Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 FACULDADE DE ENGENHARIA PRESIDENTE PRUDENTE ENGENHARIA CIVIL ABÓBADAS DEBORA PALMA DE SÁ FABRICIO FIETZ A. M. DE CRISTO Presidente Prudente – SP 2017 2 FACULDADE DE ENGENHARIA PRESIDENTE PRUDENTE ENGENHARIA CIVIL ABÓBADAS DEBORA PALMA DE SÁ FABRICIO FIETZ A. M. DE CRISTO Trabalho, apresentado a Faculdade de Engenharia Civil Presidente Prudente, Curso de Engenharia Civil, Universidade do Oeste Paulista. Orientador: Bruna Bessa Rocha Presidente Prudente - SP 2017 3 (Catedral gótica de Reims, situada na cidade de Reims, construída no século XIII) 4 RESUMO Abóbadas Abóbada é uma estrutura arquitetônica de cobertura curvada, que teve inicio na arquitetura Romana. Um teto abobadado é a parte superior de um prédio feito de maneira esférica. A etimologia da palavra abóbada remonta à palavra em latim volvita, que significa revirado ou curvado. A raiz do termo está no verbo latino volvere, que é rolar ou fazer girar. Abóbada é a tradução da palavra espanhola “bóveda” para nosso português. Exemplos de abóbadas são as que existem no interior das Catedrais de Notre-Dame de Paris, dentre outras mais catedrais de estilo gótico. O Império Romano aprimorou essas construções esféricas, espalhando-as por toda a Europa e Oriente Médio na época, principalmente na construção de termas. Na Idade Média, a Igreja Católica faz uso de tetos abobadados para suas igrejas por todo o mundo, principalmente no período de influência da Arquitetura Gótica. Palavras-chave: Arquitetura Romana, abóbodas, cobertura, teto abobado. 5 INTRODUÇÃO Tetos Abobados, de uma beleza incrível e seu alto grau de engenhosidade as abóbadas chamaram a atenção e conquistaram um grande espaço na arquitetura romana. Jamais havia sido pensado em um tipo de cobertura, abauladas e que se encontravam no centro. Na época, não existiam os cálculos de estruturas, os engenheiros e ferramentas/equipamentos que ajudasse na edificação e projeto dos mesmos. Sendo na época uma grande descoberta pra arquitetura Romana que ficou marcada por suas abóbadas que desafiavam a lei da gravidade. Com esse modelo de construção, se tornou possível à edificação de maiores vãos, coisa que era impossível na arquitetura Grega, vendo que, todos os esforços do teto se apoiavam nas vigas, impedindo um grande vão livre. Portanto, com o novo modelo de teto abobado, foi possível ter grandes vãos. Outra característica que se observou com os tetos abobados foi que, foi possível deixar as paredes mais finas, vendo que, todos seus esforços eram descarregados nos seus arcos e colunas. 6 ARQUITETURA ROMANA A arquitetura Romana surgiu nos anos 300 a.C e se estendeu até 300 d.C, foi uma importante manifestação artística dos romanos, que privilegiavam as obras utilitárias e alcançaram grande eficiência na construção de aquedutos, banhos públicos e/ou termas, pontes, mercados, dentre outros. A arquitetura romana também foi expressiva na construção de templos, palácios, pórticos, tribunais, mosteiros e igrejas. A arquitetura romana sofreu grande influência da cultura grega sendo caracterizada pelo luxo e pela grandiosidade. Dos etruscos (povos que viveram na península Itálica na região a sul do rio Arno e a norte do Tibre, mais ou menos equivalente à atual Toscana, com partes no Lácio e a Úmbria), os romanos herdaram a solidez das construções e dos povos italianos assimilaram a simetria e a harmonia resultante de formas regulares. De tal modo, os romanos introduziram na arquitetura novos materiais, como o uso de pozolana, do cimento, e também novas técnicas. O arco, desconhecido dos gregos, foi uma inovação dos romanos, utilizado, sobretudo nas construções destinadas a comemorar as grandes vitórias militares. Arcos e abóbadas, dois elementos arquitetônicos desconhecidos dos gregos, e que permitiram a civilização romana criar espaços amplos, livres dos "paliteiros" (excessos de colunas), muito utilizado na Grécia, visto que a distância entre uma coluna e outra, era limitada pelo tamanho da travessa, ou