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Romantismo Brasileiro - José de Alencar e Joaquim M. de Macedo

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Componente: Literatura; Turma: 2º C; 
Aluno: Víctor Alexandre Neuhaus; Data:15/08/2020. 
 
1. BIOGRAFIA DE JOSÉ DE ALENCAR 
 Imagem 1 – Retrato de José de Alencar 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: site Fala Universidades1. 
José Martiniano de Alencar ― conhecido popularmente apenas como 
José de Alencar ― já foi jornalista, político, orador, advogado, teatrólogo e 
romancista. Nasceu no dia 1º de maio de 1829 em Messejana (atual bairro de 
Fortaleza), Ceará. Faleceu aos 48 anos de idade, no dia 12 de dezembro de 
1877, na cidade do Rio de Janeiro. 
Pelo lado paterno, era neto do português José Gonçalves dos Santos e 
de D. Bárbara de Alencar, consagrada heroína da Revolução Pernambucana de 
1817. Era filho do padre e, posteriormente, político José Martiniano Pereira de 
Alencar e de Josefina de Alencar, com a qual desligou-se das atividades 
sacerdotais para formar uma união. 
Desde de sua infância José mostrou-se interessado pela leitura, lendo 
romances para a mãe e as tias. Possuía, também, um grande sentimento 
nativista, graças as influências que seu pai revolucionário lhe passava. Com a 
presença de seus pais, viajou do Ceará até Bahia. As impressões da viagem 
exerceram influência em suas futuras obras. 
 Posteriormente, transferiu-se junto com sua família para o Rio de janeiro, 
onde frequentou o Colégio de Instrução Elementar e onde seu pai começaria a 
desenvolver sua carreira política. Vai para São Paulo em 1844, permanecendo 
até 1850, para cursar Direito ― o ano de 1847 se torna uma exceção, foi um 
 
1 Disponível em: https://cutt.ly/md4Rn3a. Acesso em: 15 ago. 2020. 
https://cutt.ly/md4Rn3a
 
 
período que cursou o 3º ano na Faculdade de Olinda. Após sua formação, passa 
a advogar no Rio, torna-se colaborador no Correio Mercantil e, além de passar 
a escrever para o Jornal do Comércio, vira, em 1855, Redator-chefe do Diário do 
Rio de Janeiro. Tentou a carreira política através do Partido Conservador, sendo 
eleito diversas vezes deputado geral do Ceará, além de ministro da justiça. Mas, 
não conseguindo realizar o desejo de ser senador, acaba dedicando puramente 
à literatura. 
José de Alencar começou a ganhar notoriedade com suas cartas sobre A 
Confederação dos Tamoios, publicadas em 1856, com o pseudônimo de Ig no 
Diário do Rio de Janeiro. As críticas fervorosas ao poema épico de Domingos 
Gonçalves de Magalhães, favorito do Imperador e tido como o chefe da literatura 
brasileira, era sobre a incompatibilidade do gênero épico com a expressão dos 
sentimentos e anseios dos americanos. 
Ainda em 1856 publicou Cinco minutos, seu primeiro romance conhecido. 
Em 1857 revelou-se um escritor mais desenvolvido com a publicação, em 
folhetins, de O Guarani, obtendo grande popularidade. Subsequentemente 
escreveu romances urbanos, indianistas, romances-poemas de natureza 
lendária, históricos, obras teatrais, crônicas, regionais, poesias, ensaios, escritos 
políticos e estudos filológicos. A sua busca do tema nacional para o romance, 
através da ficção histórica, concretizou-se em duas direções: lendas indígenas 
e os romances de temas históricos. Por intermédio disso, José de Alencar 
inseriu-se no movimento do Indianismo na literatura brasileira do século XIX, em 
que a fórmula nacionalista consistia na apropriação da tradição indígena na 
ficção. Já em 1866, o escritor Machado de Assis, em um artigo no Diário do Rio 
de Janeiro, elogiou veemente o romance Iracema, que havia sido publicado no 
ano anterior. Machado de Assis sempre teve uma vasta consideração por José 
de Alencar, portanto que em 1897, ao fundar a Academia Brasileira de Letras, 
escolheu-o como patrono de sua cadeira n. 23. 
José de Alencar facilitou a tarefa da nacionalização da literatura no Brasil 
e do estabelecimento do romance brasileiro, do qual foi criador. Por ser 
reconhecido como primeira figura das nossas letras, foi chamado de “o patriarca 
da literatura brasileira”. 
2. RESUMO DE ALGUMAS OBRAS DE JOSÉ DE ALENCAR 
 
