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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL 
CIVIL
Jurisdição e Ação
Livro Eletrônico
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Lídia Marangon
Jurisdição e Ação
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sumário
Jurisdição ....................................................................................................................................3
Equivalentes Jurisdicionais . ......................................................................................................5
Autotutela . .................................................................................................................................6
Autocomposição ........................................................................................................................7
Mediação e Conciliação . ............................................................................................................8
Arbitragem . .............................................................................................................................. 15
Princípios da Jurisdição . ........................................................................................................ 20
Territorialidade . ...................................................................................................................... 20
Indelegabilidade . ..................................................................................................................... 20
Inafastabilidade . ...................................................................................................................... 21
Jurisdição Voluntária ...............................................................................................................22
Características da Jurisdição Voluntária . .............................................................................22
Questões de Concurso . ...........................................................................................................37
Gabarito . ................................................................................................................................. 50
Gabarito Comentado . .............................................................................................................. 51
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Jurisdição e Ação
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo certo com a jornada de estudos? Espero que sim. Vamos 
para a nossa segunda aula, com força total. Aproveite ao máximo, pois em breve nos encon-
traremos nos corredores da Justiça.
Nesta aula, abordaremos os seguintes pontos:
• jurisdição;
• equivalentes jurisdicionais;
• ação.
Sendo assim, vamos começar!
Jurisdição
Os temas da aula de hoje são bastante teóricos, mas sempre são cobrados nas provas de 
concurso e cada vez de forma mais profunda.
Inicialmente, precisamos entender o conceito de jurisdição. Cada doutrinador tem um 
conceito próprio de jurisdição, mas sempre com o mesmo fundo. Por isso, vou apresentar a 
você o conceito mais usual que é aquele que define a jurisdição como a atuação estatal que 
visa aplicar o direito objetivo ao caso concreto, de modo a resolver de maneira definitiva uma 
situação de crise jurídica e gerar a paz social. Assim, pode-se dizer que a jurisdição é uma 
função atribuída a um terceiro imparcial.
Vamos tratar sobre os elementos que compõem o conceito de jurisdição?
O primeiro deles é a IMPARCIALIDADE.
A imparcialidade significa que um terceiro imparcial deve substituir a vontade das partes 
(o que alguns doutrinadores definem como substitutividade) e determinar a solução do pro-
blema. Desse modo, por ser exercida por terceiro, afirma-se que a jurisdição é uma técnica de 
solução de conflitos por heterocomposição. Ademais, além de o órgão julgador ter que ser um 
terceiro alheio ao conflito, ele também tem que ser desinteressado.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Tudo bem. Compreendi, professora. Mas e os tribunais administrativos das agências re-
guladoras que funcionam como terceiros imparciais? Eles podem ser considerados órgãos 
jurisdicionais?
Podem não. Os tribunais administrativos das agências reguladoras fogem do conceito de 
jurisdição considerando que suas decisões não têm definitividade. Isso significa que essas 
decisões podem ser revistas pelo Poder Judiciário. Falta, desse modo, o atributo exclusivo da 
jurisdição, que é a aptidão para a coisa julgada material.
Outro elemento que compõe o conceito de jurisdição é a IMPERATIVIDADE.
O que significa a imperatividade? Significa que a jurisdição é uma manifestação de poder, 
impondo-se de maneira imperativa. As partes, necessariamente, se submetem ao que for de-
cidido pelo órgão jurisdicional. Compreendeu? Então, é possível afirmar que a imperatividade 
tem íntima relação com o princípio da inevitabilidade da jurisdição. Não esqueça!
Isso porque, embora se reconheça que ninguém é obrigado a ingressar com demanda 
contra a sua vontade, o certo é que, uma vez que a pessoa é integrada à relação jurídica pro-
cessual, não pode dela fugir. A vinculação é automática e não depende da concordância do 
indivíduo. Segundo Daniel Assumpção, “essa integração obrigatória à relação jurídica proces-
sual coloca os sujeitos que dela participam num estado de sujeição, o que significa dizer que 
suportarão os efeitos da decisão jurisdicional ainda que não gostem, não acreditem, ou não 
concordem com ela”.
Importante saber! A função jurisdicional é monopólio do Estado?
Fredie Didier entende que, embora a função jurisdicional seja monopólio do Estado, ela 
não precisa ser necessariamente exercida por ele, tendo em vista que o Estado pode autorizar 
o exercício da jurisdição por outros agentes privados, tais como os árbitros. Podemos pros-
seguir? Então vamos lá!
Outro elemento do conceito de jurisdição é a DEFINITIVIDADE, que significa que a coisa 
julgada é uma característica que diz respeito exclusivamente às decisões judiciais. Isso por-
que a solução do conflito por meio jurisdicional é a única que se torna definitiva e imutável. 
Dessa forma, é correto afirmar que só os atos jurisdicionais podem adquirir essa especial 
estabilidade.
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EquivalEntEs Jurisdicionais
Querido(a) aluno(a)! Você já estudou sobre os equivalentes jurisdicionais?
Eles são as formas não jurisdicionais de solução de conflitos. Por isso que a doutrina os 
chama de equivalentes.
É importante observar que todas essas formas de solução de conflitos não têm a caracte-
rística da definitividade, pois podem ser submetidas ao controle jurisdicional.
Há quatro espécies de equivalentes jurisdicionais reconhecidas por nosso direito:
Em razão da existência dessas espécies de equivalentes jurisdicionais e de sua adoção 
pelo Código de Processo Civil, é possível afirmar que há no nosso ordenamento jurídico um 
sistema multiportas de justiça. Vamos entendê-lo?
Atualmente, a conciliação, a mediação e a arbitragem integram, juntamente com a jurisdi-
ção, um modelo chamado de “Justiça Multiportas.” Isso significa que a atividade jurisdicional 
do Estado não é a única opção que as pessoas possuem para buscar a solução de um confli-
to. Elas podem buscar o meio que for mais adequado ao caso concreto, como a mediação, a 
conciliação ou a arbitragem.
A Justiça Multiportas também é conhecida como “multi-door system”. Não esqueça disso!
Entendi, professora. Mas por que o nome “Justiça Multiportas”?
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Lídia MarangonJurisdição e Ação
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Porque para cada tipo de conflito, uma porta é a mais adequada (a da mediação, a da 
conciliação, a da arbitragem ou a da jurisdição) à solução do problema e as partes seriam 
encaminhadas para uma ou outra, como na figura.
Veja que o Código de Processo Civil incentiva a conciliação em diversos pontos e isso tem 
a grande vantagem de dar protagonismo às partes que são as donas do problema e as mais 
interessadas em resolvê-lo.
Agora, vamos estudar os equivalentes jurisdicionais propriamente ditos.
autotutEla
A autotutela constitui-se fundamentalmente pelo sacrifício integral do interesse de uma 
das partes envolvida no conflito em razão do exercício da força pela parte vencedora, ou 
seja, um dos conflitantes impõe a solução do conflito ao outro. Deve ser utilizada de maneira 
excepcional, considerando que é uma forma de solucionar o conflito com as próprias mãos. 
Seguem alguns exemplos de autotutela permitida pelo nosso ordenamento jurídico: legítima 
defesa, apreensão do bem com penhor legal (art. 1.467, I, do CC); desforço imediato no esbu-
lho (art. 1.210, § 1º, do CC).
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autocomposição
Na autocomposição, o conflito é solucionado por meio da vontade, pelo consentimento 
espontâneo de um dos conflitantes no sentido de sacrificar no todo ou em parte o seu inte-
resse. Nesse caso, a solução do conflito não se dá pela força, como na autotutela, mas sim 
pela vontade das partes. É possível afirmar que a autocomposição é considerada a forma 
prioritária de pacificação social. Veja o teor do artigo 3º, § 2º, do CPC:
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
Além disso, no Brasil há um forte estímulo à autocomposição. Por meio da Resolução 
125, o Conselho Nacional de Justiça tornou-se competente para organizar programa com o 
objetivo de promover ações de incentivo à autocomposição de litígios e à pacificação social 
por meio da conciliação e da mediação. A leitura dessa resolução é extremamente indicada 
para os concursos da área jurídica, pois ela dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tra-
tamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário.
