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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA E MICROBIOLOGIA DISCIPLINA PARASITOLOGIA VETERINÁRIA CURSO MEDICINA VETERINÁRIA PROFª. LUANNA SOARES TENÍASE/CISTICERCOSE Classe Cestoda • Características Gerais • Cestoda ou Cestóideos – grego (kestos - ‘fita’ e eidos - ‘semelhante’) • Grupo das tenias – solitárias (cerca de 3.400 espécies associadas a vertebrados) • Exclusivamente endoparasitas • Corpo segmentado • Ausência de trato digestivo - Alimenta-se por osmose de nutrientes pré-digeridos pelo hospedeiro • Vermes hermafroditas Classe Cestoda • Características Gerais • São compridos e achatados • Corpo dividido em escólex, colo e estróbilo • Escólex (cabeça) • Órgão adaptado para a fixação (no ID) • Pode apresentar na parte anterior do escólex um rostro ou rostelo circundado por acúleos ou ganchos • Apresentam ventosas Classe Cestoda • Características Gerais • Colo (pescoço) • Localizado após o escólex (não segmentado) • Suas células estão em constante atividade para formação das proglotes • O colo é conhecido como zona de crescimento Classe Cestoda • Características Gerais • Estróbilo • É o corpo do verme, formado por proglotes • Verme adulto pode conter de 800 a 2000 proglotes • Cada estróbilo maduro possui aparelhos sexual masculino e feminino Teníase/Cisticercose • Classificação • Reino Animalia • Filo Platyhelminthes • Classe Cestoda • Ordem Cyclophyllida • Família Taeniidae • Gênero Taenia • Espécie Taenia saginata, Taenia solium Teníase/Cisticercose • Hospedeiros definitivos – humanos • Hospedeiros intermediários – bovinos e suínos • Complexo teníase/cisticercose, que pode ser definido como um conjunto de alterações patológicas causadas pelas formas adultas e larvares nos hospedeiros • Taenia saginata – 77 milhões de casos • Taenia solium – 5 milhões Teníase/Cisticercose • Essas patologias são conhecidas desde a Antiguidade. • Acreditava-se que eram causadas por fenômenos ou espécies diferentes. • Nomes específicos para a forma adulta e larvária. • Em 1697 - Malpighi verificou que o agente da canjiquinha, ladrária ou pedra era um verme. • Werner, em 1786 e Goeze, em 1789, verificaram que as formas encontradas nos suínos e nos humanos eram idênticas. Teníase/Cisticercose • Em 1758, Linnaeus descreveu T. solium e T. saginata. • Em 1800, Zeder cria o gênero Cysticercus para o agente da canjiquinha. • Kuchenmeister, em 1885, fazendo infecções em humanos e em suínos, demonstrou que o cisticerco dos suínos originava o verme adulto nos humanos. Teníase/Cisticercose • Características • Tamanho variado (1-12m) • Corpo achatado dorsoventralmente em forma de fita, dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço e estróbilo ou corpo • Cor branca leitosa • Simetria bilateral • Extremidade anterior bastante afilada Teníase/Cisticercose • Morfologia • Ovos • Esféricos, indistinguíveis, medindo cerca de 30µm • São constituídos por uma casca protetora (embrióforo), que é formado por blocos piramidais de quitina unidos entre si por uma substância protéica cementante • Internamente, encontra-se o embrião hexacanto (oncosfera), provido de três pares de acúleos e dupla membrana Teníase/Cisticercose • Morfologia – Larva (Cisticerco) • o cisticerco da T. solium é constituído de uma vesícula translúcida com líquido claro, contendo invaginado no seu interior um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo • O cisticerco da T. saginata apresenta a mesma morfologia com exceção do rostelo • A parede da vesícula dos cisticercos é composta por três membranas: externa ou cuticular, intermediária ou celular e uma interna ou reticular Teníase/Cisticercose • Morfologia – Larva (Cisticerco) • Estágio vesicular: o cisticerco apresenta membrana vesicular delgada e transparente, líquido vesicular incolor e escólex normal • Estágio coloidal: líquido vesicular turvo (gel esbranquiçado) e escólex em degeneração alcalina • Estágio granular: membrana espessa, gel vesicular com deposição de cálcio e o escólex é uma estrutura mineralizada de aspecto granular • Estágio granular calcificado: o cisticerco apresenta-se calcificado e de tamanho bastante reduzido Teníase/Cisticercose Teníase/Cisticercose • Morfologia - Adulto Teníase/Cisticercose • Morfologia - Adulto Teníase/Cisticercose • Morfologia - Adulto • Escólex: • Pequena dilatação situada na extremidade anterior • Apresenta 4 ventosas formadas de tec. muscular, arredondas e proeminentes, que facilitam a fixação do parasito à mucosa do ID • A T. solium apresenta