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Exercícios de Fixação sobre Teoria Geral do Processo

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1 
 
Exercícios de fixação de aprendizagem 
Teoria Geral do Processo 
Professora Gisele Leite 
 
1ª.) O que vem a ser Teoria Geral do Processo? 
É a teoria que assenta e estrutura os princípios básicos e conceitos 
da ciência processual1. Tem sua origem no sistema jurídico romano-
germânico que insistentemente busca a efetividade do processo, e 
portanto, de soluções para os pontos de estrangulamento da 
máquina do judiciário e para o déficit garantísitico do processo, e, 
portanto, de soluções para assegurar o respeito à dignidade da 
pessoa humana de todos os seus atores e a qualidade e 
confiabilidade de suas decisões. 
São dois os principais motivos que impulsionam a necessária 
reformulação da Teoria Geral do Processo: a superação da 
clássica concepção de jurisdição tida como atividade meramente 
declaratória de direitos; a necessidade de adaptar seus tradicionais 
institutos à tutela coletiva de direitos. 
Ademais a crassa insatisfação do jurisdicionado com a prestação da 
tuela jurisdicional requer que se busque novos meios para que se 
atinja um efetivo e amplo acesso à justiça. Daí, a relevância do 
tempo razoável do processo. 
O direito processual conforme bem apontou Pontes de Miranda, é a 
porção do ordenamento que está mais rente à vida. Portanto é 
razoável que a dogmática processual concentre seus maiores 
 
1
 Segundo José Albuquerque da Rocha, a teoria geral do processo é conjunto de conceitos sistematizados que serve 
aos juristas como instrumento para conhecer os diferentes ramos do direito processual. Há duas principais 
correntes que justificam os elementos necessários à construçã da teoria geral do processo. A primeira teoria é a 
realista e a segunda é a racionalista. 
Pela tese realista também chamada de empírica, deve-se partir do caso concreto e da observação dos diferentes 
direitos processuais aplicados para a elaboração dos princípios geraos por meio da indução. O método seria estudar 
os diversos ramos do direito processual buscando analogias entre os mesmos, filtrando as semelhanças até que se 
alcacem os princípios norteadores do processo. 
Já pela tese racionalista, os conceitos se formam no plano abstrato e depois são aplicados aos diferentes ramos do 
direito processual. Partindo do princípio da dedução. O conhecimento da realidade não está fundamentado nos 
fatos, mas nas ideias básicas. E, segundo essa tese a referida teoria geral do processo é dividido em ação, jurisdição 
e processo. 
2 
 
esforços na resolução de questões de natureza eminentemente 
práticas. 
Mas tais formulações dogmático-processuais precisam de 
arcabouço teórico que lhe dê o mínimo de sustentabilidade aos 
seus objetivos práticos e às pretensões científicas, até porque uma 
boa prática é necessariamente sustentada por uma teoria 
consistente, sendo certo que deve se prestar à resolução de 
problemas práticos, daí a curial constatação de Lourival Vilanova2 
de que o jurista é a intersecção da teoria com a prática, ou seja, 
da ciência com a experiência. 
2ª.) Qual é a distinção entre os sistema do civil law e da common 
law? 
O sistema da civil law é de direito escrito enquanto que o common 
law é de direito costumeiro, aplicado pela jurisprudência (com base 
dos precedentes judiciais). 
No sistema do civil law (como é nosso sistema jurídico) a jurisdição 
é estruturada basicamente com a finalidade de atuação do direito 
objetivo e, por isso, a administração da justiça adota o modelo 
hierárquico e centralizador. 
Os juízes são considerados a boca da lei (conforme se expressou 
Montesquieu) para justificar a ideia de que os poderes dos juízes 
decorrem da lei e à lei devem estar sempre subordinados. 
Já no sistema common law, os juízes e a função da justiça enfocam 
a pacificação dos litigantes através da reconciliação de seus 
objetivos diretos, imediatos. Pouco importanto se a pacificação 
ocorrerá à luz da lei ou por outros critérios que sejam mais 
adequados ao caso concreto. 
A função primordial da justiça no common law é preservar a coesão 
e a solidariedade entre os membros da comunidade, 
interdependentes entre si. 
 
2
 “Fundamentos do Estado de Direito”. In: Escritos jurídicos e filosóficos, vol.1, p.414. 
3 
 
A justiça do civil law tem sido a justiça do rei, do soberano, do 
Estado, enquanto que a justiça do common law é a justiça paritária, 
da comunidade. 
3ª.) Qual é o conceito de Direito Processual3 e suas fontes? 
É definido como o ramo de direito público interno que disciplina e as 
regras relativas ao exercício da função jurisdicional do Estado. É 
ramo do direito público interno4 porque a função jurisdicional é uma 
das três funções essenciais do Estado Democrático de Direito e que 
emana da própria soberania nacional. 
A função jurisdicional continua sendo predominantemente exercido 
por juízes e tribunais mas atualmente também se reconhece a 
pacificação dos litígios e a atuação da vontada da lei podem ocorrer 
por órgãos e sujeitos não-estatais, através dos meios alternativos 
de solução de conflitos, entre os quais a arbitragem e a justiça 
interna das associações (são os chamados equivalentes 
jurisdicionais de natureza contratual). 
As fontes do direito processual são os meios de revelação do 
conteúdo dos princípios, regras e normas que compõem o sistema 
processual. 
 
São fontes formais a Constituição Federal, as convenções e 
tratados internacionais, as leis federais ordinárias, as leis de 
organização judiciária e o regimento interno dos tribunais. 
Há ainda as fontes complementares como o costume, analogia, os 
princípios gerais do direito, além da jurisprudência e da equidade. 
 
3
 No passado houve quem defendesse o uso da nomenclaturao "Direito Judiciário" ao invés do Direio 
processual, uma vez que é a função jurisdicional, e não o processo, uitlizado pelo Estado para o exercício 
da jurisdição que corresponde ao cerne principal desta ciência. 
4
 A ciência processual contemporânea é resultado de várias transformações que se procederam, ao 
longo da história, pela atuação dos aplicadores do direito e pela incansável colaboração dos estudiosos 
do direito. E, até o século XIX, não se cogitava em uma Teoria Geral do Processo, haja vista que a ação 
era concebida como desdobramento do próprio direito material e o instituto jurídico do processo como 
sinônimo de procedimento. Mas, convém frisar que não se confundem os conceitos de processo e 
procedimento. Um é o método de composição de lides, e o outro é o ritmo e a forma de processar os 
atos processuais dando corpo material e sequencial ao processo. Reconhece-se que a Teoria Geral do 
Processo ganhou conotação científica e é fortalecida por primorosos estudos sobre o processo, ação e 
jurisdiçã que, por fim, conduzem a autonomia deste ramo do Direito. 
4 
 
O direito processual pátrio foi tradicionalmente guiado pelo princípio 
dispositivo, segundo o qual o juiz, mantendo-se equidistante, 
aguarda a iniciativa das partes no que se refere à afirmação dos 
fatos constitutivos de seu direito e a respectiva produção de provas. 
Então, o juiz decide segundo o alegado e provado pelas partes. 
 
Porém, há situações em que o magistrado deve deixar sua posição 
de inércia para quando necessário, tomar iniciativa na relação 
processual não apenas no que concerne ao regular andamento do 
feito, mas principalmente, para garantir uma decisão justa. 
 
Cumpre observar que a afamada expressão "ativismo judicial" 
possui uma dupla acepção. Esta tanto pode ser utilizada em um 
sentido material (relativaà construção de direitos pelo Poder 
Judiciário), bem como em um sentido processual (e nesse ponto se 
contrapõe à ideia de princípio dispositivo). 
 
O grau de intensidade da intervenção do juiz no processo será 
maior ou menor conforme a natureza do interesse deduzido em 
juízo pelas partes. Assim, estando em jogo interesses indisponíveis, 
a princípio, caberá ao juiz exercer poderes ativos no processo com 
maior frequência do que em litígio, em que são disputados 
interesses disponíveis. 
 
A CF/88 ao restabelecer o Estado Democrático de Direito assegura 
uma série de garantias a todos litigantes. Contudo tais princípios 
constitucionais que regem a atividade jurisdicional irão aprecer de 
forma diversa, dependendo da relação jurídica de direito material 
que esteja sendo objeto de determinado litígio. 
 
 
 
5 
 
4ª.) A quem compete legislar sobre o direito processual ? 
Compete à União legislar privativamente conforme o art. 22, I da 
CF/88. Ressalvada a hipótese do parágrafo único do art. 22, o que 
faculta que, autorizados por lei complementar federal, possam vir os 
Estados a legislar sobre as questões específicas de matérias de 
competência privativa da União. 
5ª.)Quando será válida da lei processual no tempo? 
A regra é do art. 1.211 do CPC que dispôs sobre a eficácia no 
tempo do próprio CPC de 1973, quando de sua edição e, que 
efetivamente entrou em vigor em 01/01/1974. 
Assim, a nova lei processual se aplica aos processos pendentes, de 
forma imediata, salvo disposição expressa emcontrário e, 
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido5 e a coisa 
julgada ( inciso 36 do art. 5º da CF/88). 
6ª.) Quais são os três pilares da Teoria Geral do Processo6? 
São os institutos da jurisdição, ação e processo. 
Se bem que para Cândido Rangel Dinamarco acrescenta a Defesa 
(formando a quadrilogia). 
Jurisdição é a função do Estado de dizer o direito em face do caso 
concreto; 
Ação é o direito de exigir do Estao do exercício da jurisdição; É 
direito abstrato garantido constitucionalmente, um direito que tem a 
parte de exercer sua pretensão e provocar o Estado através da 
jurisdição, buscando uma solução para o caso concreto. 
 
