Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 2ª FASE Direito Tributário – Aula 05 Josiane MInardi 1 LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM Apenas o Sujeito Passivo : Contribuinte de direito e Responsável tributário PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL RE- PRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. DISTRIBUIDORAS DE BEBIDAS. CONTRIBUIN- TES DE FATO. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAU- SAM . SUJEIÇÃO PASSIVA APENAS DOS FABRI- CANTES (CONTRIBUINTES DE DIREITO). RELEVÂNCIA DA REPERCUSSÃO ECONÔMICA DO TRIBUTO APENAS PARA FINS DE CONDICI- ONAMENTO DO EXERCÍCIO DO DIREITO SUB- JETIVO DO CONTRIBUINTE DE JURE À RESTI- TUIÇÃO (ARTIGO 166, DO CTN). LITISPENDÊN- CIA. (...) Art.166 CTN: A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo finan- ceiro somente será feita a quem prove haver assu- mido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo trans- ferido a terceiro, estar por este expressamente auto- rizado a recebê-la. RECURSO ESPECIAL. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C CÓDIGO DE PRO- CESSO CIVIL. CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚ- BLICO. ENERGIA ELÉTRICA. INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE A DEMANDA "CONTRATADA E NÃO UTILIZADA". LEGITIMIDADE DO CONSUMIDOR PARA PRO- POR AÇÃO DECLARATÓRIA C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO. Diante do que dispõe a legislação que disciplina as concessões de serviço público e da peculiar relação envolvendo o Estado-concedente, a concessionária e o consumidor, esse último tem legitimidade para propor ação declaratória c/c repetição de indébito na qual se busca afastar, no tocante ao fornecimento de energia elétrica, a incidência do ICMS sobre a demanda contratada e não utilizada. Art. 9º, § 3º da Lei nº 8987/1995 – Ressalvados os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou en- cargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu impacto, implicará a revi- são da tarifa, para mais ou para menos, conforme o caso" Art. 7º, inciso II, da Lei n. 8.987/1995, igualmente reproduzida, que garante ao usuário do serviço pú- blico o direito de defender os seus interesses diante do Estado-concedente e da concessionária, preser- vando os princípios da ampla defesa e do acesso ao Poder Judiciário. TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ES- PECIAL. CONSUMIDOR DE FATO. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. ICMS. AÇÃO DE RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. DEMAN- DA CONTRATADA DE ENERGIA ELÉTRICA. RESP 1.299.303/SC, PROCESSADO SOB O RITO ART. 543-C DO CPC. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.299.303/SC, de relatoria do Min. CESAR ASFOR ROCHA, DJe 14/8/12, processado sob o rito do art. 543-C, do CPC, assen- tou o entendimento de que o consumidor detém legitimidade ativa para propor ação de repetição de indébito quando se tratar de restituição de valores de ICMS incidente sobre reserva de energia elétrica contratada e não utilizada. 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 265.862/CE, Rel. Ministro AR- NALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, jul- gado em 19/02/2013, DJe 25/02/2013) TRIBUTÁRIO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. DE- MANDA CONTRATADA. RESTITUIÇÃO DE INDÉ- BITO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA CONCESSI- ONÁRIA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DE- MONSTRAÇÃO. AUSÊNCIA. 1. Não se conhece de recurso especial por suposta violação do art. 535 do Código de Processo quando não se verifica qualquer obscuridade, omissão ou ausência de fundamentação no aresto atacado. 2. As concessionárias de energia elétrica não pos- suem legitimidade passiva ad causam para as ações que tratam da cobrança de ICMS sobre de- manda contratada de energia elétrica, pois somente arrecadam e transferem os valores referentes ao tributo para o Estado. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1342572/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/03/2013, DJe 25/03/2013) PRAZO PARA RESTITUIR: Prazo para Restituir – Art. 168 do CTN Art. 168. O direito de pleitear a restituição extin- gue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; LC n 118/05 Art. 3 o Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n o 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lança- mento por homologação, no momento do pagamen- www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 2ª FASE Direito Tributário – Aula 05 Josiane MInardi 2 to antecipado de que trata o § 1 o do art. 150 da refe- rida Lei. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RE- CURSO ESPECIAL. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO NOS TRIBU- TOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLO- GAÇÃO. ART. 3º, DA LC 118/2005. TERMO INICI- AL. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - IRPF FONTE. DATA DA RETENÇÃO (ANTECIPAÇÃO) VS. DATA DO PAGAMENTO APÓS A ENTREGA DA DECLARAÇÃO. RENDIMENTOS NÃO SUJEITOS A TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA/DEFINITIVA. 2. Ressalvados os casos em que o recolhimento do tributo é feito exclusivamente pela retenção na fonte (rendimentos sujeitos a tributação exclusi- va/definitiva), que não admite compensação ou aba- timento com os valores apurados ao final do período, a prescrição da ação de repetição do indébito tributário flui a partir do pagamento realiza- do após a declaração anual de ajuste do imposto de renda e não a partir da retenção na fonte (antecipa- ção). Precedente: EDcl nos EDcl nos EDcl no REsp. n. 1.233.176/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Ari Par- gendler, julgado em 21/11/2013, DJe 27/11/2013. 3. Caso em que o contribuinte ajuizou ação de repe- tição de indébito em 21.10.2011 postulando a resti- tuição de IRPF indevidamente cobrado sobre verba de natureza indenizatória (PDV) recebida em 31.7.2006. Sabe-se que a declaração de ajuste é entregue em abril de 2007, ocasião em que também se dá o pa- gamento das diferenças. Desse modo, conta-se a partir daí o lustro prescricional, não estando prescri- ta a pretensão. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1533840/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julga- do em 17/09/2015, DJe 28/09/2015) • Prazo para Restituir Tributo declarado Inconstitu- cional pelo STF • Conta-se pela Regra do Art. 168 do CTN • O prazo de cinco anos Princípio do Actio Nata: desencadeia a partir do dia em que nascem para o contribuinte a pretensão e a ação para haver a repe- tição, ou seja, a partir do recolhimento indevido, independentemente de se tratar de tributo sujeito a lançamento por homologação E independentemente de haver ou não decisão do STF declarando a inconstitucionalidade. Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue- se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, con- tados: (...) II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a deci- são condenatória. • - Prescreve em dois anos a ação Art. 169 CTN anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição. • Parágrafo único. O prazo de prescrição é inter- rompido pelo início da ação judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fa- zenda Pública interessada. • Art. 167 CTN (…) • Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. • - Os juros moratórios, na repeti-Súmula 188 STJ ção do indébito tributário, são devidos a partir do trânsito em julgadoda sentença. • - Na repetição de indébito tribu-Súmula 162 STJ tário, a correção monetária incide a partir do paga- mento indevido. Lei n 9.250/95 - Art. 39 § 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acres- cida de juros equivalentes à taxa referencial do Sis- tema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetua- da. (Vide Lei nº 9.532, de 1997) Proposta 2 Lei Municipal, publicada em 10/6/2015, estabeleceu, entre outras providências relacionadas ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), a majo- ração da alíquota para os serviços de hospedagem, turismo, viagens e congêneres de 3% para 5%, com vigência a partir de 10/7/2014. À vista disso, o Hotel Boa Hospedagem Ltda., que, em junho de 2015, recolhia, a título de ISS, o valor de R$ 30.000,00, com base na contratação dos seus serviços por empresas locais para hospeda- gem de funcionários, com a majoração da alíquota acima mencionada, incidente sobre a sua atividade econômica, passou a recolher, mensalmente, o valor de R$ 50.000,00. Todavia, as referidas empresas-cliente exigiram – e obtiveram – desconto do valor do aumento do tribu- to, alegando que seria indevido. Assim sendo, o contribuinte do ISS se submeteu ao aumento desse imposto durante o período relativo ao mês de agosto a dezembro/2015. Ocorre que, em abril de 2016, mediante notícia publicada em jornal de grande circulação, o representante legal dessa empresa teve conheci- mento da propositura de ações deflagradas por www.cers.com.br OAB XIX EXAME – 2ª FASE Direito Tributário – Aula 05 Josiane MInardi 3 empresas hoteleiras e de turismo questionando a legalidade do aludido aumento do ISS. Dessa forma, na qualidade de advogado(a) do Hotel Boa Hospedagem Ltda., formule a peça adequada para a defesa dos seus interesses, de forma com- pleta e fundamentada, com base no direito material e processual tributário.
Compartilhar