha, da região e do clima. Nas regiões onde neva, a co-
bertura deve ser mais inclinadas, a fim de não oferecer resistência à neve acumulada, já para regiões onde os 
ventos são fortes, a declividade é a menor possível, para oferecer menor resistência. 
A inclinação ou declividade do telhado é função do tipo de telha, do comprimento do canal e da espes-
sura de sobreposição das mesmas, e essas inclinações são mais comumente expressas em ângulo e percentagem. 
Por exemplo, um telhado com 40% de inclinação corresponde um ângulo aproximado de 21o30’. 
 
 
 
 
-Graus: lido com transferidor ou obtido pelas relações trigonométricas. 
Tg αααα = h ::: αααα= arc Tg h 
 b b 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 45 
 
 
 
Figura 24- Alguns tipos de telhas e inclinações de uso. 
 
 
 
 Para dar sustentação ao telhado faz-se necessária uma estrutura, sendo muito utilizada a madeira ou 
perfis metálicos. Se o telhado for de duas águas e de grande vão, já entra um elemento muito importante na 
estrutura que é a treliça1, como mostram as Figuras 25 (a, b e c). 
 
 
1 é comum denominar a treliça de banzos inferiores que não se cruzam de tesoura. 
Perspectiva (a) 
Apostilade desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 46 
 
 
Corte Longitudinal (c) 
Figura 25- Estrutura de telhado: em perspectiva (a), corte transversal (b) e corte longitudinal (c). 
 
 Às vezes faz-se necessário desenho de detalhes numa escala para melhor visualização, p.ex., de algu-
mas partes da treliça, como mostra a Figura 26. 
 
 
Figura 26- Detalhe em perspectiva da união da perna com o pendural de tesoura. Dimensões em cm. Esc.: 1:10 
Corte transversal (b) 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 47 
 As tesouras assentam-se sobre a laje ou sobre as paredes externas ou colunas, sendo que no telhado, 
deve-se fazer um recobrimento lateral sobre as paredes e que ultrapasse no mínimo 50cm os contornos da cons-
trução, formando assim o beiral, com a finalidade de promover alguma proteção contra intempéries, como mos-
tra a Figura 27. Os telhados de platibanda (mureta de alvenaria de ½ tijolo que esconde o telhado) são dotados 
de calhas que coletam as águas das chuvas e as encaminham ao solo através de canos. 
 
 
 
Figura 27- Telhados com beiral, platibanda e calha. 
 
Para se determinar o número e o afastamento de treliças para uma cobertura usam-se as equações: 
 
Ntes. = comp. + 1 ⇒ no inteiro. Dcalc. = comp. 
 esp. Ntes. - 1 
 
em que: Ntes = número de treliças; 
 comp.= comprimento da construção em m; 
 esp.= espaçamento recomendado entre treliças (tabelado); 
 Dcalc. = distância calculada em m. 
 
 
Exercício9: Calcular a distância entre treliças para telhas de barro. Comprimento da construção é de 16m. 
 Distância recomendada entre tesouras ≤ 3,5 m (função da telha e das características da madeira). 
 
Ntes. = 16m + 1 = 5,57 ⇒ 5 ou 6 treliças. 
 3,5m 
 
 
- 5 treliças - 6 treliças 
 
 Dcalc. = 16m = 4,0m ∴ superior ao permitido. Dcalc. = 16 m = 3,2m ∴ será a escolhida. 
 5 – 1 6 - 1 
 
 
A planta de cobertura ou diagrama do telhado são desenhos que mostram a cobertura da edifica-
ção vista de cima, com o contorno total da construção, mostrando os planos do telhado, distribuição e sentido 
da declividade. A escala mais recomendada é de 1:100, eventualmente 1:200, entretanto para maiores esclare-
cimentos, quando se tratar de telhados complexos poderá ser usado a escala 1:50. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 48 
As informações que devem constar na planta de cobertura são: 
- Tipo de cobertura e inclinação; 
- Dimensões dos beirais; 
- Setas de indicação da queda d’água. 
 
 No desenho, o contorno do telhado é feito em LL e o contorno da construção por linha tracejada estrei-
ta (LE), como mostra a Figura 28. 
 
 
 
Planta de Cobertura 
 S/escala 
Figura 28- Diagrama do telhado. 
 
