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CARACTERÍSTICAS NARRATIVAS UBIRAJARA

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CARACTERÍSTICAS NARRATIVAS UBIRAJARA
ENREDO
O jovem caçador araguaia, Jaguarê, procura em terras alheias um inimigo para desafiar e combater. Levando um prisioneiro para sua taba ele conseguirá seu título de guerreiro. Ao contrário do que esperava, encontra uma índia tocantim, filha do chefe, de nome Araci. Ela diz que em sua nação há cem guerreiros que vão disputar seu amor. Jaguarê é convidado a alistar-se entre eles, mas prefere dizer à virgem que mande todos seus pretendentes para combatê-lo. Após a partida de Araci, aparece um índio tocantim, Pojucã, que aceita o desafio de Jaguarê. O índio araguaia vence e aprisiona o guerreiro tocantim com sua lança, intitulando-se a partir de então, Ubirajara, o senhor da lança.
Ubirajara deixa o prisioneiro em sua taba, dando-lhe como esposa do túmulo a jovem Jandira, que até aquele instante era sua noiva. Em seguida, parte o guerreiro para a nação dos tocantins. Jandira não aceita ser esposa de outro que não Ubirajara e foge para a floresta.
Ubirajara chega à taba de Araci e, como a lei da hospitalidade permite, não se identifica, adotando o nome de Jurandir, o que veio trazido pela luz. Compete com os demais e ganha o direito de casar-se com Araci, mas antes da noite nupcial é obrigado a identificar-se. Cria-se uma situação constrangedora, pois seu prisioneiro é irmão de Araci. Declara-se a guerra. Ubirajara liberta Pojucã para que possa lutar ao lado de seu povo.
Quando os araguaias vão atacar, surgem os tapuias que, por justiça, têm o direito de guerrear antes dos araguaias, que devem esperar. O chefe dos tocantins, Itaquê, vence o chefe tapuia, mas fica cego, não podendo liderar seu povo. Para sucedê-lo, os guerreiros devem dobrar seu arco e atirar como ele. Como os guerreiros de seu próprio povo não conseguem, convidam Ubirajara a fazê-lo. O guerreiro araguaia, genro de Itaquê, consegue com tal destreza e força que emociona o velho Itaquê. Assim, Ubirajara une os dois arcos e as duas nações, araguaia e tocantim, dando origem à grande nação ubirajara. Como prêmio, ganha também duas esposas: Araci e Jandira.
- Predomina a ação externa, revelando domínio seguro da efabulação, apesar da estrutura simples da obra. O tom épico faz-se presente nos feitos guerreiros, nas caçadas, mas o lírico aparece sempre, tanto na linguagem poética, quanto nos diálogos e nos cantos de amor. A conversa entre Ubirajara e Araci logo depois do combate nupcial é de grande beleza e o canto de tristeza de Jandira quando desprezada é de comovente sentimentalismo.
O romance é dividido em nove capítulos, organizados de modo linear, apresentando tempo cronológico, com a ação se desenvolvendo na selva brasileira, em período anterior ao descobrimento, na região do rio Tocantins. Os títulos dos capítulos indicam o conteúdo básico da fábula:
	No primeiro capítulo, “O caçador”, Jaguarê sai de sua tribo à procura de um inimigo para vencer e obter o título de guerreiro. Pelas margens do grande rio Tocantins, ele vê Araci e pelos traje e adereços, Jaguarê identifica a moça como uma virgem que ainda não foi possuída por nenhum guerreiro. Jaguaré pede à Araci que avise os guerreiros da tribo para que venham com ele lutar. Araci considera que ele deveria disputá-la como o fazem os homens da tribo, mas o caçador avisa que tem quem uma esposa já prometida. 
	Pojucã, guerreiro tocantim, aparece para Jaguarê, ambos se apresentam e iniciam combate. Ambos são experientes e detentores de grande força física. Jaguarê vence o combate, fere com sua lança de duas pontas o guerreiro adversário no peito e o aprisiona, obrigando-o a ir com ele à aldeia e relatar o combate.
	No segundo capítulo, “O guerreiro”, Jaguarê, tendo vencido Pojucã, adota o nome guerreiro de Ubirajara, senhor da lança. A taba dos araguaias comemora o novo guerreiro, filho de Camacã, dito o maior chefe dos araguaias. Pojucã narra sua história, exaltando os feitos do araguaia o que facilitou a aceitação do filho de Camacã como guerreiro. Ubirajara tornou-se o substituto de seu pai.