 
2.1. Senhora 
A obra Senhora divide-se em quatro partes. A primeira parte se chama “O 
preço do casamento”, que começa descrevendo uma jovem de 19 anos chamada 
Aurélia. Rica e frequentadora dos bailes da alta sociedade, possuía o apelido de 
“musa dos salões”. Aurélia, órfã e destinatária de uma grande fortuna deixada 
pelo avô, estava sempre acompanhada de D. Firmina, uma viúva e parenta. A 
moça era cobiçada pelos jovens, mas não gostava da ideia de ser desejada 
apenas pela sua beleza e pelo seu dinheiro. Não contente pela situação e 
preocupada com seu futuro, Aurélia escreve uma carta ao seu tio e tutor Sr. 
Lemos, dando-lhe a missão de arranjar seu casamento com o atual noivo de 
Adelaide Amaral, Fernando Seixas. 
Seixas vinha de uma família simples e pretendia casar-se com uma moça 
rica para oferecer melhores condições à mãe e às irmãs, e também aos seus 
luxos extravagantes. Lemos, sabendo da situação, faz o pedido de casamento a 
Seixas que, mesmo não conhecendo a sua futura esposa, aceita o compromisso 
― a oferta de cem até duzentos mil cruzeiros ajudou na aceitação. Mas ao ser 
apresentado a Aurélia, Seixas sentiu uma profunda humilhação, porque no 
passado tinha rompido o noivado com ela para ficar noivo de Adelaide ― que 
era mais rica. Na noite de núpcias, Aurélia se vinga e chama seu então marido 
de vendido. 
Na segunda parte, chamada “Quitação”, é contada a história de Aurélia. 
D. Emília era sua mãe e Pedro Camargo seu pai. Pedro era filho bastardo de um 
rico fazendeiro e, sem a consciência do pai, casou com Emília. Anos depois ele 
acaba morrendo e seu pai, avô de Aurélia, não conhece sua neta. D. Emília, pela 
falta de dinheiro, não conseguia cuidar adequadamente da filha. Nesse contexto 
de dificuldade Aurélia acaba conhecendo Fernando Seixas, que se compromete 
a casar com ela. No entanto, Seixas era um homem ganancioso e, por causa 
dessa característica, desiste de se casar com a menina pobre e órfã e se 
compromete com Adelaide, uma menina rica da sociedade. Quase a morrer, o 
avô paterno de Aurélia a procura e deixa-lhe toda a sua fortuna. Após a morte 
da mãe, sobra apenas o Sr. Lemos e D. Firmina na vida de Aurélia. 
A terceira parte tem como título “Posse” e descreve a rotina de Aurélia e 
Fernando enquanto casal. Eles vivem uma relação de aparência: desfilam de 
 
