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18044 5 aula historico pol. agric. brasil

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POLÍTICA AGRÍCOLA BRASILEIRA – CONTEXTO E INSTRUMENTOS
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A Política Agrícola compreende um conjunto de ações e medidas do Estado, voltadas ao apoio e regramento das atividades agropecuárias e se manifestam por meio de programas, planos ou ações governamentais direcionados ao setor.
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Voltada a um modelo de desenvolvimento, as políticas agrícolas podem ser classificadas, conforme Mueller (2007) em quantitativas e qualitativas.
Quantitativas: são relativas à estímulos para a produção agropecuária
Qualitativas: são relativas à mudanças estruturais
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As atividades agropecuárias estão sujeitas a uma série de elementos que podem interferir em seus resultados.
Os agricultores estão sujeitos a um número de incertezas maior que em outras atividades e de difícil controle, pois estão relacionadas com fenômenos naturais.
Esse é uma das principais razões que levam o Governo a atuar nos mercados agropecuários. 
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Nesta safra, o crédito ofertado para a agricultura familiar é dez vezes maior do que o contratado há 12 anos. Saltou de R$ 2,3 bilhões, em 2002/2003, para R$ 24,1 bilhões – 14,7% superior ao da safra passada.
Os principais eixos do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2014/2015, baseiam-se no apoio estratégico aos médios produtores, à inovação tecnológica, ao fortalecimento do setor de florestas comerciais e à pecuária de corte, além de ajustes no seguro rural. Ao todo, serão disponibilizados R$ 156,1 bilhões – alta de 14,7% sobre os R$ 136 bilhões da safra 2013/14.
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• Política fiscal: tributação, mecanismos de isenção fiscal e de incentivos fiscais.
• Política monetária: taxa de juros, de empréstimos.
• Política cambial: câmbio valorizado versus câmbio desvalorizado.
• Política de rendas: legislação trabalhista e política de zoneamento do uso da terra.
• Política comercial: acordos comerciais entre países.
• Política agrícola: crédito rural, política de garantia de preços mínimos, seguro rural, pesquisa, extensão rural, sanidade vegetal e animal, políticas específicas
para certos produtos e insumos, política de uso florestal e de incentivo ao reflorestamento. 
Vários são os mecanismos de políticas que influenciam as atividades agropecuárias:
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As políticas agrícolas podem induzir mudanças desejadas pelos diversos governos, através do arranjo de instrumentos que estimulem a produção (preços, crédito, juros, seguro, formação de estoques, exportações, compras internas) e promovam a distribuição social da riqueza da agricultura.
Sendo assim, a orientação dessas políticas é dada pelo papel que se espera da agricultura em um momento histórico (liberar mão de obra, baratear o custo da cesta básica, promover as exportações de determinados produtos, garantir a segurança alimentar, fortalecer a agricultura familiar ou patronal, etc.).
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Celso Furtado (1971), em sua obra Formação econômica do Brasil, descreve a formação econômica do Brasil como um processo histórico de difusão do progresso técnico.
 
No final dos anos 1950, Celso Furtado já ressaltava a dificuldade de transição da economia colonial para uma economia nacional em função de uma não ruptura com o passado colonial ficando, assim o Brasil “condicionado” a uma relação de dependência.
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Podemos identificar diferentes momentos nas políticas agrícolas brasileiras: 
Modernização conservadora da agricultura: 1965–1985.
Desmonte das políticas agrícolas e liberalização dos mercados: 1985–1995.
Retomada da política de crédito com juros controlados, mas com recursos privados: 1995-2002.
2003 - 2007: fortalecimento da política de crédito e pequena retomada de outros mecanismos, principalmente dos direcionados à agricultura familiar (seguro agrícola, seguro de preços, compras institucionais, assistência técnica etc.).
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Fim do Pousio
Rotação de culturas
Importação nutrientes pelos ruminantes 
Inicio Adubação Mineral
 