	No terceiro capítulo, “A noiva”, Jandira, noiva de Ubirajara, espera por ele, mas o herói não a procura. Ele a entrega como esposa do túmulo ao seu prisioneiro, informa seu povo de sua intenção e parte em busca de Araci, filha do chefe da nação tocantim. Enquanto Jandira sonha com Ubirajara, ele sonha com Araci e sai em busca da mata. Jandira vai achá-lo pouco depois na mata e pergunta sobre sua ausência, a explicação entristece a índia; seu amor não mais era correspondido.
	Enquanto isso, Pojucã amargava a derrota e o fato de ser prisioneiro. Podia fugir, mas isso seria comprovar sua desonra. Quando Ubirajara se aproxima da cabana do vencido, ouviu dele o pedido de que o matasse, porque ele estava para sempre desonrado. Então Ubirajara dá-lhe como "esposa do túmulo" Jandira e parte para o tocantim. Jandira diz a Pojucã que jamais seria esposa dele e que se Ubirajara não a quisesse, não seria de mais ninguém, preferindo a morte. Pojucã diz que ela poderia gerar um filho dele, tão forte e valente como o pai. A jovem foge dele, senta-se depois no meio da floresta, e tristemente canta.
	No quarto capítulo, “A hospitalidade”, usando o nome Jurandir, Ubirajara hospeda-se na tribo dos Tocantins e vai ao encontro de Araci. Itaquê, pai de Araci, fuma o cachimbo da paz com Jurandir. Depois das festividades de recepção para o hóspede, Itaquê disse que escolheria o nome que o guerreiro usaria enquanto ali estivesse, Jurandir. Araci então entra na cabana e é evidenciado que sua beleza conquista todos os índios presentes. Araci reconheceu Ubirajara de imediato e soube que ele viera desposá-la. Jurandir fala de si e de seus feitos e Araci canta para ele.
	É no quinto capítulo, “Servo do amor” que Ubirajara, revela sua verdadeira intenção e é aceito na casa de Itaquê para servi-lo e adquirir o direito de lutar pela mão de Araci com os outros pretendentes. Jurandir desceu para o rio e se encarregou de pescar um peixe gigantesco que levou vivo à cabana de Itaquê; depois, caçou uma grande anta e levou-a viva, depositando-a aos pé de Araci. Nenhum guerreiro conseguiu segurar o animal, mas Ubirajara o fazia sem esforço. A partir daí, tratou de deixar a cabana do chefe dos Tocantins muito bem sortida da melhor comida; caçador e pescador, isso era fácil para ele. Depois da caça e da pesca, trabalhava prazerosamente nas roças do pai de Araci. Enquanto isso, a amada de Jurandir tecia a franja da rede para o casamento.
	No banho, os guerreiros e a virgem se encontravam. E ela nadava muito bem. E é no banho que começa, sem que os outros vejam, a dar preferência a Jurandir. Enquanto Araci busca penas vermelhas, mel e guaraná para o seu amado no meio da floresta, eis que ele surge trazendo uma mulher que segurava pelo braço e que trazia na mão uma faca afiada. Araci reconheceu a virgem Araguaia pela faixa de algodão entretecida de penas, e adivinhou que era Jandira, a noiva abandonada de Jaguarê. As duas virgens ficaram a sós e se olharam. Jandira reconheceu que não tinha a beleza de Araci. A índia tocantim permite que Jandira seja a segunda esposa, no entanto ela retruca que prefere morrer a ser escrava de Araci.
	No sexto capítulo, “O combate nupcial” Jurandir compete com os demais e ganha o direito de casar-se com Araci. Jacamim acompanha a filha Araci para o torneio e se lembra do tempo em que Itaquê a conquistou e brigou por ela com os guerreiros mais fortes da tribo. Ao comando de Itaquê, começaram os combates. Os guerreiros se esforçam ao máximo para conseguir ganhar cada prova, mas Jurandir é quem vence todas elas.