Professora, você pode dar exemplos de como essa Resolução promove as ações de in-
centivo à autocomposição de litígios?
Claro! Por exemplo, por meio da criação dos Núcleos Permanentes de Métodos Consen-
suais de Solução de Conflitos e da criação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e 
Cidadania (Centros ou Cejuscs). Vamos conferir o teor dos seguintes artigos para que você 
entenda melhor:
Art. 7º Os tribunais deverão criar, no prazo de 30 dias, Núcleos Permanentes de Métodos Consen-
suais de Solução de Conflitos (Núcleos), coordenados por magistrados e compostos por magistra-
dos da ativa ou aposentados e servidores, preferencialmente atuantes na área, com as seguintes 
atribuições, entre outras: (Redação dada pela Emenda n. 2, de 08.03.16)
I – desenvolver a Política Judiciária de tratamento adequado dos conflitos de interesses, estabe-
lecida nesta Resolução;
II – planejar, implementar, manter e aperfeiçoar as ações voltadas ao cumprimento da política e suas 
metas;
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III – atuar na interlocução com outros Tribunais e com os órgãos integrantes da rede mencionada 
nos arts. 5º e 6º;
IV – instalar Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania que concentrarão a realização 
das sessões de conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores e mediadores, dos 
órgãos por eles abrangidos;
V – incentivar ou promover capacitação, treinamento e atualização permanente de magistrados, 
servidores, conciliadores e mediadores nos métodos consensuais de solução de conflitos;
VI – propor ao Tribunal a realização de convênios e parcerias com entes públicos e privados para 
atender aos fins desta Resolução;
VII – criar e manter cadastro de mediadores e conciliadores, de forma a regulamentar o processo 
de inscrição e de desligamento; (Incluído pela Emenda n. 2 de, 08.03.16)
VIII – regulamentar, se for o caso, a remuneração de conciliadores e mediadores, nos termos do art. 
169 do Novo Código de Processo Civil combinado com o art. 13 da Lei de Mediação.
Art. 8º Os tribunais deverão criar os Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cen-
tros ou Cejuscs), unidades do Poder Judiciário, preferencialmente, responsáveis pela realização ou 
gestão das sessões e audiências de conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores 
e mediadores, bem como pelo atendimento e orientação ao cidadão.
A autocomposição pode ocorrer por meio da transação, nos casos em que os conflitan-
tes solucionam os conflitos por intermédio de concessões de ambos os lados e por meio da 
submissão, que ocorre nos casos em que um dos conflitantes se submete à pretensão do 
outro de maneira voluntária e acaba abdicando dos seus interesses. Quando é feita em juízo, 
a submissão da parte autora é denominada de renúncia e a da parte ré é conhecida como re-
conhecimento da procedência do pedido.
mEdiação E conciliação
Agora, vamos tratar agora da mediação e da conciliação.
A mediação e a conciliação são formas de solução de conflito por meio das quais um 
terceiro intervém em um processo negocial, com a função de auxiliar as partes no alcance da 
autocomposição. A esse terceiro não cabe resolver o problema, como ocorre na arbitragem 
(heterocomposição).
Segundo o manual de mediação do CNJ, a mediação pode ser definida como “uma ne-
gociação facilitada ou catalisada por um terceiro. Alguns autores preferem definições mais 
completas sugerindo que a mediação um processo autocompositivo segundo o qual as par-
tes em disputa são auxiliadas por uma terceira parte neutra ao conflito ou por um painel de 
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pessoas sem interesse na causa, para se chegar a uma composição. Trata-se de um método 
de resolução de disputas no qual se desenvolve um processo composto por vários atos pro-
cedimentais pelos quais o(s) terceiro(s) imparcial(is) facilita(m) a negociação entre as pesso-
as em conflito, habilitando-as a melhor compreender suas posições e a encontrar soluções 
que se compatibilizam aos seus interesses e necessidades”.
Segundo o mesmo manual, a conciliação pode ser definida como “um processo autocom-
positivo breve no qual as partes ou os interessados são auxiliados por um terceiro, neutro ao 
conflito, ou por um painel de pessoas sem interesse na causa, para assisti-las, por meio de 
técnicas adequadas, a chegar a uma solução ou a um acordo”.
Além disso, no nosso ordenamento jurídico temos a Lei n. 13.140/2015 que dispõe sobre 
a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocompo-
sição de conflitos no âmbito da administração pública. Nessa Lei, também podemos perceber 
o conceito de mediação estampado no artigo 1º, parágrafo único. Vamos conferir?
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre particulares 
e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública.
Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem 
poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desen-
volver soluções consensuais para a controvérsia.
Tudo bem, professora! Mas então, qual a diferença entre conciliação e mediação?A diferença entre a mediação e a conciliação é técnica.
A conciliação parte de uma técnica mais incisiva e participativa do conciliador. Nesse 
caso, a conciliação é mais recomendável para conflitos entre pessoas que não mantinham 
uma relação prévia, como por exemplo, pessoas envolvidas em um acidente de trânsito. O 
conciliador pode propor soluções.
Já no que tange à mediação, é possível afirmar que ela se restringe à facilitação, à interlo-
cução. O mediador não propõe soluções. Por isso, a mediação é mais indicada para solução 
de conflitos entre pessoas que já tinham vínculo ou relação prévia, como por exemplo, pesso-
as da mesma família ou vizinhos.
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Veja que o CPC mostra as diferenças acima descritas:
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis 
pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de 
programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo tribunal, observa-
das as normas do Conselho Nacional de Justiça.
§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior 
entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo 
de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as 
partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo 
que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções con-
sensuais que gerem benefícios mútuos.
Para facilitar o estudo, vou acrescentar nosso material o seguinte quadro com as princi-
pais diferenças entre o conciliador e o mediador. Veja:
Vamos verificar agora quais os princípios que informam a conciliação e a mediação. Es-
ses princípios estão previstos no artigo 166 do CPC e na Lei n. 13.140/2015, que dispõe sobre 
a mediação entre particulares como meio de solução de controvérsias e sobre a autocompo-
sição de conflitos no âmbito da administração pública.
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Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da independência, da im-
parcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da 
decisão informada.
Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios:
I – imparcialidade do mediador;
II – isonomia entre as partes;
III – oralidade;
IV – informalidade;
V – autonomia da vontade das partes;
VI – busca do consenso;
VII – confidencialidade;
VIII – boa-fé.
Assim, podemos afirmar que os princípios que regem a conciliação/mediação são:
• Independência: uma garantia dos mediadores e conciliadores é a independência, que 
significa proteção contra pressões que possam eventualmente sofrer no exercício das 
funções. Os mediadores e conciliadores, garantidos por esse princípio, não são obriga-
dos, por exemplo, a redigir acordos ilegais ou inexequíveis;
• Imparcialidade: os conciliadores e mediadores devem ser imparciais e a eles aplicam-
-se as mesmas regras de suspeição e impedimentos do juiz, conforme o artigo 5º da 
Lei n. 13.140/2015. Perceba:
Art. 5º Aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz.
Parágrafo único. A pessoa designada para atuar como mediador tem o dever de revelar às partes, 
antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada 
em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado 
por qualquer delas.
Autonomia da vontade: as partes podem criar as regras do procedimento autocompositi-
vo. Além disso, são as partes que decidem os termos do acordo, não podendo sofrer qualquer 
tipo de pressão para elaborar cláusulas em desconformidade com a sua vontade.
Além disso, pergunto: alguém pode ser obrigado a permanecer no procedimento de me-
diação? Não! Confira abaixo a redação dos artigos que fundamentam o princípio da autono-
mia da vontade das partes no procedimento autocompositivo:
Art. 166, § 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia dos interessa-
dos, inclusive no que diz respeito à definição das regras procedimentais.
Art. 2º, § 2º Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação.
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Confidencialidade: o sigilo na mediação e na conciliação deve ser respeitado, certo? Tudo 
bem! Mas a confidencialidade se estende a quais informações? A todas as informações pro-
duzidas no curso do procedimento. Muito importante esse ponto!
