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SIM 11 NACIONALIDADE Direito Constitucional

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NACIONALIDADE
	ELEMENTOS CONSTITUTIVOS OU ESTRUTURAIS DO ESTADO:
PODER/ORGANIZAÇÃO/SOBERANIA
TERRITÓRIO
POVO
OBJETIVOS
Nacionalidade define o elemento pessoal do Estado = povo.
Nacionalidade = vínculo político-jurídico que liga o indivíduo a um Estado.
Povo não é sinônimo de população. 
No conceito de povo, estão compreendidos os brasileiros natos e os naturalizados (art. 12, CF). 
População, habitantes são conceitos geográficos, não jurídicos. Mas CF se vale de conceitos não jurídicos. Ex: art. 45, §1º, CF. 	Comment by Particular: § 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
População = brasileiros natos, brasileiros naturalizados, estrangeiros, apátridas.
Não confundir também povo com nação.
Nação = conjunto de pessoas ligadas pela mesma origem, história, língua, religião. O conceito de nação é sociológico.
OBS:
Povo 
 conceito jurídico
População 
 conceito geográfico
Nação 
 conceito sociológico
A CF não conceitua estrangeiro; chega-se a este conceito por exclusão: será estrangeiro aquele que não for nacional, que não ostentar o vínculo político-jurídico denominado nacionalidade.
Quando se fala em nacionalidade, fala-se em “direitos e garantias fundamentais” (Título II).
Título II reparte-se em 5 capítulos:
Dos direitos e deveres individuais e coletivos (art. 5º)
Dos direitos sociais (art. 6º)
Da nacionalidade (art. 12)
Dos direitos políticos (art. 14)
Dos partidos políticos (art. 17)
Ter uma nacionalidade é um direito fundamental de um indivíduo.
A Declaração Universal dos DDHH, de 10DEZ48, no seu art. 15, afirma que a nacionalidade é um direito da pessoa humana.
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TERRITÓRIO:
Território é o componente espacial do Estado; é a porção, a superfície da terra sobre a qual o Estado exerce a sua jurisdição (poder, mando).
Há duas espécies de território:
Território em sentido restrito (território propriamente dito, território real).
Elementos:
Solo
Subsolo
Espaço aéreo nacional
Mar territorial (exerce soberania e jurisdição - águas nacionais, território marítimo – 12 milhas) – art. 20, CF.
Plataforma continental (solo e subsolo do mar territorial)
Mar territorial nacional lei 8617/93 define: 12 milhas náuticas/marítimas. Cada milha = 1852 metros. Aqui, exerce-se a soberania, jurisdição.
Zona contígua 12 milhas marítimas, a partir do mar territorial – exerce poder de polícia, de imigração.
Zona economicamente explorável/exclusiva 188 milhas, a partir das 12 milhas do mar territorial, exploração econômica.
Respeita-se na zona econômica o Direito de navegação dos demais Estados, o sobrevôo (que é proibido sobre o mar territorial), bem como a colocação de cabos e dutos submarinos.
 Mar territorial (12 milhas) Zona contígua (12 milhas) Zona Econômica (188 milhas)
 Soberania/jurisdição		poder de polícia/imigração	 	 exploração econômica exclusiva
|_______________________|_________________________|_______________________________________|
PLATAFORMA CONTINENTAL
exploração econômica exclusiva
|________________________________________________________________________________________|
Diferença entre zona contígua e zona economicamente explorável 
Na zona contígua: o Estado pode exercer seu poder de polícia para proteger o seu território, fiscalização aduaneira, exercer fiscalização sanitária e de imigração. 
Na ZEE: o Estado tem a preferência na exploração econômica.
Espaço aéreo nacional vai até onde as aeronaves possam sobrevoar; após, é o espaço que pertence à humanidade para pesquisa.
Plataforma continental solo e subsolo do mar territorial.
Plataforma Continental é aquela parte do leito do mar adjacente à costa, cuja profundidade não excede 200 metros. Sobre esta plataforma e seu subsolo o Estado exerce direitos soberanos exclusivos de exploração dos recursos naturais, coincidindo com os limites da zona econômica exclusiva.
O Brasil solicita na Comissão de Limites Territoriais na ONU a sua ampliação além da ZEE para explorar o pré-sal.
Alto Mar Por sua vez, a área dos fundos marinhos, que fica além dos limites de jurisdição nacional (ou seja, das diversas plataformas continentais), onde assentam as águas de alto mar e o respectivo espaço aéreo, é patrimônio comum da humanidade.
Sobre esta área não pode haver nenhuma forma de restrição (regra) proveniente de qualquer Estado, excepcionados os casos de fins bélicos, conservação de recursos vivos, repressão ao tráfico de escravos, comércio de tóxicos, pirataria, e transmissões não autorizadas a partir do oceano.
Rios Internacionais São considerados Rios Internacionais, os cursos de água que banham mais de um Estado soberano.
Deve haver liberdade de navegação (em princípio), igualdade no tratamento de terceiros, permite-se a cobrança de taxas, cuidados ambientais. Tratados bilaterais ou multilaterais devem disciplinar os regimes jurídicos dos Rios Internacionais.
Espaço Extra-Atmosférico A colocação em órbita do satélite artificial, Sputnik, pela URSS, em 1957, e a chegada do Homem na Lua, em 20 de Julho de 1969, iniciaram as tratativas no sector, assim, discriminadas:
- Tratado sobre espaço exterior, de 1967, na ONU, que prescreve a liberdade do espaço extra-atmosférico e dos corpos celestes.
- Acordo sobre recolhimento de Astronautas, em 1968, na ONU.
- Convenção sobre a responsabilidade pelos danos causados por engenhos espaciais, de 1972, na ONU.
- Convenção sobre registro Internacional se objetos lançados no espaço exterior, em 1975, na ONU.
- Convenção sobre as atividades dos Estados na Lua e em outros corpos celestes (Tratado da Lua), de 1979.
 Estas duas últimas Convenções, estabelecem que a Lua só deve ser utilizada para fins pacíficos, vedando armamentos nucleares ou de destruição em massa.
È proibido qualquer apropriação nacional do espaço extra-atmosférico. Não podendo constituir ali nenhum direito privado.
	Solo
	Subsolo
	Zona de exploração econômica (200 milhas)
	Plataforma continental
	Mar territorial
12 milhas
	Zona contígua
12 milhas
	Zona Econômica
188 milhas 
	Limite de 200 metros de profundidade
	Exercício da:
- soberania
- jurisdição
	*exerce:
- poder de polícia
- poder imigração
- poder sanitário
	Exerce:
- exploração econômica 
2) Território por extensão (território por ficção, ficto) – art. 5º, CP
Elementos:
Embarcação pública nacional onde quer que esteja
Embarcação particular nacional no mar territorial nacional e no mar internacional
Aeronave pública nacional onde quer que esteja
Aeronave particular nacional no espaço aéreo nacional e no espaço aéreo internacional
Representação diplomática (embaixadas) NÃO é território por extensão. Em razão de tratados internacionais, as representações possuem imunidades (mas isto não quer dizer que são territórios por extensão).
PASSAGEM INOCENTE
O princípio da passagem inocente é instituto jurídico próprio do Direito Internacional Marítimo e permite a uma embarcação de propriedade privada, de qualquer nacionalidade, o direito de atravessar o território de uma nação, com a condição de não ameaçar ou perturbar a paz, a boa ordem e a segurança do Estado costeiro (artigo 19, da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar).
Esse instituto aplicado ao Direito Penal, permite que crimes cometidos dentro de navio estrangeiro, de passagem pelo país, não sejam julgados pela lei do país em trânsito, desde que não afetem um bem jurídico nacional. Ex.: árabe assassina um americano em uma embarcação de bandeira italiana. 
A passagem independede autorização prévia. Isto vale mesmo para navios militares, embora alguns países não partilhem dessa interpretação e exijam autorização ou notificação nesses casos.
A permissão de passagem não dá direito à cobrança de taxas aos navios estrangeiros (art. 26)
Os submarinos devem navegar na superfície.