seja, viga. O problema da arquitetura grega estava ligada aos grandes vãos executados sem colunas, quanto maior fosse a distância, maior seria a viga, e maior a tensão sobre ela. E como antigamente tudo era feito de pedra, ela não iria suportar tamanho esforço de tensão sobre ela, o que faria essa estrutura se romper. Por essa razão que os templos gregos eram cheios de colunas, o que reduzia bastante o espaço de circulação. A criação do arco permitiu ampliar os vãos entre uma coluna e outra, permitindo que o esforço sobre ela se distribuísse de modo mais uniforme. Enquanto os gregos valorizavam a aparência externa se suas construções, os romanos davam mais valor ao espaço e circulação interno. Na arquitetura romana foi descoberta a Pozolana, material que é encontrado em meio as cinza vulcânica, ela é derivada de rochas vulcânicas. 7 Material silicioso ou sílico-aluminoso que, quando finamente moído e em contato com a água, reage com hidróxido de cálcio formando compostos com propriedades cimentícias. Material que é utilizado até hoje em cimentos e argamassas. Na arquitetura romana também começaram a surgir os primeiros tijolos de barro queimado, o que facilitou as construções de paredes e muros. Uma de suas inovações foi também, em quesito construção foi a invenção do arco, uma estrutura arquitetônica de forma curva que permite vencer o espaço entre dois pontos, em geral colunas ou pilares. Ele pode repartir os empuxos do muro, da abóbada e da cúpula. Está técnica só foi possível de ser utilizada graças à elaboração e ao aprimoramento de materiais de construção, como o tijolo cozido e o concreto. Essa técnica consistia em uma aglomeração de partículas de areia, cascalho, água e cal, que, por sua maleabilidade, podia ser vazado em moldes (ou armações) e conferia grande ligação aos muros e abóbadas. Essa nova técnica permitiu empregar menor número de colunas e pilares, e assim, era possível ampliar o espaço interior. Um exemplo de utilização dessa técnica é a cúpula do Panteão romano, erigida por Adriano no ano 126, na qual os empuxos verticais provocados por seu enorme peso distribui-se, mediante um sistema de arcadas, entre as paredes do edifício cilíndrico que a sustenta. Os Romanos deram um enorme passo na arquitetura, seus grandes feitos foram: Aquedutos: Arcos com canaletas que conduziam a água dos reservatórios para as cidades. Eram feitos de pedra e significou um avanço na canalização e distribuição de água na Antiguidade. Templos: Eram construídos em homenagem aos deuses. Eram luxuosos e bem iluminados. Possuíam apenas um portal de entrada com escada de acesso. Arcos de Triunfo: Eram construídos em homenagem aos imperadores, principalmente, para marcar grandes feitos e conquistas. Eram feitos de pedra ou mármore. Estradas: Feitas de pedra, eram importantes rotas para o comércio e também deslocamento do exército, pois ligavam várias cidades, regiões e províncias. Eram tão resistentes que muitas delas existem até hoje. A mais conhecida foia Via Ápia. Banhos públicos: Prédios destinados aos banhos públicos, que eram espaços com piscinas aquecidas onde romanos das altas classes relaxavam e mantinham contatos sociais. Circus e Anfiteatos: Construções destinadas ao entretenimento. Nos circus ocorriam, principalmente, corridas de bigas. Nos anfiteatros ocorriam espetáculos como, por exemplo, os embates entre gladiadores. O anfiteatro mais conhecido foi o Coliseu de Roma. 8 AS ABÓBADAS Abóbadas são estruturas arquitetônicas de cobertura curvada, teto abobadado é a parte superior de um prédio feito de maneira esférica. A abóbada é uma construção arquitetônica muito comum em espaços como claustros, como também em construções como catedrais, galerias subterrâneas, entre outras. Caracteriza-se por apresentar a forma de um arco que cobre o espaço entre dois muros ou então entre vários pilares. Normalmente é feita de tijolos, cimento, argila, entre outros materiais, sua finalidade é cobrir o espaço que existe entre dois muros. Há abóbadas projetadas em certos