Art. 166, § 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do 
procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa 
deliberação das partes.
§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como 
os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriun-
dos da conciliação ou da mediação.
Além disso, a confidencialidade no procedimento de mediação é algo tão levado a sério 
pelo ordenamento jurídico que as informações obtidas no procedimento de mediação não 
podem ser reveladas sequer em processo arbitral ou judicial, salvo se essa for a vontade das 
próprias partes ou uma determinação da própria lei. Caso contrário, o sigilo deve ser mantido.
Art. 30. Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de mediação será confidencial em 
relação a terceiros, não podendo ser revelada sequer em processo arbitral ou judicial salvo se as 
partes expressamente decidirem de forma diversa ou quando sua divulgação for exigida por lei ou 
necessária para cumprimento de acordo obtido pela mediação.
§ 1º O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às partes, a seus prepostos, advogados, 
assessores técnicos e a outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou indiretamente, 
participado do procedimento de mediação, alcançando:
I – declaração, opinião, sugestão, promessa ou proposta formulada por uma parte à outra na busca 
de entendimento para o conflito;
II – reconhecimento de fato por qualquer das partes no curso do procedimento de mediação;
II – manifestação de aceitação de proposta de acordo apresentada pelo mediador;
IV – documento preparado unicamente para os fins do procedimento de mediação.
§ 2º A prova apresentada em desacordo com o disposto neste artigo não será admitida em proces-
so arbitral ou judicial.
Entendi, professora! Mas, se por acaso, durante o procedimento de mediação for colhida 
informação sobre a ocorrência de um crime de ação penal pública? Ainda sim haverá 
confidencialidade?
Nesse caso não! Confira a redação do § 3º do artigo 30 da Lei de Mediação:
Art. 30, § 3º Não está abrigada pela regra de confidencialidade a informação relativa à ocorrência 
de crime de ação pública.
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A quem se aplica o dever de confidencialidade?
• mediador;
• partes;
• prepostos das partes;
• advogados;
• assessores técnicos
• outras pessoas de confiança das partes que tenham, direta ou indiretamente, participa-
do do procedimento de mediação.
Oralidade e informalidade: esses princípios pautam-se pela necessidadede busca de lin-
guagem acessível às partes e ambiente informal.
Decisão informada: desse princípio extrai-se que as partes devem ter consciência plena 
da decisão que estão tomando e do acordo que estão formalizando.
É importante ressaltar também que a mediação e conciliação podem ocorrer tanto de for-
ma extrajudicial como judicialmente.
Quando a mediação for judicial, os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas 
de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de 
justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com 
indicação de sua área profissional.
E quem pode atuar como mediador judicial, professora?
A pessoa capaz, graduada há, pelo menos, dois anos em curso de ensino superior de insti-
tuição reconhecida pelo Ministério da Educação e que tenha obtido capacitação em escola ou 
instituição de formação de mediadores, reconhecida pela Escola Nacional de Formação e Aper-
feiçoamento de Magistrados – Enfam ou pelos tribunais, observados os requisitos mínimos 
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça.
Já no caso da mediação extrajudicial, o mediador pode ser pessoa capaz que tenha a 
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de integrar 
qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele inscrever-se.
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Professora, na mediação e conciliação as partes podem ser assistidas por advogados ou 
defensores públicos?
Sim. É o que está previsto no artigo 10 da Lei n. 13.140/2015.
Art. 10. As partes poderão ser assistidas por advogados ou defensores públicos.
Parágrafo único. Comparecendo uma das partes acompanhada de advogado ou defensor público, 
o mediador suspenderá o procedimento, até que todas estejam devidamente assistidas.
Fique atento(a), no entanto, à recente decisão do plenário do CNJ que não obriga a pre-
sença de advogados e defensores públicos em audiências de mediação ou conciliação.
Conforme entendimento do Conselho Nacional de Justiça, não é obrigatória a presença de 
advogados ou defensores públicos em audiências de conciliação e mediação realizadas nos 
Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania, porque essas audiências objetivam 
apenas facilitar a transação, ato de autonomia privada reservado a toda pessoa capaz, de 
prevenir ou terminar litígios.
O tema foi discutido em julgamento durante a 281ª Sessão Ordinária, de recurso adminis-
trativo apresentado pela Ordem dos Advogados do Brasil (Recurso Administrativo no Pedido 
de Providência 0004837-35.2017.2.00.0000). A decisão tomada pela maioria dos conselhei-
ros do CNJ se baseou na Resolução n. 125/2010 do CNJ, que no 11º artigo prevê a atuação de 
advogados e outros membros do Sistema de Justiça nos casos, mas não obriga a presença 
deles para que ocorra a solução dos conflitos.
Ainda sobre a mediação, é importante tratarmos de alguns outros pontos. Vamos lá!
Me responda: a mediação só se aplica para direitos disponíveis?
NÃO!
Observe que a Lei da mediação afirma que é possível a mediação de conflitos que versem 
sobre direitos indisponíveis que admitam transação. E nesse caso, necessitaremos de oitiva 
do Ministério Público e homologação do juízo. Preste bastante atenção nesses detalhes!
Art. 3º Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou sobre direitos 
indisponíveis que admitam transação.
§ 1º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.
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§ 2º O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homolo-
gado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público.
Agora surgiu uma dúvida professora! É possível que haja mais de um mediador para atuar 
em um caso?
SIM! Isso porque existem conflitos extremamente complexos nos quais a participação de 
apenas um mediador é insuficiente. Por essa razão, a Lei da mediação trouxe previsão ex-
pressa nesse sentido. Entendeu? Confira:
Art. 15. A requerimento das partes ou do mediador, e com anuência daquelas, poderão ser admiti-
dos outros mediadores para funcionarem no mesmo procedimento, quando isso for recomendável 
em razão da natureza e da complexidade do conflito.
Outro ponto importante: você já ouviu falar da possibilidade de mediação feita pela inter-
net? Pois é! Existe essa possibilidade também. E tudo com a finalidade de facilitar ao máximo 
a solução consensual dos conflitos. Obviamente que nesses casos, há necessidade de con-
cordância dos envolvidos. Imagine a situação na qual as partes residam em comarcas bem 
distantes. Se ambas concordarem, a mediação pode ser feita por qualquer meio de comuni-
cação que permita a realização da transação à distância. Interessante, concorda?
Art. 46. A mediação poderá ser feita pela internet ou por outro meio de comunicação que permita a 
transação à distância, desde que as partes estejam de acordo.
arbitragEm
O que é a arbitragem?
Segundo Fredie Didier, a arbitragem é uma técnica de solução de conflitos mediante a 
qual os conflitantes buscam em uma terceira pessoa, de sua confiança, a solução amigável e 
“imparcial” do litígio.
A arbitragem, diferentemente da conciliação e da mediação, é heterocomposição.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
No Brasil, a arbitragem é regulamentada pela Lei n. 9.307/1996. O Código de Processo 
Civil também prevê a arbitragem, no artigo 3º, § 1º.
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
A arbitragem é constituída por meio da convenção de arbitragem que compreende tanto a 
cláusula compromissória como o compromisso arbitral.
A cláusula compromissória é a convenção na qual as partes decidem previamente e de 
maneira abstrata, ou seja, sem referência a qualquer conflito concreto, que eventuais diver-
gências serão resolvidas pela arbitragem.
No compromisso arbitral, diferentemente da cláusula compromissória, temos um conflito 
concreto já existente e as partes optam por submeter essa controvérsia ao juízo arbitral. Tra-
ta-se de uma renúncia à atividade jurisdicional estatal.
E quem pode ser árbitro?
De acordo com o artigo 13 da Lei n. 9.307/1996, pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e 
que tenha a confiança das partes.
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Querido(a) aluno(a)! Se o examinador perguntar a você se há necessidade de homologa-
ção judicial da sentença arbitral, o que você responderia?
Certamente você deve responder que não! Isso porque a sentença arbitral produz, entre 
as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder 
Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo. Desse modo, você deve afirmar 
com bastante convicção que a sentença arbitral produz efeitos imediatos, sem necessidade 
de homologação judicial.
E essa convicção vem de onde, professora? Da legislação que rege o tema! Vamos conferir?