5 “Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico da pessoa. Se o menor de 21 (vinte e um) anos 
estava sob guarda do segurado, por determinação judicial, detinha a condição de seu dependente, com base no art. 
16, § 2º, da Lei nº 8.213/91, na redação anterior à determinada pela Lei nº 9.032/95. Havendo óbito desse segurado 
quando ainda não havia ultrapassado aquela idade limite, lhe é devida pensão por morte, porque integrante do 
conjunto dos dependentes do segurado, nos termos do art. 74 da Lei nº 8.213/91. 2. Apelação e remessa oficial 
improvidas”. (TRF 1ª R. – AC 01990261452 – MG – 2ª T. – Rel. Des. Fed. Tourinho Neto – DJU 07.11.2002 – p. 
61)JLBPS.16 JLBPS.16.2 JLBPS.74. 
6
 É fato que em meados do século XX a ciência processual já estava estrutura contando com seus 
próprios institutos, o processo passou por um período de crise. Começa-se a perceber que o sistema 
processual não pode ser destituído de conotações éticas e de objetivos a serem cumpridos nos planos 
social e político. Assim Calamandrei em sua obra apontava que o objetivo maior do processo é chegar a 
uma decisão justa. 
6 
 
O direito de ação é independente do direito material invocado, é 
abstrato e de natureza subjetiva, sendo suficiente o interesse da 
parte. 
O Estado veda a autodefesa como regra, ou a justiça pelas próprias 
mãos, cabendo àquele que tem interesse jurídico subjetivo, procurar 
a esfera jurisdicional, através da ação, para ser apreciada a sua 
pretensão. 
A ação seria, então, um direito abstrato, exercível por quem tenha 
ou não razão, é genérico, pois sempre é igual, não varia, e tem 
sempre como sujeito passivo o Estado, que atuará em se 
pronunciando sobre um caso concreto. 
E, o processo é o meio, o instrumento através do qual se exerce a 
jurisdição. 
O processo constitui um complexo de direitos e deveres 
contrapostos, é relação jurídica que envolve as partes, seus 
procuradores, o juiz e, por vezes o Ministério Público, como fiscal 
da lei, objetivando-se em atos desde o recebimento da petição 
inicial até a final prolação da senteça (protegida pelas normas 
procedimentais às quais estão todos subordinados, sob pena de 
nulidade). 
7ª) Qual é o conceito de jurisdição? 
É basicamente uma função estatal, é o poder da soberania do 
Estado que o detém porque este é UNO7 e indivisível. Só há um 
poder, que é do Estado, manifestando-se através do exercício de 
três funções: legislativa, executiva (ou administrativa) e jurisdicional 
(é aquela função estatal que se aplica concretamente no caso 
concreto). É a atuação da vontade concreta da lei. 
 
 
 
7
 A jurisdição, como ensina Lopes da Costa, será sempre o poder-dever de o Estado declarar e realizar o 
Direito. Nesse sentido, se diz que a jurisdição é una, ou seja, é função monopolizada dos juízes, os quais 
integram uma magistratura nacional, não obstante um segmento seja pago pela União (magistratura 
federal e trabalhista, por exemplo) e outro pelos Estados-membros (magistrados estaduais). 
7 
 
Sobre tema temos DUAS correntes: 
A primeira corrente informa que jurisdição é função do Estado. É 
defendida por Humberto Theodoro Júnior, Alexandre Freitas 
Câmara e Luiz Rodrigues Wambier. 
A segunda corrente nos informa que a jurisdição pode ser entendida 
concomitantemente como poder, função e atividade. São adeptos 
desta tese Carlos de Araújo Cintra, Cândido Rangel Dinamarco, 
Ada Pellegrini Grinover, Fredie Didier Junior e Marcelo Abelha 
Rodrigues. 
8ª) O que vem a ser a trilogia estrutural do processo civil8? 
É a interligação desses três institutos (jurisdição, processo e ação). 
A jurisdição para ser exercida, precisa de um processo. E, não há 
jurisdição, em regra, sem que para tanto ocorra o exercício do 
direito de ação. 
Em síntese, pode-se afirmar que a jurisdição é provocada 
mediante o direito de ação e será exercida por meio daquele 
complexo de atos que é o processo. 
9ª.) Existem outras opiniões doutrinárias sobre a triologia estrutural 
do proceso civil? Quais são estas? 
Sim, há quem defenda que na verdade não mais se cogita apenas 
na trilogia estrutural, pois tal concepção partiria da premissa de que 
o autor está em posição de superioridade, o que não é real. Pois o 
autor está em situação de paridade com o réu no processo. 
A nova teoria defende a existência do QUARTO pilar que seria a 
DEFESA (Dinamarco e Marinoni). 
Os defensores dessa teoria acreditam que da mesma maneira que 
o autor exerceria o seu direito de ação, o réu também teria o direito 
de influenciar no convencimento do juiz atrvés do exercício do 
direito de defesa. 
 
8
 A expressão trilogia estrutural do direito processual é expressão consagrada pelo jurista Ramiro 
Podetti. 
8 
 
10ª.) Quanto à natureza do processo civil quais são as teorias sobre 
o ordenamento jurídico? 
A primeira teoria é a constitutiva (Carnelutti) – o processo civil era 
um adendo do direito civil, não tinha autonomia. Assim, o direito 
material correspondia à expectativa do direito enquanto que o 
direito processual e o processo corresponde ao direito objetivo. 
A segunda teoria é a dualista ou declaratória Chiovenda defendia 
a tese oposta à Carnelutti (tese unitária), onde no primeiro plano 
estaria o direito material (responsável pela criação de direitossubjetivos) e no segundo plano estaria o direito processual – 
responsável por, após a violação de norma de direito material, 
declarar qual é a vontade concreta da lei, 
Para os adeptos dessa teoria, com o descumprimento da norma de 
direito material o Estado através do processo declara a vontade 
concreta da lei substituindo a vontade das partes envolvidas. 
Processo é pois um instrumento estatal para a realização da 
vontade concreta da lei. Tal conceito é o dominante no Brasil, sendo 
adotado por Alexandre Freitas Câmara, Dinamarco e Marcelo 
Abelha. Mas, não é um conceito infalível. 
A teoria contemporânea9 – Marinoni afirma que o conceito de 
jurisdição varia no tempo e conforme o tipo do Estado. 
Exemplo, num Estado Democrático de Direito, a jurisdição é função 
soberana estatal exercida por agentes públicos magistrados 
dotados de garantias e de imparcialidade. 
Concluímos então que o direito processual de nossos dias é bem 
caracterizado por menor preocupação com as formalidades 
processuais e maior enfoque na justiça da decisão e seus reflexos 
na sociedade. Almeja-se formar um processo apto a atingir os 
resultados políticos e sociais que legitimam a sua existência. 
 
9
 A contemporânea fase da evolução do Direito Processual busca-se efetivo e amplo acesso à justiça, 
propriciando um judiciário acessível a todos e a todas as espécies de demandas, sejam individuais ou 
coletivas, contempolando o titular de um direito com tudo e exatamente aquilo que o ordenamento 
jurídico lhe assegura. Portanto, a atividade jurisdicional deverá produzir resultados individual e 
socialmente justos. 
9 
 
O significado da expressão pós-positivista é de árdua definição, 
posto que se tenta sem fugir do princípio da legalidade, superar 
alguns excessos do positivismo radical que tanto imperou em 
nossos tribunais no século XX. 
 
A verdade é que como Calsamiglia10, os adeptos do póspositivismo 
não defendem o antipositivismo ou mesmo direito alternativo. 
Somente ocorre um deslocamento do enfoque das questões 
abordadas, e por vezes, o distanciamento de certas teses 
sustentadas pela maior parte da doutrina positivista. 
 
Em síntese, segundo Calsamiglia, são dois pontos em que o 
póspositivismo dá novo enfoque: 
a) os limites do direito (posto que as normas jurídicas não 
possuem apenas elementos descritivos para tratar de fatos 
passados), mas também elementos prescritivos, com o objetivo de 
oferecer elementos adequados para resolver problemas práticos. A 
preocupação relacionada aos elementos da completude do 
ordenamento jurídico para solucionar os hard cases. 
 
O póspositivista coloca no julgamento (na aplicação do direito), e 
não na legislação o centro da análise da ciência jurídica. Com isso, 
ganha maior relevância e prestígio a jurisprudência; 
b) a relação entre o direito e a moral que tem sua importãncia 
curial seja na interpretação dos conceitos jurídicos indeterminados, 
dos princípios jurídicos, ora em outros momentos que o amgistrado 
se encontra diante de lacunas do ordenamento. 
Conclui, Calsamigilia, que as ferramentas oferecidas pelo legislador 
são insuficientes para construir uma forma de julgamento aplicável 
a todo e qualquer caso concreto. 
 