 
mãos dadas, trocam carinhos e gentilezas. Mas quando estavam sozinhos, 
Seixas era humilhado por ter sido comprado pela mulher que havia abandonado 
por dinheiro; porém, tratava toda a situação como certa aceitação e indiferença. 
Na quarta e última parte, “Resgate”, temos os principais acontecimentos 
da trama. Os desejos não realizados de Aurélia e Fernando são passados pelo 
autor com muito erotismo. Mas, por orgulho, Fernando e Aurélia não se deixam 
envolver. Fernando se conscientiza e passa a recusar o luxo que tanto desejou. 
Ao conseguir um emprego, passou a juntar dinheiro para devolver o valor do dote 
que lhe foi oferecido, com o intuito se livrar de sua mulher. Após conseguir a 
quantia necessária, ele pede o divórcio. Comprovada a mudança de Fernando, 
Aurélia lhe mostra o testamento que havia escrito no dia do casamento, onde é 
deixada para Fernando toda sua fortuna e é declarado o seu amor por ele. O 
casamento se consuma e os dois se tornam um casal com um final feliz. 
 Imagem 2 – Em 1975 a obra Senhora foi adaptada em forma de novela pela Rede Globo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: blog da ADORBS2. 
2.2. O Guarani 
A história contada por José de Alencar se passa no início do séculoXVII, 
na Serra dos Órgãos, em uma fazenda as margens do rio Paquequer. 
O primeiro personagem a ser apresentado é o dono da residência 
D.Antônio de Mariz, fidalgo português e um dos fundadores da cidade do Rio de 
 
2 Disponível em: https://cutt.ly/Rd4RlGw. Acesso em 15 ago. 2020. 
https://cutt.ly/Rd4RlGw
 
 
Janeiro. Foi sempre dedicado ao rei de Portugal. Pode-se perceber a 
benevolência do fidalgo nas primeiras páginas do livro: 
 Aqui sou português! Aqui pode respirar à vontade um coração leal, 
que nunca desmentiu a fé do juramento. Nesta terra que me foi dada 
pelo meu rei, e conquistada pelo meu braço, nesta terra livre, tu 
reinarás, Portugal, como viverás n’alma de teus filhos. Eu o juro! 
A esposa de D.Antônio de Mariz era D.Lauriana, uma paulistana descrita 
com "um bom coração, um pouco egoísta". Juntos tiveram dois filhos, D.Diogo 
de Mariz, que viria a seguir os passos profissionais do pai, e D.Cecília, uma moça 
meiga e travessa. D. Antonio possuía outra filha chamada D.Isabel, apresentada 
como sobrinha, mas era fruto de um caso do fidalgo com uma índia. 
D.Antônio contava nos negócios com a ajuda de Álvaro de Sá, amigo da 
família, e Sr.Loredano, funcionário da fazenda. Além da família e dos criados, 
cavaleiros, aventureiros e fidalgos se hospedavam na propriedade quando 
estavam em meio a expedições. 
Certo dia, durante uma caçada em uma de suas expedições, D. Diego 
matou por acidente uma índia da tribo Aimoré. Tal acontecimento gerou revolta 
na tribo que prometeu vingança a família Mariz. Cecília seria a escolhida como 
pagamento, portanto que, enquanto se banhava com a prima no rio, dois índios 
Aimorés passaram a vigiá-la. Entretanto Peri, índio da tribo dos Goitacás, tinha 
um amor devoto e fiel por Ceci e estava sempre atento aos movimentos ao redor 
das moças. 
Ao perceber que os inimigos se preparavam para atacar Cecília, o índio 
os matou. Uma índia Aimoré que estava na mata consegue fugir e conta o 
ocorrido a tribo, desencadeando uma guerra. Peri, após salvar a moça, passa a 
viver com a família Mariz, realizando todas as vontades da amada. 
 Não há dúvida, disse D. Antônio de Mariz, na sua cega dedicação por 
Cecília quis fazer-lhe a vontade com risco de vida. É para mim uma 
das coisas mais admiráveis que tenho visto nesta terra, o caráter desse 
índio. Desde o primeiro dia que aqui entrou, salvando minha filha, a 
sua vida tem sido um só ato de abnegação e heroísmo. Crede-me, 
Álvaro, é um cavalheiro português no corpo de um selvagem! 
Mas Peri não era o único apaixonado por Ceci. Álvaro Sá, amigo da 
família, também era encantado pela moça e vivia oferecendo presentes e mimos. 
 
