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4 O DIREITO DOS POVOS ANTIGOS ROMA

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O DIREITO DOS POVOS ANTIGOS 
O DIREITO ROMANO 
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INTRODUÇÃO: IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO DIREITO ROMANO
O Direito Romano sempre foi objeto de estudo dos juristas, especialmente nas nações de origem latina. Os romanos influenciaram nosso idioma, noção de urbanização, literatura, e especialmente o DIREITO.
Não é possível a formação científica do jurista sem o conhecimento das instituições jurídicas romanas, em especial as de matéria cível. Como afirma Abelardo Lobo (1931, p.7) citado por Flávia Lages (2003, p.78), oitenta artigos do nosso Código Civil de 1916, foram baseados direta ou indiretamente nas fontes jurídicas romanas. 
O Império Romano, em seu apogeu, era vastíssimo. Conquistou todo as terras banhadas pelo Mar Mediterrâneo (Mare Nostrum) e quase toda a Europa, tendo como fronteira norte a Grã-Bretanha e Alemanha. No século I d.C., Roma contava mais de um milhão de habitantes.
Os romanos eram altivos e orgulhosos, consideravam-se predestinados a serem caput mundi (“cabeça do mundo”).
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HISTÓRIA DE ROMA: 
DIVISÃO POLÍTICA 
A história da urbs se divide em Realeza (da fundação de Roma até 510 a.C.), República (de 510 a.C. até o ano de 27 a.C.) e Império (de 27 a.C. até a morte de Justiniano em 566 d.C.)[1]
A fundação de Roma (Rômulo e Remo), é datada de 753 a.C.. Nos séculos seguintes, Roma, assim como outras Cidades-Estado da região, era governada por um reinado, vitalício porém eletivo e, principalmente, não hereditário.
As assembléias, chamadas Comícios Curiatos, escolhiam um rei cujo nome havia sido proposto pelo Senado e investiam-no Imperium, que abrangia os poderes militar, civil, religioso e judiciário. As decisões do soberano eram inapeláveis. 
Senatus vem da palavra senis que quer dizer ancião. No final da realeza o senado era composto por trezentos membros que eram conselheiros do rei. Durante este período, o Senado não tinha poder, aconselhava quando solicitado.
Os comícios Curiatos eram reuniões de todos os homens considerados “povo”, que eram os patrícios e os clientes, excluindo-se os plebeus e os escravos.
Durante a República (Res + Publicae = coisa do povo) os romanos decidiram pulverizar o poder executivo para as mãos de muitos, com mandatos geralmente de um ano. Somente o Senado permanecia vitalício, mas durante esse período sua função primordial era cuidar de questões externas.
[1] O Período do Império subdivide-se em Alto Império (27 a.C. até 284 d.C.) e Baixo Império (de 284 d. C. até a morte de Justiniano)
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HISTÓRIA DE ROMA: 
DIVISÃO POLÍTICA
Os que detinham o poder executivo na Roma Republicana eram denominados Magistrados e cada qual tinha sua função específica. Dividiam-se em Magistrados Ordinários, ( Cônsules, Pretores, Edis, Questores), cargos permanentes eleitos anualmente, e Extraordinários (censores) escolhidos apenas quando da necessidade.
Os candidatos deveriam ser cidadãos plenos (optimo iure) e dependendo do cargo já terem exercido atividades públicas (cursus honorum)[2].
[2] O cursus honorum ou caminho da honra era a escala de cargos que deviam ser alcançados sucessivamente, primeiro a questura, depois edilidade, pretura e consulado. A partir do séc.I d.C. estabeleceu-se a idade mínima para exercer esses cargos: 31, 37, 40 e 43 anos respectivamente.
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HISTÓRIA DE ROMA: 
DIVISÃO POLÍTICA
Cônsules: sempre em número de dois, com poderes equivalentes. Comandavam o exército, presidiam o Senado e os Comícios. Representavam a cidade em cerimônias religiosos e em questões administrativas eram os superintendentes dos funcionários.
Pretores: atuavam na esfera da Justiça. Havia o Pretor Urbano, responsável pelas questões envolvendo apenas romanos na cidade e o Pretor Peregrino, que cuidava das questões de justiça no campo e envolvendo estrangeiros. Não tinha função julgadora, examinava as alegações das partes, fixava os limites da disputa judicial e remetia o caso a um Juiz particular para o julgamento. Era o Administrador da Justiça. A partir do séc. II a.C., com a Lei Aebutia, que modificou o processo o pretor além de fixar os limites poderia instruir o juiz como este deveria proceder.