PASSAGEM DE TRÂNSITO
A passagem de trânsito aplica-se a navios e aeronaves, enquanto que a passagem inocente somente a navios; 
Durante a passagem em trânsito o navio ou aeronave não poderão ancorar, fundear ou aterrissar, a não ser em casos de grave perigo, enquanto que na passagem inocente isto é permitido; 
Na passagem em trânsito o Estado costeiro não poderá abordar e parar o navio, enquanto na passagem inocente isto é possível em casos em que o navio esteja contrariando as leis internas do Estado; 
A passagem inocente poderá ser suspensa conforme motivos de segurança do Estado costeiro, a passagem em trânsito não.
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NACIONALIDADE – DIREITOS POLÍTICOS
ESPÉCIES DE NACIONALIDADES
Nacionalidade originária/primária/de 1º grau/nata (art. 12, I, CF) = resulta do acontecimento, do fato jurídico natural e involuntário denominado nascimento. 
Nacionalidade secundária/de 2º grau/adquirida/por aquisição/por naturalização (art. 12, II CF) = resulta de um ato jurídico, em regra voluntário, denominado naturalização.
Critérios determinativos da nacionalidade originária: 
Cada Estado, diante de sua soberania, possui o direito de escolher quais são os seus nacionais natos.
Critérios adotados pelo Brasil:
Critério de solo (territorialidade ou ius soli)
Critério de sangue (ius sanguinis)
O que leva um Estado a adotar um ou outro critério? Não existe lei universal. A adoção de um critério ou outro depende da oportunidade e conveniência, decorre da soberania do Estado.
Doutrina encontra algumas características que justificam a adoção de um ou outro:
Os Estados de emigração (que exportam nacionais para outros Estados), em regra, adotam o critério de sangue, porque eles querem manter como nacionais os filhos de seus nacionais.
Os Estados de imigração (recebe nacionais de outros Estados), em regra, adotam o critério de solo, porque querem incorporar os nacionais de outros Estados.
Brasil é Estado de imigração; Estados europeus são de emigração (mas isto pode mudar de acordo com a situação do país).
Nacionalidade secundária:
Tácita
Expressa: pode ser de 2 tipos:
Ordinária: reparte-se em 4 tipos:
Todos os estrangeiros menos os originários de países de língua portuguesa (art. 112, lei 6815/80)
Todos os originários de países de língua portuguesa, menos portugueses. São eles: Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde, Príncipe, Goa, Macau, Açores, Timor (chamados de países lusofônicos). 
Portugueses (quase nacionais)
Legais => art. 115, lei 6815/80 (Estatuto do estrangeiro)
Naturalização precoce
Colação de grau em curso superior
Art. 115, § 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para estrangeiro, atestado policial de residência contínua no Brasil e atestado policial de antecedentes, passado pelo serviço competente do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de: 
        I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado definitivamente no território nacional, desde que requeira a naturalização até 2 (dois) anos após atingir a maioridade; 
        II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja feito curso superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a naturalização até 1 (um) ano depois da formatura.
NATURALIZAÇÃO PROVISÓRIA: 
Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de naturalização, que valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. 
Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado provisório, até dois anos após atingir a maioridade, confirmar expressamente a intenção de continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao Ministro da Justiça.
Extraordinária 
NACIONALIDADE ORIGINÁRIA => art. 12, I:
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
Alínea a: Nascidos na República Federativa do Brasil = os nascidos no território da República Federativa do Brasil critério: IUS SOLI.
Neste caso, não interessa a nacionalidade dos pais.
Exceção se um dos pais estiver a serviço de seu país de origem, não será brasileiro nato. 
Ex1: bolivianos de férias no Brasil e nasce seu filho brasileiro nato.
Ex2: boliviano a serviço da Argentina e sua esposa tem um filho no Brasil brasileiro nato, porque nasceu no território brasileiro e nenhum dos dois estava a serviço de seu país de origem.
Ex3: boliviano a serviço da Bolívia vem com sua esposa no Brasil e nasce seu filho estrangeiro.
Ex4: boliviano está em serviço de um organismo internacional (ONU, Interpol, UNESCO, OMS, FMI) e nasce seu filho estrangeiro, pois está a serviço de um organismo internacional (indiretamente está a serviço da Bolívia).
Alínea b: nascidos no estrangeiro, de pai ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do Brasil. Critério: IUS SANGUINI + critério funcional.
A serviço da República Federativa do Brasil aqui = a serviço de qualquer PJ com capacidade política (União, Estados Membros, DF e Municípios – administração pública direta ou indireta) ou a serviço de organismo internacional.
	Na ordem internacional, não interessa a forma do nosso Estado, mas sim tão somente a República Federativa do Brasil. Portanto, se esposa do Prefeito de SP tiver um filho em Paris e o Prefeito estiver a serviço do país, a criança será brasileira nata.
Se estiver jogando na Seleção Brasileira ou nas Olimpíadas NÃO está a serviço da República Federativa do Brasil.
		
Ex: brasileiro, nato ou naturalizado, está a serviço da República Federativa do Brasil na França. Este adota um francês. O adotado será brasileiro nato (ou seja, a adoção repercute de que maneira)?
1ª posição: não será brasileiro nato, mas sim brasileiro naturalizado desde que preencha os requisitos. CF diferencia brasileiros natos e naturalizados para determinados cargos; CF está diante de um conflito de princípios constitucionais: de um lado há a soberania (segurança nacional), do outro o direito fundamental à nacionalidade, devendo valorizar/prevalecer a segurança nacional, pois o coletivo deve prevalecer em detrimento do individual (Prof. Novelino).
2ª posição: CF não permite o tratamento diferenciado entre filhos adotivos e filhos de sangue (art. 227, §6º). Adotado então será brasileiro nato, mas não poderá exercer aqueles cargos privativos de brasileiros natos (não pode subtrair direito fundamental ao indivíduo, devendo, porém, ser mitigado).	Comment by Particular: § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
OBS: isto não é pacífico.
Alínea c: 
CF, neste dispositivo, já foi alterada três vezes. A redação atual é mais favorável à nacionalidade.
Atual redaçãoEC 54/07.
Ex: filho de Ronaldo nasceu na Itália (que adota o critério do ius sanguini). Ronald, ao nascer, era apátrida (ou conflito negativo de nacionalidade).
	À época, tinha uma única opção: vir morar no Brasil e esperar que o Ronald completasse 18 anos para escolher sua nacionalidade.
EC 54/07 hoje, abrem-se 2 possibilidades:
1ª – Ronald seria registrado em repartição brasileira competente na Itália (ex: Consulados, Embaixadas).
2ª – a qualquer tempo, venha residir na República Federativa do Brasil e, a qualquer tempo, atingida a maioridade, faça a opção pela nacionalidade.
Então: 
Filhos de brasileiros nascidos no estrangeiro e 
Nenhum dos pais esteja a serviço da República Federativa do Brasil (Critério: IUS SANGUINI) + 2 caminhos:
Registro na repartição brasileira competente OU
Residência no território e opção, a qualquer tempo, atingida a maioridade = NACIONALIDADE POTESTATIVA depende da manifestação de vontade, que só pode ocorrer após a maioridade, pois a opção* pela nacionalidade é o exercício de um direito personalíssimo.
*A opção deve ser feita perante a Justiça Federal, pois esta é que tem a competência de decidir sobre a nacionalidade (art. 109, X, CF).	Comment by Particular: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Até que faça a opção, será brasileiro nato mediante condição – o advento da opção (por isso é nacionalidade potestativa).
A nacionalidade Potestativa se dá a partir de um processo na Justiça Federal art. 109, inc X, CF.
O STF diz que a opção confirmativa é SUSPENSIVA ( não goza ainda do direito, enquanto não faz a opção).
STF: a implementação desta condição gera efeito ex tunc - retroativo.
Após a maioridade não há limite para fazer a opção da nacionalidade, desde que seja maior.