CPC, Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os arti-
gos previstos neste Título:
VII – a sentença arbitral;
Lei n. 9.307/1996
Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica sujeita a recurso ou a 
homologação pelo Poder Judiciário.
Lei n. 9.307/1996
Art. 31. A sentença arbitralproduz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da sen-
tença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título executivo.
O título executivo constituído é de natureza judicial. Mas fique atento: o árbitro não tem 
poder para tomar providências executivas!
Falando em medidas executivas, recentemente o STJ entendeu que é possível a penhora 
no rosto dos autos de procedimento de arbitragem.
O que é a penhora no rosto dos autos? É aquela que recai sobre um direito litigioso, ou 
seja, um direito que ainda é pleiteado em juízo. Podemos afirmar que é a penhora que recai 
sobre um crédito que ainda está sendo discutido em juízo.
O credor pede a penhora no rosto de um determinado processo a fim de garantir que o 
eventual crédito recebido naquele processo pelo devedor seja utilizado para pagar o débito. 
O devedor, executado nos autos em que se requer a medida, tem a expectativa de receber al-
gum bem economicamente apreciável nos autos em cujo “rosto” se pretende seja anotada a 
penhora requerida.
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Exemplo: em um processo “A”, João está prestes a receber um determinado valor. Só que 
João é devedor de Maria. Maria está executando João no processo “B” e sabedora que João 
tem um possível crédito a receber, já pede a penhora do valor no rosto dos autos do processo 
“A”, para, desde já, garantir que vai receber seu crédito. Ficou mais fácil?
A previsão da penhora no rosto dos autos está no artigo 860 do CPC. Confira:
Art. 860. Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a penhora que recair sobre ele será 
averbada, com destaque, nos autos pertinentes ao direito e na ação correspondente à penhora, a 
fim de que esta seja efetivada nos bens que forem adjudicados ou que vierem a caber ao executado.
Perceba que a medida de penhora no rosto dos autos é requerida a um determinado juiz 
que oficia ao juiz condutor do outro processo para que este efetue a medida.
OK, professora! Mas qual a relação disso tudo com a arbitragem?
Como eu afirmei acima, recentemente, o STJ entendeu que é possível a penhora no ros-
to dos autos de procedimento de arbitragem. Ou seja, em que pese seja mais comum o juiz 
deferir a penhora no rosto dos autos de outro processo judicial, é possível que o juiz também 
defira a penhora no rosto de um procedimento de arbitragem.
E nesse aspecto, o STJ salientou que respeitadas as peculiaridades de cada jurisdição, é 
possível aplicar a penhora no rosto dos autos ao procedimento de arbitragem, a fim de permi-
tir que o juiz oficie o árbitro para que este faça constar em sua decisão final, acaso favorável 
ao executado, a existência da ordem judicial de expropriação, ordem essa, por sua vez, que 
só será efetivada ao tempo e modo do cumprimento da sentença arbitral, no âmbito do qual 
deverá ser também resolvido eventual concurso especial de credores.
Tenho absoluta certeza de que essa decisão será objeto de diversas provas de concurso. 
Portanto, vamos ler o julgado?
A penhora no rosto dos autos prevista no art. 674 do CPC/1973 – correspondente à 
penhora nos autos do art. 860 do CPC/2015 – recai sobre direito litigioso, ou seja, direito 
que ainda é pleiteado em juízo. A prévia formação do título executivo judicial não é requi-
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sito para que se realize a penhora no rosto dos autos, bastando, para tanto, que o deve-
dor, executado nos autos em que se requer a medida, tenha, ao menos, a expectativa de 
receber algum bem economicamente apreciável nos autos em cujo “rosto” se pretende 
seja anotada a penhora requerida. Importante destacar que o deferimento de penhora no 
rosto dos autos de procedimento de arbitragem não implica propriamente a individuali-
zação, tampouco a “apreensão efetiva e em depósito dos bens à ordem judicial”, em que 
importa sempre a penhora, segundo a lição da doutrina, mas a mera afetação do direito 
litigioso, a fim de sujeitar à futura expropriação os bens que eventualmente venham a 
ser atribuídos, na arbitragem, ao executado, além de criar sobre eles a preferência para 
o respectivo exequente. Respeitadas as peculiaridades de cada jurisdição, é possível 
aplicar a regra do art. 674 do CPC/1973 (art. 860 do CPC/2015) ao procedimento de 
arbitragem, a fim de permitir que o juiz oficie o árbitro para que este faça constar em sua 
decisão final, acaso favorável ao executado, a existência da ordem judicial de expropria-
ção, ordem essa, por sua vez, que só será efetivada ao tempo e modo do cumprimento 
da sentença arbitral, no âmbito do qual deverá ser também resolvido eventual concurso 
especial de credores, nos termos do art. 613 do CPC/1973 (parágrafo único do art. 797 
do CPC/2015).
REsp 1.678.224-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado 
em 07/05/2019, DJe 09/05/2019 (Informativo 648).
Agora quero saber o seguinte: qual a natureza jurídica da arbitragem? Veja querido(a) 
aluno(a). Esse é um tema bastante divergente na doutrina. Seria ela também um equivalente 
jurisdicional ou seria ela jurisdição?
Temos uma primeira corrente que entende que a arbitragem é jurisdição. Fredie Didier 
afirma, por exemplo, que a arbitragem, no Brasil, não é equivalente jurisdicional e sim juris-
dição, exercida por particulares, com autorização do Estado e como consequência do direito 
fundamental de autorregramento da vontade. Também é importante ressaltar que o teor dos 
artigos 3º, § 1º, e 515, VII, do CPC reforça esse entendimento. Confira:
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos 
previstos neste Título:
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VII – a sentença arbitral;
Uma segunda corrente doutrinária entende que a arbitragem é um equivalente Jurisdicio-
nal. Essa corrente é defendida, por exemplo, por Luiz Guilherme Marinoni. Segundo esse autor:
• arbitragem é uma manifestação da autonomia de vontade das partes e na medida que 
escolhem um árbitro, renunciam à jurisdição;
• a jurisdição só pode ser exercida por pessoa devidamente investida na autoridade de juiz;
• a jurisdição é caracterizada pelo princípio do juiz natural e na arbitragem, as partes 
podem escolher o árbitro;
• o árbitro não tem poder para executar suas próprias decisões;
• a arbitragem só serve para a tutela de direitos patrimoniais disponíveis;
• a validade das decisões dos árbitros pode ser controlada pelo Poder Judiciário.
Portanto, saiba esclarecer ao examinador os posicionamentos da doutrina e procure de-
monstrar que conhece o fundamento de ambas, certo?
princípios da Jurisdição
tErritorialidadE
O princípio da territorialidade também é conhecido como princípio da aderência ao territó-
rio. Está relacionado à limitação do exercício da jurisdição. Isso significa que o juiz somente 
pode exercer a jurisdição dentro do território nacional, de acordo com as regras próprias de 
competência. Em razão da aplicação desse princípio, sempre que for necessária a prática de 
ato processual fora dos limites da competência daquele juízo, haverá a necessidade de utili-
zação das conhecidas cartas precatória e rogatória.
indElEgabilidadE
Esse princípio nos traz a ideia de que o exercício da função jurisdicional não pode ser de-
legado seja para outro Poder, seja para outro órgão jurisdicional.
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inafastabilidadE
Esse princípio está previsto no inciso XXXV do artigo 5º da CF que afirma que a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de lesão a direito. Isso significa 
que não há matéria que possa ser excluída da apreciação do Poder Judiciário. Também tem 
relação com esse princípio o fato de que não há a obrigatoriedade de procuramos os possí-
veis mecanismos administrativos ou esgotar a via administrativa quando tivermos interesse 
em provocar o Judiciário para solucionar algum conflito.
Você deve estar se perguntando neste momento: a exigência de esgotamento da via ad-
ministrativa para o ingresso de determinada ação judicial representa ofensa ao princípio da 
inafastabilidade?
O entendimento dominante é no sentido de que não há a ofensa, pois, a exigência de es-
gotamento da via administrativa, quando existe, tem mais relação com o preenchimento de 
determinadas condições formais ou com a demonstração do interesse de agir. Não há, assim, 
afastamento da jurisdição, ou seja, não há perda do direito de acionar o Poder Judiciário.