Edis: Cuidavam fisicamente da cidade, isto é, provisões, segurança, tráfego urbano, fiscalizavam o aumento de preços e exatidão dos pesos e medidas do mercado, conservação dos prédios públicos, organizavam os jogos públicos.
Questores: cuidavam das questões da fazenda. Possuíam a custódia do tesouro público, cobravam os devedores, denunciavam estes à justiça, seguiam generais e governadores como tesoureiros.
Censores: eleitos de cinco em cinco anos, responsáveis pelo Censo[3] (recenseamento). Eram responsáveis pelo Regimen Morum, isto é, o policiamento dos costumes. Poderiam devassar a vida do indivíduo, caso encontrassem maus exemplos, filosofias dissidentes com o que era considerado romano, o denunciavam nas Assembléias Públicas.
 [3] Bloch, citado por Flávia Lages ressalta “Por turno de tribos, os cidadãos se apresentavam, com seus bens móveis diante da repartição dos censores (villa publica), instalada no Campo de Marte, para fazerem a declaração (fassio)” do estado civil, relações de serviço e riqueza, perante os censores, os notáveis das tribos e outras pessoas de confiança. As mulheres, os filhos e clientes eram representados pelo chefe da família. Comissários do censo eram enviados aos exércitos que se encontravam em campanha.”
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HISTÓRIA DE ROMA: 
DIVISÃO POLÍTICA
Durante a época do Império, o Imperador era a figura principal do governo romano. Este nome Imperator significava que o princeps (primeiro homem de Roma) possuía o imperium, em todos os aspectos, civil, militar e judiciário.
Durante este período as magistraturas republicanas subsistem, mas perdem sua força e importância. Apenas o senado teve sua competência ampliada, com relação ás questões legislativas, eleitoral e judicial, podia conhecer qualquer delito.
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O DIREITO ROMANO 
A criação do direito romano é tão importante que hoje o nosso Estado de Direito só foi possível graças a uma criação típica desse povo. O direito romano é o conjunto de normas vigentes em Roma da Fundação até Justiniano. 
A definição de Direito passava por seus fundamentos: “viver honestamente, não lesar ninguém e dar a cada um o que é seu.”[4]
O pragmatismo romano encontrou no Direito um apoio para desenvolver-se dentro dos parâmetros que eles mesmos consideravam essenciais.
Didaticamente pode-se estabelecer três períodos fundamentais no Direito Romano, o Período Arcaico (ou Pré-Clássico), o Período Clássico, e o Período Pós-Clássico.
 [4] Iuris praecepta sunt haec: honete vivere, alterum non ladere, suum cuique tribuere.
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O DIREITO ROMANO
O Período Arcaico ou Pré Clássico 
Este período vai da fundação de Roma, no séc. VIII a.C. até o séc.II a.C. O direito caracteriza-se pelo formalismo, rigidez e ritualidade. O Estado tinha funções limitadas a questões de guerra, punições dos delitos mais graves e observância das regras religiosas.
A família era o centro do Direito. Os cidadãos eram vistos como membros de uma unidade familiar, antes de serem vistos como indivíduos. 
Em 451 e 450 a.C. em resposta a uma das revoltas da plebe Romana, foi instituída a Lei das XII Tábuas. A escola tradicionalista atribui ao tribuno da plebe, Gaio Arsa, a criação de uma magistratura no ano de 461 a.C., encarregada de redigir uma forma de lei que diminuísse o arbítrio dos cônsules. A lei escrita traria uma menor variação nos julgamentos que envolvessem Patrícios e Plebeus, uma vez que os juízes eram de origem patrícia.
Historiadores afirmam que a comissão encarregada foi enviada à Grécia, a fim de estudar as leis de Sólon. Dois anos depois foi nomeada uma magistratura extraordinária composta de dez membros, os decênviros (dez varões) os quais teriam redigido a denominada LEI DAS XII TÁBUAS.
Esta legislação foi uma codificação de regras costumeiras, e mesmo entrando em desuso, foi considerada fonte de todo o direito na história de Roma.
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O DIREITO ROMANO
Período Clássico 
Do séc. II a.C. até o séc. III d.C., foi o auge do direito romano e de seu desenvolvimento. 
O Poder do Estado foi centralizado e, os pretores e jurisconsultos, adquiriram maiores poderes, inclusive podendo modificar regras existentes. 