(Não há mais prazo prescricional de 04 anos para fazer a opção
Natureza da ação: Ação constitutiva
Natureza do direito: direito potestativo
Jurisdição: voluntária
Sentença: homologatória
NACIONALIDADE SECUNDÁRIA/DERIVADA/ADQUIRIDA (NATURALIZAÇÃO)
Naturalização ordinária: 
Possui duas hipóteses:
1) originários de país de língua portuguesa ex: Timor, Macau, Moçambique, etc;
- um ano de residência ininterrupto;
- idoneidade moral;
2) Para os demais estrangeiros, observar Lei do Estrangeiro (lei ordinária)
OBS: naturalização ordinária é ato discricionário do Estado brasileiro.
Naturalização extraordinária:
- 15 anos de residência ininterrupta
- ausência de condenação penal
- requerimento
OBS: A naturalização Extraordinária é derivada de ato vinculado.
STF: diferencia residência contínua (permite se ausentar por algum tempo do território viajando) ou permanência contínua. Ag n° 32.074 STF.
STF: RE 264.848 O ato formal de naturalização extraordinária é uma Portaria do Ministro da Justiça. 
Ato de natureza declaratória.
Efeito ex nunc (pró-futuro).
NATURALIZAÇÃO IURE MATRIMONI:
Naturalização pelo casamento ela não é admitida pelo ordenamento jurídico brasileiro.
Ex: casar com brasileiro não dá direito de naturalização.
Extradição STF 1121.
Art. 12. São brasileiros:
II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;	Comment by Particular: Todos os estrangeiros menos os originários de países de língua portuguesa	Comment by Particular: Todos os originários de países de língua portuguesa, menos portugueses
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.	Comment by Particular: Nacionalidade secundária expressa extraordinária
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.	Comment by Particular: Portugueses
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Tácita => é uma exceção. Porque, em regra, a naturalização depende de manifestação de vontade.
Duas Constituições a adotaram:
1824: dava aos portugueses que estavam no território nacional à época da Independência o direito de serem brasileiros; naturalizados.
1891: no seu art. 69, §4º, trouxe a chamada grande naturalização de 1891: todo estrangeiro que estiver no território nacional por ocasião da promulgação da Constituição terá o prazo de 6 meses para comparecer a uma repartição pública brasileira e ali firmar a sua nacionalidade, sob pena de tacitamente ser considerado brasileiro naturalizado.
	Em 1891 havia muitos estrangeiros. E o Estado brasileiro desejava incorporar estes estrangeiros à realidade nacional. Daí a CF de 1891 trouxe essa exceção: todo estrangeiro que estivesse no território nacional na data da promulgação da CF deveria comparecer em repartição pública brasileira e dizer que queria permanecer sendo estrangeiro. Não fazendo isto no prazo de 6 meses, a partir da promulgação daquela CF, tacitamente ele passaria a ser brasileiro naturalizado (então, não dependia da manifestação de vontade).
Expressa => dividida em ordinária e extraordinária.
Diferença mais importante: 
Ordinária não cria direito público subjetivo para o naturalizando. Por mais que este preencha os requisitos, ele não tem direito líquido e certo à naturalização. Isto quer dizer que o ato de concessão é discricionário.
Extraordinária cria direito público subjetivo para o naturalizando. Isto quer dizer que, preenchidos os requisitos, o naturalizando tem direito líquido e certo à naturalização ato de concessão é vinculado.
Ato Discricionário para portugueses com mais de 1 ano no Brasil
Ato Vinculado para estrangeiros com mais de 15 anos.
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE SECUNDÁRIA EXPRESSA ORDINÁRIA:
Todos os estrangeiros menos os originários de países de língua portuguesa (art. 12, II, a, 1ª parte, CF).
Estatuto do estrangeiro (lei 6815/80) define, nos artigos 112 e ss, esta 1ª espécie.
Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: 
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de 04 (quatro) anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família;
VI - bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e
VIII - boa saúde.
        	§ 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há mais de dois anos. 
        	§ 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer dos requisitos exigidos neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida.        
§ 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo anterior processar-se-á administrativamente, no Ministério da Justiça, de ofício ou mediante representação fundamentada, concedido ao naturalizado, para defesa, o prazo de quinze dias, contados da notificação.
        
Art. 113. O prazo de residência fixado no artigo 112, item III, poderá ser reduzido se o naturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:
        I - ter filho ou cônjuge brasileiro;
        II - ser filho de brasileiro;III - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasil, a juízo do Ministro da Justiça;
        IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ou
        V - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes o Maior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuir cota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial ou civil, destinada, principal e permanentemente, à exploração de atividade industrial ou agrícola.
        Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de dois anos, no do item IV; e de três anos, no do item V.
        
Art. 114. Dispensar-se-á o requisito da residência, exigindo-se apenas a estada no Brasil por trinta dias, quando se tratar: 
        I - de cônjuge estrangeiro casado há mais de cinco anos com diplomata brasileiro em atividade; ou
        II - de estrangeiro que, empregado em Missão Diplomática ou em Repartição Consular do Brasil, contar mais de 10 (dez) anos de serviços ininterruptos.
Requisitos estão no art. 112. Alguns:
Capacidade civil, segundo a lei brasileira
Residência contínua no território nacional pelo prazo mínimo de 4 anos.
Saber ler e escrever no idioma nacional (língua portuguesa)
Ter recursos ou capacidade para sua manutenção no território nacional
Ter boa saúde (este requisito não foi recepcionado pela CF/88 pela alegação de ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana)
	REQUISITO – RESIDÊNCIA no Brasil
	4 anos 
	Regra 
	3 anos
	Ser proprietário de bem imóvel, industrial ou cotista/acionista em sociedade comercial ou civil com montante de pelo menos mil vezes o maior valor de referência
	2 anos
	Ter grande capacidade profissional, científica ou artística
	1 ano 
	Ter filho ou cônjuge brasileiro
Ser filho de brasileiro
Haver prestado serviço relevante ao Brasil
	Dispensa *
	Cônjuge casado há mais de 5 anos com diplomata brasileiro em atividade
Empregado há mais de 10 anos em missão diplomática ou consular
*dispensa morar no Brasil, apenas estada de 30 dias no país.
Procedimento: japonês entra no território nacional com visto. Ele pode adentrar com visto permanente. Atingidos os 4 anos (preenchidos os requisitos) vai até a PF e faz um pedido de naturalização forma-se um procedimento administrativo para fins de naturalização Ministério da Justiça Ministro da Justiça, por delegação do Presidente, expede o certificado de naturalização Ministro da Justiça remete este certificado para o juiz federal do Estado em que o pedido foi feito. 
Então, não é a simples expedição do certificado que transforma o estrangeiro em brasileiro naturalizado, mas sim a sua entrega pelo juiz federal do Estado em que o pedido foi feito.
Após, juiz federal marca uma audiência, em que deve comparecer o Procurador da República (MPF) – deve participar porque é uma questão de Estado (art. 81, 82, CPC) na audiência, juiz faz algumas perguntas para verificar se estão preenchidos os requisitos juiz entrega o certificado de naturalização a partir daqui, passa a ser brasileiro naturalizado Cartório de Registro de Pessoas Naturais para retirar seus documentos como brasileiro naturalizado (certificado de naturalização passa a ser sua certidão de nascimento).	Comment by Particular: Art. 81. O Ministério Público exercerá o direito de ação nos casos previstos em lei, cabendo-lhe, no processo, os mesmos poderes e ônus que às partes.Art. 82. Compete ao Ministério Público intervir:III - nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.
OBS: nacionalidade competência é da Justiça Federal (art. 109, X, CF)
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Todos os originários de países de língua portuguesa, menos portugueses.
São: Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Cabo Verde, Príncipe, Goa, Macau, Açores, Timor (chamados de países lusofônicos). 
Em razão dos laços históricos, CF faz referência a somente 2 requisitos (art. 12, II, a, in fine):
Residência por 01 ano ininterrupto
Idoneidade moral
Portugueses (Art. 12, §1º, CF).
Para ser quase nacionais (dupla nacionalidade):
Basta residência permanente no Brasil.