10
 Calsamiglia, Alberto. Postpositivismo. in Doxa: Cuadernos de Filosofia Del Derecho. Espanha: Doxa, 21-
1.1998, p;209 -220. 
10 
 
Desta forma, é ultrapassada a vetusta concepção de que a 
atividade jurisdicional seria atividade meramente declaratória de 
direitos. Marinoni defende a possibilidade da construção de novos 
direitos através da prestação da tutela jurisdicional. 
11ª.) Qual é a natureza jurídica da decisão jurisdicional? 
A teoria de Carnelutti defende que a sentença possuiria natureza 
constitutiva, vez que por meio desta o direito subjetivo seria criado. 
Já Chiovenda defende a natureza declaratória vez que a sentença 
apenas declara a vontade da lei, afirmando a existência do direito 
material que fora violado. 
A estrutura do nosso CPC é baseada na terminologia da teoria de 
Carnelutti. Portanto, o objeto do processo para o CPC é a lide. 
No entanto, o conceito mais próximo à nossa realidade é a de 
Chiovenda (natureza declaratória). 
12ª.) Quais são as características essenciais da jurisdição? 
A inércia ( art. 2ºCPC) ou princípio da demanda. A jurisdição não se 
move de ofício, precisando ser provoado. 
Porém, comporta exceções tal princípio tais como: abertura de 
inventário ( art.989 CPC); exibição de testamento ( art. 1.129 CPC); 
arrecadação de bens de herança jacente ( art. 1.142 do CPC); 
arrecadação de bens do ausente ( art. 1.160 do CPC) e execução 
de sentença trabalhista ( art. 878 da CLT). 
Unidade da jurisdição 
Secundariedade posto que a jurisdição é o derradeiro recurso, 
sendo a ultima ratio, a última trincheira na busca da solução dos 
conflitos. 
A substitutividade11 pois que quando surge o litígio, as partes 
podem compô-lo de diversas formas, sem recorrer ou aguardar o 
pronunciamento do Estado-juiz. Temos a transação, a conciliação e 
 
11
 O Estado substitui a vontade dos particulares ou de órgãos públicos na solução de eventuais conflitos 
que os envolvam(no momento em que o Estado é provocado). Outra característica da jurisdição é a 
definitividade e a existência da lide. 
11 
 
o juízo arbitral que são instrumentos extrajudiciais também 
adequados para a composição das lides. 
 
Como o Estado é um terceiro estranho ao conflito de interesses, ao 
exercer a jurisdição, estará atuando susbstituindo a vontade das 
partes diretamente envolvidas na relação de direito material e na 
relação de direito processual. 
 
A atividade jurisdicional é delimitada pelo pedido formulado pelo 
autor, há a correlação entre a sentença e o pedido. Se a sentença 
não respeitar essa correlação estará então eivada de vício, por 
exemplo, a sentença ultra petita, na qual o juiz concede mais do 
que fora pedido. 
 
Por outro lado, na sentença extra petita, o juiz decide fora do que foi 
pedido, julgando algo que não representava o objeto do pedido. 
13ª.) Qual a diferença entre a sentença citra petita ou infra petita e 
a sentença de procedência parcial? 
A citra petita ocorre quando o juiz concede MENOS que fora 
pedido. A princípio não poderá ser a sentença ser considerada 
viciada. 
A sentença de procedência parcial é quando o juiz julga procedente 
em parte o pedido ou acolhe apenas um dos pedidos e rejeita outro. 
Ele examina todos os pedidos formulados, porém concede apenas 
parte deles. Caberá apelação com base no error in judicando, não 
cabendo, a princípio, embargos declaratórios. 
 
 
 
 
12 
 
Exemplo: 
Autor formula dois pedidos: despejo e a indenização por danos 
produzidos por locatário. O julgador opina ser procedente o despejo 
mas rejeita o outro pedido. 
Nesse caso, caberá apelação com base no error in judicando12. 
 
Sentença citra petita – apenas uma parte dos pedidos formulados é 
avaliada pelo juiz. Sendo omissa quanto aos demais pedidos. 
Exemplo: Será citra petita a sentença que julga procedente o 
despejo mas não aprecia o pedido referente à indenização. 
Nesse, casos, em face da omissão, são cabíveis os embargos 
declaratórios para suprir tal falta. Se não forem recebidos ou for 
negado provimento aos mesmos, caberá apelação, por error in 
procedendo (já que o juiz foi OMISSO no exame de um dos 
pedidos). 
 
O procedimento adequado a ser adotado pelo Tribunal é o de 
ANULAR a sentença,devolvendo o processo ao primeiro grau para 
que seja proferida nova sentença que abranja enfim todos os 
pedidos. Salvo se a causa estiver madura e apta ser julgada 
imediatamente. 
14ª.) Analisando a arbitragem, esta é ou não a atividade 
jurisdicional? 
 
12
 O erro de julgamento ou em julgar e se refere ao conteúdo da decisão. O que se ataca é o conteúdo da decisão, 
mesmo que todos os requisitos formais tenham sido observados. É um erro na análise do direito. 
Assim se cogitamos em error in procedendo, o que almejamos é a anulação ou cassação da decisão. 
O error in procedendo é erro no proceder, se traduz num vício de forma, extrínseco, de uma decisão judicial. É 
sempre ligado às questões processuais, como quando o juiz se omite ou emite declaração confusa ou obscura, ou 
ainda, por exemplo, expõe fundamentação insuficiente de sua sentença. Sua constatação conduz a invalidação da 
decisão judicial. 
Já o error in judicando ou erro no julgar, se traduz em vício de conteúdo da decisão que poderá ser tanto processual 
como material, ou seja, quando ocorre a má aplicação do direito material. Se verificado o error in judicando, dever-
se-á pleitear a reforma da decisão judicial. 
Error in procedendo é um erro na estrutura. É um erro de forma. A decisão proferido por juiz impedido é nula, por 
melhor que esteja redigida. Acarreta a cassação da decisão. Ocorre também quando temos o julgamento extra 
petita. 
13 
 
Existem duas correntes. A primeira corrente que é majoritária 
entende que trata-se de atividade jurisdicional. 
Já a segunda corrente está inda presa a ideia de que só o Estado 
pode exercer a jurisdição. Questão importante na arbitragem é que 
na própria lei existe previsão de que se pode pleitear junto ao Poder 
Judiciário a nulidade da sentença nos casos de vício formal, 
obrigando o Judiciário examinar tudo novamente. 
É bom recordar que a execução de sentença arbitral é realizada 
conforme o art. 584 do CPC. 
15ª.) Quais são os poderes da jurisdição? 
Poder de decisão; Poder de coerção; Poder de documentação. 
 
16ª.) Quais são os princípios da jurisdição? 
Princípio da investidura 
Princípio da aderência ao território. 
Exceções: o art. 107 do CPC segundo o qual a competência do juiz 
prevento prorroga-se para a parte do imóvel que esteja localizado 
em Estado ou em comarca diversa. O art. 230 CPC determina que 
os atos de citação podem ser realizados pelos oficiais de justiça em 
comarcas contíguas, que não aquela da competência do juízo. 
Princípio da indelegabilidade – a atividade jurisdicional que é 
entregue aos juízes ou tribunais não pode ser delegada a outre. A 
exceção ocorre quando da expedição de cartas de ordem para que 
o juiz de primeiro grau cumpra determinado ato (oitiva de 
testemunha ou juntada de documento). 
Princípio de indeclinabilidade - Não pode o juiz deixar de julgar a 
lide. É a proibição de proferir o non liquet ( art. 126 do CPC). 
O juiz pode até extinguir o processo sem resolução do mérito por 
falta de algum pressuposto processual ou condição de ação, mas 
não pelo fato de inexistir norma legal acerca do tema. 
14 
 
Princípio do juiz natural – art. 5º incisos 37 e 53 da CF/88. 
Está proibida a instituição de juiz ou tribunal de exceção além de se 
garantir que ninguém será processado senão pela autoridade 
competente. 
Quanto ao aspecto formal ou objetivo, o princípio do juiz natural 
identifica o juiz competente para o julgamento da causa com base 
em regras anteriores à sua ocorrência. 
17ª.) Quais são as espécies ou classsificação de jurisdição13? 
Quanto ao tipo de pretensão:(penal, trabalhista, civil stricto sensu- 
estadual e federal) 
Quanto ao grau:(jurisdição inferior – 1º grau, competência 
originária); (jurisdição superior – tribunais – grau recursal). 
Quanto ao órgão: (jurisdição especial (trabalhista, eleitoral e 
militar); (jurisdição comum (estadual e federal). 
Quanto à submissão ao direito positivo:(de equidade, de direito); 
Quanto à forma: (contenciosa, voluntária ou graciosa). 
 
18ª.)Qual é a distinção entre a jurisdição contenciosa e a jurisdição 
voluntária? 
Na contenciosa, o Estado procura dirimir um conflito de interesses, 
um litígio que lhe é apresentado pelas partes. Há atividade 
substitutiva do Estado em relação às partes. 
 
 
13
 A mediação é técnica de substituição da atividade jurisdicional e de pacificação de conflitos. Entre nós, não há 
ainda lei específica a regulando porém tramite o Projeto de Lei 94/2002 ( Zulaiê Cobra - que prevê a mediação 
incidental de caráter obrigatório nos processos judiciais, logo que distribuída a petição inicial. 
A mediação é não invasiva, pois o mediador não sugere diretamente as soluções possíveis, além de ser imparcial, e 
de ser exercida por pessoa sem poder decisório, a qual se vale de uma série de técnias ( técnica do silêncio, técnica 
do afago) para convencer as partes no sentido de galgar solução pacífica, sem a intervenção de terceiro, o juiz. É 
muito mais legítima e satisfatória do ponto de vista social. 
15 
 
Na voluntária ocorre a criação, modificação ou extinção de relação 
jurídica privada onde o juiz dá sua participação. Não há 
propriamente lide. 
 
É o que tradicionalmente chama de “administração pública de 
interesses privados”. Mas que por sua importãncia somente com 
sua realização perante o Judiciário é que estarão aptos à produção 
dos efeitos. 
 
A jurisdição voluntária não julga conflito, ocorre inter volentes. Há 
requerentes e não propriamente partes. 
Diferentemente da jurisdição contenciosa que recebe o nome na 
doutrina de inter nolentes (ou seja, entre aqueles que resistem). 
 
19ª.) Quais são as características da jurisdição contenciosa e da 
jurisdição voluntária? 
Jurisdição contenciosa Jurisdição voluntária 
Há efetiva atividade jurisdicional. É atividade administrativa. 
É substitutiva. Sua finalidade é criação, 
modificação ou extinção de 
relação jurídica. 
Seu escopo é atuar a vontade 
concreta da lei. 
Atua em caráter constitutiva e 
não-declaratória. 
A decisão final produz coisa 
julgada material. 
A decisão produz tão-só coisa 
julgada formal. 
Há partes no sentido processual. Existem requerentes ou 
interessados, e não partes 
propriamente dita. 
 