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O DIREITO ROMANO
Período Pós-Clássico 
Do séc. III ao séc. VI d.C., o Direito Romano não teve grandes evoluções, ao contrário tornou-se vulgar, fazendo nascer a necessidade de fixar-se, a codificação parecia ser a solução mais adequada, apesar dos romanos a considerarem desnecessária. Algumas tentativas nesse período foram feitas de forma bem restrita, tais como, Codex Gregorianus, o Codex Hermogenianus, o Codex Theodosianus.
Após a queda do Império no Ocidente, Justiniano, Imperador do Oriente, conseguiu empreender sua codificação de forma eficaz.
O Código de Justiniano foi denominado de Corpus Iuris Civilis, e é uma codificação considerada conclusiva, porque todos os códigos modernos trazem a marca desta obra.
O Corpus Iuris Civiles é composto por quatro obras: 
O Codex (529) – e reúne a coleção completa das Constituições Imperiais; 
O Digesto (de 530) – seleção das obras dos Jurisconsultos; 
As Institutas – um manual de direito para estudantes; 
As Novelas – que são a publicação das leis do próprio Justiniano. 
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FONTES DO DIREITO ROMANO Costumes 
A forma mais espontânea e mais antiga de constituição do direito é o Costume. Em Roma denominava-se consuetudo e, com maior freqüência de mores. Para os romanos não era apenas fonte específica do direito, mas adjetivo obrigatório ao bom romano.
Conforme Maria Helena da Rocha Pereira, citada por Flávia Lages, “os romanos tinham como suporte fundamental e modelo do seu viver comum a tradição, no sentido de observância dos costumes dos antepassados.” 
Como exemplo clássico podemos citar : 
A Fides, o cumprimento de um juramento que compromete ambas as partes na observância de um pacto. A fides existe no direito pelo menos desde a Lei das XII Tábuas.
A Pietas justificava o poder do pater familias visto que este tinha obrigação com aquele a quem está ligado, seja pelo sangue, pela política, dever com os deuses, a pátria e a família.
A Gravitas era a característica da seriedade, indicava que o homem era compenetrado, era muito usada na defesa perante o tribunal. Cícero utilizou o termo para defender um cidadão chamado Murena, acusado por um censor de ser dançarino e ofender os bons costumes.
Pode-se citar, ainda, a Dignitas, relacionada com dignidade e com cargos públicos, Honor, reconhecimento público de mérito e a Glória, usada na defesa de Sestio, como só sendo possível a homens de bem porque somente estes podem alcançar tal reconhecimento.
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FONTES DO DIREITO ROMANO
Leis e Plebiscitos
A palavra Lex tem significado mais amplo do que se tem atualmente, indicava uma deliberação de vontade com efeitos obrigatórios. 
Nesse sentido temos: a Leges Provatae (leis privadas- contrato por exemplo), Lex Colegii (estatuto de uma cidade romana), Lex Publica (deliberações dos órgãos do Estado). No período da Realeza, Lex Curiatae – votada pelas cúrias – e a Lex Centuriatae – votada pelos plebeus via centúria (pelos centuriãos, que eram plebeus).
No período Republicano há duas espécies de leis, Lex Rogata- votadas pelos cidadãos romanos reunidos em Comícios, propostas por magistrados e passavam a vigorar após ratificação do Senado; e a Lex Data- leis provenientes do Senado ou de algum magistrado.
Caso o Senado não ratificasse, a princípio essa lei era válida entre os plebeus, se fosse um Plebiscito, após a lei Hortênsia (286 a.C.) as decisões do Plebiscito tinham força de lei para a sociedade como um todo. 
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FONTES DO DIREITO ROMANO
Editos dos Magistrados 
Os Pretores no período da República eram responsáveis pela Justiça. Ao iniciar seus mandatos publicavam os Edicta para tornar pública a forma pela qual a justiça seria administrada durante o seu ano. 
Acabavam por criarem novas normas, visto que os Editos bem sucedidos eram reeditados por seus sucessores, chamados Edictum Tralacium. Os Editos que continham inovações denominavam-se Edictum Repentinum. 
 Essa experiência fez surgir um corpo extratificado de regras, codificadas em 130 a.C. por Sálvio Juliano, a pedido do Imperador Adriano.
A regra de praetor ius facere non potest[5], embora não usada na prática sempre esteve presente, essas regras eram denominadas Ius Honorarium, mas não se comparava ao Ius Civile (direito civil), que era superior.