Para ser brasileiro naturalizado (deixa de ser estrangeiro):
Residência por 01 ano ininterrupto
Idoneidade moral
Aos portugueses, há duas possibilidades:
1ª possibilidade – sem deixar de ser português (portanto estrangeiro), o quase nacional pode exercer os direitos inerentes aos brasileiros naturalizados, em razão dos laços históricos que unem os países.
Requisito: 
Residência permanente no país, desde que haja esta reciprocidade em favor dos brasileiros.
Há esta reciprocidade desde 1972 por meio de um tratado, que foi renovado em 22ABR00 (data dos 500 anos do descobrimento do Brasil).
Este quase nacional pode votar (exercício dos direitos políticos), devendo estar no território nacional por, no mínimo 03 anos.
Ele pode ser servidor público (art. 37, I, CF), como qualquer estrangeiro pode.
Ele só pode ser candidato a determinados cargos. Em Portugal, brasileiros só podem ser candidatos nas eleições locais. Então, em razão da reciprocidade, só pode ser votado nas eleições municipais.
2ª possibilidade – o português pode naturalizar-se brasileiro (aí deixa de ser estrangeiro). 
Requisitos: residência por 01 ano ininterrupto + idoneidade moral.
Naturalizações Legais estão no Estatuto do Estrangeiro (lei 6815/80).****
2 hipóteses, que são de difícil ocorrência:
Naturalização precoce (art. 115, §2º, I e art. 116); 
- até 05 anos de idade;
- radicado definitivamente no Brasil
- tem até os 20 anos de idade para pedir a naturalização.
Naturalização em razão da colação de grau em curso superior (art. 115, §2º, II).
- se mudou para o Brasil quando menor (até 17 anos);
- colou grau em curso superior no Brasil;
- tem até 01 ano após o término do curso para pedir.
Art. 115, § 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para estrangeiro, atestado policial de residência contínua no Brasil e atestado policial de antecedentes, passado pelo serviço competente do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de: 
        I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado definitivamente no território nacional, desde que requeira a naturalização até 2 (dois) anos após atingir a maioridade; 
        II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja feito curso superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a naturalização até 1 (um) ano depois da formatura. 
Naturalização PROVISÓRIO:
- primeiros 05 anos de vida admitido no Brasil;
- representantes solicitam ao Ministro da Justiça (emite naturalização provisória);
- tem até 20 anos (dois anos após maioriodade) para confirmar expressamente a intenção.
Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao Ministro da Justiça, por intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de naturalização, que valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. 
Parágrafo único. A naturalização se tornará definitiva se o titular do certificado provisório, até dois anos após atingir a maioridade, confirmar expressamente a intenção de continuar brasileiro, em requerimento dirigido ao Ministro da Justiça.
Nacionalidade secundária expressa extraordinária (art. 12, II, b, CF).
2 requisitos:Residência ininterrupta há mais de 15 anos;
Sem condenação penal.
Neste caso, desde que requeira, ato de concessão é vinculado.
PERDA DA NACIONALIDADE
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;
Ocorre o cancelamento da naturalização.
ATIVIDADE NOCIVA AO INTERESSE NACIONAL
Decisão judicial – Justiça Federal.
PERDA MUDANÇA:
Se adquirir outra nacionalidade e esta outra, de acordo com a lei estrangeira, também for originária. É a legislação estrangeira que dará nacionalidade originária. 
Ex: virar paraguaio naturalizado.
Não se exige procedimento judicial, mas mero procedimento administrativo.
Ex1: Marisa (esposa do Presidente Lula) é brasileira originária e também ostenta a qualidade de italiana originária conflito positivo de nacionalidade => revela a denominada polipatria ou dupla nacionalidade ou dupla cidadania.
Ex2: jogadores de futebol adquirem nacionalidade espanhola, não perdendo a nacionalidade brasileira, pois aquela é nacionalidade originária, de acordo com a lei estrangeira.
Já conflito negativo de nacionalidade = apátrida = heimatlos.
Se a aquisição da nacionalidade estrangeira decorrer de imposição de Estado estrangeiro como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
Também é um caso de polipatria.
Sou brasileiro nato, adquiro a nacionalidade paraguaia. Passo então a ser paraguaio naturalizado. Posso voltar a ser brasileiro?
1ª posição: posso voltar a ser brasileiro, mas só brasileiro naturalizado por meio de naturalização.
2ª posição: posso voltar a ser brasileiro nato (recupero a condição anterior) por meio de processo administrativo perante a autoridade brasileira (decreto do Presidente da República, desde que domiciliado no Brasil).
DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS
	REGRA: CF veda o tratamento diferenciado entre brasileiros natos e naturalizados. 
	Exceções (que só podem estar na CF, lei NÃO pode) art. 12, §2º, CF:	Comment by Particular: § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Perda da condição de nacional (art. 12, §4º, I, CF) – atividade nociva (sentença)
Exercício de cargos (art. 12, §3º, CF) – cargos privativos
Exercício de função (art. 89, VII, CF) – compor o Conselho da República.
Propriedade (art. 222, CF) – emissora de rádio/tv (comporta exceções)
Extradição (art. 5º, LI, CF)
OBS: Conselho da Defesa Nacional: pode ter brasileiro naturalizado compondo, ex: Ministro das Relações Exteriores, Planejamento e da Justiça não exigem serem natos. 
PERDA DA CONDIÇÃO DE NACIONAL
Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
	Só o brasileiro naturalizado pode perder a condição de nacional em razão da prática de atividades nocivas ao interesse nacional (chama-se PERDA PUNIÇÃO). É concedida pela autoridade federal por meio da ação de cancelamento da naturalização, que tem efeitos ex nunc.
Então, o brasileiro nato não perde a condição de nacional em razão da prática de atividades nocivas ao interesse nacional.
Atividade nociva ao interesse nacional => não existe no Brasil regra jurídica que defina isto. Esta noção depende do caso concreto.
Praticando atividade nociva ao interesse nacional, MPF ajuíza ação na Justiça Federal, pois a competência para discutir sobre nacionalidade é da Justiça Federal (art. 109, X, CF).
Transitando em julgado esta decisão, deixa de ser brasileiro naturalizado e passa a ser estrangeiro.
	Deixando de ser brasileiro naturalizado, pode voltar a ser brasileiro naturalizado? Somente por meio de ação rescisória, no prazo previsto na legislação civil (Art. 485, CPC), rescindindo a sentença transitada em julgado.
ATENÇÃO para o Informativo 604 do STF (OUT10): em decisão do Plenário, Min. Lewandowski decidiu ser possível o Ministro da Justiça, por meio de ato administrativo, cancelar a naturalização quando embasada em erro de fato, em observância do art. 112, §§2º e 3º da lei 6815/90. Por sua vez, Min. Marco Aurélio divergiu, pois entendeu que deve haver decisão judicial, aplicando-se, para isso, o art. 12, §4º, I da CF.
Cancelamento de Naturalização e Via Jurisdicional - 1
O Plenário iniciou julgamento de recurso ordinário em mandado de segurança no qual se discute a possibilidade, ou não, de o Ministro de Estado da Justiça, por meio de ato administrativo, cancelar a concessão de naturalização quando embasada em premissas falsas (erro de fato).
...
O Min. Ricardo Lewandowski, relator, desproveu o recurso por reputar possível o aludido cancelamento pela via administrativa, quando descobertos vícios no seu processo... aduziu que, à época do advento do mencionado estatuto, havia a previsão de que o Presidente da República decretasse a perda da nacionalidade brasileira obtida em fraude contra a lei (CF/69, art. 146, parágrafo único), não sendo a norma repetida pela CF/88. Nada obstante, isso não significaria a sua extirpação do ordenamento jurídico e tampouco a não recepção do art. 112, §§ 2º e 3º, da Lei 6.815/80 (“Art. 112. São condições para a concessão da naturalização: ... § 2º Verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer dos requisitos exigidos neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida. § 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo anterior processar-se-á administrativamente, no Ministério da Justiça, de ofício ou mediante representação fundamentada, concedido ao naturalizado, para defesa, o prazo de quinze dias, contados da notificação.”).