 
Obs: A coisa julgada é decorrência da decisão judicial que põe fim à 
controvérsia num certo processo. 
 
16 
 
Material é a coisa julgada decorrente da sentença de mérito, 
inclusive as previstas nos art.s 269 e 285-A do CPC, vinculando as 
partes e os demais órgãos julgadores nos limites do julgado, e de 
regra diz respeito apenas ao dispositivo do julgado, impedindo a 
renovação da ação. 
 
Formal é a coisa julgada decorrente das sentenças terminativas, 
ou seja, que não resolvem o mérito da questão, e por consequencia 
pode a ação ser novamente ajuizada, como nos casos arts. 267 e 
296 do CPC, ressalvadas as hipóteses de perempção14, 
litispendência e a coisa julgada material. 
 
14
 Prescrição intercorrente é a prescrição que se verifica no curso processual em andamento, decorrente 
da inércia do seu titular na promoção do regular andamento do feito. Não é em todo e qualquer 
processo que existirá o curso de prescrição intercorrente. Aqueles que não encampam uma pretensão, 
como no caso das ações potestativas, não há a prescrição para a propositura da ação, e ipso facto 
também não há que se falar em curso de prazo prescricional no curso da ação. 
Está regulada no parágrafo único do art. 202 do CC, que é uma reprodução do que jáexistia no art. 173 
do CC de 1916. A referida prescrição impõe ao autor da demanda o ônus de uma vez tendo iniciado o 
processo, ter que diligenciar para este caminhe com vistas ao seu término. A inércia do titular de direito 
que deve ocorrer por culpa do autor, que possibilita aor éu fazer uso da exceção de prescrição, pondo 
fim ao processo. 
Não haverá fluência do prazo prescricional nos casos de suspensão do processo, deferido pelo juiz, por 
exemplo para tentar localizar o endereço de uma testemunha. Se houver a concessão de prazo de 
noventa dias, neste período não correrá prazo prescricional, que só se reiniciará após decorrido o prazo 
o autor permanecer inerte. 
O mesmo não ocrre em face do réu, pois não é a ele que recai o dever de dar andamento ao 
processo,não é a ele que se lança a pretensão perante o juízo. A prescrição intercorrente somente 
ocorre quando há o decurso de prazo dilatório que são os prazos não preclusivos também chamados de 
impróprios, cujo desrespeito não implica em perda de faculdade processual. 
Assim, na prescrição intercorrente, o curso de proazo para fins de verificação de prescrição por várias 
vezes se inicia e se interrompe, não vigorando a regra de direito material concernente à unicidade da 
interrupção do prazo prescricional previsto no caput do art. 202 do C.C. 
Também após o trânsito em julgado caberá à parte vencedora da demanda, se não for praticado de 
forma provisória, promover a liquidação no prazo legal, sob pena de voltar a ocorrer o curso do prazo 
prescricional. 
Se a ação for julgada improcednete, cabe ao réu exigir o cumprimento da sentença pela parte vencida, e 
no que se refere às verbas sucumbenciais que lhe pertencem. Se a ação for julgada procedente, cabe ao 
autor diligenciar no sentido de que haja o cumprimento da sentença, se esta não for espontaneamente 
cumprida pelo réu. 
Em regra, a invocação da prescrição intercorrente se dá quando o autor promove a ação e, por falta de 
providências de seu interesse o processo permanece por anos no arquivo dos tribunais. Quando há o 
desarquivamento, dependendo do lapso temporal transcorrido, é possível que tenha ocorrido a fluição 
do prazo prescricional, configurando-se a prescrição intercorrente. 
É muito comum nas varas de Fazenda Pública, em que a Fazenda do Estado configura-se como ré nas 
ações. Há prazo especial à fazendo pública estabelecido no Decreto 20.910, art. 3º., que consigna que a 
prescrição só se interrompe uma vez e recomeça a correr pela metade do prazo, da data do ato que a 
interrompeu, ou do último processo a interporre, sendo consumado no curso da lide. 
17 
 
 
 
20ª.)Com relação a jurisdição voluntária, responda: 
a) Segunda a teoria administrativa ou tradicional (é a majoritária) 
quais são as características? 
É atividade administrativa. Visa a criação, modificação ou extinção 
de interesses privados. Não há partes, e sim, requerentes ou 
interessados. Não forma coisa julgada15 (material). 
b) Com relação a teoria revisionista, jurisdicional ou jurisdicionalista, 
quais seriam as características? 
É a teoria mais recente e defende a natureza jurisdicional da 
atividade realizada pela jurisdição voluntária. O art. 1º do CPC 
aponta a jurisdição voluntária como jurisdição e ocorre o 
exercício do direito de ação. 
Defende que há autor, porém não existe o réu. Há parte mas não 
existe a contraparte. Faz coisa julgada (formal) porque só vai poder 
ser alterada com nova demanda respalda em nova causa de pedir. 
21ª.) Explique os equivalentes jurisdicionais. 
1- Autotutela – solução do conflito por meios próprios, ocorre em 
algumas hipóteses expressamente previstas em lei. É o caso da 
legítima defesa, desforço imediato, direito de retenção e direito de 
greve;2- Autocomposição: transação, renúncia;3 – Mediação um 
terceiro mediador aproxima as partes, e as concilia;4 – Arbitragem 
– terceiro escolhido pelas partes – o árbitro. 
É facultativa. 
 
15 "No sistema do Código, a coisa julgada material só diz respeito ao julgamento da lide, de maneira que não ocorre 
quando a sentença é apenas terminativa (não incide sobre o mérito da causa). Assim, não transitam em julgado, 
materialmente, as sentenças que anulam o processo e as que decretam sua extinção, sem cogitar da procedência 
ou improcedência da ação. Tais decisórios geram apenas coisa julgada formal. Seu efeito se faz sentir apenas nos 
limites do processo. Não solucionam o conflito de interesses estabelecido entre as partes, e, por isso, não impedem 
que a lide volte a ser posta em juízo em nova relação processual" (Curso de direito processual civil, Forense, Rio de 
Janeiro, 2003, v. I, p. 477). 
 
18 
 
 
22ª.) A respeito da ação, quais são as cinco formas mais comuns 
de utilização processual? 
Como direito cívico; direito a um processo justo e équo; direito à 
jurisdição; ação como demanda; ação de direito material. 
23ª.) Qual é a diferença entre o direito de ação e o direito de 
petição? 
O sentido do direito de petição16 refere-se aos poderes constituídos 
e que pode ser realizado independentemente da parte possuir ou 
não o direito à tutela jurisdicional. 
Já o direito de ação é baseado na concepção de um processo onde 
são observadas as garantias do contraditório, da ampla defesa, do 
devido processo legal, da possibilidade de produção das provas, de 
formas que tanto o autor como o réu tenham igual oportunidade de 
se manifestar no curso do processo, com o objetivo de apresentar 
todas as alegações e provas que possuam auxiliar ao juiz na 
formação de seu convencimento com vistas ao julgamento favorável 
ao pedido. 
A “ação” é palavra utilizada no sentido de ser o meio de provocar o 
Estado para exercer a atividade jurisdicional. Direito de Ação (ou o 
direito processual de ação) é o direito a uma decisão de mérito, fica 
vinculado ao preenchimento de certas condições (condições de 
ação). 
"O direito de ação, essencialmente abstrato, é materializado pelo 
ato de demandar, que significa provocar a jurisdição por meio do 
processo." (Daniel Amorim Assumpção Neves; In: Manual de Direito 
Processual Civil, 3 ed, p. 60). 
 
 
16
 O DIREITO DE AÇÃO NÃO SE CONFUNDE COM O DE PETIÇÃO, POIS AQUELE SE EXERCE PERANTE OS ORGÃOS 
JURISDICIONAIS E ESTE PERANTE OS ADMINISTRATIVOS EM GERAL. Vide em 
http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2429418/agravo-de-instrumento-ag-74425-sp-9503074425-3-trf3 AG 
74335 SP 95.03.074425-3. Relatora Juíza Sylvia Steiner. Julgamento 28/04/1996. Publicação DJ 12/06/1996, página 
40105. O direito de petição é o direito apto a obter uma manifestação de qualquer órgão público (inclusive o Poder 
Judiciário). É um direito amplo, genérico e incondicional. 
19 
 
O direito de petição, do inciso LXXIII, assegura a qualquer cidadão 
a condição de “parte legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e 
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada 
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência” efetiva 
ao homem moderno a cidadania, enquanto partícipe não apenas 
contributivo mas, também como parte do sistema de controle e 
proteção aos bens mais significativos do Estado”, sem custas e 
honorários – em regra – assim como na hipótese de "habeas-
corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao 
exercício da cidadania, na forma prevista no inciso LXXVII. 
24ª.)A partir de qual momento o processo existe? 
Somente após o exercício ação processual que possui um conteúdo 
que se constitui naquela obrigação no plano de direito materiale 
agora faz parte do próprio processo. Essa pretensão que recebe a 
denominação de “pretensão processual”, uma vez que é 
formalizada dentro do processo. 
O que não quer dizer que sempre a pretensão de direito material e 
a pretensão de direito processual tratem da mesma pretensão em 
si, embora em momentos distintos. 
Há casos em que posso exercer na prática minha ação de direito 
material: 
1ª corrente: a ação de direito material estaria extinta, salvo nos 
casos em que o próprio ordenamento jurídico permita a sua 
realização, como é o caso do desforço imediato, direito de 
retenção de benefeitorias e frutos e, etc... 
É defendida por Guilherme Rizzo Amaral, Gabrial Pintaúde e Carlos 
Alberto Álvaro de Oliveira. 
2ª. corrente: A ação de direito material existe através da ação 
processual, na medida em que seria caracterizada a atuação do 
Estado na realização de atos executórios. 
É a posição de Ovídio Baptista da Silva e Daniel Francisco 
Mitidiero. 
20 
 
Assim: a pretensão processual é o conteúdo da ação 
processual e, em regra equivale à pretensão de direito material. 
Porém, há casos em que estas não representam a mesma coisa 
(quando a pretensão processual pode ser inferior ao direito material 
que a pessoa possui). 
Concluímos que a pretensão processual é limitada pela pretensão 
de direito material. 
25ª.) Qual é a teoria da ação hoje utilizada e seus adeptos? 
É a teoria eclética da ação que chegou ao Brasil através de 
Liebman que verificou que a teoria abstrata parecia ser a mais 
correta. Mas isso acarretaria um problema posto que a princípio 
todas as demandas deveriam ser analisadas ao final do período de 
instrução, o que implicava, por vezes, em serviço desnecessário na 
hipótese de não possuir legitimidade ou interesse para a causa. 
 