[5] O pretor não pode criar o direito.
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FONTES DO DIREITO ROMANO
Jurisconsultos
No princípio da história romana, somente os sacerdotes conheciam as normas jurídicas e somente eles as interpretavam. A partir do fim do séc.IV a.C. esse monopólio passou a não mais existir, surgindo a figura dos Jurisconsultos.
Os Jurisconsultos eram considerados como parte de uma aristocracia intelectual, tendo em vista o estudo profundo e sistemático do direito.
Os Prudentes como também eram chamados, ditavam as formas dos atos processuais aos magistrados e as partes, não atuavam em juízo, esta indicação denominava-se agere.Também atuavam na elaboração e escrita de instrumentos jurídicos, em face do formalismo exigido, a isso chamamos cavere. Cabia-lhe, também, o respondere, que era a emissão de pareceres jurídicos sobre questões a pedido de particulares e magistrados. 
Até o fim da República sua atuação só tinha valor para o caso específico apresentado, entretanto, a partir do Séc. I a.C., com Augusto, seus pareceres passaram a ter força de lei, pois passaram a responder com a mesma autoridade do Príncipe. A jurisprudência passou então a ser um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento do Direito Romano. 
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FONTES DO DIREITO ROMANO
Senatus-Consultos e Constituições Imperiais 
Deliberações do Senado mediante proposta dos magistrados, após o principado (século I a.C.), passaram a ser lei.
Durante a República o Senado não legislava, mas aconselhava os magistrados.
Durante o Império os senatus-consultos eram apenas formalismos desejados pelo Imperador para fazer valer certas decisões impopulares.
A partir do séc. II d.C. após o imperador Adriano, as decisões do Imperador passaram a ser fontes do direito, progressivamente conforme centralizava-se o poder passaram a ser fonte única do direito. 
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FONTES DO DIREITO ROMANO
CONSTITUIÇÕES IMPERIAIS (Constituitiones) 
Reunião das decisões de um imperador
Começam a ter força de lei a partir do século II d.C., e paulatinamente começam a substituir as outras fontes
Formas:
Edicta: deliberações de ordem geral.
Mandata: instruções dadas aos funcionários imperiais e aos governadores de província.
Decreta: Decisões proferidas em processo no exercício do supremo poder jurisdicional (jurisdictio). O Princeps decidia em primeira ou em grau de apelação. Os decretos eram aplicados pelos juristas a casos semelhantes.
Rescripta: respostas solicitadas ao imperador a respeito de casos jurídicos a ele submetidos pelos magistrados ou particulares. 
Os jurisconsultos imperiais consideravam legislativa a própria vontade do Imperador, “O que agrada ao príncipe tem força de lei”(Ulpiano, Digesto. 1,2,1, pref.).
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DIVISÃO DO DIREITO ROMANO
Principal 
Ius Civile – direito próprio e exclusivo do cidadão romano
Ius Gentium – direito universal, aplicável a todos os homens livres, baseado na razão universal
Quanto à fonte
Ius Civile – direito tradicional que provinha do costume, das leis, etc.
Ius Honorarium – direito elaborado pelos Pretores, através dos Éditos.
Ius Extraordinarium – direito derivado da atividade jurisdicional do Imperador.
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DIVISÃO DO DIREITO ROMANO
Quanto à forma como as regras podem ser aplicadas
Ius Cogens – absoluto, independente da vontade das partes.
Ius Dispositivum – admite a expressão da vontade dos particulares.
Quanto ao sujeito em relação ao qual o direito era aplicado
Ius Commune – conjunto de regras que regem, de modo geral, uma série de casos.