...
Em divergência, o Min. Marco Aurélio proveu o recurso para assentar que, uma vez formalizado o deferimento da naturalização, seu desfazimento apenas poderia ocorrer mediante processo judicial. Asseverou que a cláusula do inciso I do § 4º do art. 12 da CF seria abrangente — no que revelaria que o cancelamento da naturalização deveria ocorrer por sentença judicial — e que a referência feita em sua parte final, ao apontar uma causa, seria simplesmente exemplificativa, haja vista a infinidade de situações que podem surgir, a desaguarem no cancelamento da naturalização. O Min. Dias Toffoli seguiu a divergência. Consignou expressamente a não-recepção, pela CF/88, do art. 112, §§ 2º e 3º da Lei 6.815/80 e proveu o recurso para o fim de declarar nula a Portaria 361/2008, do Ministro da Justiça, restabelecendo, assim, a situação do recorrente como brasileiro naturalizado em todos os órgãos públicos, sem prejuízo de que sua condição de naturalizado seja analisada judicialmente, nos termos do art. 12, § 4º, I, da CF. Após, pediu vista a Min. Cármen Lúcia.
RMS 27840/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 13.10.2010. (RMS-27840)
EXERCÍCIO DE CARGOS 
Determinados cargos são privativos de brasileiros natos em razão de 2 motivos:
Segurança nacional (I, V, VI, VII);
Linha sucessória do Presidente da República (II, III, IV).
OBS: deputado federal pode ser brasileiro naturalizado, só não pode ser Presidente da CD.
No STJ brasileiro nato ou naturalizado.
Polícia Militar pode ser brasileiro nato ou naturalizado, pois é força auxiliar das FFAA.
Todos os Ministros podem ser brasileiros natos ou naturalizados, menos o MINISTRO DA DEFESA, pois comanda os Comandantes das FFAA.
Ministro do TSE pode ser brasileiro nato ou naturalizado, exceto os cargos (Presidentee Vice) em que ocupantes advêm do STF.
Com base no princípio, é possível obrigar que CE e leis orgânicas digam que Governador e Prefeito devem ser brasileiros natos? NÃO (§2º do art. 12, CF).	Comment by Particular: § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
OBS: Ministro do Planejamento, Ministro das Relações Exteriores, Ministro da Justiça compõem o Conselho de Defesa Nacional e podem ser naturalizados.
*exceção ao ministro da defesa.
Art. 12, § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
EXERCÍCIO DE FUNÇÃO – Art. 89, VII, CF
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam:
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Conselho da República é um órgão consultivo do Presidente da República em determinadas situações. 
Brasileiros naturalizados podem participar do Conselho da República, entretanto a CF em seu art. 89, VII, CF diz que 06(seis) cidadãos brasileiros natos com mais de 35 anos deverão participar do Conselho da República.
Conselho da Defesa Nacional: pode ter brasileiro naturalizado.
PROPRIEDADE EMISSORA DE TV/RÁDIO– Art. 222 CF
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
Se um brasileiro naturalizado com menos de 10 anos de naturalização adquirir uma empresa de radiodifusão, a aquisição será nula. O motivo é impedir que ele possa introduzir/divulgar outras culturas por meio das empresas de radiodifusão.
EXTRADIÇÃO (art. 5º, LI, CF)
Art. 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
Nenhum brasileiro nato pode ser extraditado, não existe exceção.
Brasileiro naturalizado pode ser extraditado em duas situações:
Por prática de crime comum antes da naturalização.
Por envolvimento em tráfico ilícito de drogas, a qualquer momento, na forma da lei (norma constitucional de eficácia limitada) – a CF aqui precisa ser integrada por uma norma subconstitucional. Isto significa que nesta segunda permissão constitucional, ou seja, envolvimento em tráfico ilícito de drogas, a CF exige uma lei. Essa lei ainda não existe.
O STF já decidiu que o brasileiro naturalizado que cometer tráfico de drogas não pode ser extraditado, porque ainda não existe lei regulamentando.
Lei 12.878/2013 - prisão cautelar para fins de extradição (altera o Estatuto do Estrangeiro)
Prisão cautelar do extraditando:
O STF poderá determinar que o extraditando aguarde preso o processo de extradição.
Trata-se de uma prisão cautelar, considerando que tem por finalidade assegurar que o extraditando não fuja e, assim, o processo de extradição não fique sem efetividade.
Procedimento para a prisão cautelar do extraditando:
Quem formula:
• O Estado interessado na extradição é quem formula o pedido de prisão.
• O pedido de prisão cautelar poderá ser também apresentado ao Ministério da Justiça por meio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), dede que devidamente instruído com a documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro.
Ponto de destaque:
O pedido de prisão cautelar poderá ser apresentado ao Ministério da Justiça pela INTERPOL, desde que exista ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro.
O pedido de prisão pode ser requerido de duas formas:
• Pela via diplomática; ou
• Diretamente ao Ministério da Justiça (quando assim estiver previsto em tratado).
O pedido poderá ser apresentado por correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que assegure a comunicação por escrito.
Momento:
• O pedido de prisão deve ser formulado no mesmo momento em que for requerida a extradição.
• Em caso de urgência, é possível que o pedido de prisão seja feito antes do requerimento de extradição.
Se a prisão for deferida antes do pedido de extradição:
Se a prisão for deferida antes do pedido de extradição, o Estado estrangeiro deverá, no prazo de 90 dias contado da data em que tiver sido cientificado da prisão do extraditando, formalizar o pedido de extradição.
Se não for formulado o pedido de extradição no prazo de 90 dias:
Caso o Estado estrangeiro não formule o pedido de extradição no prazo de 90 dias após tomar ciência da prisão, o extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a extradição haja sido devidamente requerida.
Pressupostos formais de admissibilidade
O Ministério da Justiça examina se os pressupostos formais de admissibilidade do pedido de prisão estão presentes. Caso estejam, o Ministério da Justiça faz uma representação de prisão ao STF.
Desse modo, o pedido de prisão não é feito pelo Estado estrangeiro diretamente ao STF. Primeiro o Ministério da Justiça faz um juízo de admissibilidade e, se entender presentes os pressupostos formais, é o Ministério quem formula o requerimento de prisão ao Supremo.
Quem decreta a prisão:
Quem julga se a prisão cautelar para extradição é devida é o STF.
Como visto acima, não exista mais nenhuma possibilidade de prisão para extradição decretada pelo Ministério da Justiça (antiga hipótese de prisão administrativa).
Lei 12.878/2013 - prisão cautelar para fins de extradição (altera o Estatuto do Estrangeiro)
O que pode ser cobrado na sua prova?
A extradição pode ser requerida de duas formas:
• Pela via diplomática; ou
• Diretamente ao Ministério da Justiça (quando assim estiver previsto em tratado).
Duas mudanças simples:
• A previsão do § 1º passou para o § 2º.
• Acrescentou-se a possibilidade de o pedido de extradição ser encaminhado pelo Ministério da Justiça, quando houver previsão em tratado.
O que pode ser cobrado na sua prova?
O exame da extradição é feito em duas etapas:
1º) Ministério da Justiça verifica se estão presentes os pressupostos formais de admissibilidade.
2º) STF: julga se a extradição deverá ser concedida ou não.
Ponto de destaque:
O art. 81 do Estatuto do Estrangeiro previa que o Ministro da Justiça (ou seja, uma autoridade administrativa) poderia decretar a prisão do extraditando.
Trata-se de uma hipótese de “prisão administrativa”.
A doutrina, de forma pacífica, já defendia que essa regra não havia sido recepcionada pela CF/88 (art. 5º, LXI).
Agora, esse art. 81 foi alterado e não existe mais a previsão de prisão decretada pelo Ministro da Justiça. A prisão para fins de extradição somente pode ser decretada pelo STF, na forma do art. 82, abaixo transcrito.
Não confunda extradição com expulsão, deportação, entrega.