 
Ceci, porém, não tinha o menor interesse pelo cavalheiro. Isabel, meia irmã de 
Ceci, é que era apaixonada por Álvaro. 
Na terceira parte do romance é relatado o perigo que a família Mariz corre. 
Loredano, um criado considerado fiel pela família, planejava roubar uma mina de 
prata que fica abaixo da casa, sequestrar Ceci e incendiar a casa; entretanto seu 
plano foi descoberto por Peri. Posteriormente, após o indígena contar à família 
Mariz sobre os planos do criado, Loredano é preso e condenado a morte na 
fogueira por traição. 
Nesse meio tempo, os conflitos com os Aimoré ficaram cada vez mais 
intensos. Peri, então, tem um plano para pôr fim na tribo e salvar a família de D. 
Antônio de Mariz dos ataques. Sabendo que os aimorés eram canibais, Peri se 
envenena e vai para combate ― esperando que os índios comessem sua carne, 
assim morreriam envenenados. Mas antes de sua ida, o índio acalma o 
desespero de Ceci através da promessa de encontrar um antídoto que apenas 
velhos pajés conheciam. 
Durante essa jornada, Álvaro e nove companheiros foram cercados por 
mais de cem Aimorés e acabam morrendo em combate. Desolada com a morte 
de Álvaro, Isabel se suicida, abraçada ao amado, para acompanhar o amado na 
próxima vida. 
A fim de salvar a filha, D. Antônio batiza Peri e converte-o ao cristianismo. 
Já Ceci é entorpecida com vinho para que seu amado, o índio, a levasse. Assim, 
Peri e sua amada vão embora em uma canoa pelo Rio Paquequer. 
Ao despertar, Ceci vê, com certa distância, o castelo pegando fogo. Seu 
pai explodiu a residência com barris de pólvora matando todos, inclusive os 
inimigos Aimorés. Dali por diante, restava apenas ela e seu fiel índio como relata 
o livro: 
Cecília o ouvia sorrindo, e bebia uma a uma as suas palavras, como 
se fossem as partículas do ar que respirava; parecia-lhe que a alma de 
seu amigo, essa alma nobre e bela, se desprendia do seu corpo em 
cada uma das frases solenes, e vinha embeber-se no seu coração, que 
se abria para recebê-la. 
O romance se encerra após um grande temporal. Peri cata uma palmeira 
no meio da mata, improvisa uma canoa e os dois somem no horizonte. 
 
 
 Imagem 3 – Em 1977 a obra O Guarani foi adaptada para o cinema 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: site Banco de Conteúdos Culturais3. 
2.3. Iracema 
A história da obra “Iracema” tem início durante uma caçada do 
personagem Martim. Ele se perde dos companheiros pitiguaras e caminha sem 
rumo durante três dias até chegar ao campo dos tabajaras. 
Neste momento se depara com Iracema, que assustada e amedrontada 
com a presença de um homem branco em suas terras, o acerta com uma 
flechada certeira. Imediatamente arrependida da sua atitude, a jovem índia lhe 
presta socorro e oferece hospitalidade em sua tribo, a Tabajara. 
Bem recebido na cabana de Araquém, pai de Iracema e chefe espiritual 
da tribo, Martim recebe proteção e diversas índias para servi-lo. Entretanto, o 
guerreiro branco era cristão e dispensou todo e qualquer prazer oferecido a 
mando do pagé. 
Naquela noite, a tribo recebia Irapuã, o chefe guerreiro da tribo tabajaras, 
chegado para comandar as lutas contra a tribo inimiga. Aproveitando o 
isolamento, Martim decide ir embora na tentativa de reencontrar seus amigos. 
Ao adentrar a mata, o guerreiro branco depara-se com Iracema que o 
questiona se lhe fizera algum mal para estar indo embora escondido. 
Desconcertado pela sua falta de educação, Martim pede desculpas e retorna a 
cabana. 
Martim segue vivendo na tribo ao mesmo tempo em que cresce seu 
interesse pela virgem índia tabajara. Porém tal atitude não agrada a um dos 
 