Liebman manteve a observação dos pressupostos processuais e de 
do interesse para um momento anterior ao da sentença, atribuindo-
lhes o nome das condições da ação e, ainda acrescentou uma 
terceira a que chamou de possibilidade jurídica do pedido, deixando 
para a sentença a ser prolatada ao final da instrução o exame 
simplesmente do mérito ( stricto sensu) da causa. 
 
Para Liebman somente possui direito de ação quem cumpriu as 
condições de ação e, consequentemente tem direito à uma 
sentença de mérito. 
E, no caso da sentença terminativa que extingue o processo sem 
apreciar o mérito não houve o processo, e sim, mera atividade 
administrativa. 
 
E, os defensores dessa teoria alegam que o que de fato existiu fora 
o direito de petição. 
21 
 
 
A teoria eclética embora criticável é a adotada pelo CPC em seu art. 
267, inciso VI, e possui natureza abstrata. 
 
________ Pressupostosprocessuais__________________________ 
Propositura da 
Ação Análise das mérito 
 Condições da ação 
 
26ª.)O que são as condições da ação? 
São requisitos para o se obter o provimento final, são as condições 
para o regular exercício do direito de ação. Se ausente uma das 
condições da ação (plano de existência) não ocorre a ausência do 
direito de ação, mas sim, de abuso de direito de ação (plano de 
validade). 
 
Há três teorias tradicionais que explicam as condições da ação:a) 
teoria concretista; b) teoria abstrativista; c) teoria eclética ou 
mista. 
Para a primeira teoria, concretista, o direito de ação se 
fundamenta no direito material. Em outras palavras, os precursores 
desta teoria confundiam procedência do pedido com condições da 
ação. O direito de ação era considerado como o direito a um 
julgamento favorável. 
 
A teoria abstrativista, por sua vez, preconiza que o direito de ação 
existe independente do direito material. Para ela, o direito de ação é 
o direito a um provimento judicial, qualquer decisão. 
 
22 
 
Já para a terceira teoria, a eclética, o direito de ação é o direito a 
um julgamento de mérito (favorável ou desfavorável); entende esta 
corrente que as condições da ação são condições para o exame do 
mérito. 
 
Esta terceira teoria foi bastante criticada, diante da dificuldade em 
se distinguir, na prática, casos de carência de ação dos casos de 
improcedência da ação. Como se consegue distinguir o exame da 
possibilidade jurídica do pedido (que é uma condição da ação) do 
mérito da causa? Na prática, essa análise torna-se impossível. 
 
Daí a razão de uma outra teoria ter sido desenvolvida no Brasil, 
a teoria da asserção. Para a teoria da asserção, as condições da 
ação devem ser analisadas com base apenas nas afirmações das 
partes; para esta teoria, não há que se falar em produção de provas 
para análise das condições da ação. 
 
Desta forma, se com o que foi alegado pelo autor, as condições 
estiverem presentes, posterior análise sobre sua veracidade será 
considerada decisão de mérito. 
Assimiladas as teorias que explicaram o que vem a ser condições 
da ação, cumpre trazer quais são as condições da ação. 
 
São estas:a) possibilidade jurídica do pedido; b) interesse de agir; c) 
legitimidade ad causam. 
A possibilidade jurídica do pedido é a aptidão de um pedido, em 
tese, ser acolhido. Se, em tese, o pedido é possível, está 
preenchida esta primeira condição da ação. 
O interesse de agir é verificado pela reunião de duas premissas: a 
utilidade e a necessidade do processo. A utilidade está em se 
demonstrar que o processo pode propiciar benefícios; a 
necessidade do processo se constata quando o proveito de que se 
precisa só é possível alcançar por meio do Judiciário. 
23 
 
Com relação à legitimidade “ad causam” (ou legitimidade para agir), 
ela pode ser conceituada como o poder jurídico de conduzir 
validamente um processo em que se discute um determinado 
conflito. 
 
A legitimidade pode ser exclusiva (atribuída a um único sujeito), 
concorrente (atribuída a mais de um sujeito), ordinária (o legitimado 
discute direito próprio) e extraordinária (o legitimado, em nome 
próprio, discute direito alheio). 
 
Marinoni indicou o fato de que a questão do acesso à justiça 
forçosamente implica num repensar os institutos processuais, 
inclusive no tocante à produção de coisa julgada material pela 
sentença que declara a carência de ação - exatamente por se tratar 
de aspectos de direito material. 
 
Nosso CPC seguiu cegamente a teoria de Liebman adotando 
tricotomia de categorias processuais, ou seja, as condições da 
ação, os pressupostos processuais e mérito. 
 
OBS: Comentários da Professora 
A teoria de Liebman engendra as condições da ação como 
pressupostos de admissibilidade de exame do mérito, e funda-se no 
conceito tradicional de jurisdição. De modo que não haverá ação e 
nem exercício de função jurisdicional onde não estejam presentes 
as condições da ação. 
É fato ainda que o mestre italiano defendia conceituação 
intermediária entre a concepção concretista e a abstrata, também 
chamada teoria eclética, como forma de adequá-la ao conceito de 
jurisdição. 
Afirmou ser a ação o direito de provocar o julgamento do pedido, e 
sendo abstrata porque esse julgamento inclui as hipótese em que 
este, o pedido, seja julgado procedente ou improcednete. 
24 
 
Repeliu a teoria abstrata pura, que defende a possibilidade de 
requerer aos órgãos jurisdicionais uma decisão, seja esta qual for, 
inclusive a de denegar a apreciação do pedido, pois descaracteriza 
o direito de ação como direito subjetivo, porque competiria a todos, 
em qualquer circunstância, identificando-o com o direito 
constitucional, e não com a concepção processualística da ação. 
 
A existência do instituto "condiçãoda ação" dependerá do que se 
entenda, em nível de direito positivo, por ação e jurisdição. E, o 
CPC brasileiro seguiu a doutrina encarando a ação como direito 
abstrato e autônomo, bem como considerou que o provimento 
judicial terminativo pusesse fim ao processo, sendo 
induvidosamente jurisdição. 
 
A concepção de um direito de ação condicionado apenas se justifica 
para aqueles que o entendam como direito a um provimento sobre o 
mérito, e a jurisdição, como a prestação jurisdicional que componha 
a lide,. 
 
Cogitar que quando o juiz extingue o processo sem julgamento do 
mérito, por reconhecer ser inexistente uma das ditas condições da 
ação, e concluir que não houve exercício do direito de ação, na 
sagaz observação de Calmon de Passos, é uma sincera 
arbitrariedade. 
 
Restringir o direito de ação apenas à declaração de cabimento ou 
não de determinada fattispecie prevista na lei material é fazer pouco 
caso do próprio direito objetivo formal, é, também, violentamente e 
sem autorização, limitar o conceito de jurisdição, que se tornaria 
mera aplicação do direito material, ou considerar que o direito 
objetivo formal não é, nem nunca foi, digno de aplicação - o que é 
em si mesmo algo oblíquo e paradoxal. 
 
25 
 
Portanto aceitar integralmente a doutrina de Liebman é acreditar 
que se teria processo sem ação, muito embora não iniciado de 
ofício. Trata-se de construção dogmática frágil. 
Quando Liebman criticando a teoria concretista de Wach afirma que 
ela não explica os casos em que a ação é julgada improcedente, 
arma a sua própria emboscada, pois é evidente que seguindo as 
suas convicções não explicaríamos, a saber: 
a) qual a natureza jurídica do ato que extingue o processo por 
carência de ação;b) se não houve ação porque o Estado se 
manifestou para aplicar o direito objetivo e impedir o curso regular 
do processo?; c) o que justificaria, então, já que não houve ação, a 
movimentação do aparelho jurisdicional, como questiona Barbi? 
Entre outros questionamentos que permeiam toda a discussão que 
ora travamos. 
 
O silêncio de Liebman sobre tais questões conforme lembra Calmon 
de Passos autorizou uma severa crítica que lhe fez Guillén que, 
além de alguns dos questionamentos que já fizemos, assevera, com 
pena de ouro, que se naqueles casos não há processo, impunha-se 
duplicar a teoria geral em duas (para processos com ação e para 
processos sem ação); com a circunstância, entretanto, de que, no 
início de todos eles, não se podendo saber (segundo Liebman) se a 
ação existe ou não, a pertinência de um determinado processo a 
uma outra teoria geral somente seria determinável a posteriori. 
 