3.2.4. FACHADAS 
 Fachadas são vistas de frente ou de lado e mostram, sem cotas o aspecto externo da construção. O nú-
mero de fachadas é estabelecido em função da complexidade da construção e normalmente, são desenhados as 
vistas de frente e lateral da construção. Normalmente, a fachada é desenhada na mesma escala da planta baixa, 
recebendo na parte inferior, identificação e escala. 
Quanto ao traçado, deverão ser usadas linhas mais largas para representar o que está próximo e linhas 
estreitas para o que estiver mais longe. A composição com a vegetação, meio ambiente, etc., permite estabele-
cer referências geométricas de dimensões. O desenho é executado da superfície do terreno para cima e deve-se 
inicialmente, desenhar a linha do terreno e marcar as medidas horizontais e todas as medidas relativas às altu-
ras, paredes, serão transportadas dos cortes e da planta baixa, como mostra a Figura 29. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 49 
 
Fachada frontal 
 S/escala 
Figura 29- Fachada/elevação frontal da planta em estudo. 
 
3.2.5. PLANTA DE SITUAÇÃO 
 É o desenho que mostra a posição da construção no interior do terreno e a posição deste em relação ao 
logradouro, lotes vizinhos, etc., como mostra a Figura 34. 
A planta de situação do terreno é o único desenho que precede a planta baixa no planejamento de uma 
construção, uma vez que a localização, tamanho, forma, topografia e orientação do terreno são fundamentais 
para determinar o tamanho, forma, estilo e distribuição dos compartimentos da construção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
no 20 no 19 no 21 
N
RUA A 
R
U
A
 B
 
2
,0
0
 
 1
5
,0
0
 
2
,0
0
 
2,00 15,00 2,00 
3
0
,0
0
 
12,00 
4,00 
2,30 2,30
7,40
10
,0
0
 
 
Planta de Situação 
 S/escala 
Figura 30- Planta de situação. 
2.80 1.80 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 50 
 Deverão fazer parte do desenho da planta de situação: 
- a orientação, dada pelo norte geográfico; 
- as dimensões do terreno; 
- as referência quando no meio rural; 
- nas cidades mostrar: - o número do lote, suas dimensões, localização da construção dentro do lote; 
 - os nomes dos logradouros públicos, as cotas de ruas e avenidas. 
 
 
A planta de situação normalmente é feita na escala 1:500 e eventualmente em 1:200 ou 1:100. As divi-
sas do terreno são desenhadas em LL e o polígono formado pela construção deverá ser hachurado (LE). 
A planta de situação rural deve ser feita mostrando a estrada que dá acesso à propriedade, a residên-
cia sede, outras residências, galpões específicos, instalações específicas, açudes, lavouras, cercas, florestas 
nativas, palntio de pinus, estações de tratamento de dejetos, energias alternativas, etc. e que deve ser feita em 
escala de 1:1000, 1:500, etc. 
 
3.2.6. DISTRIBUIÇÃO DOS DESENHOS 
 
A distribuição dos desenhos quando realizado numa prancha única deve ser na seguinte ordem: 
 
 
 
 Coberta 
 
 
 
 Situação 
 
 Planta Baixa Cortes Fachadas 
 Rótulo 
 
 
 
 Nos projetos que exigem várias pranchas, ou seja, várias folhas, os desenhos devem ser numerados na 
seguinte ordem: 
1- Situação 
2- Cobertura 
 3- Plantas baixas 
 4- Cortes 
 5- Fachadas 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 51 
IV- DESENHO ELÉTRICO, HIDROSSANITÁRIO E TOPOGRÁFICO 
 
4.1. DESENHO ELÉTRICO 
 O desenho de instalações elétricas, de uma forma geral, consiste em mostrar na planta baixa a distribui-
ção dos eletrodutos, os condutores e sua seção; a localização das tomadas, dos interruptores e do quadro de 
distribuição de circuitos, etc. (maior aprofundamento na disciplina Construções Rurais). 
As principais simbologias usadas em desenhos de instalações elétricas são: 
 
 condutor fase no duto. 
 
 
 condutor neutro no duto. 
 
 
 condutor retorno no duto. 
 
 
 condutor terra no duto. 
 
