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Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 1 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 01 - 27/01/2012 I - Teoria Geral do Direito Constitucional 1. Direito: 1.1 Natural – direito do homem, inerente a condição humana. Está acima das próprias leis, nasce da dignidade da pessoa humana. Ex.: Eu não preciso de uma lei que diga que é meu direito me alimentar. É inerente à condição humana que eu tenha esse direito. 1.2 Positivo – nasce de um conjunto de regras de caráter obrigatório extraídas da norma fundamental. É a sistematização das regras, de normas, que tem caráter obrigatório. É a lei em seu sentido amplo (leis, normas, regulamentos, etc.) Obs.1: Norma fundamental é a vontade do povo, vontade da maioria. Questão de prova CESPE Item: No Brasil o direito alienígena se sobrepõe ao direito interno. Resposta: Errado, pois a lei estrangeira não se sobrepõe à lei interna. CESPE/ABIN Item: É compatível com Estado de Direito o Estado Policial. Resposta: Errado. São conceitos diferentes. Comentários: Estado de Direito – o estado obedece às leis. Estado Policial – prevalece à força O direito positivo pode ser Público ou Privado: 1.2.1 Público – De todos para todos, o estado se sobrepõe à vontade dos demais. Prevalece a vontade coletiva. 1.2.2 Privado – O estado só atua se for provado, chamado. Estado João José Ex: João tenta matar José, mas João perdoa José. Mesmo assim o Estado entra atuando, independente das partes. Ex: João dá um calote em José. O Estado só atua se José acionar João na justiça. Estado José João Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 2 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 2. Direito Constitucional 2.1 Conceito – ramo do direito positivo público que organiza o Estado nos mais vários aspectos. Obs.2: Constituição � Constitui algo. 3. Conceitos de Constituição 3.1 Sentido Sociológico � Ideia defendida por Ferdinand Lasalle , para o qual, a constituição não é lei, é fator de poder . Ou seja, a organização completa, sociológica do Estado. 3.2 Sentido Político � Ideia defendida por Carl Shimitt, para quem, a constituição é a organização política do Estado . 3.3 Sentido Material � é a que é reconhecida por assunto, pois trata de toda estrutura fundamental do Estado – organização política, organização administrativa, direitos fundamentais. 3.4 Sentido Formal � Constituição é lei , cujo assunto é irrelevante, importa apenas a forma utilizada para colocá-lo na constituição. 3.5 Sentido Jurídico � Ideia defendida por Hans Kelsen , para o qual, a constituição é a lei suprema do estado , independentemente do assunto que trata, da forma como foi feita ou de qualquer ideologia. Obs.3: Norma programática � norma de aplicação futura. Obs.4: Constituição programática � NÃO EXISTE ISSO, pois a constituição cria o Estado e não se pode criar o Estado para o futuro, mas uma constituição pode possuir normas programáticas. � Não há certo e errado nos conceitos de Constituição. Qualquer um dos pontos de vistas é considerado correto de acordo com cada autor. � Analisando a constituição brasileira, pode-se chegar à conclusão que o sentido que mais se adéqua a ela é o Sentido Formal. A partir do sentido Político, surgem os sentidos: Material e Formal de constituição. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 3 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Questão de prova CESPE/TER-GO Item: Considere que esse símbolo seja o ordenamento jurídico brasileiro, onde se encontra a CF e porque. Resposta: Tronco. Comentários: É a CF que dá sustentação e “alimenta” os ramos do direito. 4. Classificação das Constituições (Segundo José Afonso da Silva) 4.1 Quanto ao Conteúdo 4.1.1 Material: é aquela que só trota de assuntos essenciais, fundamentais para a existência do Estado (organização Política, administrativa). Ex.: EUA. 4.1.2 Formal: é aquela que o assunto é irrelevante, importando apenas a forma como foi criada. Ex.: Brasileira. Questão de prova Item: A constituição material tem mais estabilidade que a formal. Resposta: Certo. Comentário: Pois por ter menos conteúdo as chances de alterações são menores. ESAF Item: Uma constituição possui conteúdos relativos à organização política e administrativa do Estado, outras normas só são consideradas constitucionais pelo sentido formal. Resposta: Certo. Comentário: Não que a Constituição possa ser material e formal ao mesmo tempo, mas o conteúdo só é considerado constituição por estar na constituição, pois não é de material constitucional. Povo. Constituição . Direito Administrativo; Direito Penal; Etc. A constituição Material, só pode ser escrita. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 4 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 4.2 Quanto à apresentação Obs.5: A Constituição Escrita pode ser material ou formal e a não escrita só poderá ser material. 4.2.1 Escrita: está organizada em um documento. Ex.: Brasileira. Esquema 01. Um único texto trazendo tudo que trata de matéria constitucional. 4.2.2 Não escrita: (costumeira, consuetudinária - tradicional) Está organizada em mais de um documento. Essa não poderá ser formal, pois nessa só é considerada matéria constitucional, assuntos que tratem de temas fundamentais para a existência do Estado. Ex.: Inglesa. Esquema 02. As matérias constitucionais estão espalhadas por diversos textos, leis esparsas. Questão de prova Item: É certo que a constituição material é consuetudinária. Resposta: Errado. Comentário: Errado, a constituição material pode ser consuetudinária (não escrita) ou escrita. Constituição Federal A Lei – A Todo seu conteúdo é constitucional B Lei – B Tem conteúdo constitucional e conteúdo não C Lei – c Não possui conteúdo constitucional Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 5 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Item: É certo que a constituição consuetudinária é material. Resposta: Certo. Comentário: a constituição consuetudinária (não escrita) só pode ser material. 4.3 Quanto ao modo de elaboração 4.3.1 Dogmática: é a mesma escrita. Ex.: Brasileira. 4.3.2 Histórica: é a mesma não escrita . Ex.: Inglesa. 4.4 Quanto à extensão 4.4.1 Analítica: é uma constituição grande, extensa, pois trata de temas variados. � é a mesma formal. Ex.: Brasileira. 4.4.2 Sintética: é concisa, resumida, pois só trata de assuntos fundamentais. � é a mesma material. Ex.: EUA. Obs.6: A quantidade de artigo não interfere na extensão da Constituição, o que interfere são os assuntos. Questão de prova Item: É típico, de constituições analíticas, conter normas programáticas em seu texto. Resposta: Correto. Comentário: pois por tratar de muitos assuntos pode tratar inclusive de temas futuros. 4.5 Quanto à origem 4.5.1 Outorgada: é uma constituição imposta ao povo. Ex.: Brasileira de 1824. 4.5.2 Promulgada: é feita por representantes do povo. Ex.: Brasileira 1988. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 6 ~ Anotações de Lílian BatistaRibeiro Obs.7: A Constituição Brasileira de 1824 foi outorgada, que estabeleceu limite temporal para sua modificação, além de adotar o voto censitário (que diferencia o cidadão pela capacidade econômica). A Constituição Brasileira de 1891 foi promulgada, acabou com o voto censitário e foi a primeira constituição brasileira à: �Ser promulgada; �Ser republicana; �À adotar a democracia como regime político; �Estabelecer o presidencialismo; �Estabelecer a forma federativa de estado; A Constituição Brasileira de 1934 foi promulgada e foi a primeira constituição brasileira à falar sobre direitos sociais e ela foi criada para tal. Foram criados os primeiros direitos trabalhistas. Foi a primeira constituição à permitir que a mulher e os analfabetos pudessem votar. A Constituição Brasileira de 1937 foi outorgada, criada na era Vargas, vem para “fazer o país crescer”, acaba com a democracia, com as liberdades individuais e proibiu o judiciário de analisar questões políticas. A Constituição Brasileira de 1946 foi promulgada, que restabeleceu a democracia, as liberdades individuais e consolidou o poder judiciário. A Constituição Brasileira de 1967 foi outorgada. Os militares estavam dentro do CN exigindo a aprovação da constituição e se essa não fosse aprovada o CN seria fechado. A Constituição Brasileira de 1967/69 houve alterações significativas no Estado e foi realizada uma Emenda à Constituição de 1967, mas alguns autores dizem que foi uma nova constituição. Pode cair da mesma forma na prova. Por isso vamos trabalhar com a de 1967 e a de 1969 sempre como uma podendo ser duas, ou seja 1967/69. A Constituição Brasileira de 1988 é uma das melhores constituições do mundo. Um dos fatores é que o Brasil é um dos poucos países que adotam a democracia semi-direta, onde o povo pode exercer o direito por meio de representantes ou diretamente (plebiscito, referendo). Outro fator é que o direito ao voto é clausula pétrea. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 7 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 02 - 03/02/2012 4. Classificação das Constituições (Segundo José Afonso da Silva) – Continuação. Obs.8: Constituição cesarista � é aquela submetida à consulta popular. 4.6 Quanto à estabilidade 4.6.1 Imutável: é uma constituição que não admite nenhum tipo de modificação. Ex.: Não há nenhum exemplo. Os países árabes tem o alcorão como lei maior, mas não se considera o alcorão como uma constituição, pois o alcorão está no campo religioso, alguns países árabes já tem um documento formalizado como constituição outros não,mas o modelo dessa classificação são classificações de constituições ocidentais, o modelo oriental é diferenciado. 4.6.2 Rígida: admite modificações em seu texto, mas exige para tal um processo legislativo bem mais complexo do que o utilizado para alterações de outras leis. Essa só pode ser escrita. Esquema 03. Ex.: Brasileira 1988. CONSTITUIÇÃO a Lei -a CONSTITUIÇÃO a Lei -a Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 8 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Obs.9: da rigidez constitucional, surge o principio da supremacia formal da constituição. Supremacia da Constituição: Material – todas as constituições possuem, é o reconhecimento das normas constitucionais. Formal – há em constituições rígidas e na parte rígida da constituição semirígida, é a supremacia na forma de modificação da constituição. Obs.10: Segundo Alexandre de Morais a atual constituição brasileira é classificada como super-rígidas ou semi-imutáveis, porque contém cláusulas pétreas no seu texto. 4.6.3 Flexível: admite modificações em seu texto, utilizando o mesmo procedimento aplicado para a atualização das demais leis. Esquema 04. Ex.: Inglesa. 4.6.4 Semirígida ou semiflexível: parte do texto exige um procedimento complexo de modificação e outra parte um procedimento simplificado. Obs.11: Não confundir Semirígida ou semiflexível com super-rígidas ou semi-imutáveis são diferentes. CONSTITUIÇÃO a Lei -a CONSTITUIÇÃO a Lei -a Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 9 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Esquema 05. Ex.: Constituição Brasileira de 1824. 4.7 A constituição Brasileira de 1988 é: romulgada scrita ogmática ígida nalítica CONSTITUIÇÃO a - rígido b - flexível Lei -a CONSTITUIÇÃO a - rígido b - flexível Lei -a CONSTITUIÇÃO a - rígido b - flexível Lei -b CONSTITUIÇÃO a - rígido b - flexível Lei -b Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 10 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro II – Poder Constituinte 1. Conceito: é o que cria ou atualiza uma constituição. 1.1 Titularidade – a titularidade desse poder é do povo. 1.2 Exercício – quem o exerce são os representantes eleitos pelo povo. 2. Espécies: 2.1 Originário (Cria) �Histórico – é o que cria a primeira constituição do país; Ex.: Constituição Brasileira de 1824 �Revolucionário – é o que cria nova constituição. Ex.: Constituições Brasileiras de: 1891, 1934, 1937, 1946, 1967/69, 1988. Principais Características: �*** Ilimitado***; Tese Jus Naturalista - para essa corrente o poder constituinte originário é ilimitado, porém tal característica é apenas relativa, já que regras internacionais e os direitos humanos impõem ao poder restrições. Tese Jus Positivistas - para essa corrente o poder constituinte originário é absolutamente ilimitado. O Brasil adota o Jus Positivismo. � vale o que esta posto, vale o que está escrito. � Essa é a teoria aceita hoje, no Brasil. E não é porque o Brasil tem uma constituição que acolhe os direitos fundamentais que ele não é adotado a Tese Jus Positivistas. Que bom que a CF brasileira prima por esses direitos, mas se houvesse uma nova constituição criada hoje, essa, poderia alterar tudo e não respeitar esses direitos fundamentais. �Incondicionado; �Insubordinado; �Inicial; �Autônomo; �***Permanente***. � Pois, pode se manifestar à qualquer tempo. 2.2 Derivado (Atualiza a CF ou cria a CE – Constituição Estadual) � Reformador; � Revisor; � Decorrente; � Difuso. Principais Características: �Limitado � Condicionado; �Subordinado; �Secundário; �Dependente; �***Permanente***. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 11 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 3. Poder Derivado Reformador 3.1 Emendas – Art. 60 – C.F 3.1.1 Iniciativa ���� Presidente da República ���� 1/3 da câmara; ���� 1/3 do senado; ���� Mais da metade das assembléias legislativas manifestando-se, cada uma delas pela maioria relativa dos seus membros. 3.1.2 Aprovação: ���� Quorum de 3/5 do total de membros da casa ���� Votação de dois turnos em cada casa.Atenção!!! 3/5 é mais que maioria absoluta. 3.1.3 Bicameral ���� Passa pela câmara e pelo Senado. Obs.12: Se proposta pelo presidente ou por 1/3 da câmara dos Deputados � Inicia na Câmara; Se proposta por 1/3 do Senado ou por mais da metade das assembléias legislativas � inicia no Senado. 3.1.4 Sanção e Veto: NÃO HÁ. Obs.13: No processo legislativo de emenda constitucional a única participação do Presidente da República é na iniciativa 3.1.5 Promulgação: Realizada em sessão conjunta pelas mesas da câmara e do senado. Logo, a promulgação é feita pelos dois órgãos administrativos Câmara e Senado. É aqui que a EC ganha seu número de ordem. Nas Emendas Constitucionais, não se pode falar em casa iniciadora e revisora. Fala-se apenas CD ou SF. Esses termos não são bem vindos quando se fala de emendas. Maioria qualificada – fração, maior que 1/2. Câmara - Comissão; - Plenário (2 vezes) Senado - Comissão; - Plenário (2 vezes) Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 12 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 3.1.6 Publicação: Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, salvo quando seu texto estabelece outra data. Obs.14: Matéria constante de proposta de Emenda rejeitada ou havida por prejudicada (não chegou à ser votada por algum impedimento, como por exemplo propositura por pessoa incompetente para tal) não será objeto de nova deliberação na mesma sessão legislativa. Obs.15: Sessão legislativa corresponde à um ano de trabalho que não é igual ao ano civil. Sessão Legislativa Ano Civil. 02/02 à 17/07 e de 1º/08 à 22/12 01/janeiro à 31/dezembro Obs.16: Matéria constante de PEC rejeitada durante a sessão legislativa ordinária poderá ser reapreciada numa sessão legislativa extraordinária, ainda que no mesmo ano civil. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 13 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 03 - 10/02/2012 3. Poder Derivado Reformador (continuação) 3.2 Emendas – Art. 60 – C.F –(continuação) 3.2.1 Limites: -Expresso – Cláusulas Pétreas - Art. 60, §4º, C.F . � Quais são (São Taxativos): ♦ Forma federativa do Estado; ♦ Voto direto, secreto, universal e periódico; ♦ A separação dos poderes; ♦ Os direitos e garantias individuais. Obs.17: Para combater a deliberação de uma PEC inconstitucional o STF apenas admite Mandato de Segurança (MS) que só poderá ser impetrado por parlamentar. Ex.: PEC “trem da alegria”. � Formas de modificação de Cláusulas Pétreas: ♦ Para ampliar ; Ex.: Art. 5º, LXXVIII – ampliação feita pela EC Nº 45, de 2004. ♦ Para reduzir, sem prejudicar o núcleo essencial; ♦ Para alterar a expressão literal (como foi escrito o texto), desde que não prejudique a essência (eu mudo só uma vírgula que muda todo o sentido do texto). -Implícito – Não está escrito na CF, mas entende-se como limite material. � Quais são (taxativos): ♦ Titularidade do poder constituinte (povo); ♦ Exercício do Poder Constituinte; ♦ O Art. 60 da CF . É o direito de votar e não o ato de votar em si. EC não pode tirar o direito de votar, mas pode tirar a obrigatoriedade do voto. a. Material Não se pode criar cláusulas pétreas, só pode ampliar as já existentes. Para dar origem à Cláusula Pétrea, só por nova constituição. Não pode ser chamada de Cláusula Pétrea, mas se for chamada de Cláusula Pétrea IMPLICITA está correta. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 14 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro b. Circunstancial – A CF não poderá ser emendada na vigência de estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal. c. Formal/Processual – O processo legislativo de Emenda Constitucional deve ser integralmente cumprido sobre pena de inconstitucionalidade. Ex.: EC/19 foi declarada inconstitucional por esse motivo. Por ter sido votada uma única vez em cada casa. d. Temporal – não há. 4. Poder Derivado Revisor Obs.18: Os limites definidos para o poder reformador, valem para o poder revisor, com a única diferença que para o poder reformador não há limite temporal e para o poder revisor há o limite temporal. Poder Revisor � Emendas de Revisão (ADCT, Art. 3º, CF); � Único (realizado uma única vez); � Limite Temporal ���� Após 5anos (não precisava ter sido feita no 5º ano exatamente, como foi feita, poderia ter sido feita à qualquer tempo depois de completado 5anos); � De modo simplificado (em relação ao procedimento do reformador); o Unicameral (CN); o 1 turno; o Quorum: Maioria Absoluta. Poder Reformador � Emendas (Art. 60, CF); � Permanente; � Não há limite temporal; � Rigoroso; o Bicameral (CD e SF); o 2 turnos em cada Casa; o Quorum: 3/5. Unicameral ≠ Conjunta Unicameral 513 + 81 = 594 parlamentares Não vejo deputado e senadores, vejo parlamentares, ou seja, Deputados e senadores estão juntos e votam juntos. Bicameral Deputados + Senadores Vejo Deputados e Senadores, ou seja, Deputados e senadores estão juntos, mas votam separados. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 15 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 5. Poder Derivado Decorrente É o que cria a Constituição estadual. Esquema 06. Constituição Federal Constituição Estadual Decorre da CF Tem poder Constituinte Decorrente Lei Orgânica Municipal É uma Lei e está subordinada à CF e a CE. Não tem poder Constituinte Decorrente. Lei Orgânica DF ♦ Tem Estatutos de Constituição Estadual, pois se subordina apenas à CF, mas há discordância se tem ou não Poder Constituinte Decorrente, uma vez que o DF em alguns aspectos tem características de Estado e em outros momentos tem características de municípios. ♦ Se a prova particularizar a doutrina dizendo que o DF é estado ou município eu aplico o entendimento de que se particularizado como Estado tem poder decorrente e se particularizado como município não há poder decorrente, mas se não houver nenhuma dessas particularizações não há poder decorrente. Direito Constitucional Ano Esquema 07 Aula 04 - 17/02/2012 6. Poder Derivado Difuso (Mutação Constitucional) É uma mudança informal na constituição pois o texto constitucional não é modificado tão somente é alterada a forma de sua interpretação. Ex.: Art. 5º, LXVII e Art. 226, §3º. 7. Hierarquia das normas Obs.19: Lei que seja contrária à Lei orgânica dos municípios não será inconstitucional e sim ilegal. Apenas leis contrarias à Lei Orgânica do DF serão consideradas inconstitucionais tendo em vista que a Lei Orgânica do DF tem status de constituição Obs.20: Não há hierarquia entre Lei Federal, Estadual e Municipal conflito, o conflito será esclarecido verificando matéria. Obs.21: TIDH – Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Será fa antecipa-se que eles devem ser aprovados conforme trâmite de emendas (art. 5º, §3º, CF).TIDH Primarias (Art. 59 CF) Secundárias FFeeddeerr Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 16 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Poder Derivado Difuso (Mutação Constitucional) É uma mudança informal na constituição pois o texto constitucional não é modificado tão somente é alterada a forma de sua interpretação. Art. 5º, LXVII e Art. 226, §3º. Hierarquia das normas Lei que seja contrária à Lei orgânica dos municípios não será inconstitucional e sim ilegal. Apenas leis contrarias à Lei Orgânica do DF serão consideradas inconstitucionais tendo em vista que a Lei Orgânica do DF tem status de constituição. á hierarquia entre Lei Federal, Estadual e Municipal. Havendo entre elas conflito, o conflito será esclarecido verificando-se de quem é a competência para tal Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Será falado mais à frente, mas se que eles devem ser aprovados conforme trâmite de emendas (art. 5º, §3º, CF). CF TIDH - Obs.21: Primarias (Art. 59 CF) Secundárias CE/LODF Primarias Secundárias rraall CF CE LOAM Primárias Secundárias MMuunniicciippaall É uma mudança informal na constituição pois o texto constitucional não é modificado Lei que seja contrária à Lei orgânica dos municípios não será inconstitucional e sim ilegal. Apenas leis contrarias à Lei Orgânica do DF serão consideradas inconstitucionais Havendo entre elas se de quem é a competência para tal lado mais à frente, mas se que eles devem ser aprovados conforme trâmite de emendas (art. 5º, §3º, CF). CF CE/LODF Primarias Secundárias EEssttaadduuaall Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 17 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 8. Tratados Internacionais a) Tratados Internacionais � Vale como uma Lei Ordinária (que é uma lei de espécie primária); b) Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos � aprovação pelo procedimento de emenda � Vale como uma Emenda Constitucional (Art. 5º, §3º) c) Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos, sem a aprovação pelo procedimento de emenda � Vale como Lei Supra legal (Não é maior que a Emenda, mas vale mais que as leis - decidido pelo STF). 9. Aplicação de uma nova constituição. 9.1 Constituição Nova X Constituição Passada – 9.1.1 Revoga � a nova Constituição revoga completamente a Constituição Passada. Esquema 08. - Revogação 9.1.2 Recepção � recepcionar é permitir que normas da constituição anterior continuem a produzir efeitos. O Brasil não adota Recepção tácita, mas aceita se a recepção estiver expressa. Esquema 09. - Recepção a É recepcionada, ou seja, apesar de não estar escrita no texto constitucional é recepcionada por não dizer nada contrário ao escrito pela nova CF. CF/67 CF/88 CF/67 a CF/88 b c Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 18 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 9.1.3 Desconstitucionalização � é recepcionar normas da constituição passada, mas rebaixando-as à condição de leis. Esquema 10. - Desconstitucionalização É recepcionada, mas perde o valor de item constitucional e passa à ser uma lei normal. 9.1.4 Repristinação � Repristinar é devolver ao ordenamento jurídico norma constitucional já revogada, pelo fato de que o que foi utilizado para revogá-la, também passou por revogação. Esquema 11. - Repristinação Obs.22: O Brasil não adota repristinação tácita, porém uma decisão do STF poderá ter efeito repristinatório. CF/67 a CF/88 b c Lei a Lei 1 a Lei 2 -a Lei 1 a Lei 2 -a Lei 3 Revoga Lei 2 Volta à valer! Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 19 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 9.2 Constituição Nova X Leis Infraconstitucionais 9.2.1 Se materialmente compatível� Recepção. 9.2.2 Se materialmente incompatível � revogação. 9.2.3 Inconstitucionalidade superveniente � não é aplicada no Brasil. É a declaração de inconstitucionalidade de lei anterior a constituição, que apresenta com esta incompatibilidade Obs.23: Não há inconstitucionalidade de lei anterior. Ou ela é recepcionada ou é revogada, se ela for revogada é incompatível e não inconstitucional. Esquema 12. – Inconstitucionalidade superveniente 9.3 Constituição Nova X Negócios Jurídicos O Brasil adota a teoria da Retroatividade mínima. Retroatividade Mínima � alcança as parcelas à vencer de negócio jurídicos anteriores à ela. Esquema 13. – Retroatividade Mínima CF/67 CF/88 -a Lei a Não é inconstitucional, é incompatível. Lei a É inconstitucional. CF/67 Juros de 40% CF/88 Juros de 1% 40% 1% Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 20 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 05 - 24/02/2012 III – Eficácia das Normas Constitucionais *Segundo José Afonso da Silva 1. Plena: Tem aplicação Imediata, integral da norma e alcance amplo. 2. Contida: Tem aplicação Imediata, integral da norma, porém seu alcance é redutível seja por lei ou pela própria CF.. Ex.: Limitada por lei � Art. 5º, XIII “XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;” Limitada pela própria CF � Art. 5º, XXII “XXII - é garantido o direito de propriedade;” Esse inciso é limitado por outro inciso do mesmo artigo da CF, à saber: “XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;” 3. Limitada: Tem aplicação mediata (futura), depende de regulamentação – necessariamente por Lei. 4. Programática: Tem aplicação mediata (futura), depende do dia do possível. Ex.: Art. 7º, IV. “IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.” Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 21 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro IV – Interpretação Constitucional � A constituição assegura uma igualdade material; Ex.: Deve-se tratar os iguais igualmente e os desiguais na medida de suas igualdades. 1. Princípios: 1.1. Princípio da Unidade: � Não há hierarquia entre normas constitucionais; � Uma norma constitucional complementa a outra; � Não há contradição entre normas constitucionais. 2. Preâmbulo Conforme posicionamento do STF, o preâmbulo da Constituição Federal não tem valor jurídico. Haverá apenas valor político e histórico e é utilizado para a interpretação constitucional. O preâmbulo da CF/88 reconhece, oficialmente, a existência de Deus, mas não determina religião oficial. 3. ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. São normas constitucionais criadas para produzir efeitos em um determinado momento, com um prazo pré-estabelecido. Podem ter emendas em seus dispositivos. O STF entendeu que as Constituições estaduais não podem ter ADCT. Direito Constitucional – Prof. NelmaFontana ~ 22 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 06 - 02/03/2012 V – Princípios Fundamentais (1º ao 4º) 1. Formas de Governo (Art. 1º): É a relação do governante com o governado. Há duas formas de governo: 1.1. República: O Brasil adota essa forma de governo desde a nossa 2ª Constituição (CF 1891). 1.1.1. Características republicanas (Princípios Republicanos): � Eletividade; � Representatividade popular; � Temporalidade - Há duas teorias à cerca disso: � A primeira diz que se precisa ter mandato com data de início e data de fim; � Mandato com alternância. O presidente da república só poderá ser reeleito por 2mandatos consecutivos, mas poderá ter o 3º mandato desde que haja ao menos 1(um) mandato entre o 2º e o 3º mandato. O vice-presidente, mesmo tendo sido vice por 2mandatos consecutivos, poderá se candidatar ao cargo de presidente da República, uma vez que são cargos distintos, mas caso esse vice- presidente tenha sucedido (de maneira definitiva) ao presidente, o próximo mandato contará como re-eleição. O presidente da república não poderá se candidatar, na eleição imediatamente posterior ao 2º mandato, à vice presidente, uma vez que, pode haver necessidade de sucessão e isso resultaria em um terceiro mandato do presidente. � Responsabilidade. � Dever de prestar contas. 1.2. Monarquia: 1.2.1. Características Monárquicas (Princípios Monárquicos): � Hereditariedade; � No vaticano a hereditariedade é na verdade uma Eletividade já que não dá pra haver hereditariedade com relação ao Papa. � Não há representatividade popular; � Vitaliciedade; � Irresponsabilidade. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 23 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Obs.24: A forma republicana de governo não é cláusula pétrea, mas constitui limitação material implícita ao poder de reforma da Constituição. É uma cláusula pétrea implícita. Obs.25: A república é princípio constitucional sensível. (art. 34, VII) Princípio constitucional sensível são aqueles que são capazes de gerar por si só a intervenção federal. Esquema 14. – Diferença estrutural entre República e Monarquia. Povo Monarca Governante Súditos 2. Formas de Estado (Art. 1º): Organização político-administrativa do país. 2.1. Unitário: Poder centralizado. 2.2. Federal: Poder descentralizado. O Brasil adota o estado federal em sua constituição de 1891. 2.2.1. Características Federativas (Princípios Federativos): � Descentralização; � Autonomia – capacidade de auto-organização; � Soberania – autodeterminação. � Quem detém a soberania é o Brasil. � Quem representa a soberania do Brasil é a União. � Tríplice autonomia � � auto-governo; � organização política; e � organização administrativa. � Constituição rígida; � Proibição de secessão; � Órgão que represente os estados membros � senado; � Guardião da CF � STF. 3. Regimes Políticos (Art. 1º): 3.1. Autocracia: � Totalitarismo Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 24 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 3.2. Democracia: 3.2.1. Direta � o povo toma as decisões. 3.2.2. Indireta (representativa) � o povo elege representante para a tomada de decisões. 3.2.3. Semi-direta (participativa) � algumas decisões tomadas pelo povo e outras pelos representantes do povo. 3.2.4. Formas de participação direta (art. 14) 3.2.4.1. Plebiscito Consulta prévia ao povo. A competência de convocação é do CN (art. 49, CF). O congresso pode convocar sempre que julgar necessário, mas existem convocações obrigatórias: Criação de novos Estados, Territórios e Municípios (art. 18); 3.2.4.2. Referendo Consulta, que se faz ao povo, posterior à uma lei ou decisão para confirmar ou não a decisão. 3.2.4.3. Iniciativa popular Capacidade que o cidadão tem de propor projeto de lei. A iniciativa popular em âmbito federal exige que o projeto de lei seja subscrito por no mínimo 1% do eleitoral nacional dividido por pelo menos 5estados da federação, tendo cada estado no mínimo 0,3% de seus eleitores. (art. 61) Cabe pra qualquer lei, seja complementar ou ordinária, mas não vale para emenda constitucional. � Iniciativa popular nos estados � será definida pela lei. (art. 27, CF) � Iniciativa popular nos municípios � o projeto de lei deve ser subscrito por no mínimo 5% do eleitorado municipal. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 25 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 07 - 09/03/2012 3. Estado de direito (Art. 1º): Estado regulamentado por lei. em que prevalecem as leis – só as leis podem obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer algo. 4. Estado Policial de direito (Art. 1º): Prevalece o próprio arbítrio, a própria vontade. Prevalece à própria razão. É justamente o contrário do Estado de Direito, é a ideia de que os “fins justificam os meios” e no estado de direito isso não é válido. 5. Fundamentos (Art. 1º): Prevalece o próprio arbítrio, a própria vontade. Prevalece à própria razão. 5.1. Soberania: É a soberania do povo, só se trata de soberania do Estado (país) quando se compara um Estado (país) á outro Estado (país). 5.2. Cidadania: É a plena atuação do povo na estrutura do Estado. Não é apenas o direito de votar e ser votado, é um conceito mais amplo. 5.3. Dignidade da Pessoa Humana: Segundo o STF é o maior de todos os fundamentos. Fala-se de “pessoa humana” para diferenciar da pessoa Jurídica. 5.4. Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa: Livre iniciativa � o estado não vai interferir na escolha da sua profissão. 5.5. Pluralismo Político: Podemos defender diferentes tipos de ideologias. É o mesmo que pluralismo ideológico. Por consequência eu tenho o pluralismo partidário, pois o partido político, em tese, tem por base uma ideologia. berania dadania gnidade da pessoa humana ores sociais do trabalho e da livre iniciativa ralismo político. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 26 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 6. Separação dos Poderes (Art. 2º): Quem primeiro identificou a existência das três funções do estado – administrar, legislar e julgar – foi Aristóteles. Montesquieu veio depois afirmando essa existência e efetivando a tripartição dos poderes, dando “nomes” aos poderes responsáveis por cada uma das funções, dando existência então aos poderes Executivo, Legislativo e judiciário. A teoria definida por Montesquieu já foi superada, uma vez que, hoje a teoria que se aborda é que não há três poderes, mas sim um poder só que é o poder do povo, esse poder é que se divide em três funções sendo então o Poder do Povo para Legislar, o Poder do Povo para Administrar e o Poder do Povo para Julgar. Os poderes tem uma separação clara, mas não rígida ou seja podem exercer “atipicamente” funções típicas de outros poderes. Ex.: A posse de um servidor no senado será realizada pelo Presidente do Senado, um ato tipicamente administrativo, realizado de maneira atípica pelo legislativa. 7. Objetivos Fundamentais (Art. 3º): São desejos futuros. É algo que será feito dentro da medida do possível, não se pode dizer que nunca serão implementados, ao menos na teoria o Estado deve buscar diariamente alcançar essesobjetivos. 