3 Disponível em: https://cutt.ly/Sd4RKAn. Acesso em: 15 ago. 2020. 
https://cutt.ly/Sd4RKAn
 
 
guerreiros. Ele poderia ter se apaixonado por qualquer índia da tribo, porém sua 
escolhida foi Iracema, o que gera ciúmes em Irapuã. 
Este é o início da história de um amor proibido entre a índia e o guerreiro 
branco. Iracema não pode ser mulher de Martim pois deve permanecer virgem 
para ser a guardiã do segredo da Jurema e o mistério do sonho, um ritual muito 
sagrado da sua tribo. 
Entretanto, também apaixonada por Martim, Iracema lhe oferece uma 
bebida alucinógena e rende-se a sua paixão, traindo o compromisso da 
virgindade. Após a consumação do ato, Martim quer ir embora ciente que corre 
risco de vida por desvirtuar a índia guardiã. 
No entanto Iracema não podia mais voltar a cabana de seu pai, então 
declara: “Tua escrava te acompanhará, guerreiro branco; porque teu sangue 
dorme em seu seio”. Sendo assim, o casal foge da aldeia rumo ao litoral 
acompanhados de Poti, amigo de Martim e guerreiro pitiguaras, tribo inimiga dos 
tabajaras. 
Ao se darem conta do ocorrido, Irapuã e Caubi perseguem o casal, 
declarando guerra a tribo inimiga. No caminho, os guerreiros tabajaras 
encontram os pitiguaras e travam uma sangrenta batalha. 
A fuga termina em uma praia deserta, local onde o casal constrói uma 
cabana para permanecerem juntos. Após um tempo, os franceses aliam-se aos 
tabajaras e decidem realizar outra batalha com a tribo inimiga. 
Desta forma, Martim e Poti vão guerrear e Iracema fica sozinha na 
cabana, grávida. Triste, a índia prevê sua morta após o parto.Iracema dá a luz 
a um menino a quem chama de Moacir. 
Moacir é considerado filho da dor e do sofrimento por ser fruto de uma 
relação que causou guerra entre as tribos e provocou inúmeras mortes dos 
“irmãos” tabajaras de Iracema. É o primeiro fruto da miscigenação do português 
e da índia 
Martim já havia pressentido a tristeza da esposa. E como previu, Iracema 
morre nos braços do amado assim que ele retorna da guerra. É enterrada as 
margens de um rio que recebe o nome de Ceará, assim como toda terra a seu 
redor. 
 
 
Martim vai a Europa e durante a viagem o vento sopra o nome Iracema 
em seus ouvidos. Volta trazendo padres e guerreiros e implanta a fé cristã nas 
terras brasileira. Este é o começo da colonização portuguesa. 
3. BIOGRAFIA DE JOAQUIM MANUEL DE MACEDO 
 Imagem 4 – Retrato de Joaquim Manuel de Macedo 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: site Ateliê Digital4. 
Joaquim Manuel de Macedo foi professor, jornalista, romancista, 
teatrólogo, poeta e memorialista. Nasceu em Itaboraí, Rio de Janeiro, em 24 de 
junho de 1820, e faleceu no Rio de Janeiro, em 11 de abril de 1882. Na Academia 
Brasileira de Letras foi o patrono da cadeira n. 20, por escolha do fundador 
Salvador de Mendonça. 
Seu pai se chamava Severino de Macedo Carvalho e sua mãe Benigna 
Catarina da Conceição. Formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de 
Janeiro, trabalhando por algum tempo no interior da Província. Foi curioso o fato 
de que no mesmo ano de sua formatura (1844) publicou A Moreninha, que lhe 
deu fama instantânea e favoreceu a formação da tendência do romance nacional 
― além de contribuir para o início uma pequena revolução literária. Diversos 
pesquisadores, em seus estudos, concluíram que a heroína do livro é uma clara 
referência de sua namorada e futura esposa, Maria Catarina de Abreu Sodré. 
Em 1849, inaugurou com Gonçalves Dias e Araújo Porto-Alegre a revista 
Guanabara: lugar em que apareceu parte do seu poema-romance A Nebulosa, 
considerado um dos melhores do Romantismo por alguns críticos. 
 