Extradição Ativa: é aquela requerida pelo Brasil ao Estado estrangeiro (Brasil pedir).
Extradição Passiva: um Estado estrangeiro requer ao Brasil a entrega de um indivíduo.
Ex: Pinochet comete crime no Chile e foge ao Brasil, mas é preso pela PF e extraditado a pedido do Chile.
Na extradição, há dois Estados estrangeiros na relação: requerente e requerido.
Extradição é o ato pelo qual um Estado entrega a um outro Estado um indivíduo que cometeu um crime fora de seu território.
A extradição é um dos institutos da cooperação jurídica internacional.
Só extraditamosportugueses para Portugal, assim como Portugal só extradita brasileiros para o Brasil.
Na extradição passiva um estrangeiro comete um crime fora do território nacional e pra cá foge. 
Em razão do princípio da justiça universal (ou justiça cosmopolita), eles devem ser extraditados, porque senão haveria a impunidade.
É expedido em seu desfavor um Mandado de Prisão Internacional, pelo Estado do lugar onde ele cometeu o crime. Pode ser uma prisão definitiva ou processual. Esse mandado é remetido para todos os Estados por meio da Interpol. 
A PF descobre que o cidadão estrangeiro está no território nacional. A PF comunica o STF e o STF decreta a prisão para fins de extradição.
Só será extraditado se existir tratado internacional entre os dois Estados, ou ao menos, a promessa de que ele será assinado Art. 76, lei 6815/80 => A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade.
Cabe ao STF o julgamento da solicitação de extradição (art. 102, I, “g”, CF).	Comment by Particular: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:I - processar e julgar, originariamente:g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
STF requisitos jurídicos foram preenchidos ou não;
Presidente o juízo político: extraditar, ou não.
OBS: Ato do presidente é inatacável pelo Poder Judiciária (soberania).
Não confunda extradição com expulsão: só estrangeiro pode ser expulso. Na expulsão, um estrangeiro adentra no território, em regra comete um crime, é preso, processado, condenado, em regra termina de cumprir a pena e aí será expulso.
A EXPULSÃO é um ato privativo do Presidente. Pode ser delegado ao Ministro de Estado (jurisprudência do STF, 2011, 2010, 2008).
“(...) O fato de o presidente da República delegar expulsão ao ministro de Estado da Justiça, mediante ato administrativo por ele próprio assinado, o exercício da competência legal de expulsão de estrangeiro não implica disposição da própria competência.” (HC 101.528, voto do Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 9-12-2010, Plenário, DJE de 22-3-2011.) Vide: HC 101.269, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 3-8-2010, Primeira Turma, DJE de 20-8-2010.
“Não implica disposição de competência legal a delegação pelo Presidente da República do ato de expulsão de estrangeiro. O STF sempre reputou válido o decreto de expulsão de estrangeiro subscrito pelo Ministro de Estado da Justiça por delegação do Presidente da República. julgamento em 25-10-1995, Plenário, DJE de 28-11-2008.
Estrangeiro expulso não pode voltar ao território nacional, sob pena de crime de competência da Justiça Federal (art. 109, X, CF), salvo se a expulsão for revogada.	Comment by Particular: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
Somente o estrangeiro pode ser deportado.
Na deportação, estrangeiro não comete crime, mas sim um ilícito administrativo. Ex: entrar sem visto, entrar com visto de turista e começa a trabalhar.
Entrega é um instituto previsto no Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI). 
Entrega ≠ extradição
	Já na extradição, há uma relação entre dois Estados soberanos.
Entrega => tem-se de um lado um Estado estrangeiro e de outro um organismo internacional, que é o TPI. Este foi constitucionalizado pela EC 45/04, que incorporou o §4º do art. 5º, CF => § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Em razão disto, prof. Rezek entende que o brasileiro nato pode ser entregue ao TPI para julgamento.
*OBS: só se aplica o TPI se a jurisdição nacional falhar (subsidiário).
	Art. 13, CF cidadão pode ser alfabetizado em outra língua? NÃO, salvo a língua indígena (art. 206 cc art. 231, CF).	Comment by Particular: Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.	Comment by Particular: Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
O Brasil só extraditará se o fato que fundamenta a extradição for crime aqui no Brasil também. Se for contravenção penal não haverá a extradição, porque não é crime. 
É o chamado princípio da dupla incriminação ou dupla tipicidade.
O Brasil não extradita se o crime, conforme a legislação nacional ou estrangeira, já estiver prescrito.
CONDIÇÕES PARA EXTRADIÇÃO:
Art. 77. Não se concederá a extradição quando: 
        I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido;
        II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;
        III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;
        IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;
        V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
        VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;
        VII - o fato constituir crime político; e (conexão com crime comum pode)
        VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
        § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal.
        § 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração.
        § 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social.
*Ver art. 91, Estatuto do estrangeiro.
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o compromisso: (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)
        I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedido;
        II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição;
        III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal ou de morte, ressalvados, quanto à última, os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação;
        IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que o reclame; e
        V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena.
Aplica-se também o PRINCÍPIO DA COMUTAÇÃO, no Brasil não existe pena de morte ou perpétua, o Brasil exige a comutação da pena para o máximo de 30 anos.
É possível o Brasil entregar um estrangeiro para ser condenado a pena de morte no exterior? Depende, desde que a lei brasileira também permita a pena de morte para o caso, mas para prisão perpétua não será possível.
	Existência de FILHOS não impede a extradição Súmula 421, STF => NÃO IMPEDE A EXTRADIÇÃO A CIRCUNSTÂNCIA DE SER O EXTRADITANDO CASADO COM BRASILEIRA OU TER FILHO BRASILEIRO, mas impede a EXPULSÃO (Súmula 1, STF). 	Comment by Particular: É VEDADA A EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO CASADO COM BRASILEIRA, OU QUE TENHA FILHO BRASILEIRO, DEPENDENTE DA ECONOMIA PATERNA.
	Brasil não extradita em razão da prática de crime político ou de opinião art. 5º, LII, CF => LII - não será concedida extradição de estrangeiro porcrime político ou de opinião.
É possível a prática de crime comum com motivação política. Neste caso, poderá haver extradição (STF decidiu isto no caso dos seqüestradores do Washington Olivetto).
Ter filhos brasileiros não impede extradição decisão judicial, crime fora do país.
Ter filhos brasileiros impede expulsão ato administrativo (presidente/ministro), crime cometido no Brasil.
Lei 9400 – CONARE – Comitê Nacional dos Refugiados CONARE afirmou que estrangeiro italiano Batisti não é refugiado por não preencher os requisitos. Italiano recorre ao Ministro da Justiça, que oferta a ele condição de refugiado. Está em discussão se o refugiado pode ser extraditado. OBS: STF decidiu em um caso de um padre colombiano que, se o CONARE decidiu que indivíduo é refugiado, processo de extradição perdeu seu objeto.
STF: REFUGIADO por crimes políticos não pode ser extraditado (perda de objeto no processo de extradição).
STF: REFUGIADO por assistencialismo é possível ser extraditado.
Nigeriano, envolvido em diversos problemas familiares e sociais, devido a guerra civil de seu país, em lamentável estado de pobreza, foge ao Brasil na busca de condições melhores. Procura a Polícia Federal e solicita ser considerado Refugiado. Após consulta verifica-se que ele esteve envolvido em um homicídio na Nigéria e seu país exige extradição imediata. Você como delegado de polícia federal entende ser possível o atendimento. (CORRETO).
Resp: - É possível extradição de refugiado em situação de assistencialismo. Já refugiado por crime político não.
	Quem decide sobre extradição é o STF. O Presidente pode decidir contrariamente? 
Ministro Cesar Peluso: o princípio da legalidade pressupõe obediência aos princípios constitucionais internos. Se tratado, que foi recepcionado pela CF com força de LO (art. 49, I, CF), determinar que, preenchidos os requisitos legais da extradição ele deve ser extraditado, o Presidente fica vinculado. No caso do Césare Batisti, ele deve ser extraditado.	Comment by Particular: Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
	
ATENÇÃO para o Informativo 630 do STF (JUN11): Plenário, por maioria, não conheceu de reclamação de decisão do Presidente da República que negara pedido de extradição, anteriormente concedida pela Corte, ao italiano Batisti (apesar de votos em sentido contrário). LER TUDO!!!
