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HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO (P1) MÓDULO 1: A EMPRESA COMO UM SISTEMA Modelo sistêmico de empresa: A Empresa deve ser compreendida como um sistema, onde seus recursos se inter-relacionam com o objetivo de cumprir uma tarefa (gerar produtos e/ou serviços), dentro de um determinado ambiente, no menor espaço de tempo possível. As expectativas dos clientes baseia-se em dimensões fundamentais como: Qualidade: satisfação assegurada; Disponibilidade: lugar certo e hora certa; Preço: compatível com o valor agregado; Confiabilidade: menor probabilidade de falhas; Segurança: melhor controle dos riscos A empresa precisa estar separada em recursos de processos para o seu melhor funcionamento, como é mostrado a seguir: Recursos Humanos (RH – pessoas): Alta administração: diretores, gerentes, acionistas, entre outros; Trabalhadores: nível superior, nível médio, mão-de-obra própria; Terceirizados: temporários, prestadores de serviço contratados e subcontratados Recursos Materiais (RM – operações): Máquinas (ex.: caldeira, gerador, turbina, compressor, trocador de calor...); Equipamentos ( ex.: fornos, prensa, calandra, trefila, laminador, torno,...); Instalações (ex.: sala de compressores, subestação elétrica, central de gás...) Ferramentas (ex.: chave de fenda, martelo, rompedor, tesoura, alicate, broca,...); Matéria prima (ex.: eucalipto | fábrica de celulose; sílica | fábrica de vidro;) Insumos (ex.: água, energia elétrica, vapor, gás natural, óleo diesel, GLP,...). Recursos Financeiros: Associados à verba para investimentos CAPEX & OPEX: Aquisição de novos projetos; Manutenção preventiva; Projetos de melhoria contínua; Desenvolvimento e pesquisa de novas alternativas e tecnologia; Desenvolvimento do pessoal. Recursos utilizáveis do Meio Ambiente do Trabalho: Agentes físicos: calor, frio, radiações (ionizantes e não ionizantes), umidade, pressões anormais; Agentes químicos: gases, vapores, pós, névoas, neblinas; Agentes biológicos: vírus, bactérias, fungos, bacilos. Recursos Tecnológicos (Monitorar e melhorar o Desempenho do processo): Controladores (CLP de segurança p/ prevenir falhas); Instrumentos de medição (luxímetro, terrômetro, anemômetro); Sistemas de intertravamento (chaves de segurança eletromecânicas); Sensores de segurança (detectores de presença). Existem alguns requisitos legais e conformidades que devem ser seguidos pela empresa para cada setor: As organizações devem dar relevância ao estabelecer estratégias corporativas, para prevenir o acidente do trabalho, por exemplo: NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE Objetivo: estabelecer e implantar requisitos e condições mínimas de meios e medidas de controle e sistemas preventivos, para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Aplicação: fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis. Condição Básica a ser atendida: Aterramento das estruturas das instalações, máquinas e equipamentos elétricos e, de partes de estruturas metálicas, molhadas ou não, que possam ser induzidas eletricamente, eletrostaticamente e proteção de partes que possam ser induzidas eletromagneticamente. NR 11 - TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS Objetivo: Estabelecer e implantar requisitos e condições mínimas de meios e medidas de controle para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras, com especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas. Aplicação: Características e condições de projeto, operação e que tenham condições de privilegiar a vida útil de máquinas e equipamentos de transporte e movimentação, bem como, as instalações de armazenamento e manuseio. Condição Básica a ser atendida: A prática de inspeções rotineiras e manutenção em itens críticos de processo, principalmente com foco em END – Ensaios Não Destrutivos. NR 12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Objetivo: Definir referências técnicas, princípios fundamentais de meios e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelecer requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho. Aplicação: Fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômicas. Condição Básica a ser atendida: A prática de inspeções rotineiras e manutenção em elementos e itens críticos de processo, principalmente com foco em END – Ensaios Não Destrutivos. NR 13 – CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÕES Objetivo: Definir requisitos mínimos para gestão da integridade estrutural de caldeiras a vapor, vasos de pressão e suas tubulações de interligação nos aspectos relacionados à instalação, inspeção, operação e manutenção, visando à segurança e saúde dos trabalhadores. Aplicação: Vasos de pressão cujo produto PV seja superior a 8 (oito), onde P é a pressão máxima de operação em kPa e V o seu volume interno em m3; vasos de pressão que contenham fluido da classe A (inflamáveis, combustíveis com T > 200 °C, tubulações ou sistemas de tubulação interligados a caldeiras ou vasos de pressão com fluídos de classe A ou B (combustíveis com T< 200 °C ou tóxicos com LT > 20 ppm). Condição Básica a ser atendida: A prática de inspeções rotineiras e manutenção em elementos e itens críticos de processo, principalmente com foco em END – Ensaios Não Destrutivos. NR 20 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS Objetivo: Definir requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. Aplicação: Extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e combustíveis, nas etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação. Condição Básica a ser atendida: A prática de inspeções rotineiras e manutenção em elementos e itens críticos de processo, principalmente com foco em END – Ensaios Não Destrutivos. NR 33 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ESPAÇOS CONFINADOS Objetivo: Definir requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. Aplicação: Identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas; reconhecer os riscos; avaliar e controlar os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos; prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem; avaliar os riscos atmosféricos, mantendo aceitáveis na entrada e durante toda a realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou inertizando. Condição Básica a ser atendida: A prática de inspeções rotineiras e manutenção em elementos e itens críticos de processo, principalmente com foco em END – Ensaios Não Destrutivos. NR 35 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM ALTURA Objetivo: Definir requisitos mínimos meios e medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Aplicação: Atividade executadaacima de 2,00 m (dois metros) do nível inferior, onde haja risco de queda, sendo necessário entender e potencialmente, fazer a extensão para trabalhos em locais elevados ou seja, estruturas elevadas. Condição Básica a ser atendida: A prática de inspeções rotineiras e manutenção em elementos e itens críticos de processo, principalmente com foco em END – Ensaios Não Destrutivos. MÓDULO 2: CONCEITOS FUNDAMENTAIS Engenharia de segurança do trabalho: Tem por objetivo identificar, reconhecer, avaliar e eliminar ou estabelecer controles sobre os riscos inerentes aos processos de trabalho, a fim de garantir que exista a proteção a saúde do trabalhador, as atividades da empresa não sofram paralisações não programadas e que não sejam gerados passivos trabalhistas pela ocorrência do acidente de trabalho. Os Ramos da E.S.T: Logística: Reconhece, avalia, analisa, controla e audita a movimentação de materiais nas etapas de Administração de Materiais (recebimento e estocagem), Produção (processamento: transformação e análise) e Distribuição da Produção (embalagem, rotulagem, armazenagem e remessa), dentro de um espaço bi ou tridimensional disponível, com vistas à proteção dos recursos de produção envolvidos (recursos humanos, materiais, ambientais e financeiros). Higiene Industrial: É a ciência que reconhece, avalia, analisa e controla os agentes ambientais agressivos que podem levar o trabalhador a adquirir doença de trabalho. Fundamenta-se na aplicação de medidas no ambiente de trabalho visando o controle, na fonte ou na trajetória de propagação dos riscos com maior potencialidade de causar perdas ou danos aos recursos envolvidos no processo. Ergonomia: É a ciência que reconhece, avalia, analisa e controla os agentes ambientais agressivos que podem afetar a integridade física e a saúde do trabalhador. Fundamenta-se na criação de meios e medidas na concepção de máquinas, equipamentos, ferramentas, postos de trabalho, dentre outros, adequando-os ao trabalhador, para dar-lhe maior conforto, segurança e eficiência no desempenho de suas atividades. Perigo: Estado, condição ou situação de trabalho, que pode causar perda ou dano, caracterizando situação de grave e iminente risco (eletricidade, carga suspensa, fera...) Nos atuais estudos de Sistema de Gestão, qualifica-se o perigo, como sendo o estado “intolerável de um sistema” ,ou seja, trata-se de uma “condição crítica”, que jamais poderá ser aceita pelo engenheiro, cuja falha gerará danos aos recursos operacionais envolvidos, com consequentes ações na Justiça Comum e/ou junto ao CREA. Riscos: Trata-se da exposição de pessoas ou recursos a uma fonte de perigo, com probabilidade da ocorrência de um evento, que caracterize perda ou dano. (exemplo: permanecer debaixo de carga suspensa; acessar a cabine de comando da casa de Máquinas de elevadores; ir para o trabalho de bicicleta, utilizando vias ou rodovias movimentadas; manter produto químico extremamente reativo com água, armazenado a céu aberto.) O gerenciamento de riscos é a área da empresa onde os processos operacionais são rigorosamente apoiados e administrados por engenheiros, a fim de identificar os riscos das operações para que seja feito o controle necessário, prevenindo acidentes de trabalho e melhorando o desempenho do processo, fazendo com que as taxas e as probabilidades de falhas sejam os menores possíveis. Os riscos podem ser enquadrados em: Riscos Ambientais e Riscos do Trabalho . Riscos Ambientais: São aqueles, cujos agentes ambientais físicos, químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho, têm potencial de causar danos à saúde do trabalhador. Riscos do trabalho: São aqueles, cujos agentes ergonômicos e de acidentes, decorrem de condições operacionais de uma determinada atividade, que tem potencial para causar danos à integridade física e/ou à saúde do trabalhador. As premissas para o gerenciamento de riscos são: Identificar os Recursos que integram os Processos; Analisar e Avaliar suas Características Funcionais; Analisar