4 Disponível em: https://cutt.ly/Yd4Tclk. Acesso em: 15 ago. 2020. 
https://cutt.ly/Yd4Tclk
 
 
Abandonando a Medicina, volta ao Rio e torna-se professor de História e 
Geografia no Colégio Pedro II. Possuía vínculos com à Família Imperial, sendo 
até professor dos filhos da princesa Isabel. Participou do Partido Liberal, 
servindo-o com fidelidade. Atuou como deputado provincial (1850, 1853, 1854-
59) e deputado geral (1864-68 e 1873-81). Foi Integrante bastante ativo do 
Instituto Histórico (desde 1845) e do Conselho Diretor da Instrução Pública da 
Corte (1866). Seu legado termina quando falece antes de completar 62 anos, por 
problemas mentais. 
Macedo foi um dos fundadores do romance brasileiro, sendo considerado 
uma das maiores figuras da literatura contemporânea ― juntamente com José 
de Alencar, o seu principal romancista. Suas histórias recordam elementos da 
vida carioca, com simplicidade de estilo, senso de observação dos costumes e 
da vida familiar. 
4. RESUMO DE ALGUMAS OBRAS DE JOAQUIM MANUEL DE 
MACEDO 
4.1. A Moreninha 
O livro de Joaquim Manuel de Macedo é considerado o primeiro romance 
romântico brasileiro. O tema de um amor proibido ― um romance que não pode 
se realizar com facilidade ― e a linguagem coloquial com situações de 
comicidade são características comuns em todas as suas obras. 
O romance começa com a reunião de quatro amigos estudantes de 
Medicina, que pretendem passar o feriado de Sant'Ana na "ilha de ..." a convite 
de Filipe (o autor nunca escreve o nome da ilha, sempre se referindo a ela como 
"a ilha de ..."). A conversa dos estudantes gira em torna das mulheres presentes 
nos eventos e as possíveis paixões que poderiam surgir durante o feriado. 
Augusto é o mais inconstante dos amigos – trocando freneticamente uma 
paixão por outra. Por causa disso, Augusto e Filipe fazem uma aposta: se 
Augusto ficar apaixonado mais de um mês pela mesma pessoa, ele terá que 
escrever um romance, e, se o mesmo não acontecer, é Filipe quem deverá 
escrever um livro. 
Na “ilha de...”, os quatro estudantes se juntam a um grupo de pouco mais 
de vinte pessoas. Filipe, Augusto, Fabrício e Leopoldo se divertem juntos com a 
 