Supremo resolveria o dilema jurídico: hipótese de extraditabilidade, ou não; 
Presidente, o político: extraditar, ou não.
O Plenário, por maioria, não conheceu de reclamação, interposta pela República Italiana, de decisão do Presidente da República Federativa do Brasil que negara pedido de extradição, anteriormente concedida por esta Corte, a nacional daquele país.
...
O Min. Luiz Fux assinalou que, adotada a tese no sentido de competir ao Supremo somente aferir os requisitos de possibilidade de extradição, a cognição se encerraria aí e a decisão seria remetida ao Presidente da República, que resolveria o caso, sendo este ato insindicável pelo Poder Judiciário. Assim, em jogo um ato de soberania nacional. Realçou que a República Italiana litigara contra a República Federativa do Brasil e que isto seria da competência do Tribunal Internacional de Haia, e não do STF.
...
O Min. Luiz Fux, com base nos princípios constitucionais da soberania e da independência nacional, reiterou que o ato do Presidente da República não seria sindicável. Aduziu que o Supremo estabelecera que essa autoridade poderia lavrar um ato de soberania, cujas razões não seriam passíveis de crivo, a exemplo de outros atos que escapariam ao princípio da inafastabilidade do Poder Judiciário: os atos legislativos interna corporis, os indultos, as graças e as anistias concedidas depois do trânsito em julgado. Afiançou que o STF concedera ao Presidente o poder de entregar, ou não, o extraditando, segundo as suas próprias razões. Nesse contexto, arrematou que essa autoridade, nos termos do tratado bilateral, motivara sua recusa. A Min. Cármen Lúcia acrescentou que o dispositivo justificador da recusa em entregar o extraditando apresentaria conceitos indeterminados ("Artigo III Casos de Recusa da Extradição 1. A Extradição não será concedida: ... f) se a parte requerida tiver razões ponderáveis para supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa ser agravada por um dos elementos antes mencionados") e, se se entendesse que o Presidente não poderia ponderar sobre as razões, o Tribunal estaria se substituindo àquele. Assim, seria o caso de soltura do "ex-extraditando".
...
O Min. Joaquim Barbosa aludiu, também, que, se o Presidente justificara a não-entrega do nacional italiano, o procedimento de extradição estaria findo e não haveria outra alternativa senão ordenar a imediata liberação do extraditando. O Min. Ayres Britto, por seu turno, mencionou que o papel do STF nesse procedimento seria fazer prevalecer os direitos humanos e constatar se as formalidades legais teriam sido observadas. Com isso, encerrar-se-ia sua jurisdição. Além disso, o Poder Executivo daria a última palavra nessa seara, cujo trâmite seria binariamente político e jurídico. Consignou que o Supremo resolveria o dilema jurídico: hipótese de extraditabilidade, ou não; e o Presidente, o político: extraditar, ou não.
...
O relator destacou que um ponto fundamental a ser considerado no processo de extradição diria respeito à natureza jurídica da intervenção do Presidente da República após a concessão, pelo STF, da extradição (terceira fase do processo extradicional). Entretanto, asseverou que, para o deslinde da questão, seria preciso o exame das características determinantes das 3 fases do processo extradicional. No tocante à primeira delas, eminentemente político-administrativa, enfatizou que a natureza discricionária do poder governamental de decidir sobre extradição estaria diretamente vinculada à estrutura da relação obrigacional entre os Estados requerente e requerido. Nesta fase, caberia ao Poder Executivo decidir, em termos de política internacional e, ante suas obrigações — convencionais ou de reciprocidade — sobre o prosseguimento do pleito de extradição. Assinalou que, por outro lado, a fase seguinte seria predominantemente jurisdicional e processada perante o Supremo.
...
Ficaria a cargo do Poder Executivo a mera responsabilidade pela entrega do extraditando ao Governo requerente, nos termos do art. 86 da Lei 6.815/80 ("Concedida a extradição, será o fato comunicado através do Ministério das Relações Exteriores à Missão Diplomática do Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da comunicação, deverá retirar o extraditando do território nacional").
...
Indagou se a função do STF estaria concluída com a publicação e com o trânsito em julgado da decisão extradicional. Desse modo, perquiriu sobre a função do Supremo na terceira fase do processo de extradição. Considerou que a competência deste órgão jurisdicional não estaria finda, porquanto, até a definitiva entrega do extraditando ao Estado requerente, ele permaneceria preso sob a custódia desta Corte e, em conseqüência, apenas ela poderia determinar a sua soltura. Nesse sentido, mencionou que os autos do processo seriam arquivados apenas formalmente, iniciando-se a fase de execução da extradição, cujos incidentes seriam submetidos à análise do Tribunal. Tendo isso em conta, ponderou que não se poderia confundir o trânsito em julgado da decisão que defere o pedido de extradição com o "esgotamento" da competência jurisdicional do Supremo. A função de resguardo da incolumidade do ordenamento constitucional e dos direitos fundamentais do extraditando estaria, pois, mantida, de modo que a jurisdição do STF sobre ele terminaria com a sua definitiva entrega.Assim sendo, constatou que o papel do Poder Executivo nessa terceira fase deveria ser discutido.
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Esclareceu que a atuação do Presidente na terceira fase da extradição seria vinculada aos parâmetros estabelecidos na decisão do STF que a autoriza, de maneira que, ante a existência de tratado bilateral de extradição, caberia ao Poder Executivo cumprir com as obrigações pactuadas no plano internacional e efetivar a extradição, se assim determinar o acórdão desta Corte. Asseverou que a autoridade máxima da Administração Pública, ainda que no exercício da representação política da República Federativa do Brasil, subordinar-se-ia ao ordenamento jurídico interno que, por sua vez, deveria ser interpretado de acordo com o estabelecido pelo STF como guardião da ordem jurídica constitucional.
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A Min. Ellen Gracie, ao iniciar seu voto, frisava que a garantia do bom exercício do poder seria sua limitação e sua submissão a controles e a restrições. Entendia que o ato do Presidente estaria sujeito a controle jurisdicional como qualquer outro ato administrativo. Destacava, ainda, que o tratado de extradição seria uma manifestação clara de uma política de cooperação internacional em matéria criminal e que não vislumbrava, no parecer oferecido pela AGU, indício de que o extraditando pudesse ser submetido a condições desumanas.
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Em idêntico sentido se pronunciara o Min. Cezar Peluso. Aduzia que o Presidente submeteria o pedido extradicional ao STF para legitimar o ato de entrega e que o tratado seria vinculante para o Presidente, não havendo aí liberdade política, já que o tratado, ao ser incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro, transformar-se-ia em norma jurídica de direito interno.... Concluía, então, que o Presidente descumprira a lei e a decisão do STF.
"INDICTMENT= recebimento da denúncia
 Instituto equiparável à pronúncia. Ato formal suficiente para legitimar pedido de extradição passiva.
O indictment corresponde no direito brasileiro ao recebimento da denúncia.
Constituindo-se em causa interruptiva do prazo prescricional.
INSTRUMENTOS DO CRIME
Todos os objetos, valores ou documentos que se relacionarem com o crime ou delito e, no momento da prisão, tenham sido encontrados em poder do extraditando, ou que, de qualquer outra maneira, tiverem sido encontrados na jurisdição de Estado requerido, serão entregues com o extraditado, ao Estado requerente’.” (Ext 1.216, Rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 
2-3-2011, Plenário, DJE de 16-5-2011.)
INTERROGATÓRIO DO EXTRADITADO:
Não é inválido o interrogatório para fins de extradição realizado em desacordo com o procedimento estabelecido nos arts. 186 e 187 do Código de Processo Penal, pois os elementos de informação ordinariamente inquiridos aos acusados e que eventualmente serviriam de base para a prolação da sentença penal não interessam ao processo extradicional. (Ext 1.162, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 17-3-2011, Plenário, DJE de 5-4-2011.)