8. Princípio que regem as relações internacionais do Brasil (Art. 4º): nstruir uma sociedade livre, justa e solidária. rantir o desenvolvimento nacional. radicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. mover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. ndependência Nacional revalência dos Direitos Humanos. utodeterminação dos povos. ão intervenção. gualdade entre os Estados. efesa da paz. olução pacífica dos conflitos epúdio ao terrorismo e ao racismo. operação entre os povos para o progresso da humanidade ncessão de asilo político. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 27 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 8.1. Crimes Imprescritíveis: Só a CF pode estipular crimes imprescritíveis e ela define apenas dois: � Racismo (Art. 5º, XLII); e � Ações de grupos armados (Art. 5º, XLIV). 8.1.1. Racismo (Art. 5º, XLII): É crime inafiançável imprescritível e sujeito à pena de reclusão. Tanto a não permissão de fiança e a imprescritibilidade do crime de racismo, são exceções. A pena de reclusão deve obrigatoriamente começar a ser cumprida em regime exclusivamente fechado (ou seja encarcerado) já a detenção fica a critério do juiz a possibilidade de se iniciar o cumprimento da pena em regime aberto. 8.2. Crimes Inafiançáveis (Art. 5º, XLIII): Só a CF pode estipular crimes inafiançáveis e ela define apenas: � Racismo; � Terrorismo � Crimes hediondos; e � Trafico ilícito de substâncias entorpecentes. 8.2.1. Terrorismo (Art. 5º,): O terrorismo não é praticado apenas contra povos, mas contra cultura ou características físicas, mentais e etc. É crime inafiançável e não cabe graça ou anistia. 8.2.1.1. Graça � dada pelo presidente da república e alcança (perdoa) apenas uma pessoa, por um determinado crime; 8.2.1.2. Anistia � vem de lei, logo contempla todos que estão na mesma situação. 8.3. Asilo Político: É concedido por Crime Político ou Crime de Opinião. A concessão de asilo Político não impede a posterior extradição, desde que não seja por crime político nem de opinião. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 28 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 8.3.1. Extradição (Art. 5º, LI): É um pedido de entrega de um criminoso. A extradição da que trataremos é relacionada a extradição do Brasil, a extradição para o Brasil é conforme lei do Estado que efetuará a extradição. A decisão de extraditar ou não é do Presidente da República, mas a competência pra julgar se o pedido é ou não legal e constitucional. (Competência do STF – Art. 102, I, “g”) O pedido de extradição chega ao País por meio do Itamaraty é encaminhado ao presidente que toma ciência e o encaminha ao STF que é quem diz se pode ou não haver a extradição, a informação retorna ao presidente. Sendo informado de que a extradição é ilegal ou inconstitucional o presidente da república simplesmente diz que não pode extraditar, mas sendo a informação de que a extradição pode ocorrer o presidente decide se é ou não conveniente extraditar. Para que o STF julgue o pedido de extradição o extraditando deverá estar obrigatoriamente preso. O STF deve seguir alguns princípios para julgar essa extradição são eles: � Nacionalidade � o Brasileiro � Nato � Jamais extradita; � Naturalizado � Pode por: ♣ crime anterior a naturalização; ♣ Tráfico Ilícito de Substancias entorpecentes à qualquer tempo. o Estrangeiros � Pode desde que não se trate de crime político ou de opinião. (Art. 5º, LII) � Crime � o Não poderá ser político ou de opinião; � O Brasil pode dar asilo por crime político e de opinião e depois extraditar a mesma pessoa por outro crime que não os de crime político ou de opinião. o Tem que ter dupla tipicidade (ser crime lá e ser crime aqui também); o As penas, para o crime, não podem ser nenhuma das penas proibidas no Brasil que são: � Pena de Morte; � Caráter perpetua; � Banimento; � Trabalhos forçados; � Cruéis. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 29 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro � Penas � As penas, para o crime, não podem ser nenhuma das penas proibidas no Brasil que são: o Pena de Morte; o Caráter perpetua; o Banimento; o Trabalhos forçados; o Cruéis. � Tratado � os países envolvidos devem ter tratado de extradição, pois é o documento que contém as regras para essa extradição. Esse tratado não precisa ser prévio, basta que ele exista, pode ser feito no ato da extradição. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 30 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 08 - 12/03/2012 8.3.2. Deportação: Mandar sair do país o estrangeiro ilegal. 8.3.3. Expulsão: Mandar sair do país o estrangeiro que não é bem vindo. Não está ilegalmente, entrou no país pelos caminhos corretos e depois foi considerado “persona non grata”. Não necessariamente será um criminoso, mas poderá ser apenas não quisto. Um exemplo de não criminoso que quase foi expulso do Brasil foi o jornalista que fez reportagem chamando o Presidente Lula de “Cachaceiro". 8.3.4. Banimento: É inconstitucional. É mandar sair do País o Nacional. Seria a expulsão do Brasileiro. Não pode ocorrer independente de ser Brasileiro nato ou naturalizado. Na constituição anterior à de 1988 muitos brasileiros foram banidas do país, entre eles grandes escritores, músicos, poetas, artistas em geral. Essas decisões cabem sempre ao chefe do poder executivo. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 31 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro VI – Organização do Estado (Art. 18 a 36) 1. Entes Federativos: Os artigos 1º e 18 da CF são diferentes. O 1º trata de organização geográfica e o art. 18 trata de estrutura político-administrativa. � União; � Estados; � DF; o Distrito normalmente não possui autonomia, integra a estrutura do Estado, mas a CF/88 deu ao Distrito Federal a autonomia que antes não tinha. O DF é um ente federativo hibrido já que em alguns aspectos tem características de Estado e em outras tem características de municípios. o A autonomia do DF foi parcialmente tutelada pela União. O DF não pode legislar sobre: � Poder judiciários; � Ministério Público; � Defensória pública; � Polícia civil; � Polícia Militar; � Bombeiro Militar. � Municípios. Não há relação de hierarquia entre os entes. Territórios não é ente federativo, pois não tem autonomia política, é considerada uma autarquia “especial”. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 32 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 2. Autonomia: União Estados DF Municípios E x e c u t i v o Presidente da República auxiliado pelos ministros de Estado. Art. 76, CF * Assessor não pode substituir Ministros, pois assessor não possui função pública enquanto que o Ministro sim. Governador auxiliado pelos secretários de Estado. Governador auxiliado pelos secretários de Estado. Prefeitos auxiliados pelos secretários de municípios. *Eleiçõessempre 2anos após as eleições gerais. E l e i ç ã o 1º Turno: - 1º Domingo de Outubro; - Se nenhum candidato obtiver no 1º turno a metade (50%) mais um (um voto) dos votos válidos (excluídos brancos e nulos); 2º Turno: (se houver) - Último Domingo de Outubro. - Concorrem os 2candidatos mais votados (se houver empate, aplica-se o critério de idade, dos dois o mais idoso). - Tais situações valem também para os Estados e DF. Nos casos de municípios só se aplica a regra de 2º turno para municípios com mais de 200mil eleitores. Havendo menos, os municípios elegerão simplesmente o mais votado, independente de atingirem ou não a regra de e 50%+1 votos válidos. Lembrar que são mais de 200mil eleitores e não habitantes. ����Se após as eleições e antes da posse houver vacância do cargo de Presidente o Vice assume, havendo vacância dos dois efetiva-se a regra de vacância como se eles tivessem tomado posse, ou seja, serão realizadas novas eleição 90dias após aberta a última vaga. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 33 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro União Estados DF Municípios L e g i s l a t i v o Congresso Nacional ���� Câmara dos Deputados (CD); ���� Senado Federal (SF). Assembléia Legislativa (AL) Câmara Legislativa Recebe esse nome para mostrar que é hibrido. Câmara (retirada de “câmara municipal”)+ Legislativa (retirada de “assembléia legislativa”). Câmara Municipal Câmara dos Deputados Senadores Federais Deputados Estaduais Deputados Distritais Vereadores � O número de Deputados Federais é fixo: 513 (LC). � A quantidade de Deputados federais por estado é proporcional à população, respeitando o número mínimo e o máximo por estado. Números esses definidos pela CF/88 como: � Mínimo de 8 (oito); � Máximo de 70 � Cada território terá a representatividade, fixa, de 4 (quatro) Deputados federais; � Todos os Deputados possuem mandato de 4anos; � A cada 4anos renovação total; � Idade mínima 21anos – na data da posse; � Eleição proporcional; � Os suplentes são os próximos mais votados da coligação. � O número de senadores hoje é de 81; � Cada estado terá a representatividade de 3 (três) senadores; � Todos os senadores possuem mandato de 8anos – pois representa o estado então o mandato é maior para acompanhar o crescimento do Estado; � Renovação parcial em 1/3 (27) e 2/3 (54) à cada 4anos; � Territórios não têm representatividade no senado, pois não são entes federativos; � Idade mínima 35anos – na data da posse; � Eleição majoritário; � O senador já é eleito com dois suplentes. � A cada 4anos renovação total; � Idade mínima 21anos – na data da posse; � Eleição proporcional; � Os suplentes são os próximos mais votados da coligação; � Tendo até 12 Deputados federais o número dos Deputados estaduais será 3x o número de Deputados federais, passando de 12 soma-se 24 ao número de Deputados Federais para se ter a quantidade de Deputados Estaduais. (Vide tabelinha de contagem) � A cada 4anos renovação total; � Idade mínima 21anos – na data da posse; � Eleição proporcional; � Os suplentes são os próximos mais votados da coligação. � Tendo até 12 Deputados federais o número dos Deputados estaduais será 3x o número de Deputados federais, passando de 12 soma-se 24 ao número de Deputados Federais para se ter a quantidade de Deputados Estaduais. (Vide tabelinha de contagem) � Eleição Proporcional; � Idade mínima de 18anos. � Mínimo de 9 (nove) vereadores; � Máximo de 55 vereadores; � Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 34 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Calculo de quantidade de Deputados Estaduais Federais Estaduais/Distritais 8 X 3 = 24 9 X 3 = 27 10 X 3 = 30 11 X 3 = 33 12 X 3 = 36 13 + Diferença entre 36 e 12 = 24 = 37 14 + 24 = 38 15 + 24 = 39 . . . . . . . . . . . . . . . 69 + 24 = 93 70 + 24 = 94 União Estados DF Municípios Ju d ic iá ri o STF, STJ, Tribunais e Juízes do Trabalho, eleitorais, militares, federais e do Distrito Federal e Territórios *O STF é uma corte constitucional ** O STJ e STF são chamados de órgãos de superposição. Tribunais de justiça, juízes estaduais, e justiça militar se houver (o estado que tiver um efetivo militar superior à 20mil integrantes poderá criar a sua justiça militar própria – é pra julgar os militares estaduais, os das forças armadas são julgados pela justiça especial militar da união – no caso do estado não ter justiça militar própria é a justiça “comum” que julga e no caso de haver tribunais militares esses fazem parte da justiça comum estadual). Tem Judiciário mantido pela União! Não há. O CNJ é órgão do judiciário, mas tem caráter meramente administrativo. O STF entendeu que o CNJ não é órgão da união, mas é um órgão nacional sendo assim ele pode fiscalizar também a justiça estadual Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 35 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro TST Ministros TRT´s Juiz STM Ministros - Juiz TRE´s Juiz TSE Ministros Justiça Especializada STJ Ministros TJ´s TJDFT TRF´s Juiz Juiz Juiz Justiça Comum 1 ª I n s t a n c i a 2 ª I n s t a n c i a T r i b u n a i s S u p e r i o r e s STF CNJ Órgãos de Superposição D e se m b a rg a d o re s Ju iz d e 1 ª In sta n cia Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 36 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 09 - 16/03/2012 3. Competência: Assuntos de interesse nacional � Competência da União; Assuntos de interesse Regional � Competência dos Estados; Assunto de interesse Local � competência dos Municípios. O DF por ser ente federativo hibrido vai acumular competências estaduais e municipais. 3.1. Da União: 3.1.1. Administrativas – Para Administrar � Não trazendo a informação de “Legislar” será competência administrativa 3.1.1.1. Exclusiva (Art. 21, CF) – Só da União. ���� É indelegável; 3.1.1.2. Comum (Art. 23, CF) – É da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. 3.1.2. Legislativas – Para legislar � Sempre que for competência legislativa a CF vai trazer a informação “legislar”. 3.1.2.1. Privativa (Art. 22, CF) – Só da União; ���� É delegável aos estados – Parágrafo Único. o Ao efetuar a delegação a União não poderá delegar para um em específico, ela vai delegar para todos, mesmo que nem todos façam a lei. 3.1.2.2. Concorrente (Art. 24) – É da União, dos Estados e do DF. ���� A união não tem competência concorrente expressa com o município; Esquema 15. – Ex.: A união no art. 5º, L trás que: “ às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação”, mas não trás os detalhes. Mantém a norma geral em todos os Estados e cada qual faz o “detalhamento” de sua lei. UniãoNorma Geral Estado “X” Até 120dias Norma Geral DF Exatamente 120dias Norma Geral Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 37 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Ex.: (suposição) A união não legisla sobre determinado assunto e um Estado legisla e depois vem a União e legisla dizendo o contrário. A lei federal vem suspendendo a eficácia do que for contrário a CF, só suspende não revoga, se a lei federal for revogada a lei estadual volta à valer, a lei estadual só poderá ser revogada se houver outra lei estadual revogando tal lei. Deve-se lembrar também que só se suspende a eficácia do que for contrário o que for igual ou não for dito na lei federal continua valendo. 3.2. Dos Estados – Art. 25: É competência Residual. Há uma competência residual destinada à União que é para dispor sobre matéria tributária, nos termos do Art. 154, CF. 3.3. Dos Municípios – Art. 30: 3.4. Do DF– Art. 32: União ? Estado “X” “a” DF “b” União -a Estado “X” “a” DF “b” Suspende Permanece Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 38 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 3.5. Estados X DF: Estados DF Podem ser divididos em Municípios. Não podem ser divididos em municípios, já que o DF foi criado para proteger a capital federal, Brasília, e criar municípios significa dar autonomia à eles e essa autonomia atrapalharia a proteção à capital Federal. 4. Criação de Novos Estados: � Tem que haver plebiscito com a população interessada; o Não sendo aprovado por plebiscito o projeto é arquivado e só poderá ser discutido novamente na próxima legislatura; o Sendo aprovado pela população o Congresso Nacional poderá realizar a criação do novo Estado, mas o Congresso não fica obrigado à criar o novo estado. � É feita através de Lei Complementar Federal. 4.1. Fusão (incorporar): Dois estados se unem para formar um só; 4.2. Subdividir: Um estado é dividido. O Estado original continua existindo e um pedaço dele se torna outro estado. Ex.: Goiás que teve uma parte que se tornou o Estado do Tocantins. 4.3. Desmembrar: Um estado é dividido. O Estado original deixa de existir e se criam dois ou mais territórios. Ex.: Goiás que teve uma parte que se tornou o Estado do Tocantins. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 39 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 10 - 19/03/2012 5. Formação de Novos Municípios (art. 18, §4 º): � Tem que haver estudo de viabilidade; � Realizar plebiscito com a população diretamente interessada; o Não sendo aprovado por plebiscito o projeto é arquivado e só poderá ser discutido novamente na próxima legislatura; o Sendo aprovado pela população o Congresso Nacional poderá realizar a criação do novo Estado, mas o Congresso não fica obrigado à criar o novo estado. � É feita através de Lei Estadual. Após autorização de Lei Complementar Federal para criação de novos municípios; 6. Territórios: � Não é ente federativo; � É considerado autarquia; � O território é sempre parte da união; � Motivos para criação de territórios: o Segurança (defesa nacional); � Caso de um estado sendo invadido por outro país que é transformado em território para que assim a União tivesse a gestão daquele estado que se tornou um território. o Proteção ambiental; � Um exemplo disso é Fernando de Noronha que era um território por questão de proteção ambiental, mas foi dada autonomia para que os estados cuidassem desses aspectos, logo Fernando de Noronha foi incorporado ao estado de Pernambuco. � Para criação de novos territórios fica obrigatória a realização de plebiscito com a população diretamente interessada, no caso daquele que for