 
 
 
 
Basicamente, os materiais usados numa instalação elétrica são os seguintes: condutor (cobre ou alumí-
nio), sendo que o número de condutores na rede de baixa tensão pode ser monofásica (1F + 1N), bifásica (2F + 
1N) e trifásica (3F + 1N); interruptor e tomada, em que os interruptores são componentes de comando de luz 
e as tomadas são dispositivos constantemente energizados que irá alimentar os eletrodomésticos, etc.; eletrodu-
to, que são tubos por onde passam os fios; disjuntor que são dispositivos deinterrupção eventual dos circuitos 
que protege a instalação de curtos-circuitos e de sobrecargas. 
 
a- Esquema de ligação de interruptor simples (S) 
Se ligarmos aos terminais da lâmpada um condutor fase e um condutor neutro, havendo entre eles per-
manentemente uma tensão elétrica, a lâmpada ficará sempre acesa. Se quisermos comandá-la, isto é, acendê-la e 
apagá-la segundo conveniência, este comando se faz seccionando o condutor fase por meio de um interruptor, 
denominando-se retorno o condutor compreendido entre o interruptor e a lâmpada, como mostra a Figura 35. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 52 
 
Figura 31- Ligação de componentes elétricos e diagrama simbólico correspondente. 
 
 
 
Desenho de instalação elétrica: 
Ccto1= chuveiro. 
Ccto2= outras cargas. 
 
Cozinha
Sala
WC
Varanda
Quarto
100
100
60
60
100
Planta baixa
 S/escala
S
S
S
S
S
Ch.
NBR - 544489
 s = interruptor simples.
Ch = chuveiro.
Tomada baixa.
Tomada média.
Tomada alta.
 
 
 
 
 
S 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 53 
4.2. DESENHO HIDROSSANITÁRIO 
 O abastecimento de água é fator decisivo na viabilidade de qualquer projeto vegetal ou animal. As á-
guas retiradas da superfície são tratadas nas chamadas Estações de Tratamento de Água e conduzidas por cana-
lizações até os pontos de consumo. Após o uso, faz-se necessário sua eliminação de forma segura e higiênica 
(maior aprofundamento na disciplina Construções Rurais). 
No traçado de instalações hidrossanitárias são utilizados desenhos como plantas baixas, cortes, planta 
de cobertura, a planta de nível do terreno. 
 
 
 
Desenho Isométrico de um Banheiro com Caixa de Descarga 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 54 
4.3. DESENHO TOPOGRÁFICO 
 Topografia é a ciência que estuda a representação gráfica de um terreno. Os desenhos de topografia 
usam-se escalas adequadas e, por sua natureza, todas são em escalas de redução (1:500; 1:1.000; 1:10.000; 
etc.). 
 Quando se deseja fazer a representação gráfica de um terreno deve-se proceder o seu levantamento 
topográfico, que consiste na medição dos ângulos e das distâncias, de modo que ele possa ser desenhado. O 
levantamento pode ser feito no local com o uso de instrumentos (trena, mira, bússola, teodolito, etc.) ou por 
meio de fotografias aéreas, neste caso, quando a região é mais extensa. 
 O levantamento planimétrico é realizado quando se deseja o desenho da projeção horizontal de um 
terreno, como mostra o desenho a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1:2.0001:2.0001:2.0001:2.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Determinar as distâncias entre as estações em m: 
1-2 = 2-3 = 3-4 = 
4-5 = 5-6 = 6-7 = 
 
 
 Quando se deseja conhecer a representação do relevo do terreno, procede-se o levantamento altimétri-
co. O estudo do relevo de um terreno consiste na determinação das alturas de seus pontos característicos, rela-
cionados com uma superfície de nível que se toma como comparação. Esta superfície de nível de comparação 
pode ser tomada arbitrariamente, e as alturas dos diferentes pontos característicos com ele relacionados, rece-
bem a denominação de cotas ou alturas relativas. Porém, quando se toma como superfície de nível de compara-
ção a correspondente à superfície média dos mares, suposta prolongada por baixo dos continentes, as alturas 
dos diferentes pontos característicos estudados recebem a denominação de altitudes ou alturas absolutas. 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 55 
 Este plano de comparação é uma superfície de nível ideal, correspondente à superfície de equilíbrio de 
que nos dá uma idéia à das águas do mar, supondo-se em tranquilidade absoluta. 
 Dentre os vários processos de representação de relevo, os mais usados são o processo de desenho do 
perfil e o processo das curvas de nível. 
 O processo do desenho do perfil é usado quando se deseja conhecer apenas particularidades do relevo, 
em seção longitudinal ou transversal. Esta é a modalidade mais rigorosa para representar o relevo, e necessária 
nos projetos de balanceamento de greides e cálculo de movimentação de terras e em trabalhos de sistematiza-
ção. 
 Abaixo tem o perfil de um terreno. Tendo superfície de comparação no ponto A, determinar as alturas 
dos outros pontos em m, sabendo-se que a escala vertical é de 1:500. 
 