	Jurandir suporta a mordida de um inteiro formigueiro de saúvas em uma das provas, sorrindo a cada mordida para Araci. De tão inchada que ficou, sua mão não pode sair do vaso sem que ele fosse quebrado. A última prova era a da corrida, Araci deveria vencê-lo e Jurandir sabia que poderia fazê-lo, caso quisesse, mas tornou-se o vencido e, ao término da corrida, tomou-a nos braços e levou-a para a cabana que tinha construído perto do rio. Antesque transpusesse a porta, chegaram os guerreiros com um recado de Itaquê: ele tinha que dizer quem era, porque ninguém da tribo o conhecia.
	No sétimo capítulo, “A guerra”, ao identificar-se, Ubirajara cria um conflito pois seu prisioneiro de guerra, a quem deve matar, é seu cunhado. Declara-se a guerra entre araguaias e tocantins. Itaquê lamentou que estivesse frente a frente com o matador de seu filho Pojucã; tinha, no entanto, que respeitar a lei da hospitalidade e tratá-lo com dignidade e respeito. No entanto, Pojucã não estava morto, todos desconheciam isso. Itaquê troca com ele a fumaça da despedida, mas avisa que assim que ele sair dos seus domínios, mil guerreiros ou mais irão ao seu encalço e irão se vingar pelo mal praticado. 
	Embora Araci queira estar com ele, o guerreiro não aceita, dizendo que se Itaquê "respeitou a lei da hospitalidade no corpo de Ubirajara; Ubirajara não deixará a traição na terra estrangeira." E quando o marido partiu, Araci foi para a cabana, fechou a porta e cantou sua tristeza. Ubirajara partiu para sua tribo e, depois de dois dias de viagem, convocou os guerreiros para a guerra com o que pretendia ter de volta Araci. Manda chamar Pojucã e pede que ele vá para os seus.
	Iniciada a guerra, Ubirajara se aproxima dos campos dos tocantins, e vê que uma nação tapuia se preparava para assaltar a tribo de Itaquê. Ubirajara mandou que a tropa tapuia desista de guerrear, mas há desejo de vingança entre os guerreiros inimigos, Pojucã havia incendiado uma de suas ocas. Ubirajara manda um recado a Itaquê e diz o que está acontecendo. Observa que o coração dele é de Araci e que se Itaquê aceitar, ele combaterá ao seu lado.
	No oitavo capítulo, “A batalha”, os dois povos esperavam a batalha. Pahã, filho mais novo de Canicran, assiste a tudo e, quando vê Itaquê desferir um golpe contra o pai, solta duas flechas em direção ao chefe tocantim e cega-lhe os dois olhos. O menino foge, mas é alcançado por um guerreiro e, aprisionado, é levado na manhã seguinte, por Ubirajara, à frente de Itaquê. Levou-o para ser escravo do velho chefe, mas Itaquê recusa a oferta e liberta o garoto.
	Itaquê pede ao filho Pojucã que envergue o seu arco, que assuma seu lugar de líder. Ao fazê-lo durante uma reunião com os inimigos, Pojucã, sem pensar no que fazia como afronta, dispara a flecha em direção à cabeça de um chefe tapuia, cravada na estaca, à entrada da taba. Itaquê nota a imaturidade do filho e que ele não merece a chefia.
	No nono capítulo, “União dos arcos”, Ubirajara consegue dobrar o arco de Itaquê, tornando-se o novo chefe da nação de Pojucã e de Araci. Une ao arco do chefe cego o seu próprio arco, herdado de seu pai, simbolizando assim a união das duas bravas nações.
	Os tocantins estavam sem chefe: Itaquê cego e Pojucã, seu único filho, incapaz de empunhar o arco de chefe. Um mensageiro de Itaquê o precedera no campo dos araguaias, levado por Araci. Ubirajara ficou feliz ao ver a esposa e saúda o sogro dizendo que o combateria, se ele estivesse trazendo a guerra e o abraçaria, se trouxesse a paz. O velho chefe tocantim pede ao guerreiro que tome a frente das batalhas, Ubirajara, então vai ao combate em nome das duas tribos. Ao final, rompe a liga de Araci e leva-a para a cabana do amor. Após os combates, Ubirajara fica com as duas mulheres: Araci e Jandira. A tribo dos araguaias e dos tocantins formaram uma única nação, que tomou o nome do herói: ubirajaras.

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