um escólex globoso, com um rostelo situado na porção central, entre as ventosas, com um dupla fileira de acúleos Teníase/Cisticercose • Morfologia - Adulto • Colo: • Porção delgada, céls do parênquima em intensa atividade de multiplicação, zona de crescimento e formação das proglotes do parasito • Estróbilo: • Restante do corpo do parasito e cada segmento é denominado proglote ou anel • As proglotes são divididas em jovens, maduras e grávidas e cada uma tem sua individualidade • Tem órgãos masculinos e femininos, sendo hermafroditas Teníase/Cisticercose Teníase/Cisticercose Teníase/Cisticercose Teníase/Cisticercose Teníase/Cisticercose • Habitat • T. solium e T. saginata, na fase adulta, vivem no intestino delgado humano • Cisticerco da T. solium é encontrado no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e nos olhos de suínos e acidentalmente em humanos e cães • O cisticerco da T. saginata é encontrado nos tecidos dos bovinos Teníase/Cisticercose • Ciclo Biológico Teníase/Cisticercose Teníase/Cisticercose • Transmissão • Teníase: hospedeiro definitivo (humanos) infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina, crua ou mal cozida, infetada, respectivamente, pelo cisticerco de cada espécie de Taenia • A cisticercose humana é adquirida pela ingestão acidental de ovos viáveis da T. solium que foram eliminados nas fezes de portadores de teníase Teníase/Cisticercose • Os mecanismos possíveis de infecção humana são: • Auto-infecção externa: ocorre em portadores de T. solium quando eliminam proglotes e ovos próprios levando-os a boca pelas mãos contaminadas • Auto-infecção interna: poderá ocorrer durante vômitos ou movimentos peristálticos do intestino, possibilitando presença de proglotes grávidas ou ovos de T. solium no estômago • Heteroinfecção: ocorre quando humanos ingerem alimentos ou água contaminados com os ovos da T. solium disseminados no ambiente Teníase/Cisticercose • Sintomatologia (Teníase) • Geralmente assintomática • Tonturas, aumento do apetite, náuseas, fraqueza, vômitos, alargamento do abdômen, dores de vários graus de intensidade em diferentes regiões do abdomen e perda de peso • Obstrução intestinal ou ainda a penetração de uma proglote no apêndice, apesar de raras, já foram relatadas Teníase/Cisticercose Teníase/Cisticercose • Sintomatologia (Cisticercose) • A cisticercose humana é responsável por graves alterações nos tecidos e grande variedade de manifestações clínicas • O cisticerco aloja-se em diversas partes do organismo, como tecidos musculares ou subcutâneos; glândulas mamárias (mais raramente); globo ocular e com maior frequência no SNC Teníase/CisticercoseTeníase/Cisticercose • Diagnóstico • Clínico: • Procedência do paciente • Criação inadequada de suínos • Hábitos higiênicos • Serviço de saneamento básico • Qualidade da água utilizada para beber e irrigar hortaliças • Ingestão de carne de porco malcozida • Relato de teníase do paciente ou familiar Teníase/Cisticercose • Diagnóstico • Pesquisa de ovos nas fezes (HPJ) ou na região perianal (método fita adesiva): não é possível diferenciar T. solium de T. saginata Teníase/Cisticercose • Diagnóstico • Pesquisa de proglotes (tamização): fezes desfeitas para a busca de proglotes; proglotes colocadas entre lâminas e descoradas com ácido acético; análise das ramificações uterinas Teníase/Cisticercose • Diagnóstico • O diagnóstico laboratorial tem como base a pesquisa do parasito, através de observações anatomopatológicas de biopsias, necropsias e cirurgias • O cisticerco pode ser identificado por meio direto, através do exame oftalmoscópico de fundo de olho • Ressonância magnética, tomografia computadorizada e raio x para exames de neurocisticercose Teníase/Cisticercose • Tratamento • Teníase: • Praziquantel: 4 comp. (5mg/kg), v.o, d.u • Niclosamida: 4 comp., v.o, d.u • Cisticercose: • Praziquantel: 50 mg/kg/dia, v.o, por 21 dias + dexametasona (corticóide) • Albendazol: 15 mg/kg em 3 doses diárias por 30 dias + 100 mg de metilpredisolona no 1º dia seguido de doses de 20 mg/dia Teníase/Cisticercose • Profilaxia • Educação sanitária • Impedir o acesso do suíno e do bovino as fezes humanas; • Melhoramento dos serviços de água, esgoto ou fossa; • Tratamento dos portadores de teníase; • Orientar a população a não comer carne crua ou mal cozida; • Estimular a melhoria do sistema de criação de animais; • Combate ao abate clandestino e inspeção rigorosa em matadouros e sequestro de carcaças parasitadas Teníase/Cisticercose
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