 
 O processo das curvas de nível consiste em determinar, na planta, os pontos de passagem das curvas de 
nível de cotas inteiras. Os pontos assim determinados são devidamente ligados, de acordo com suas respectivas 
alturas, a fim de constituir as denominadas curvas de nível que representarão, na planta, as formas do terreno, 
em seu aspecto geral. Assim, curvas de nível é a representação geométrica de todos os pontos que tem a mesma 
cota ou altitude. Estas curvas são determinadas pelas intersecções de planos horizontais eqüidistantes com a 
superfície do terreno, como mostra a Figura 36. 
 
 
Figura 32- Processo de curvas de nível. 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 56 
 As elevações e depressões isoladas do terreno são distinguidas, graficamente, pelo envolvimento das 
curvas de nível, isto é, quando as curvas de nível de menor valor envolvem as de maior valor, trata-se de uma 
elevação e, em caso contrário de uma depressão, como mostra a Figura 37. 
 
 
Figura 33- Elevação e depressão de terreno mostrado em curvas de nível. 
 
 
 Uma das maneiras de se conhecer os pontos de passagem das curvas de nível nas plantas é pelo método 
da interpolação pelo cálculo. Este método é empregado, partindo-se de um desenho cotado. 
 Marcar a posição de passagem das curvas de cotas inteiras por interpolação pelo cálculo, com desnível 
de 1,0 m do desenho com pontos cotados abaixo, com 6 linhas e 5 colunas, feita na escala 1:500. 
 
 
 
 A interpolação pelo cálculo consiste no seguinte: 
cota de 2-2= 10,8 m 
cota de 2-3= 13,8 m 
 
Entre as cotas 2-2 e 2-3, temos as cotas de 11m, 12m e a 13m. 
 
Apostila de desenho técnico Professor Carlos Augusto de Paiva Sampaio 57 
 Vamos encontrar a que distância da cota 10,8m (2-2) se encontra a cota 11m. Uma forma de cálculo 
consiste no seguinte: 
 
cota 11,0 Distância horizontal dif. nível 
 2,2 cm 3,0 m (13,8m – 10,8m) 
 x 0,2 m (11m – 10,8m) 
 
 
 
x = 0,2 . 2,2 = 0,14 cm da cota 2-2 
 3,0 
 
 
 De maneira análoga procede-se para todos os pontos da malha. 
 Estes cálculos também podem ser feitos em escala, trabalhando com as distâncias reais entre os vértices 
e depois achando a distância no desenho pela escala usada. 
 
 
 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
- Anotações de disciplinas do Curso de Engenharia Agrícola realizado pelo autor. 
- APOSTILA da Tigre (materiais em PVC). 1999. 
- CATÁLOGO GERAL TRIDENT - 1997. 
- CHAVES, R. Manual do construtor. 18ed. Rio de Janeiro: Ediouro. 1996. 
- CREDER, H. Instalações Elétricas. 10ed., Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro, 1986. 
- COMASTRI, A. J. & TULER, J. C. Topografia - altimetria. UFV. 1980. 
- MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. 2ed. EDGARD BLUCHER LTDA, São Paulo, 1995. 
- MONTENEGRO, G. A. A perspectivas dos profissionais. EDGARD BLUCHERLTDA, São Paulo, 1994. 
- NORMAS PARA DESENHO TÉCNICO - Editora Globo. Porto Alegre. 1979. 
- UNTAR, J; JENTZSCH, R. Desenho arquitetônico. UFV: Viçosa. 1977. 
- Sites da internet acessados em setembro de 2012: 
- http://pt.scribd.com/doc/6862304/Normas-para-Desenho-Tecnico. Acesso em setembro de 2012. 
- http://pessoal.utfpr.edu.br/rabelo/arquivos/apostila%20des%20basico%20de%20carlos%20kleber.pdf 
- http://www.sobrearte.com.br/desenho/perspectiva/elementos_da_perspectiva.php 
- http://www.sobrearte.com.br/desenho/perspectiva/elementos_da_perspectiva.php 
- http://www.canstockphoto.com.br/estufas-topo-4364762.html 
- http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.mognobrasileiro.com.br

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