edifícios que por seu designer, relevância e longevidade são autênticos monumentos que os turistas não deixam de visitar, como é o caso da Catedral Santa Maria de Toledo, na Espanha. Por outro lado, vale destacar que as abóbadas também servem para denominar o piso subterrâneo de uma igreja, também chamadas de criptas; assim como se referem também ao lugar que fica abaixo da superfície usado tradicionalmente para enterrar os defuntos. Em alguns lugares do mundo de fala hispânica, por exemplo, na Argentina, a palavra abóbada é traduzida como “bóveda” e está associada aos recintos que se localizam em cemitérios e que estão destinados ao descanso dos mortos. A particularidade destes lugares é que através das abóbadas descansam os restos mortais de todas as pessoas de uma mesma família. Costuma ser uma prática bastante comum, em especial das famílias mais tradicionais, que adquirem uma abóbada em algum cemitério para alojar os restos mortais dos integrantes de sua família. A primeira abóbada que surgiu foi a de berço, que se evoluiu para a de aresta e a de cruzeta. No geral, a diferença entre as abóbodas é onde elas se apoiam: sobre colunas, paredes ou pilares. Abóboda de berço: consiste num semicírculo - o arco pleno - ampliado lateralmente pelas paredes. Apresenta duas desvantagens: o excesso de peso do teto de alvenaria, que pode provocar sérios desabamentos, e a reduzida luminosidade interna, resultante das janelas estreitas (a abertura de grandes vãos é impraticável por enfraquecer as paredes). (Figura 1) 9 Abóbada de arestas: consiste na intersecção, em ângulo reto, de duas abóbodas de berço apoiadas sobre pilares. Com isso, obtém-se certa leveza e maior iluminação interna. Como esse tipo de abóboda exige um plano quadrado para se apoiar, a nave central fica dividida em setores quadrados, que correspondem às respectivas abóbodas. (Figura 1) Abóbada de cruzeta/ogiva: Constitui-se em uma derivação da chamada abóbada de aresta, da qual se distingue pela utilização de nervuras diagonais estruturais que lhe suportam o peso e o descarregam sobre pilares compostos ou polistilos e a que pertencem, e geralmente com elas são identificadas, as chamadas abóbadas de ogivas (também referidas como abóbadas em cruzaria de ogivas) e as abóbadas de nervuras (também referidas como abóbadas de nervos). (Figura 1) (Figura 1, mostra as três principais abobadas do estilo românico) A evolução das abóbadas não para por ai, ela cria ainda mais força na arquitetura romana quando entramos no estilo Gótico, construções de catedrais em estilo gótico, essas buscavam conexão com o céu. Este estilo pode-se observar algumas características marcantes como: Presença de sustentação estrutural através de arcobotantes (suportes construídos na parte de fora da construção). Presença de abóbadas e arcos com formato ogival. Planta arquitetônica com formato de cruz latina. Presença de vitrais com temas religiosos, principalmente nas catedrais. A iluminação era também obtida com a presença de grandes janelas. Presença de torres pontiagudas e esguias. A verticalidade está ligada a concepção teológica de que o homem está em busca do contato com Deus. 10 Um novo estilo de arquitetura, novas abóbadas. Algumas mais trabalhosas, mais difíceis, mais incríveis. As abóbadas foram muito utilizadas nessa época, por ser uma descoberta incrível, pelo seu nível de complexidade para poucos recursos que havia naquela época. Dentre essas novas abóbadas que surgiram podemos citar as: Abóbadas de Cruzetas com 6 arestas Abóbada Estrelada Abóbada de Liernes Abóbada Cilíndrica em forma de colmeia Abóbada de Leque ou Corola Abóbadas Polinervada Abóbadas Reticuladas (Imagem 2.Outros tipos de abóbadas que surgiram a partir das abóbadas principais (figura 1)) 11 ESTRUTURA DAS ABÓBADAS As abóbadas são basicamente formada/sustentada por algumas peças chaves, estas estruturas são os encarregados de manter a abóbada em equilíbrio. Todos os esforços são direcionados ao solo através dos mesmos. Abóbada: Teto côncavo, cobertura