Ius Singulare – regras que valem somente para uma categoria de pessoas, grupos, situações específicas
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INSTITUIÇÕES JURÍDICAS
CAPACIDADE JURÍDICA DE GOZO DE DIREITOS
Aptidão do indivíduo para ser sujeito de direitos e obrigações
Condições:
Status Libertatis (ser livre) – escravos não tinham direitos privados ou públicos, sendo objetos de relações jurídicas;
Status Civitatis (ser cidadão romano) – nascer em Roma, de casamento válido pelo Ius Civile (direito romano), ou de mãe cidadã romana, ou receber a cidadania por lei ou vontade do Imperador;
Status Familiae (ser independente do pátrio poder de alguém) – organização da família: distinção: allien iuris (sujeitos ao pátrio poder do paterfamilias) ou sui iuris (independente do pátrio poder do paterfamilias)/
Allen Iuris – não são totalmente incapazes. Tem plena capacidade no que diz respeito aos direitos públicos, mas possuem restrições no âmbito patrimonial (estão sob tutela do paterfamilias). Podem sair dessa condição com a morte do ascendente masculino direto ou emancipar-se
Sui Iuris – geralmente eram os paterfamilias
Capitis Diminutio maxima – perder total capacidade de gozo, pela perda de cidadania, e consequentemente de todos os direitos (ex.: tornar-se escravo)
Capitis Diminutio media – perda parcial da capacidade de gozo, quando o sujeito era desapropriado e tornava-se um peregrinus sem pátria
Capitis Diminutio minima – perda parcial, no caso de mudança de Status Familiae por emancipação ou por adoção.
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DIREITO DE FAMÍLIA
FAMÍLIA – conjunto de um patrimônio e pessoas que estão sob o poder de um paterfamilias
PARENTESCO
Agnatio – estritamente jurídico, englobando todos que estão sob o poder de um mesmo paterfamilias (transmitido somente pela linha paterna, pois só o homem poderia ter o pátrio poder).
Cognatio – de caráter biológico, relativo à ascendência comum (sangüíneo)
PÁTRIO PODER
Poder absoluto do paterfamilias sobre todos os membros e patrimônio que se constituísse a família (poder de vida e morte). Abrangia:
Patria Potestas – poder sobre os filhos;
Manus – poder sobre a esposa;
Dominica potestas – poder sobre os escravos;
Mancipium – poder sobre pessoas livres, allien iuris (que passavam de um paterfamilias para outro, pela venda por exemplo)
Quando a pessoa se livrava da influência do paterfamilias:
Morte do paterfamilias
Perda da cidadania
Adoção por outro paterfamilias
Emancipação de filho allien iuris
Casamento
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DIREITO DE FAMÍLIA
Casamento – ato consensual de contínua convivência, questão de fato, não de direito.
Cum manu – a mulher sai da dependência de seu paterfamilias para a dependência do marido e do paterfamilias da familia do seu marido;
Sine manu – não há sujeição da mulher ao marido e esta pode continuar sob o poder de seu paterfamilias, conservando os seus direitos sucessórios da família de origem (mais comum)
Impedimentos – loucura, consanguinidade, parentesco adotivo, diferença de classes, condição de soldado em campanha, ser tutor e pupila ou já ser casado;
Divórcio – possível (havia atos solenes)
Dote – conjunto de bens que a noiva traz para o marido para sustentar o ônus do matrimônio.
Adoção
Adrogatio – adoção de um paterfamilias por outro paterfamilias
Adoptio – adoção de um indivíduo sui iuris (geralmente mulheres viúvas)
Não havia limite de idade, mas o adotante deveria ser mais velho que o adotado
Mulheres eram proibidas de adotar (exceto com autorização especial quando perdiam os próprios filhos)
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DIREITO DE FAMÍLIA
TUTELA E CURATELA
Finalidade – dar meios para que uma pessoa que não tem condições de fazê-lo sozinha possa ter seus bens cuidados (tem relação com a questão da capacidade).
Tutela – incapacidade por idade ou sexo (crianças e mulheres sui iuris)
Curatela – casos excepcionais de incapacidade (loucura, etc.)
SUCESSÃO
Succedere in ius (suceder no direito) – transmissão de todos os direitos e obrigações do morto para outrem
Hereditas – processo por meio do qual se realizava a transmissão e seu objeto (patrimônio)
Herédis – herdeiro
Herança – balanço entre o que o morto devia e o que tinha
Testamento – expressão da vontade unilateral do testador que indica o seu sucessor
DELITOS
A represália (vingança) era sob a livre vontade do ofendido
Não há distinção entre punição e ressarcimento
Conhecem a legítima defesa, direito do silêncio, distinção entre culpa e dolo, extinção da pena (cumpriu ou foi perdoado, ou morreu) e co-autoria
Permitiam a retroatividade da lei (crimes podem ser punidos mesmo que a lei fosse criada depois do ato – hoje isto não é mais possível).
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Referências Bibliográficas
CASTRO, F L. História do direito geral e Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2003.
CRETELLA JÚNIOR, J. Curso de Direito Romano: o direito romano e o direito civil brasileiro. 17ªed. Rio de Janeiro: Forense, 1994.

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