 
pequena comunidade formada na ilha, dando principal atenção às três mulheres: 
D. Carolina, Joaquina e Joana. O interessante do romance é a retratação da 
mudança de perspectiva que os amigos possuem sobre as mulheres e o amor. 
O foco do livro está no relacionamento entre Augusto e D. Carolina, uma 
adolescente de 13 anos, irmã de seu amigo Felipe. No começo, as infantilidades 
da garota desagradam o estudante, que começa a implicar até mesmo com a 
feição de Carolina. Porém, a vivacidade da adolescente começa a conquistar o 
estudante. A inteligência de Carolina ao responder as provocações faz com que 
Augusto comece a vê-la com outra perspectiva. 
Todavia, não são todos os estudantes que estão progredindo em seus 
relacionamentos. A namorada de Fabricio, Joana, leva o estudante à beira da 
falência devido a seus costumes caros, como a ida em peças e bailes. 
Fabrício, não contente com a situação, elabora um plano para se livrar da 
amada e seus gastos, mas, para não quebrar as suas promessas de amor, ele 
pede a ajuda de Augusto para causar o rompimento; contudo, o mesmo se nega 
a ajudar o colega pois, por mais inconstante que seja, não concorda com o plano. 
Isso causa um atrito entre os amigos, que durante o jantar entram em 
conflito. Como estratégia para derrubar seu “amigo”, Fabrício revela toda a 
inconstância de Augusto nos amores. Essa revelação faz com que Augusto seja 
afastado pelas mulheres presentes na pequena reunião, com a exceção de D. 
Carolina. 
Após a discussão com Fabrício, Augusto se junta à avó de Filipe onde 
conta as suas decepções amorosas e a história do seu primeiro amor que foi 
vivido ainda na infância e do qual guarda como lembrança uma pequena 
esmeralda. Durante esse romance que durou apenas uma tarde, ele prometeu 
se casar com a jovem amada, mas não sabe nada da menina, nem o seu nome. 
A paixão entre Augusto e Carolina continua após o fim de semana na ilha. 
Porém o relacionamento entre os dois acaba influenciando negativamente os 
estudos de Augusto, que é proibido pelo pai de visitar sua amada. A distância 
entre o casal termina adoecendo ambos. Somente após uma breve reunião entre 
o pai de Augusto e a avó de Filipe, a proposta de um casamento é despertada, 
faltando apenas o consentimento dos namorados. 
 
 
 Imagem 5 – A obra A Moreninha foi adaptada, em 1970, para os cinemas 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: site Pinterest5. 
Quando o casal se encontra, Carolina releva ter escutado a conversa de 
Augusto e sua avó, e protesta contra o casamento pois ele havia dado a sua 
palavra que iria casar com a menina que havia conhecido anos atrás. 
Augusto jura eterno amor por Carolina e diz que, se ao menos soubesse 
quem era a menina, iria atrás dela e pediria perdão por não cumprir a sua 
promessa pois o amor da vida dele é Carolina. 
A situação se resolve quando ela tira de um beato um camafeu que foi o 
presente que Augusto ofereceu a sua antiga paixão. Ele descobre que a menina 
que ele havia conhecido muitos anos atrás era Carolina. 
Augusto então escreve o romance, chamado A Moreninha, no qual ele 
conta a sua história de amor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Disponível em: https://cutt.ly/xd4TAZB. Acesso em: 15 ago. 2020. 
https://cutt.ly/xd4TAZB
 
 
REFERÊNCIAS 
FUKS, Rebeca. Livro A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. Cultura 
Genial, [s.d.]. Disponível em: https://cutt.ly/3d4YcxL. Acesso em: 15 ago. 2020. 
BRITO, Samara. O Guarani. Guia Estudo, 2019. Disponível em: 
https://cutt.ly/Zd4Yv16.Acesso em: 15 ago. 2020. 
BRITO, Samara. Iracema. Guia Estudo. Disponível em: https://cutt.ly/dd4Yb3t. 
Acesso em: 15 ago. 2020. 
Biografia. Academia Brasileira de Letras, [s.d.]. Disponível em: 
https://cutt.ly/Cd4YmnY. Acesso em: 15 ago. 2020. 
Biografia. Academia Brasileira de Letras, [s.d.]. Disponível em: 
https://cutt.ly/wd4YmVG. Acesso em: 15 ago. 2020. 
 
https://cutt.ly/3d4YcxL
https://cutt.ly/Zd4Yv16
https://cutt.ly/dd4Yb3t
https://cutt.ly/Cd4YmnY
https://cutt.ly/wd4YmVG

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