encurvada. Do ponto de vista geométrico, a abóbada tem origem num arco que se desloca e gira sobre o próprio eixo, cobrindo toda a superfície do teto. (Imagens 3 e 4) Arranque: O início da formação da curvatura de um arco ou abóbada sobre a imposta. (Imagem 5) Intradorso: é um termo arquitetônico que designa a superfície interna e inferior de um arco, abóbada ou aduela. Intradorso vem do latim intra, dentro e dorso, do dorso. É o lado oposto ao extradorso. (Imagem 5) Extradorso: O extradorso é um termo utilizado em arquitetura para designar o plano superior externo convexo de um arco ou abóbada. Este é por vezes designado de extradorso. Também designa a parte de trás de uma aduela, a qual é normalmente oculta por estar no interior do edifício. O termo contrapõe-se com o intradorso. (Imagem 5) Aduela: É o nome que se dá, então, às pedras ou tijolos em forma de cunha que entram na composição de superfícies curvas de proteção. É, também, a face interior da ombreira, voltada para o vão da porta ou janela. (Imagem 5) Chave: Também conhecida como é a aduela central de um arco ou de uma abóbada. É comum ser de maiores dimensões que as restantes aduelas, e frequentemente é decorada, não por razões funcionais mas estéticas. É a última peça que se coloca na construção de um arco é a chave. (Imagem 5) 12 Arcobotante: É uma construção em forma de meio arco, erguida na parte exterior dos edifícios na arquitetura gótica para apoiar as paredes e repartir o peso das paredes e colunas. O arcobotante liga-se ao botaréu (contraforte), e estes, ligados, auxiliam-se na sustentação do peso da abóbada. (Imagens 3 e 4) Contraforte: Um contraforte é um reforço de um muro ou muralha, geralmente constituído de um pilar de alvenaria na superfície externa ou interna de uma parede, para sustentar a pressão de uma abóbada (onde também pode funcionar em conjugação com o arcobotante), terraço ou outros esforços que possam derrubá-la. (Imagens 3 e 4) Arcadas: sucessão de arcos geralmente formando um plano divisor de espaços, os quais se assentam em colunas. (Imagens 3 e 4) (imagem 3, corte interno de uma catedral, mostrando os elementos) 13 (imagem 4, corte horizontal de uma catedral, mostrando seus elementos)(imagem 5, corte de um arco) 14 DESCARREGAMENTO DE ESFORÇOS DAS ABÓBADAS É como um quebra cabeça, onde uma peça se encaixa na outra e dão forma as Abobadas. E todos, são peças fundamentais para que a mesma suporte os esforços sem que se rompa, ou deixe tudo em ruinas. Neste sistema de construção, conforme a “imagem 6”, podemos concluir que, os esforços do telhado, são descarregados para a abóbadas orgivais, que em seguida distribuem as cargas para os arcobotantes, que por fim são descarregados no contraforte, que por sua vez, direciona os esforços para o solo. 15 FONTES: SITES: http://www.colegiodearquitetos.com.br/dicionario/2009/02/o-que-e-aboboda/ http://arte-escola.blogspot.com.br/2008/07/arte-romnica.html http://pt.bab.la/dicionario/portugues-espanhol/abobadas https://www.todamateria.com.br/arquitetura-romana/ http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-pozolana.html http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-contraforte.html http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-arco-botante.html http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-arcada.html http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-arranque.html http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-aduela.html https://catedraismedievais.blogspot.com.br/2015/01/catedral-de-reims-fatos- simbolicos.html http://arquitetofala.blogspot.com.br/2011/12/roma-entre-arcos-e-abobadasas- curvas.html http://thauucs.blogspot.com.br/2011/09/arcos-romanos.html http://queconceito.com.br/abobada https://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2013/10/12/forma-estrutural-i/ LIVROS: “Introdução à historia da arquitetura, José Ramon Alonso Pereira.” “A historia da arquitetura mundial, 3° edição, Michael Fazio, Marian Moffett, Lawrence Wodehouse.”
Compartilhar