Mas, o mais paradoxal da concepção eclética de ação, é sua 
indumentária de modernidade, posto que se autodefine como 
abstrata, mas mantém íntima e estreita relação com o concretismo. 
27ª.) Quais são as condições da ação? Explique-as. 
Vide acima as respostas e os comentários abaixo: 
Em verdade é uma só pois a possibilidade jurídica do pedido foi 
uma grande falha, tanto assim, que na terceira edição de seu 
manual de Direito Processual Civil, veio a incluí-la no conceito de 
interesse de agir ou interesse processual. 
26 
 
Aliás, Rodolfo de Camargo Mancuso quando tenta justificar a 
possibilidade jurídica do pedido, explica que esta é concebida como 
necessidade de previsão, in abstracto no ordenamento jurídico, da 
pretensão formulada pela parte. 
O que é corente com nosso sistema jurídico filiado à legalidade 
ortodoxa e estrita, cabendo ao juiz fazer a subsunção do fato à 
norma, tal atividade ficaria inviável, completamente submissa ao 
texto legal que então previsse, mesmo que genericamente, a 
pretensão formulada pelo autor. 
 
A possibilidade jurídica, portanto, não deve ser conceitua como se 
tem feito, com vistas à existência de uma previsão no ordenamento 
jurídico, que torne o pedido viável em tese, mas, isto sim, com 
vistas à inexistência, no ordenamento jurídico, de uma previsão que 
o torne inviável. 
Assim, mesmo que o ordenmanto não permita o pedido 
expressamente, como nos casos de permissões numerus clausus, 
quando haveria tanta proibição quanto o veto explícito. 
 
Dinamarco discípulo predileto de Liebman melhor explicou a 
possibilidade jurídica do pedido, e demonstrou que a 
impossibilidade jurídica deve entender-se para os casos em que, 
embora previsto o pedido no direito positivo, haja uma ilicitude na 
causa de pedir, como ocorre nos casos de cobrança de dívida de 
jogo. 
 
Eduardo Ribeiro de Oliveira elabou o mais aceitável estudo de 
direito positivo sobre a possibilidade jurídica do pedido apesar de 
não chegar pugnar pela extinção das condições da ação como 
categoria autônoma - o que o faz incorrer no talvez único senão do 
seu trabalho, conquanto insinue não concordar com o sistema 
vigente e não faça concessões dogmáticas que a doutrina nacional 
costuma fazer. 
Em resumo, exprimiu os seguintes motivos de crítica: 
27 
 
a) crítica com razão a conceituação da possibilidade jurídico do 
pedido elaborada pela doutrina nacional, pois seria caso de exame 
de mérito, o que colidiria com o ordenamento; 
b) desenvolve todo o estudo no sentido de adequar tanto quanto 
possível a possibilidade jurídica do pedido a uma análise puramente 
processual, de acordo com que o CPC afirma. 
c) que a impossibilidade jurídica do pedido, da forma como vem 
sendo analisada, lebaria à improcedência e, não exatamente à 
carência de ação,devendo o art. 267, I do CPC, ser interpretado 
com temperamentos; 
d) só existirá a impossibilidade jurídica do pedido quando ao juiz 
fosse vedado pronunciar-se sobre aquela matéria; quando não 
possa haver processo com aquela pretensão, e não quando a 
pretensão for de logo repeleida por ser manifestamente 
desamparada; 
e) cita como exemplo de impossibilidade a proibição de exame 
judicial dos atos administrativos praticados com fundamento nos 
atos institucionais e complementares ( art. 3º da EC1 da CF/67); 
f) por fim,considera que, em nossa ordem constitucional, que 
consagra o princípio do acesso irrestrito à justiça, a casuística de 
exemplos que justificassem a utilização do instituto seria pobre. 
Concluímos que a impossibilidade jurídica do pedido corresponde 
em verdade ao exame puramente processual, o que já é um 
progresso. 
 
Sem dúvida, a melhor solução é extinguir a categoria possibilidade 
jurídica do pedido, pois a sua existência autônoma é injustificável, 
equiparando-se a conhecida improcedência, não há como erigi-la à 
categoria distinta. 
A cobrança de dívida pecuniária é possível, a antijuridicidade 
decorre de vício na origem do créidto. Então, o conceito haveria ser 
entendido como impossibilidade jurídica da demanda. 
Humberto Theodoro Júnior também expõe uma corrente corajosa 
e em síntese elencou as seguintes conclusões: 
28 
 
a) o entendimento generalizado na doutrina brasileira, de que o 
exame da possibilidade jurídica deve ser feito sob o ângulo da 
adequação do pedido ao direito material, é equivocado, pois o 
cotejo do pedido com o direito material só pode levar a uma 
conclusão de mérito ( fundou sua posição em Allorio); 
b) a possibilidade jurídica do pedido deve ser restringida ao seu 
aspecto processual; 
c) como, ao ingressar em juízo, o pedido formulado pelo autor é 
dúplice (imediato, contra o Estado que se refere à prestação 
jurisdicional e mediato, contra o réu, que se refere à providência 
material que se pretenda aplicar, a análise da possibilidade jurídica 
do pedido deve portanto ser localizada no pedido imediato. 
d) cita como exemplo de impossibilidade jurídica a ação de acidente 
de trabalho, sem a discussão prévia da questão na esfera 
administrativa; 
e) dis que a distinção dos pedidos fora abrigada no CPC, no art. 
295, parágrafoúnico, ao cuidar dos casos de indeferimento da 
petição inicial; 
f) quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a 
conclusão, seria a impossibilidade de direito material, com extinção 
doprocesso com julgamento do mérito; 
g) quando o pedido for juridicamente impossível, seria 
impossibilidade jurídica de ordem processual, extinção do processo 
sem julgamento do mérito, pois o juiz diz que o pedido de tutela 
jurisdicional é insuscetível de apreciação. 
 
Sérgio Gischkow e Eduardo Ribeiro de Oliveira com propriedade 
ergueram mais um obstáculo ao pensamento de Theodoro Júnior, 
afirmando que se ter em conta apenas o pedido imediato, sem se 
considerar o bem da vida que se pretende assegurar, não permite 
conclusão alguma sobre a possibilidade jurídica; análise deve ser 
feita sob o aspecto do pedido mediato. 
Até porque, completamos, a distinção entre os pedidos mediatos e 
imediato é meramente didática, não se referindo a esta o CPC em 
nenhum momento, máximo quando regula o pedido (art. 186 e 
29 
 
seguintes do CPC). Justificar a possibilidade jurídica do pedido, 
com este fundamento, nos parece, pois arbitrário. 
Então, com base em Calmon de Passos e Furtado Fabrício ao 
defenderem que quaisquer das hipóteses de impossibilidade 
jurídica do pedido, seja a contida no inciso II, seja a contida no 
inciso III do art. 195 do CPC, redundam em sentença declaratória 
de impossibilidade jurídica, denegatória do bem da vida pretendido, 
cujos efeitos devem ser os da coisa julgada material. A distinção 
feita por Theodoro Jr., então, não tem pertinência. 
 
Eduardo Ribeiro de Oliveira elaborou o mais aceitável estudo de 
direito positivo sobre a possibilidade jurídica do pedido apesar de 
não chegar pugnar pela extinção das condições da ação como 
categoria autônoma - o que o faz incorrer no talvez único senão do 
seu trabalho, conquanto insinue não concordar com o sistema 
vigente e não faça concessões dogmáticas que a doutrina nacional 
costuma fazer. 
 
Em resumo, exprimiu os seguintes motivos de crítica: 
a) critica com razão a conceituação da possibilidade jurídica do 
pedido elaborada pela doutrina nacional, pois seria caso de exame 
de mérito, o que colidiria com o ordenamento; 
b) desenvolve todo o estudo no sentido de adequar tanto quanto 
possível a possibilidade jurídica do pedido a uma análise puramente 
processual, de acordo com que o CPC afirma; 
c) que a impossibilidade jurídica do pedido, da forma como vem 
sendo analisada, levaria à improcedência e, não exatamente à 
carência de ação,devendo o art. 267, I do CPC, ser interpretado 
com temperamentos; 
d) só existirá a impossibilidade jurídica do pedido quando ao juiz 
fosse vedado pronunciar-se sobre aquela matéria; quando não 
possa haver processo com aquela pretensão, e não quando a 
pretensão for de logo repeleida por ser manifestamente 
desamparada; 
30 
 
e) cita como exemplo de impossibilidade a proibição de exame 
judicial dos atos administrativos praticados com fundamento nos 
atos institucionais e complementares ( art. 3º da EC nº 1 da CF/67); 
f) por fim,considera que, em nossa ordem constitucional, que 
consagra o princípio do acesso irrestrito à justiça, a casuística de 
exemplos que justificassem a utilização do instituto seria pobre. 
 
Concluímos que a impossibilidade jurídica do pedido corresponde 
em verdade ao exame puramente processual, o que já é um 
progresso. 
Sem dúvida, a melhor solução é extinguir a categoria 
possibilidade jurídica do pedido, pois a sua existência 
autônoma é injustificável, equiparando-se a conhecida 
improcedência, não há como erigi-la à categoria distinta. 
 
28ª.) Quais são as correntes que explicam o interesse de agir ou 
interesse processual? 
PIL P –possibilidade jurídica do pedido. I – interesse de agir 
ou interesse processual L – legitimidade ad causam 
Legitimidade segundo Chiovenda existiria quando a demanda 
fosse proposta pelo titular da da relação jurídica de direito material 
(autor) em face do titular da obrigação (do réu). 
Para Chiovenda a legitimidade estaria sempre vinculada à 
titularidade da relação de direito material. Mas tal conceito é 
equivocado pois segundo o CPC adotamos a teoria eclética da ação 
que é abstrata. 
Para Liebman a legitimação é a pertinência subjetiva da lide, 
significando que devem estar presentes todos os elementos da 
relação processual para o julgamento de mérito da causa. 
31 
 
A questão de titularidade do direito material fica em segundo plano, 
pois as partes necessárias são apenas aquelas que possibilitam o 
julgamento do mérito da causa. 
Daí surgir a diferença entre a legitimidad ad causam e a 
legitimidade ad processum. Sendo que uma é uma das condições 
da ação e, a outra corresponde a um pressuposto processual de 
existência. 
 