Juiz natural: trata-se de uma garantia não prevista expressamente, mas que resulta de 
duas previsões constitucionais, quais sejam, a proibição do juízo ou tribunal de exceção e a 
que determina que ninguém será processado senão pela autoridade competente (art. 5º, LIII, 
da CF, e 5º, XXXVII, da CF). A garantia do juiz natural é tão importante que consiste também na:
• proibição de escolha do juiz pelo autor da demanda;
• exigência de que os magistrados sejam imparciais e independentes;
• proibição da criação de tribunais de exceção, que são aqueles criados após o aconteci-
mento do fato e que surgem com a exclusiva tarefa de julgá-los;
Agora preste atenção! Segundo a doutrina, não viola o princípio do juiz natural a criação 
de varas especializadas, as regras de competência determinada por prerrogativa de função, a 
instituição de Câmaras de Recesso em tribunais, porque em todas essas situações as regras 
são gerais, abstratas e impessoais.
Você já ouviu falar da expressão “acusador público de encomenda”? Essa expressão 
foi criada por uma parcela da doutrina que entende que ao lado do princípio do juiz natural, 
também existe o princípio do promotor natural, que veda a designação discricionária de 
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promotores. Assim, o acusador público de encomenda seria o promotor indicado para perse-
guir o acusado ou para assegurar a impunidade de alguém.
Jurisdição voluntária
Conceito: segundo Fredie Didier, a jurisdição voluntária é “uma atividade estatal de inte-
gração e fiscalização. Busca-se do Poder Judiciário a integração da vontade, para torná-la 
apta a produzir determinada situação jurídica.” Isso significa, que na jurisdição voluntária, o 
juiz torna a vontade do sujeito uma vontade apta a produzir efeitos.
Em regra, a jurisdição voluntária é necessária (não opcional). Fredie Didier fala, inclusive, 
que a jurisdição voluntária não é voluntária, pois não há opção.
Exemplos: alteração de nome e de registro, divórcio consensual.
Importante: há situações excepcionais de jurisdição voluntária opcional.
Exemplo: divórcio consensual sem incapazes envolvidos, celebrável extrajudicialmente, 
perante os Cartórios.
caractErísticas da Jurisdição voluntária
Inquisitoriedade
Segundo essa característica, prepondera nos processos de jurisdição voluntária o prin-
cípio inquisitivo, pois são estruturados de forma a dar certo protagonismo ao juiz. Concede-
-se ao juiz maior liberdade para tomar providências, inclusive, não requeridas pelas partes. 
Alguns processos de jurisdição voluntária podem ser instaurados de ofício pelo juiz, como 
os previstos nos artigos 738 (arrecadação de bens de herança jacente), 744 (arrecadação de 
bens do ausente) e 746 (convocação para retirada de coisa vaga depositada) do CPC.
Outro indício, segundo a doutrina, de que prepondera o princípio inquisitivo na jurisdição 
voluntária, é o fato de que nem sempre o juiz está obrigado a aplicar a legalidade estrita aos 
casos de jurisdição voluntária, conforme o parágrafo único do artigo 723 do CPC. Confira:
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Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em 
cada caso a solução que considerar mais conveniente ou oportuna.
Isso significa que há, na jurisdição voluntária, a possibilidade de decisão fundada em equi-
dade: é possível afirmar que o juiz pode ajustar o procedimento conforme as peculiaridades 
do caso, sem ater-se à legalidade estrita, decidindo de acordo com critérios de conveniência 
e oportunidade. Entendido?
E qual a natureza jurídica da jurisdição voluntária?
A corrente tradicional defende que a jurisdição voluntária não tem natureza jurisdicional, 
e sim de atividade administrativa exercida pelos juízes. É administração pública de interesses 
privados feita pelo Poder Judiciário. No caso, essa corrente parte do pressuposto de que não 
há lide. Também não se fala em ação, e sim em requerimento. Não se fala em processo e sim 
em procedimento.
A corrente jurisdicionalista defende que a jurisdição voluntária seria sim atividade 
jurisdicional. Não se poderia dizer que não há lide em jurisdição voluntária, porque pode 
ser que a lide não exista inicialmente, mas há lide potencial, como, por exemplo, nos ca-
sos de interdição.
Ação
Querido(a) aluno(a)! Agora vamos começar o estudo de um tema muito relevante que é a 
ação e vamos começar pelo conceito.
Segundo a doutrina de Fredie Didier, “o direito de ação é o direito fundamental (situação 
jurídica, portanto) composto por um conjunto de situações jurídicas, que garantem ao seu 
titular o poder de acessar os tribunais e exigir deles uma tutela jurisdicional adequada, tem-
pestiva e efetiva”.
Assim, é possível afirmar que como a jurisdição tem a característica de ser inerte, há a ne-
cessidade de que alguém provoque o Estado-juiz para que a tutela jurisdicional seja prestada 
de alguma forma. Qual seria, então, o modo de desencadear o exercício da atividade jurisdi-
cional? Por meio da ação.
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Sobre o direito de ação, a doutrina traz diversas teorias que visam explicar a sua natureza 
jurídica. Vamos estudá-las?
Teoria imanentista: é também conhecida como teoria civilista. De acordo com essa teoria, 
o direito de ação é considerado o próprio direito material. É como se não existisse o direito de 
ação se não existir o direito material daquele indivíduo. Não há, no caso, autonomia do direito 
de ação, pois ele seria sempre dependente da existência do direito material. Foi uma teoria 
idealizada por Savigny. Podemos resumir essa teoria com a seguinte expressão: não há ação 
sem o direito material alegado. Essa teoria, atualmente, tem importância apenas histórica.
Teoria concreta: é uma teoria que tem origem alemã e que foi idealizada por Wach. Essa 
foi a primeira teoria que fez a distinção entre direito de ação e direito material. Essa teoria 
nos traz a ideia de que o direito de ação só existe se o direito material existir, condicionando 
a existência do primeiro à existência do segundo. Em razão disso, diversos doutrinadores 
entendem que essa teoria reconhece a autonomia do direito de ação, mas não a sua indepen-
dência. É uma teoria que também já está superada.
Teoria abstrata: essa teoria foi desenvolvida por Degenkolbe Plósz. Professora, preciso 
saber o nome dos desenvolvedores dessas teorias? Respondo que é importante saber, pois, 
algumas provas cobram. Então, vale a pena garantir o pontinho. Aqui também o direito de 
ação e direito material não se confundem. No entanto, além de serem direitos autônomos, 
eles são também independentes. Isso significa que o direito de ação pode existir sem que 
exista o direito material. Desse modo, é possível afirmar que o direito de ação é o direito abs-
trato de obter um pronunciamento do Estado, por meio da decisão judicial.
Teoria eclética: é uma teoria atribuída a Liebman. Para essa teoria, o direito de ação não 
se confunde com o direito material e existe de forma autônoma e independente. No entanto, a 
existência do direito de ação depende do preenchimento de certos alguns requisitos formais 
que são o que a doutrina chama de condições da ação. Essa, segundo o entendimento dou-
trinário, foi a teoria adotada pelo CPC de 1973. No CPC de 1973, as condições da ação eram 
a possibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes e o interesse de agir. Importante 
lembrar que Liebman chegou a reformular sua teoria e passou a considerar como condições 
da ação somente a legitimidade das partes e o interesse de agir.
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Teoria da asserção: para essa teoria, a presença das condições da ação deve ser ana-
lisada pelo juiz com os elementos fornecidos pelo próprio autor em sua petição inicial, por 
meio de uma cognição apenas sumária. O que isso significa, professora? Significa que se o 
juiz precisar realizar uma cognição mais aprofundada no caso concreto, para poder decidir 
sobre a presença ou não das condições da ação, não haverá mais as condições da ação, pois 
elas passarão a ser entendidas como matérias de mérito. Ou seja, o que importa para fins da 
existência das condições da ação para a teoria da asserção é a mera alegação do autor, admi-
tindo-se provisoriamente que o ele está dizendo a verdade. É a teoria mais aceita atualmente 
no âmbito do STJ.