e Avaliar o Trabalho por eles Realizado; Analisar e Avaliar suas Características Operacionais; Entender os Parâmetros dos Processos identificados; Entender as Propriedades dos Recursos Materiais; Identificar os Riscos predominantes nos Processos; Determinar os Controles necessários. A estimativa do nível de riscos deve ser calculada baseando-se na probabilidade e gravidade de cada caso, como podemos ver a seguir: Probabilidade: Conceitua-se como sendo a chance de ocorrência de um evento que tenha potencial para causar perda, dano ou prejuízo ao trabalhador e aos Recursos do Processo, pela ausência ou falha no controle dos riscos associados ao processo. Pode ser classificada em: P1 - Pouco Provável; P2- Provável; P3- Extremamente Provável Gravidade: Entende-se o quão crítica ou séria será a ocorrência se esta de fato vier acontecer, pela ausência ou falha no controle do risco, que afete a integridade física do trabalhador e ou os Recursos do Processo. Pode ser classificado em: G1 – Pouco prejudicial; G2- Prejudicial; G3- Extremamente Prejudicial Caracterização do risco: P1 com G1 = Risco Trivial; P1 com G2 ou P2 com G1 = Risco Tolerável; P1 com G3 ou P2 com G2 ou P3 com G1 = Risco Moderado; P2 com G3 ou P3 com G2 = Risco Substancial; P3 com G3 = Risco Intolerável. Tomada de decisão: NÍVEL DO RISCO NÍVEL DA AÇÃO Trivial Não é requerida nenhuma ação; Tolerável É requerido monitoramento da ação tomada; Moderado Adotar novas ações para reduzir o risco; Substancial Não iniciar o trabalho, até a redução do risco; Intolerável Se não for reduzido o risco, o trabalho será proibido. Os riscos podem ser causados por falhas em equipamentos ou sistemas, os quais se dividem em 3 formas: Falhas prematuras: Decorrem logo após o inicio do uso/operação do componente devido a anormalidade de fabricação; projeto defeituoso, montagem pobre/frágil, especificação abaixo do padrão e outros. Falhas casuais: Decorrem do encontro de duas ou mais não conformidade, durante a vida útil do componente, em intervalos de tempo irregulares (coincidência de fatores), como por exemplo: dimensionamento pobre + sobrecarga; umidade + fio desencapado; buraco na pista + pneu careca + alta velocidade; telha quebrada + forno de fusão ligado + escotilha aberta + dia chuvoso; carro andando + dia quente + janela aberta + abelha + lombada na pista. Falhas por envelhecimento: Decorrem da utilização do componente acima do período de vida útil ocorrendo, por exemplo, perdas importantes de propriedades físicas ou químicas, tais como: elasticidade; fluidez; aderência; atrito; volatilidade; vibração, entre outros. MÓDULO 3: ACIDENTES DO TRABALHO, INCIDENTES E DOENÇAS Conceito legal: Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa (...), provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, de sua capacidade para o trabalho. Conceito prevencionista: Acidente de trabalho é toda ocorrência não programada, que interfere ou interrompe o andamento normal do processo de trabalho, que possa resultar em danos físicos e/ou funcionais ou a morte do trabalhador e/ou danos materiais e econômicos a empresa. Incidente: é todo e qualquer evento que ocorre, de forma não programada e que, sob circunstâncias um pouco diferentes, poderia resultar em danos físicos ou na morte do trabalhador e/ou em danos materiais ou econômicos à empresa. Estatisticamente, os incidentes ocorrem inúmeras vezes, antes de ocorrer o acidente do trabalho, então, as suas causas devem ser conhecidas, analisadas, investigadas e eliminadas, a partir da análise das prováveis falhas, para evitar que o acidente do trabalho ocorra. Uma das técnicas mais valiosas, para evitar o incidente, chama-se FMEA – “Failure Mode and Effects Analysis”, ou seja, “Análise dos Modos de Falhase Efeitos”. A ocorrência do acidente do trabalho se deve à falta ou falha na identificação e atribuição de meios e medidas de controle, para as condições existentes nos processos e seus parâmetros, tanto sobre as propriedades dos materiais quanto no ambiente de trabalho. Os meios de controle são ações e projetos de engenharia, que devem ser estabelecidos na fonte, para eliminar ou reduzir a probabilidade de ocorrência do acidente ou da exposição do trabalhador a um cenário propicia ao acidente. Já a medida de controle é a atribuição de normas, procedimentos, treinamentos, sinalizações, instruções e a proteção individual (EPI), frente à administração dos riscos nos processos operacionais, para orientar trabalhador e protegê-lo, frente à probabilidade de ocorrência do evento e de sua exposição. O acidente do trabalho deve sempre ser analisado e investigado, quanto à sua origem, pois o principal objetivo é o de não permitir ou mesmo minimizar a probabilidade de uma ocorrência similar. Para isso, são utilizadas ferramentas da qualidade na busca da causa do evento ocorrido, elas podem ser: Diagrama de Ishikawa Analise de arvore de falhas – FTA Análise dos modos de falhas e efeitos – FMEA Hazard and Operability Studies – HAZOP 5W-2H, entre outros. ANÁLISE DE FALHA EM TUBO DE CALDEIRA AQUATUBULAR As caldeiras aquatubular foram projetadas frente a necessidade de aocmpanhar a evolução dos processos industrias e suas demandas, elas possuem maior rendimento, menor consumo, rápida geração e grandes quantidades de vapor.
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