A legitimidade ad causam é aquela para causa específica. Será 
necessário verificar o conteúdo da própria relação de direito 
material que é possível constatar o vínculo do autor e do réu com o 
alegado direito a fim de se definir pela proced~encia ou 
improcedência do pedido. 
 
A legitimidade ad causam é aferida na relação de direito material, e 
é a verdadeira condição da ação. Enquanto que a legitimação ad 
processum ou processual é aquela para figurar em qualquer 
processo, ou seja, para estar em juízo. 
 
Em regra, todas as pessoas físicas, jurídicas e formais possuem 
capacidade para estar em juízo, desde que não precisem de 
assistência ou representação, como é o caso dos menores 
portadores de deficiência mental, daqueles que por causa transitória 
não puderem exprimir a sua vontade ( art. 3 e 4 do CC/2002). 
Exemplo: menor de quatro anos de idade pode ter legitimidade ad 
causam, sendo titular do direito material numa ação de prestação 
de alimentos. Porém, não tem legitimidade ad processum porque 
precisará ser representado em juízo ( seja pelos pais, seja por MP). 
 
Da mesma forma que uma pessoa maior de idade (com dezoito 
anos completos) e portadora de sanidade mental possui legitimação 
ad processum para propor ação reivindicatória de certo imóvel, mas 
32 
 
no entanto, pode não possuir a legitimidade ad causam, quando 
não tenha relação de propriedade com o mesmo. 
 
Legitimidade ordinária (quando alguém defende em nome próprio, 
interesse próprio) é a regra no ordenamento jurídico. 
 
Legitimidade extraordinária – art. 6º do CPC alguém em nome 
próprio defende direito alheio. Não é representação. É o caso do 
MP quando propõe ação de investigação de paternidade. A lei 
atribuiu ao MP a legitimação extraordinária. A legitimação 
extraordinária é sempre prevista em lei. 
 
Há na doutrina quem trate a legitimação extraordinária e a 
substituição processual como sinôminas (Celso Agrícola Barbi). 
 
Mas, a corrente defendida por José Carlos Barbosa Moreira 
admite que a legitimação extraordinária pode ser de dois tipos: 
subordinada e a autônoma. 
 
A subordinada é aquela que não habilita o respectivo titular nem a 
demandar e nem a ser demandado quanto à situação litigiosa, mas 
unicamente deduzí-la seja ativamente ou passivamente, junto com 
o legitimado ordinário, em processo instaurado por este ou em face 
deste, e no qual aquele se limita a intervir. 
 
Já a legitimidade autônoma é a que confere ao respectivo titular a 
possibilidade de atuar em juízo com total independência em relação 
à pessoa que ordinariamente seria legitimada. 
 
33 
 
Há ainda a legitimidade extraordinária exclusiva e concorrente. A 
exclusiva ocorre quando é atribuída a uma pessoa, em virtude da lei 
e com exclusividade (substituição processual). 
 
Já a concorrente ocorre quando alegitimação extraordinária não 
cancela a legitimação ordinária do titular da situação litigiosa, nem 
lhe produz rebaixamento de nível. Tão somente concorre com esta, 
tornando indiferente para a verificação da regularidade do 
contraditório que no processo figure apenas como legitimado 
extraordinário, apenas o ordinário, ou ambos. 
 
Para Barbosa Moreira, a legitimação extraordinária exclusiva ocorre 
a substituição processual. Exemplo: marido na defesa de bens 
dotais da mulher. 
 
Existem três correntes para explicar o interesse de agir ou interesse 
processual. 
1ª. corrente: deve ser analisado sob o aspecto necessidade-
utilidade do provimento jurisdicional. Seus defensores são: Nelson 
Nery Júnior, Barbosa Moreira, Luiz Fux, Luiz Rodrigues Wabier. 
 
2ª. corrente: deve ser verificado sob o prisma da necessidade e 
da adequação. Adeptos: Alexandre Freitas Câmara, Cândido 
Rangel Dinamarco, Luiz Guilherme Marinoni. 
 
3ª. corrente: Deve ser analisado por três perspectivas segundo a 
qual o interesse de agir deve ser verificado com base na 
necessidade, na utilidade e na adequação. 
Adeptos: Leonardo José Carneiro da Cunha e Humberto Theodoro 
Júnior. 
 
34 
 
Vamos definir: 
Interesse-necessidade – quando há outro meio para obter a 
proteção do suposto direito senão através da atividade jurisdicional. 
Interesse-adequação – é a necessidade de pleitear a atividade 
jurisdicional utilizando a forma adequada. 
 
Por exemplo: o autor “A” quer cobrar certo valor do réu “B” e para 
tanto deverá utilizar a ação de cobrança, e não o mandado de 
segurança; 
 
Neste caso, o resultado final da demanda será de extinção sem 
julgamento do mérito por falta de interesse adequação. 
 
Interesse-utilidade – O interesse pode ser aferida pela 
possibilidade de se obter através da prestação jurisdicional, um 
resultado mais favorável, mais vantajoso, mais útil de que aquele 
originariamente obtido. 
 
A utilidade da medida será medida pela possibilidade de se 
conceder ao interessado um resultado mais vantajoso do que 
aquele mesmo que já possui. 
 
O interesse de agir, é por conseguinte, a necessidade de se valer 
do Poder Judiciário para a solução de um conflito de interesses 
entre as partes. Entende-se, ainda, integrante do conceito de 
interesse a utilidade do acesso ao judiciário. 
 
O interesse processual pode ser visto em duas perspectivas: o 
interesse em demandar (autor) em obter a tutela judicial de 
uma situação subjetiva através de certo meio processual; E, o 
35 
 
interesse em contradizer, que é do réu, em impedir a concessão 
daquela tutela judicial, a favor da parte ativa. 
 
A melhor doutrina trata do tema na Teoria Geral do Processo que 
aborda a condição de ação "interesse de agir" no campo da 
utilidade da prestação jurisdicinal pretendida pelo autor, afirmando 
não ser permitido o desenvolvimento de processos em casos nos 
quais se perceba que mesmo diante do acolhimento da pretensão 
do autor, a decisão judicial será absolutamente inútil e sem 
qualquer proveito prático. 
 
A questão da utilidade ínsita no interesse de agir deve ser 
observada com muito cuidado, em especial no clássico exemplo 
fornecido pela doutrina, apontando-se a ausência de interesse de 
agir no processo de conhecimento do autor que já teve a seu favor 
o título executivo judicial. 
 
Cumpre frisar que é possível que uma tutela de urgência em 
processo de conhecimento seja muito mais eficaz que a tutela 
executiva de título extrajudicial, em especial nas obrigações que 
tenham como objeto a tuela inibitória ( fazer/não fazer). 
 
29ª.)Qual é o momento adequado da verificação das condições da 
ação? 
É questão polêmica, e a teoria majoritária é a denominada a “ teoria 
da asserção” ou teoria da prospettazione no direito italiano. 
 
Sua adoção em nosso ordenamento jurídico quando se afirma que 
as condições da ação serão examinadas no estado em que são 
apresentadas, ou seja, in status assertiones. 
 
36 
 
Originalmente, a referida teoria deveria ser aplicada no início do 
procedimento, com o exame da petição inicial porque só naquele 
momento esta é examinada no estado em que for apresentada pelo 
autor. 
Porém, na prática, o juiz verifica após a contestação, posto que em 
se tratando de matéria de ordem pública esta não preclui. 
Se o juiz entender que todas as condições da ação estejam 
preentes, dará prosseguimento a causa dando início a fase 
instrutória. 
 
Vale ressaltar que segundo o CPC, o juiz poderá examinar a 
presença ou não das condições da ação a qualquer momento e em 
qualquer grau de jurisdição (art. 267, terceiro parágrafo e art. 301, 
inciso II e quarto parágrafo do CPC). 
Há duas correntes: 
1ª. corrente: para os adeptos desta corrente de pensamento o CPC 
é taxativo ao afirmar a possibilidade de as condições da ação serem 
objeto da análise até o momento da sentença, em sede recursal e 
a qualquer momento (vide art. 267, terceiro parágrafo e art. 301, 
inciso II e quarto parágrafo do CPC). 
 
Verificada a ausência de alguma das condições da ação, deverá o 
juiz extinguir o processo sem resoluão do mérito. É defendida por 
Cândido Rangel Dinamarco. 
 
2ª. corrente: é a da teoria da asserção que preconiza que pode ser 
analisadas da forma pela qual são apresentadas pelo autor e até 
o momento anterior ao início da fase instrutória. Já se cogita do 
mérito, tendo decorrido o momento limite em que o processo 
poderia ser extinto por falta de alguma das condições da ação. É a 
posição de Alexandre Freitas Câmara, Fredie Didier Junior, 
Leonardo Greco. 
 
37 
 
 
 
 
30ª.) Há a necessidade de se provar as condições da ação? 
Novamente duas correntes disputam a resposta. A primeira corrente 
alega que as condições da ação devem ser provadas desde o 
momento do ajuizamento inicial. É defendida por Dinamarco e Ada 
Pelegrini Grinover. 
 
A segunda corrente defende a desnecessidade de provar 
antecipadamente, mas se for necessário, já estaríamos cogitando 
de mérito, pois a produação dessas provas ocorreria na fase de 
instrução probatória. É a posição dominante na atual doutrina 
brasileira. 
 