Agora vamos tratar da classificação das ações.
A ação é condenatória quando se afirmar a titularidade de um direito a uma prestação 
e pela qual se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, com a condenação 
do réu ao cumprimento da prestação devida. Aqui há uma clara relação com o direito a uma 
prestação e com a prescrição.
A ação é constitutiva é aquela que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de 
um direito. Aqui há uma clara relação com um direito potestativo que é aquele que gera um 
estado de sujeição da outra parte no que tange à alteração, criação ou extinção de situações 
jurídicas. Nesse caso, não há relação com a prescrição, mas sim com o instituto da decadên-
cia, caso haja prazo para seu exercício previsto em lei. Um exemplo de direito potestativo é o 
direito ao divórcio.
A ação meramente declaratória é aquela que tem o objetivo de certificar a existência, a 
inexistência ou o modo de ser de uma situação jurídica. A ação meramente declaratória pode 
ser positiva quando se pretende a declaração da existência da situação jurídica, ou negativa, 
quando se pretende a declaração da inexistência da situação jurídica. Assim, para facilitar o 
entendimento, podemos afirmar que a ação meramente declaratória é demanda que visa ape-
nas uma simples certificação. Ela tem apenas esse objetivo.
Veja um exemplo de ação meramente declaratória citada na Súmula n. 181 do Superior 
Tribunal de Justiça:
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Súmula n. 181 do Superior Tribunal de Justiça
É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de 
cláusula contratual.
Há previsão desse tipo de ação no CPC? Sim. Vamos ver?
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;
II – da autenticidade ou da falsidade de documento.
O artigo 20 do CPC aduz que “é admissível a ação meramente declaratória, ainda que te-
nha ocorrido a violação do direito”. Confira um exemplo citado por Fredie Didier em sua dou-
trina: “Um exemplo histórico. Lembremos o caso Wladirnir Herzog_ assassinado nos porões 
da ditadura militar brasileira (1964-1985), em que Clarice Herzog, viúva, foi ao Judiciário, as-
sessorada pelo advogado e processualista Sérgio Bermudes, pedindo apenas o reconheci-
mento do direito à indenização, sem, porém, pedir a condenação da União ao pagamento 
desta verba. O que se queria era tornar certa a obrigação de a União indenizar. O Tribunal 
Federal de Recursos admitiu a ação (TFR, 1 ª T., Ap. cív. n. 59.873-SP; rel. Min. Leitão Krieger; 
j. em 21.06.1983)”.
Observe que os doutrinadores costumavam classificar as ações somente nessas três es-
pécies, até que veio Pontes de Miranda e criou a classificação quinaria das ações, que acres-
centou ao rol a ação executiva em sentido amplo e a ação mandamental. Vamos adiante!
A ação executiva em sentido amplo é aquela pela qual se afirma um direito a uma pres-
tação e se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, por meio de medidas de 
coerção direta. Ela está fundada, portanto, na noção de execução direta (ou execução por 
sub-rogação), assim entendida aquela em que o Poder judiciário não precisa da colaboração 
do executado para a efetivação da prestação devida, promovendo uma substituição da sua 
conduta pela conduta do próprio Estado-juiz ou de um terceiro. Um exemplo bastante conhe-
cido é o desapossamento que ocorre por meio da busca e apreensão.
A ação mandamental é aquela pela qual se afirma um direito a uma prestação e se busca 
a certificação e a efetivação desse mesmo direito, por meio de medidas de coerção indireta. 
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Na decisão mandamental, impõe-se uma prestação ao devedor e prevê-se uma medida coer-
citiva indireta que atue na vontade do devedor como forma de compeli-lo a cumprir a ordem 
judicial, como por exemplo, a fixação de multa. Há necessidade de colaboração do executado 
para que a execução seja promovida.
Perceba que tanto a ação mandamental quanto a ação executiva em sentido amplo visam 
à efetivação de uma prestação devida e se distinguem pela técnica executiva utilizada (exe-
cução direta ou indireta).
Você lembra que comentei acima que no CPC de 1973, as condições da ação eram a pos-
sibilidade jurídica do pedido, a legitimidade das partes e o interesse de agir?
Pois então! O CPC de 2015, segundo uma corrente doutrinária, teria extinguido a categoria 
“condições da ação”, que não mais existiriam como um instituto autônomo e a legitimida-
de e o interesse passariam a integrar ou categoria de pressupostos processuais ou seriam 
questões de mérito. Desse modo, se não estiverem presentes esses pressupostos, teremos a 
extinção do processo sem resolução do mérito.
Observe que no CPC de 2015 não há mais menção:
• à possibilidade jurídica do pedido como hipótese que leva a uma decisão de inadmis-
sibilidade do processo;
• à expressão “condição da ação”;
• à expressão “carência de ação”.
Vamos conferir os artigos do CPC que tratam do tema:
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
O que é o interesse de agir? É a demonstração da utilidade da prestação jurisdicional que 
se pretende obter com a movimentação da máquina jurisdicional, isto é, a necessidade que 
o autor temde demonstrar que o que ele pede em juízo será útil e capaz de gerar uma me-
lhora na sua situação fática, a ponto de justificar toda a movimentação da máquina do Poder 
Judiciário, pois, quando se movimenta o Poder Judiciário, há um considerável gasto tanto de 
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tempo quanto de dinheiro. Portanto, não há que se admitir pedidos nos quais os autores não 
tenham qualquer finalidade útil. Importante ainda ressaltar que essa verificação é feita em 
tese e não uma análise se o autor tem ou não o direito material que alega ter, pois, se fosse, 
estaríamos adentrando nas questões de mérito.
Entendi, professora! E como deve ser feita essa análise sobre a existência ou não do inte-
resse de agir no caso concreto?
Sob dois aspectos. O primeiro é verificar se o autor demonstrou a necessidade de obten-
ção da tutela jurisdicional pleiteada por ele e o segundo é verificar a adequação entre o pedido 
e a proteção jurisdicional que ele pretende obter.
E quando é possível afirmar que o autor demonstrou a necessidade e a adequação? A 
necessidade é evidenciada nos casos em que o autor demonstrar que não consegue obter 
o bem da vida pretendido sem a devida intervenção do Poder Judiciário. Já a adequação se 
verifica quando o pedido formulado pelo autor for apto a resolver o conflito de interesses 
apresentado na petição inicial.
Agora vamos tratar da legitimidade. A legitimidade é a permissão legal para que um su-
jeito proponha a demanda judicial e ou integre o polo passivo da demanda. A legitimidade é 
trazida pelo CPC no seu artigo 18. Vamos ler?
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo 
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente 
litisconsorcial.
A regra da legitimidade é que somente o titular do suposto direito pode pleitear em nome 
próprio seu próprio interesse. Aqui temos a consagração da legitimação ordinária.
No entanto, da leitura do artigo 18 do CPC, excepcionalmente admite-se que alguém em 
nome próprio litigue em defesa do interesse de terceiro, e nessa hipótese, estaremos diante 
da legitimação extraordinária (substituição processual).
Quando a legitimação é ela pode ser:
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Na autônoma, o legitimado extraordinário tem a possibilidade de conduzir o processo sem 
a participação do titular do direito litigioso. Você quer um exemplo? A administradora de con-
sórcio que atua no processo como substituta do grupo de consórcio.
Na subordinada, a participação do titular do direito litigioso deve ser concomitante. O legi-
timado extraordinário não pode conduzir o processo sozinho. Alguns doutrinadores afirmam 
que a subordinada é a legitimação do assistente e a autônoma é a legitimação da parte.
Na exclusiva, temos um único e específico legitimado a conduzir o processo.
Na concorrente, vários são os legitimados, que podem conduzir o processo em conjunto 
ou isoladamente.
Sobre a legitimação extraordinária, temos um importante enunciado do Fórum Permanen-
te de Processualistas Civis, que traduz a ideia referente à ciência do processo ao substituído, 
no caso de legitimação concorrente, e, com isso, possibilita seu ingresso no processo. Esse 
enunciado também tem a finalidade de fazer com que o substituído tome ciência da tramita-
ção de processo em que se discute uma relação jurídica da qual ele é titular e que sequer está 
ciente dessa tramitação. Assim, o objetivo é garantir a participação efetiva do substituído no 
processo e evitar a formação de coisa julgada material que o atinja e com a qual não concor-
de. Ou seja, o objetivo do enunciado é evitar problemas futuros.