Intensificação
 
1º Revolução da Agricultura Tempos Modernos (séculos XVII a XIX)
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2º Revolução da Agricultura Tempos Modernos (séculos XIX e XX)
“Das lavouras às biotecnologias” – Goodman; Sori e Wilkinson
Ocupação do Território Americano Migração Europeia
Motomecanização: Arado de Aço – John Deere (1820 a 1870)
		 Trator – Henry Ford / Sistema Ferguson 3º Ponto
Nutrição Plantas: Rochas Moída (P e K) / Síntese da Amônia Cyanamide e BASF
Seleção de Plantas: Milho Híbrido Pionner e DKalb
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1930
Início século XX – Crises e Políticas Públicas
Rosevelt - New Deal: Projeto nacionalista (Obras públicas, destruição estoques, controle produção agrícola, redução jornada trabalho) . 
Política Agricultural Adjustment Act – AAA Controle produção agrícola. Subsídios. Redução excedentes para manutenção preços. 
Ampliação e aprofundamento da agricultura “moderna”.
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Século XX – 2º Guerra
II Guerra Mundial – Europa Destruída.
Reestruturação realizada pelos EUA via Plano Marshall 
“modernização agricultura”
Guerra Fria (50-60): 
Capitalismo x Socialismo
Pós Cuba. Pressão sobre os países periféricos!
Agricultura moeda de disputa!
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Nelson Rockefeller
Iniciativas de projetos pilotos bem sucedidos.
Rockefeller foi um dos principais atores, norte americano, a atuar de forma efetiva nas iniciativas de extensão rural no Brasil.
O impulso dado para a agropecuária brasileira se embasou no modelo americano de agricultura e Nelson Rockefeller se embasa no progresso técnico como parte para a formação do agronegócio.
“Havia interesse nas indústrias de montante – máquinas, equipamentos, pesticidas e fertilizantes químicos – bem como na de jusante – processamento de grãos e carnes, entidades creditícias para financiamento, a pesquisa agropecuária e a extensão rural” (OLIVEIRA, 1999, p.112).
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Política de Crédito Rural
O crédito rural é um importante instrumento de política agrária, para o agricultor, especificamente, é um dos principais. Assim, em 1965 é criado o Sistema Nacional de Crédito Rural – SNCR.
Durante a Revolução Verde o crédito rural foi farto e bastante subsidiado, e juntamente com a pesquisa e a assistência técnica garantiu a modernização da agricultura.
Mas esse recurso, sob o SNCR era também direcionado para agricultores com capacidade de inovar.
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O modelo de desenvolvimento econômico adotado pelo Brasil, a partir da década de 1960 implantou uma política agrícola fortemente intervencionista e destinada a modernizar o setor.
A partir de 1964 ocorre a intensificação do processo de industrialização sob o novo padrão de desenvolvimento capitalista centrado em mercados internacionais, inaugurado sob a ideologia de modernização conservadora da ditadura militar. 
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Principais instrumentos de política agrícola utilizados:
Estatuto da Terra
Sistema Nacional de Crédito Rural (1965)
Manual de Crédito Rural
Política de Garantia de Preços Mínimos – PGPM 
Seguro Agrícola
Pesquisa Agropecuária
Extensão Rural
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Sistema Nacional de Crédito Rural
O SNCR tinha o objetivo de oferecer crédito farto e barato a agricultores capazes de empreender a modernização agrícola. 
Os recursos vinham da aplicação compulsória de bancos comerciais, no período de 1965 até 1985.
 O tesouro Nacional que chegou a participar com mais de 80% no recurso de crédito rural caiu para 40% em 1980.
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Sistema Nacional de Crédito Rural
As taxas aplicadas eram, em geral, 25% mais baratas que as praticadas no mercado e os juros, até meados da década de 1980 eram negativos. 
Era um crédito altamente subsidiado, que atuava selecionando produtos exportáveis, produtores de grande porte, determinadas regiões que poderiam proporcionar a modernização e o tipo de agricultura buscada.
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Política de Garantia de Preços Mínimos - PGPM, Comercialização e Estoques Reguladores
A PGPM visa a garantia de renda dos agricultores e da oferta dos produtos agrícolas. 
Os cortes nas políticas de crédito e na PGPM começaram na década de 80
e se aprofundaram nos anos 90, com a predominância das políticas neoliberais dos governos Collor e FHC.
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Política de Garantia de Preços Mínimos - PGPM, Comercialização e Estoques Reguladores
A PGPM, adaptada do modelo norte-americano, visava a regular e a estabilizar a forte oscilação dos preços agrícolas no período de safra e entressafra. Funcionava através de Empréstimos do Governo Federal (EGF) e podia ser de dois tipos: Sem Opção de Venda e Com Opção de Venda, tornando-se, neste caso, Aquisição do Governo Federal (AGF). As exigências de qualidade também favorecia aos produtores de grande escala.
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Seguro Agrícola
Foi uma medida visando auxiliar a agricultura subsidiada. Em 1973 o governo instituiu o PROAGRO que era um seguro de crédito, não para o agricultor e que visava também estimular a participação dos bancos comerciais no SNCR.
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Pesquisa Agropecuária
Institucionalizada em 1973 com a criação da EMBRAPA. A primeira medida adotada foi a capacitação de profissionais; e, como esta se deu em escolas norte-americanas, a instituição incorporou o perfil especializado e difusionista em voga nos EUA à época.
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Extensão Rural
Instrumento amplamente utilizado para a modernização da agricultura. Foi instituído com a criação da EMBRATER e de sedes regionais, as EMATER’s, sua função era difundir as pesquisas realizadas pela EMBRAPA. Iniciou suas atividades com grandes propriedades de fazendeiros modernos.
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Manual de Crédito Rural
O Manual de Crédito Rural (MCR) codifica as normas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e aquelas divulgadas pelo Banco Central do Brasil relativas ao crédito rural, às quais devem subordinar-se os beneficiários e as instituições financeiras que operam no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), sem prejuízo da observância da regulamentação e da legislação aplicáveis.
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São objetivos do crédito rural: 
estimular os investimentos rurais para produção, extrativismo não predatório, armazenamento, beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários, quando efetuado pelo produtor na sua propriedade rural, por suas cooperativas ou por pessoa física ou jurídica equiparada aos produtores; 
b) favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos agropecuários; 
c) fortalecer o setor rural; 
d) incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento da produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada defesa do solo; 
Manual de Crédito Rural
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e) propiciar, através de crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais; 
f) desenvolver atividades florestais e pesqueiras; 
g) quando destinado a agricultor familiar ou empreendedor familiar rural, nos termos da Lei nº 11.326, de 24/7/2006, estimular a geração de renda e o melhor uso da mão de obra familiar, por meio do financiamento de atividades e serviços rurais agropecuários e não agropecuários, desde que desenvolvidos em estabelecimento rural ou áreas comunitárias próximas, inclusive o turismo rural, a produção de artesanato e assemelhados. 
Manual de Crédito Rural

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