criado ser parte de um Estado; o No caso de ser um “pedaço de terra” conquistado de outro país, por exemplo, não há necessidade de plebiscito nesse caso. � Por meio de lei complementar federal 7. Proibições: � Eles não poderão criar distinções de tratamento entre brasileiros; � Não poderão recusar fé à documento público emitido por outro ente federativo; � Estabelecer , custear, embaraçar o funcionamento ou manter aliança com religião ou culto religioso. Ressalva-se apenas, na forma da lei, a colaboração de interesse público; 8. Bens: � Fazer leitura comparativo entre art. 20 e 26; Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 40 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 9. Intervenção Federal (Art. 34) X Intervenção Estadual (Art. 35): Intervenção Estadual – Art. 35 Em regra o Estado não poderá intervir nos municípios; Não existe intervenção distrital, uma vês que não há em quem o DF intervir, já que ele não possui entes “autônomos”. O DF só sofre intervenção Federal. � Competência: Privativa do Governador do Estado; � Mediante: Nasce de um ato do Governador (decreto); � Poderá ser: ���� Voluntária: Resulta da vontade do Governador do Estado, cumpridas as exigências da lei. ���� Sendo decretada pelo presidente a intervenção federal, deverá tal decreto ser apreciado no prazo de 24h pela Assembléia legislativa; ���� Decidindo o congresso pela não intervenção suspende-se a intervenção imediatamente; ���� No caso de estar a Assembléia Legislativa em recesso faz-se a convocação extraordinária e fica a Assembléia Legislativa obrigada à comparecer em 24h e analisar em 24h (total de 48h) ���� Provocada: ���� Solicitação – Pedir que faça; ���� Feita pelo Poder Executivo (Prefeito) e Poder Legislativo (Câmara Municipal.) ���� Nesse caso o Governador poderá avaliar e decidir se acata ou não o pedido realizado. ���� Requisição – determinar que seja feita. ���� Feita pelo Poder judiciário - TJ. Devido à: ♦ Descumprimento de suas ordens judiciais; ♦ o TJ poderá solicitar: para dar provimento à requerimento do Procurador Geral de Justiça em ação direta de inconstitucionalidade interventiva. O pedido do PGJ tem o propósito de dar proteção aos princípios constitucionais... Intervenção Federal – Art. 34 Em regra a União não poderá intervir nos Estados; Em regra a União não intervirá nos Municípios localizados em território federal, mas havendo necessidade poderá a união intervir em Municípios de território federal. � Competência: Privativa do Presidente da República; � Mediante: Nasce de um ato do Presidente (decreto); � Poderá ser: ���� Voluntária: Resulta da vontade do Presidente da República, cumpridas as exigências da lei. ���� Sendo decretada pelo presidente a intervenção federal, deverá tal decreto ser apreciado no prazo de 24h pelo Congresso Nacional; ���� Decidindo o congresso pela não intervenção suspende-se a intervenção imediatamente; ���� No caso de estar o CN em recesso faz-se a convocação extraordinária e fica o CN obrigado à comparecer em 24h e analisar em 24h (total de 48h) ���� Provocada: ���� Solicitação – Pedir que faça; ���� Feita pelo Poder Executivo (Governador) e Poder Legislativo (Câmara Legislativa - DF - ou Assembléia Legislativa – Estados.) ���� Nesse caso o PR poderá avaliar e decidir se acata ou não o pedido realizado. ���� Requisição – determinar que seja feita. ���� Feita pelo Poder judiciário sendo realizada apenas pelos seguintes tribunais STF, STJ e TSE. Devido à: ♦ descumprimento de suas ordens judiciais;♦ o STF poderá solicitar: por descumprimento de ordens de outros tribunais que não os superiores e para dar provimento à ... União Estado/DF Território Estado Município Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 41 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro ...requerimento do PGR em ação direta de inconstitucionalidade interventiva. O pedido do PGR tem o propósito de dar proteção aos princípios constitucionais sensíveis. E também o de garantir a execução de lei federal. ���� O presidente tem que decretar, ele não tem escolha. O decreto é realizado nos termos da decisão judicial; ���� Por ser uma decisão judicial o CN não aprecia esse decreto. ... sensíveis. E também o de garantir a execução de lei federal. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 42 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro VII – Processo Legislativo (Art. 59 a 69) 1. Conceito ���� é o modo como as leis são instituídas no Brasil 2. Espécies normativas primárias: � Emendas; � Leis Complementares; � Leis Ordinárias; � Leis Delegadas; � Medidas Provisórias; � Decretos Legislativos; � Resoluções. Conforme entendimento do STF não há hierarquia entre espécies normativas primárias. Com relação à Emenda Constitucional fica subtendido a “hierarquia” dela sob as demais, mas deve-se lembrar que ela promulgada é parte integrante da CF. 3. Espécies normativas secundários: São atos administrativos, não criam obrigação de fazer ou deixar de fazer. Um exemplo de espécie normativa secundária são as portarias. 4. Emenda: Foi falada no item 3 do capitulo II que trata de poder constituinte. (À partir da Página 11). 5. Leis: 5.1. Diferenças entre Lei complementar e Lei Ordinária. Lei Complementar Lei Ordinária Assunto Definido pela CF É a lei comum, se não falar nada é a lei ordinária. Quorum Maioria Absoluta (50% + 1 do Total dos membros) Maioria Simples – Que é o comum dos Quoruns. (50% + 1 dos presentes, devendo estar presente pelo menos a maioria absoluta) “Invasão de assunto” Parte da ideia de que “quem pode mais, pode menos também” ou seja, Lei Complementar que trata de matéria de Lei ordinária não será considerada inconstitucional. Lei ordinária não poderá tratar de assunto de Lei Complementar. Caso o faça a Lei em questão será declarada inconstitucional. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 43 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 11 - 23/03/2012 5. Leis (continuação): 5.1. Criação de Lei Ordinária e Lei Complementar (Processo Legislativo ordinário e especial). O processo legislativo da Lei ordinária é chamado de processo legislativo ordinário, já o da lei complementar é chamado de processo legislativo especial. 5.1.1. Iniciativa: Art. 61, CF/88 + TCU (Art. XXX) � Qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; � Presidente da República; � Supremo Tribunal Federal; � Tribunais Superiores; � Procurador-Geral da República; � Cidadãos (a assinatura de 1% do eleitorado [votantes] nacional, esses distribuídos em no mínimo 5unidades federativas, tendo cada uma dessas unidades assinatura de pelo menos 0,3% do eleitorado); � TCU (Conforme art. Xxx) 5.1.1.1. Presidente da República: (Art. 61, §1º) � Projeto de organização do Ministério Público é concorrente. Cabe ao Presidente da República as normas gerais, enquanto que o PGR tem responsabilidade de normas específicas. Art. 128, §5º. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 44 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 5.1.2. Bicameral: Casa Iniciadora Casa Revisora Recebe o projeto primeiro Recebe o projeto em um segundo momento. O senado só será casa iniciadora quando o projeto de lei for de senador, nas demais a câmara será a casa revisora. Quando uma for a casa iniciadora a outra será a casa revisora. Passa por comissões: Faz Exame de : - Constitucionalidade: Comissão de Constituição e Justiça na Câmara E Comissão de Constituição e Justiça no Senado - Mérito ���� oportunidade e conveniência Feita pela comissão temática O Plenário poderá: - Rejeitar ���� Arquiva-se Matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá ser novamente deliberada na mesma sessão legislativa, desde que haja a solicitação da maioria absoluta de qualquer das casas do Congresso Nacional (Art. 67, CF-88) Sanciona ���� promulga ���� Publicação Quando a sanção é expressa o ato de sanção serve como promulgação. - Aprovar ���� Segue para o presidente da República que Total Veto (15dias úteis) Obs.26: Parcial (não pode haver veto de palavras, frases ou trechos – art.66, §2º) ***Se dentro do prazo de 15dias para o veto o presidente não se manifestar sobre a sanção ou veto entende-se como sanção tácita. *** - Emendas – ���� Estando na casa iniciadora, se o projeto for aprovado com as emendas encaminha para a casa revisora; ���� Estando o projeto na casa revisora, encaminha-se de volta o projeto com as emendas para a casa iniciadora apreciar a emenda. A casa iniciadora avaliará apenas se aprova ou rejeita a emenda não podendo fazer novas emendas ao texto. Obs.26: O veto do Presidente deverá ser motivado e poderá ser Político – quando o projeto é contrário ao interesse público – ou jurídico – quando ele percebe que não está de acordo com a CF. O presidente manda o veto para o Congresso Nacional no prazo de 48h. o CN terá 30dias para votar em manter ou derrubar o veto. O veto necessitará de maioria absoluta do CN (sessão conjunta) para ser derrubado. Mantido o veto arquiva-se, sendo ele derrubado encaminha-se o projeto para o Presidente promulgar. Passada 48h se o presidente não promulgar, o presidente do Senado terá 48h para promulgar e caso esse não faça o vice-presidente do Senado o fará sob pena de responder por crime de responsabilidade. Durante a apreciação do veto os parlamentares poderão apenas concordar ou discordar com o veto, não poderão “emendar” o veto. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 45 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Votação � Todo projeto de lei tem que passar nas duas casas para virar lei. � Sendo iniciado em uma casa, a outra casa é automaticamente a casa revisora do projeto. � O projeto só tem por casa iniciadora o Senado, nos casos em que o projeto for proposto por um senador ou por comissão do Senado, nos demais casos a casa iniciadora é sempre a câmara. � Deve ser aprovado por maioria simples ou relativa: � Se aprovado ���� segue para discussão e votação na casa revisora; � Se rejeitado ���� o projeto é arquivado, e somente poderá ser proposto novamente na mesma sessão legislativa por meiode proposta da maioria absoluta dos membros da câmara ou do senado. � Estando o projeto na casa revisora, esse será discutido novamente, passando pelo exame de constitucionalidade ou de mérito e seguindo para a votação, onde para ser aprovado necessitará novamente da maioria simples ou relativa: � Se rejeitado ���� o projeto é arquivado, e somente poderá ser proposto novamente na mesma sessão legislativa por meio de proposta da maioria absoluta dos membros da câmara ou do senado. � Se aprovado ���� � Sem emendas ���� projeto segue para deliberação executiva (sanção ou veto presidencial) � Com emendas ���� volta a casa iniciadora para deliberação definitiva, onde as emendas podem ou não serem aceitas, seguindo então para a deliberação executiva (sanção ou veto presidencial) Deliberação Parlamentar Discussão É a apreciação do projeto pela casa. Momento em que o projeto é encaminhado ao poder Legislativo para que esse faça a apreciação do projeto. Faz Exame de : - Constitucionalidade: Comissão de Constituição e Justiça na Câmara E Comissão de Constituição e Justiça no Senado - Mérito ���� oportunidade e conveniência Feita pela comissão temática 1ª Fase. Das comissões Apreciação O poder legislativo poderá propor modificações ao projeto, essas modificações são chamadas de Emendas. Podem ser de vários tipos. *Vide mapa mental sobre emendas à projetos. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 46 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Procedimento Legislativo Ordinário - Esquema � A Casa iniciadora só poderá rever os pontos que foram alterados pela casa revisora; � Quanto as emendas, a casa revisora, só poderá aceita-las ou rejeitá-las, não poderá fazer qualquer alteração. Casa Revisora Discussão Votação Aprovado Rejeitado ���� é arquivado podendo ser proposto novamente na mesma sessão legislativa por meio de proposta da maioria absoluta dos membros da câmara ou do Senado. Sem Emendas Segue para Deliberação Executiva (Sanção ou Veto Presidencial) Com Emendas Casa Iniciadora Discussão Votação Aprovado Volta à casa iniciadora. Voltando à casa iniciadora, está delibera definitivamente sobre o projeto, aceitando, ou não, as emendas e encaminha o projeto para deliberação executiva (sanção ou veto presidencial), independente da decisão quanto as emendas. Rejeitado ���� é arquivado podendo ser proposto novamente na mesma sessão legislativa por meio de proposta da maioria absoluta dos membros da câmara ou do Senado. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 47 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Deliberação Executiva Sanção É o ato do Presidente que denota concordância em relação ao projeto. Veto É o ato em que o Presidente declara não concordar com o Projeto. O prazo para o veto é de 15dias úteis, a contar do recebimento do projeto de lei. Caso haja veto, o Presidente deve enviar mensagem ao Congresso, no prazo de até 48h, com sua motivação. O congresso tem o prazo máximo de 30dias para apreciação do veto em sessão conjunta, caso não seja apreciado o veto trancará a pauta do congresso que não poderá deliberar sobre mais nada até que seja votado o ato presidencial. O congresso aceitando o veto o projeto segue para promulgação com as devidas suspensões. Se, porém, rejeitar o projeto seguirá para a promulgação do jeito que foi aprovado no congresso. (a rejeição deverá ocorrer por maioria absoluta). Expressa Tácita Passados 15 dias do envio do projeto pelo congresso, se o presidente não se manifestar, o projeto será sancionado. � A C.F fala apenas em 15dias, mas para harmonização com o art. 66, § 1º que trata de 15 dias úteis como prazo para que ocorra o veto presidencial, entende-se 15dias úteis para a sanção tácita ocorrer. O presidente declara que concorda com o projeto Sanção Se o projeto for proposto com violação à regra de iniciativa privativa do Presidente, mesmo que esse sancione o projeto, o vicio de iniciativa não é convalidado e a lei em questão é tida como inconstitucional. Tanto a sanção quanto o veto são atos de competência exclusiva do Presidente da República. Só há sanção ou veto para Lei. Não há sansão ou veto para Emenda Constitucional, Lei Delegada, Decreto Legislativo nem para resolução. Veto Quanto à Extensão Total Político Jurídico Quanto aos motivos O veto parcial não pode ser de apenas uma palavra, tem que ser no mínimo de uma alínea, um inciso, um parágrafo, um artigo. Ocorre por questão de mérito, decorre do juízo de conveniência e oportunidade do Presidente da República. Ocorre quando o Presidente veta um dispositivo por entendê-lo inconstitucional. Parcial Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 48 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro 5.2. Processo Legislativo Sumário (Rápido). A iniciativa do projeto é do presidente da república acompanhado do pedido de urgência. Tem mesmo procedimento do processo legislativo ordinário e especial tendo apenas as seguintes diferenças: � Como é de iniciativa do Presidente da República terá como casa iniciadora necessariamente a Câmara dos Deputados; � A sua fase legislativa termina em até 100dias já que o prazo sumário exige que o procedimento de cada case dure no máximo 45dias (em cada casa) e havendo emenda pela casa revisora a casa iniciadora terá 10dias para avaliar a emenda. Obs.27: Os prazos do regime de urgência não são contados nos períodos de recesso parlamentar. Obs.28: A casa que perder o prazo sofrerá o sobrestamento (travamento) de sua pauta. Obs.29: O regime de urgência não pode ser aplicado aos projetos de Código. 5.3. Lei Delegada. É uma lei feita pelo Presidente da República com autorização do Congresso Nacional. Esquema 16: Presidente pede autorização para o CN Pedido de Autorização Senado Câmara É autorizado então por meio de Resolução do Congresso Nacional Regras � Assunto: Comum, não pode ser de lei complementar e não pode ser de matéria de iniciativa privativa de outra pessoa, ou seja, só pode ser sobre matéria que o Presidente pudesse propor projeto de lei; � Limite: � Prazo: não é definido na CF, o CN é quem vai definir o prazo, mas de acordo com o STF o prazo não poderá exceder a legislatura, pois é o Congresso de hoje, autorizando o presidente de hoje à fazer a lei, ultrapassando a legislatura muda-se o Congresso e pode se alterar também o presidente. * O fato do congresso autorizar o presidente à fazer uma lei não tira do CN o direito de fazer. Se o CN quiser poderá fazer a lei mesmo tendo autorizado que o PR faça. O CN poderá ou não apreciar o projeto antes que a lei seja criada, podendo concordar ou discordar. Concordando o projeto é promulgado pelo Presidente da República, discordando arquiva-se o projeto. Direito Constitucional – Prof. Nelma Fontana ~ 49 ~ Anotações de Lílian Batista Ribeiro Aula 12 - 26/03/2012 6. Medida Provisória (Art. 62, CF): Pelo principio da Simetria, adota-se também essa espécie normativa em nível estadual
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