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Enunciado n. 110 FPPC
Havendo substituição processual, e sendo possível identificar o substituto, o juiz deve 
determinar a intimação deste último para, querendo, integrar o processo.
Agora, vamos tratar dos elementos da ação!
Os elementos da ação têm a finalidade de identificá-la. Além disso, a identificação 
da ação traz consequências práticas. Por exemplo, é identificando a ação que podemos 
saber se há litispendência, coisa julgada ou a conexão e a continência. Compreendeu a 
importância do tema?
Quem são as partes? Liebman afirma que é parte todo sujeito que participa da relação 
jurídica processual em contraditório defendendo interesse próprio ou alheio. Professora, e o 
amicus curiae? Ele é parte? O STF tem posicionamento no sentido de que o amicus curiae não 
é parte, mas sim um colaborador informal da Corte.
A causa de pedir corresponde às razões pelas quais se formula o pedido.
Sobre a causa de pedir, temos algumas teorias.
A primeira é a teoria da individuação que afirma que a causa de pedir é composta tão so-
mente pela relação jurídica afirmada pelo autor.
A segunda é a teoria da substanciação, que é aquela que determina que a causa de pedir, 
independentemente da natureza da ação, é formada apenas pelos fatos jurídicos narrados 
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pelo autor. Essa corrente é adotada por alguns doutrinadores e segundo Daniel Assumpção, 
é a corrente majoritária.
A terceira é a teoria mista que afirma que ao exigir a narrativa na petição inicial dos fatos 
e dos fundamentos jurídicos, o direito brasileiro exigiu tanto a narrativa da causa de pedir pró-
xima quanto da causa de pedir remota, criando-se uma teoria que resulta da soma das duas 
tradicionais teses que explicam o objeto da causa de pedir.
Veja o que diz o artigo 319, III, do CPC:
Art. 319. A petição inicial indicará:
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
O que é a causa de pedir próxima e a causa de pedir remota? Para facilitar a memorização, 
vamos colocar aqui um quadrinho:
Causa de pedir próxima Corresponde aos fatos objeto da demanda.
Causa de pedir remota Corresponde ao fundamento jurídico da demanda.
Agora vamos conversar sobre o terceiro elemento da ação que é o pedido.
O pedido é a consequência da narrativa da causa de pedir e representa a providência ju-
risdicional que se pleiteia. É o que se quer com aquela ação, que pode ser, por exemplo, uma 
condenação, constituição, mera declaração, acautelamento ou uma satisfação.
O pedido pode ser imediato e mediato.
Pedido imediato Corresponde ao provimento jurisdicional pretendido.
Pedido mediato Corresponde ao bem da vida pretendido.
De acordo com o nosso CPC, o pedido deve ter algumas características. As primeiras são 
a certeza e a determinação, que são características cumulativas e não alternativas.
Art. 322. O pedido deve ser certo.
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
No pedido imediato, o autor deve indicar de forma precisa e clara qual a espécie de tutela 
jurisdicional pretendida, enquanto no pedido mediato deve indicar o gênero do bem da vida 
pleiteado.
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A determinação significa a liquidez do pedido, ou seja, a quantidade e a qualidade do bem 
da vida pretendido.
O pedido genérico, que é a aquele que deixa de indicar a quantidade de bens da vida pre-
tendida pelo autor, é exceção no nosso ordenamento jurídico e só pode ocorrer nos casos 
expressamente previstos em lei.
Art. 324. O pedidodeve ser determinado.
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser 
praticado pelo réu.
Veja pela transcrição do artigo acima que a primeira possibilidade de pedido genérico ve-
rifica-se nas chamadas “ações universais”, caso o autor não consiga individualizar na petição 
inicial os bens demandados. Mas o que são ações universais?
São as ações que têm como objeto uma universalidade de bens em situação na qual falte 
ao autor condições de precisar, já na peça inicial, os bens efetivamente pretendidos. Como 
exemplos, cito livros que compõem o acervo de uma biblioteca, a herança.
A segunda hipótese de pedido genérico refere-se ao fato de não ser possível determinar, 
desde logo, as consequências do ato ou do fato. Esse é um dispositivo que é utilizado nas 
demandas de indenização quando não for possível ao autor a fixação do valor de todos os que 
foram suportados por ele, por exemplo, porque o ato ainda não exauriu seus efeitos danosos 
quando o autor ajuizou a ação. Preste bastante atenção! Nesse caso, embora não é exigido 
do autor que ele indique o valor que pretende obter, seu pedido deve ser conter elementos 
suficientes que permitam o exercício do direito de defesa e a atuação eficaz do magistrado.
Observe, ainda, querido(a) aluno(a), que o CPC de 2015 prevê em seu art. 292, V, que o 
valor da causa nas ações indenizatórias, inclusive naquelas fundadas em dano moral, será a 
quantia que o autor pretende receber. Da leitura desse artigo, alguns doutrinadores passaram 
a entender que o autor passou a ser obrigado a indicar o valor desejado, de modo que estaria 
afastada a possibilidade de fazer pedido genérico, no caso.
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Mas observe, também, o teor do enunciado 170 do Fonaje que consagra o entendimento 
de que o art. 292, V, do Novo CPC, não se aplica aos Juizados Especiais, concluindo que o au-
tor pode deixar de valorar sua pretensão indenizatória por dano moral.
Enunciado n. 170 do Fonaje
No Sistema dos Juizados Especiais, não se aplica o disposto no inc. V do art. 292 do 
CPC/2015 especificamente quanto ao pedido de dano moral; caso o autor opte por atri-
buir um valor específico, este deverá ser computado conjuntamente com o valor da pre-
tensão do dano material para efeito de alçada e pagamento de custas .
Ainda sobre o tema pedido na ação de indenização, relembre o teor da súmula 326 do STJ:
Súmula n. 326 do Superior Tribunal de Justiça
Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postu-
lado na inicial não implica sucumbência recíproca.
A terceira possibilidade de pedido genérico ocorre quando a determinação do objeto ou do 
valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. Um exemplo clássico é 
o da ação de exigir contas em que o pedido de pagamento de eventual saldo devedor pode ser 
genérico, considerando que só pode ser determinado após a prestação das contas pelo réu.
Fora a certeza e a determinação do pedido, há necessidade de que o pedido seja expres-
so. Isso porque o juiz, em regra, não pode conceder aquilo que não foi pedido pelo autor, em 
atenção ao princípio da adstrição ou da congruência. A aplicação deste princípio às ações 
possessórias é relativizada por um outro princípio: o da fungibilidade. Esse princípio autoriza 
o juiz a receber uma espécie de ação possessória como se outra fosse, diante do limite tênue 
existente entre a ameaça à posse a sua agressão, por exemplo.
Veja que a proibição de pedido implícito decorre da interpretação do artigo 492 do CPC:
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a 
parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
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Professora, você utilizou a expressão “em regra”. Isso significa que há exceções, ou seja, 
que em determinados casos é possível que haja um pedido genérico. É isso mesmo?
Sim. O STJ vem ampliando o conceito de pedido implícito para admitir a concessão 
de pedido não elaborado pelo autor, desde que decorra logicamente de pedido presente 
na petição inicial.
Vamos ver algumas hipóteses de pedidos implícitos?
Despesas, custas processuais, honorários advocatícios, correção monetária, juros legais.
Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbên-
cia, inclusive os honorários advocatícios.
Ainda sobre o tema, temos a Súmula n. 254 do STF com o seguinte teor:
Súmula n. 254 do Supremo Tribunal Federal
Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a 
condenação.
Prestações vincendas no curso do processo.
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas 
serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e 
serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, 
deixar de pagá-las ou de consigná-las.
Agora vamos tratar da cumulação de pedidos.
A cumulação de pedidos é tratada no artigo 327 do CPC:
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda 
que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I – os pedidos sejam compatíveis entre si;
II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
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§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumu-
lação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas proces-
suais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos 
cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326.