A divergência implica em reflexos práticos no julgamento das 
demandas como é possível aferir pelo exemplo: Demanda 
reivindicatória de A em face de B. Quando do recebimento da 
demanda, o juiz examina as condições da ação in status 
assertionis. 
 
O processo ingressa na fase instrutória e o juiz profere decisão 
determinando a produção de uma série destas e então restou 
provado que o autor era parte ilegítima (ilegitimidade ativa ad 
causam) a sentença seria de mérito ou de improcedência do 
pedido? E, novamente as duas correntes disputam a resposta. 
 
A 1ª. corrente alega que pelo sistema do CPC será sentença 
terminativa posto que ocorrera a extinção do feito sem resolução 
do mérito por ilegitimidade ativa ad causam, visto a qualquer tempo 
e grau de jurisdição a falta das condições de ação; 
38 
 
 
A 2ª. corrente: a sentença seria de improcedência do pedido, ou 
seja, com julgamento do mérito, Ovídio Baptista, Marinoni, Pontes 
de Miranda, Fábio Gomes e Araken de Assis. Para tais 
doutrinadores as condições da ação devem ser examinadas até o 
período que antecede o pedido e o início da fase instrutória, não 
podendo ultrapassar esse momento. 
Ainda não é possível afirmar com razoável segurança se as 
condições da ação estão efetivamente preenchidas e garantem pois 
o regular exercício do direito de ação ou simplesmente de mérito 
(José Maria Rosa Tesheimer) 
 
31ª.)Quais são os elementosda ação ou da demanda? 
Partes 
1- sentido formal: polos ativo e passivo da demanda, pouco 
importando se são legítimas. Autor e Réu. 
2- sentido material: é o titular da relação jurídica de direito material 
deduzida em juízo. Parte processual é a que consta no processo 
(e poderá ser legítima ou não). 
 
Dinamarco ainda classifica as partes na demanda (que são as 
constantes na peça exordial, então, o autor e o réu;) e, ainda, 
partes no processo (aqueles que participam do procedimento em 
contraditório). 
O autor é parte desde o início porém, o réu só com a sua citação 
(antes da citação, o réu será apenas parte da demanda). 
Esse conceito por ser mais amplo abrange então o assistente, o 
opoente, o denunciado, o chamado. 
Pedido 
Causa de Pedir 
39 
 
 
32ª.) Como podemos definir e classificar o pedido? 
O pedido em seu aspecto formal é a pretensão formulada em juízo 
e reside na aquisição de um bem de vida, nos processos civis e 
trabalhistas, ou na aplicação de pena punitiva de liberdade e/ou 
restrição de direitos e/ou multa no processo penal. 
 
Bem de vida é a pretensão de satisfação a um direito lesado ou 
ameaçado deduzido em juízo. Pode ter cunho econômico ou não. 
 
Calamandrei ensinou que a função do pedido é determinar sobre o 
que litigam as partes daí, porque a ação é meio necessário de 
ingressar na esfera jurídica do adversário. 
 
O pedido pode ser imediato (é o que a demanda vai propiciar ao 
autor, a sentença de procedência). 
 
E pode ser pedido mediato (que é o bem da vida), o que se deseja 
obter indiretamente através de procedimento jurisdicional favorável. 
 
O pedido pode ser tido como objeto, isto é, o efeito a que tende o 
poder de agir, aquilo que se pede (petitum). 
 
O pedido imediato traduz a providência do juiz pela qual presta a 
tutela jurídica e jurisdicional (por exemplo, a condenação do réu ao 
pagamento de uma quantia). Já o objeto mediato é a quantia a ser 
paga (enfim, o numerário). 
 
Desta forma, o pedido IMEDIATO é a manifestação do Estado ao 
examinar o caso concreto, julgando ou não mérito da questão. Será 
40 
 
pedido mediato a satisfação do bem da vida perseguido no 
processo. 
Espécie de pedido: certo, determinado e genérico. 
 
Poderá ser um pedido simples, complexo ou cumulado. O 
simples exterioriza apenas uma pretensão isoladamente. 
 
O pedido complexo é também conhecido como cumulado e contém 
duas ou mais pretensões exteriorizadas por dois ou mais pedidos 
(despejo cumulado com a cobrança de algueres) rescisão de 
contrato cumulada com pedido de indenização de perdas e danos. 
 
O pedido complexo ou cumulado ainda poderá ser alternativo (OU) 
conforme prevê o art. 188 do CPC que em verdade traduz um 
pedido simples. 
 
Diferente é o caso de cumulação alternativa de pedidos ou 
pedido subsidiário onde há dois ou mais pedidos mas apenas um 
será acolhido. Tem incidência nas obrigações de fazer e não fazer 
infungíveis posto que uma vez inadimplida a obrigação converter-
se-á em perdas e danos (obrigação de dar quantia certa) nos 
termos art. 461, primeiro parágrafo do CPC). 
 
Há também o pedido sucessivo onde um pedido é prejudicial ao 
outro, isto é, o segundo pedido só será apreciado quando for 
procedente o primeiro pedido. 
 
O art. 292 do CPC compatibilidade entre os pedidos, competência, 
adequação de procedimento adotado, caso contrário, utilizar-se-á o 
rito ordinário. Exemplo: declaração de paternidade e pedido de 
pensão alimentícia. 
41 
 
33ª.) O que vem a ser causa de pedir e quais as teorias que 
procuram esclarecê-las? 
Causa de pedir ou causa petendi é o FUNDAMENTO ou o motivo 
pelo qual a pessoa ajuíza a ação e não espera com isso que o 
Estado, através do Poder Judiciário, faça incidir os efeitos contra a 
pessoa qualificada no polo passivo da ação. 
 
A ação é a forma enquanto que a causa de pedir é SEU 
CONTEÚDO. 
É estado de direito e de fato. A finalidade da causa de pedir é 
delimitar a lide, ou seja, os fatos e fundamentos invocados, 
identificando a pretensão formalizada no pedido. 
 
 
 
 
 
Existem duas teorias sobre a causa de pedir. 
 
A primeira teoria é a da individualização ou individuação 
segundo a qual a causa de pedir é composta apenas da menção à 
relação jurídica que envolve as partes, sendo desncessária a 
apresentação dos fatos, bastando demonstrar a relação existente 
entre o autor e o bem de vida pretendido. 
Mas, dependendo do tipo de demanda proposta, a relação é entre 
autor e réu. 
Já a segundo teoria é a da substanciação que é dominante tanto 
na doutrina como na jurisprudência e, afirma que o conteúdo da 
causa de pedir é formado pelos fatos e fundamentos jurídicos 
PRETENSÃO 
PEDIDO 
C
A
U
S
A 
D
E 
P
E
D
I
R 
FATOS E FUNDAMENTOS 
42 
 
apresentados pelo autor. Menciona essa teoria explicitamente 
nosso CPC, em seu art. 282, III. 
Poderá a causa de pedir ser remota ou próxima. A remota são os 
fatos relatados pelo autor na exordial. O direito vem dos fatos. 
Lembrem-se da teoria trimensional de Miguel Reale: FATOS, 
VALOR e NORMA. 
 
Já a causa de pedir próxima são os fundamentos jurídicos (normas, 
regras e princípios). 
Existe ainda a causa pedir simples, composta e complexa. 
 
A simples contém apenas uma única causa de pedir o que enseja 
então um pedido. 
A composta contém duas ou mais causas de pedir.Além da 
inadimplência do locatário; este desrespeita o regulamento do 
condomínio. Entretanto, o pedido é de DESPEJO. 
A complexa é quando há duas ou mais causas de pedir 
formando DOIS ou MAIS pedidos. 
 
Exemplo: Alegado o não pagamento dos alugués, a quebra do 
imóvel, além do desrespeito ao regulamento do condomínio. Dois 
são os pedidos: o de DESPEJO e o da INDENIZAÇÃO de perdas e 
danos(apurando danos materiais e extrapatrimoniais). 
34ª.) Quando surgirá nova demanda? 
Quando da alteração de qualquer dos elementos da demanda, 
ou seja, partes, pedido ou causa de pedir, ensejando o surgimento 
de uma nova demanda, distinta daquela que fora proposta. 
 
43 
 
35ª.) O que são as chamadas ações necessárias e constitutivas 
necessárias? 
Alguns casos específicos, certas relações jurídicas somente podem 
ser criadas, modificadas ou extintas através do ajuizamento de uma 
demanda. 
Nesse caso, ocorre a indispensabilidade de que tais efeitos sejam 
obtidos através do Poder Judiciário. 
É o caso de interdição de pessoa. 
Em sua maioria as ações necessárias retratam as hipóteses de 
jurisdição voluntária, mas podem também abranger típicos casos de 
jurisdição contenciosa como a ação rescisória de sentença a 
separação ou divórcio litigioso. 
Para uma boa parcela da doutrina, o termo correto seria jurisdição 
necessária uma vez que seja indispensável a obtenção do resultado 
através da participação do Poder Judiciário (é a posição de Luiz 
Fux). 
36ª.) Qual é a natureza jurídica do processo, qual é seu conceito e 
os sujeitos do processo? 
a) Existe sete teorias ao todo que tentam explicar a natureza 
jurídica do processo. São estas: a) teoria imanentista-praxista que 
concebe o processo como próprio direito material em realão à uma 
violação ( art. 75 do C.C. de 1916); 
b) a teoria contratualista. Calcada no direito romano, no período 
que era baseado em fórmulas. O autor e réu se dirigiam ao pretor 
que apenas aplicava-lhes uma fórmula para exarar sua decisão. 
c) teoria quase-contratualista. É preciso haver a vontade das 
partes para existir o processo. 
d) teoria da relação jurídica processual de Oskar Von Büllow –

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