Veja que o caput do artigo 327 do CPC admite a cumulação de pedidos mesmo que os pe-
didos não sejam conexos, ou seja, mesmo que os pedidos derivem de distintas causas de pedir.
Quais são as espécies de cumulação?
A cumulação própria ocorre quando for possível a procedência simultânea de todos os 
pedidos. Se a cumulação for própria simples, os pedidos são absolutamente independentes 
entre si e o resultado de um não interfere no resultado do outro. Exemplo: pedido de condena-
ção em danos morais e materiais. Se a cumulação for própria sucessiva, a análise do pedido 
posterior depende da procedência do pedido anterior, ou seja, há uma relação de prejudi-
cialidade entre os pedidos. Exemplo: pedido de investigação de paternidade cumulado com 
pedido de alimentos.
A cumulação imprópria ocorre quando for formulado mais de um pedido e somente um 
deles puder ser concedido. Se a cumulação for imprópria subsidiária, o segundo pedido so-
mente será analisado se o primeiro não for concedido. Exemplo: João pede a rescisão do con-
trato por entender que é abusivo, mas esse pedido seja julgado improcedente, que seja con-
cedida a revisão da cláusula que estabelece a taxa de juros. Veja o teor do artigo 326, caput:
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Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do 
posterior, quando não acolher o anterior.
Se a cumulação for imprópria alternativa, o autor demonstra que a sua intenção é que 
somente um deles seja acolhido. Isso significa que o autor cumula os pedidos, mas não es-
tabelece uma ordem de preferência entre eles, de maneira que a escolha do pedido a ser 
acolhido fica a cargo do juiz, dando-se o autor igualmente por satisfeito com o acolhimento 
de qualquer um deles. Exemplo: Maria compra um produto com vício e ajuíza ação contra o 
fornecedor, pedindo a devolução do dinheiro pago ou a entrega de um novo produto ou a con-
cessão de um desconto. Sua previsão está no artigo 326, parágrafo único do CPC.
Art. 326, Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz 
acolha um deles.
Pronto querido(a) aluno(a)! Agora vamos treinar o que aprendemos. Vamos juntos?
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QUESTÕES DE CONCURSO
quEstão 1 (CESPE/DPE-AC/2017) No que se refere à jurisdição civil nacional, assinale a 
opção correta.
a) Pode ser de caráter administrativo ou judicial.
b) A desconstituição de uma sentença transitada em julgado por meio de ação rescisória é 
um exemplo de exercício dessa jurisdição.
c) Em decorrência do princípio da inevitabilidade, essa jurisdição não alcança a todos os in-
divíduos.
d) O exercício dessa jurisdição inclui a expedição de cartas rogatórias, responsáveis por de-
terminar que os órgãos jurisdicionais brasileiros cumpram atos processuais.
e) Trata-se de direito inerente e exclusivo dos cidadãos brasileiros.
quEstão 2 (FCC/2019/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO) Em relação à jurisdição, é correto afirmar 
que
a) ao se dizer que a lei não excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, o 
ordenamento jurídico-processual refere-se ao princípio da indelegabilidade.
b) à jurisdição voluntária não se aplicam as garantias fundamentais do processo, pela inexis-
tência de lide e pela possibilidade de se julgar por equidade.
c) viola o princípio do Juiz natural a instituição de Câmaras de Recesso nos tribunais, por jul-
garem em períodos nos quais, em regra, não deve haver atividade jurisdicional.
d) só haverá atividade jurisdicional relativa à disciplina e às competições desportivas após 
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva reguladas em lei.
e) por ter natureza jurisdicional, a arbitragem pode tutelar quaisquer direitos, patrimoniais ou 
imateriais, disponíveis ou não.
quEstão 3 (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/2018/PROCURADOR LE-
GISLATIVO) Em relação à função jurisdicional, é correto afirmar:
a) Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, em nenhuma hipótese.
b) A possibilidade jurídica da ação é uma das condições preliminares a serem observadas no 
atual CPC por ocasião da prestação jurisdicional, até mesmo de ofício.
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c) É admissível a ação meramente declaratória, salvo se houver ocorrido a violação do direito.
d) A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a 
autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressal-
vadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor 
no Brasil.
e) Compete à autoridade judiciária brasileira, em qualquer hipótese, o processamento e o 
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em con-
trato internacional, por sua ineficácia.
quEstão 4 (FCC/PGE-AP/2018/PROCURADOR DO ESTADO) Afirma-se, de modo pacífico na 
doutrina, que o magistrado está limitado, na sua decisão, aos fatos jurídicos alegados e ao 
pedido formulado. (DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Edit. Jus Podivm, 1 v., 
17. ed., 2015, p. 553)
Essa lição concerne ao princípio
a) da inércia processual.
b) da eventualidade
c) do dispositivo ou da livre iniciativa da parte.
d) da inafastabilidade da jurisdição.
e) da adstrição ou congruência.
quEstão 5 (MPE-BA/2018/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) A jurisdição é uma das 
funções de Estado e visa a solucionar conflitos entre sujeitos que declaram direito a um de-
terminado bem, podendo ser entendida também como a atividade de um órgão julgador, sin-
gular ou plural, tendente a esse mesmo fim.
Assinale a alternativa que, em vista da normatização ínsita ao Código de Processo Civil, não 
pode ser aplicada à lide.
a) Uma vez provocando o exercício da jurisdição, imediatamente estará o autor sujeitando-se 
ao juiz, posto que está a dar causa à formação do processo com a entrega da causa ao Poder 
Judiciário em face da inevitabilidade da jurisdição estatal.
b) São limites jurisdicionais a que se submetem os juízes questões atinentes à competência, con-
dições da ação e exigências procedimentais, impedindo, assim, o seu exercício indiscriminado.
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c) Poderá ser contenciosa ou voluntária, sendo exemplo caracterizador desta última o não 
julgamento de pretensões antagônicas, não impondo ao julgador escolher entre tutelar um ou 
outro interessado.
d) A pretexto de julgar por equidade não pode o juiz decidir por critérios inexistentes numa 
norma positivada, posto que lhe compete julgar, exclusivamente, segundo as regras previstas 
em lei.
e) Expondo a violação de um direito, pode o autor requerer unicamente a sua declaração, a 
manifestação acerca da inexistência de uma relação jurídica, da autenticidade ou da falsidade 
documental.
quEstão 6 (MPE-PR/2019/MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL-PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA 
SUBSTITUTO) Sobre a jurisdição e a ação, assinale a alternativa correta, de acordo com o 
Código de Processo Civil:
a) De acordo com o Código de Processo Civil, é necessário ter interesse, legitimidade e possi-
bilidade jurídica do pedido para postular em juízo.
b) A restrição para se pleitear direito alheio em nome próprio é absoluta e não possui exceções.
c) É cabível ação declaratória do modo de ser da relação jurídica.
d) A ação declaratória de autenticidade de documento não é admitida pelo ordenamento ju-
rídico.
e) Se houver afirmação de violação de um direito, não se admite a ação meramente declaratória.
quEstão 7 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PROCURA-
DOR DO MUNICÍPIO) Jurisdição é o poder que o Estado tem de resolver os conflitos, 
substituindo a vontade das partes e impondo essa decisão coercitivamente. Assinale a 
alternativa que estabelece, de acordo com a teoria clássica, majoritária no Brasil, a ca-
racterística da jurisdição voluntária.
a) Tem caráter administrativo.
b) Ocorre em um procedimento em que há interessados e coisa julgada.
c) A jurisdição atua a partir de uma lide, na qual há conflitos de interesse.
d) Tem por finalidade a atuação do direito e a pacificação social.
e) Um exemplo de jurisdição voluntária é a ação de restauração de autos.
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quEstão 8 (TRF-3ª REGIÃO/2018/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO) Sobre a jurisdição é COR-
RETO afirmar que:
a) Ela é invariavelmente uma atividade estatal a cargo do Poder Judiciário.
b) Seu escopo social é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos.
c) Seu escopo jurídico abrange a descoberta da verdade e a formação da coisa julgada material.

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