É facultado ao Relator delegar o interrogatório do extraditando a juiz do local onde estiver preso.
Mandat d'arrêt: (pedido de prisão preventiva)
Constitui ele meio hábil a permitir a detenção preventiva, no curso da instrução preparatória, devendo conter: a natureza da imputação, a disposição legal aplicável, a identidade do acusado, o nome e a qualificação do magistrado que o expede e sua assinatura.
Nom bis in idem
Se está sendo submetido, por iniciativa das autoridades brasileiras, a atos de persecução penal por suposta prática do mesmo delito em que se funda o pedido extradicional, não pode ser extraditado pelo Governo do Brasil.
A existência de INQUÉRITO POLICIAL instaurado em desfavor do nacional belga no Brasil, por fatos diversos dos que basearam o pedido de extradição, não obsta a extradição, ficando a execução do pleito condicionada à discricionariedade do Governo brasileiro, nos termos do art. 89 da Lei 6.815/1980 e do art. 15 do Tratado de Extradição.” (Ext 1.197, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 25-11-2010, Plenário, DJE de 13-12-2010.)
REVELIA:
“Extradição e revelia perante tribunal estrangeiro, onde o réu já foi julgado e condenado à revelia não impede a concessão da extradição”.
	Se extraditando estiver sendo processado ou tiver sido condenado por pena privativa de liberdade, deve aguardar a conclusão do processo ou o cumprimento da pena para extraditar, salvo se houver interesse nacional.
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois da conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67. 	Comment by Particular: Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação.
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente adiada se a efetivação da medida puser em risco a sua vida por causa de enfermidade grave comprovada por laudo médico oficial.
Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda que responda a processo ou esteja condenado por contravenção.
Respondendo a INQUÉRITO pode ser extraditado – discricionário do Presidente
Respondendo a processo ou cumprindo pena regra: aguarda o processo ou a pena terminar, salvo interesse nacional.
O que é REEXTRADIÇÃO?
Quando individuo é extraditado, há imposição de condições.
É a entrega do sujeito extraditado a outro país que solicita o indivíduo.
É inadmitida no direito brasileiro, salvo se Brasil concordar.
A deliberação de consentir com a reextradição a outro Estado que a reclame sujeita-se ao controle judicial deste Tribunal (Lei 6.815/80, art. 91, inc. IV). Procedimento. Na verdade, a reextradição é uma nova extradição. Por isso, tem incidência o procedimento ordinário, no que lhe for aplicável, Plenário, DJ de 10-2-06)
Acerca da invocada possibilidade de estar-se diante de pedido que camufla a entrega do extraditando a outros países, a lei brasileira é clara no sentido de que a extradição somente se dá após o País requerente assumir o compromisso de não fazê-la a outro Estado que a reclame, senão com expresso consentimento do Brasil.
Refugiado condição de legalização da permanência do indivíduo no território nacional. Se houver concessão por motivos políticos, não cabe extradição (regra); se houver motivação assistencial, cabe (exceção).
ATENÇÃO para o Informativo 454 do STJ (NOV10): 2ª Turma decidiu que o Judiciário não pode interferir no mérito da decisão administrativa do Conare em relação ao procedimento de concessão de refúgio, limitando-se tão somente a analisar as questões de legalidade.
REFÚGIO. CONDIÇÕES. APRECIAÇÃO. PODER JUDICIÁRIO. 
Trata-se, na espécie, de recurso em que o ora recorrido, cidadão israelense com visto para turismo, defende sua permanência no Brasil como refugiado ao argumento de sofrer perseguição religiosa. A Turma deu provimento ao recurso da União por entender que, em regra, o Poder Judiciário deve limitar-se a analisar as questões de legalidade do procedimento de concessão do refúgio, sem apreciar o acerto ou desacerto da decisão do Conare, incumbido legalmente de tal mister, sob pena de invadir o mérito da decisão administrativa. O Direito comparado, ao deparar com a tendência mundial de excessiva flexibilização na concessão do status de refugiado, tende a restringir o papel do Poder Judiciário para aferir as condições da concessão do asilo. Ademais o Estado concedeu ampla defesa, respeitou o contraditório e o devido processo legal, tendo o pedido sido apreciado por órgão legalmente competente. No caso, não se trata de restringir a imigração no País, apenas de pontuar adequadamente o procedimento correto quando o intuito for de imigração e não de refúgio. REsp 1.174.235-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 4/11/2010.
	Asilo político é o acolhimento, pelo Estado, de indivíduo estrangeiro perseguido em outro Estado,ainda que não necessariamente o da sua nacionalidade, em função de dissidência política, delitos de opinião ou ainda por crimes relacionados com a segurança do Estado, que não configuram violação do Direito Penal comum. Os pressupostos para sua concessão são a natureza política dos delitos atribuídos ao fugitivo e a atualidade da perseguição.
	
	OBS: enquanto no asilo o indivíduo é normalmente perseguido por questões políticas e ideológicas, no refúgio as perseguições geralmente ocorrem por motivos de raça, religião, nacionalidade ou outros motivos que se aplicam a um grupo, isto é, a perseguição, em regra, é coletiva, e não individual.
DEPORTAÇÃO
Somente estrangeiro pode ser deportado.
O estrangeiro adentra o território nacional e viola uma regra administrativa.
Não existe crime. Há ilícito administrativo.
No Brasil, a competência para efetuar a deportação de estrangeiro é da Polícia Federal, não havendo envolvimento da cúpula do governo, tampouco do Judiciário.
Estatuto do estrangeiro:
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado em Regulamento, será promovida sua deportação.
O estrangeiro pode ficar preso por até 60 dias, prorrogável por + 60 dias (120 dias no total) caso não seja possível sua identificação ou a obtenção do documento para ser deportado => Art. 61. O estrangeiro, enquanto não se efetivar a deportação, poderá ser recolhido à prisão por ordem do Ministro da Justiça, pelo prazo de sessenta dias. 
        	Parágrafo único. Sempre que não for possível, dentro do prazo previsto neste artigo, determinar-se a identidade do deportando ou obter-se documento de viagem para promover a sua retirada, a prisão poderá ser prorrogada por igual período, findo o qual será ele posto em liberdade, aplicando-se o disposto no artigo 73	Comment by Particular: Art. 73. O estrangeiro, cuja prisão não se torne necessária, ou que tenha o prazo desta vencido, permanecerá em liberdade vigiada, em lugar designado pelo Ministério da Justiça, e guardará as normas de comportamento que lhe forem estabelecidas.         Parágrafo único. Descumprida qualquer das normas fixadas de conformidade com o disposto neste artigo ou no seguinte, o Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão administrativa do estrangeiro, cujo prazo não excederá a 90 (noventa) dias.
Deportação pode-se transformar em expulsão. => Art. 62. Não sendo exeqüível a deportação ou quando existirem indícios sérios de periculosidade ou indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á à sua expulsão.
Art. 63. Não se procederá à deportação se implicar em extradição inadmitida pela lei brasileira. 
A prisão no caso de deportação só pode ser decretada pelo juiz federal, a requerimento da Polícia Federal ou requisição do Ministro da Justiça, logo não será prisão administrativa.
EXPULSÃO
Está prevista no Estatuto do Estrangeiro – L. 6815/80.
Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. 
        Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:
        a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil;
        b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;
        c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
        d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro.
        	
Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a oportunidade da expulsão ou de sua revogação.
        Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-se-á por decreto.
Somente o estrangeiro pode ser expulso, porque a CF veda o degredo, o exílio; brasileiro nato ou naturalizado não pode ser expulso.
Quando o estrangeiro comete um crime dentro do território nacional, é preso, processado, condenado, termina de cumprir a pena e é EXPULSO.
A conveniência e oportunidade do ato de expulsão serão analisadas pelo Presidente da República que, decidindo pela expulsão, materializá-la-á por meio de decreto.
É possível a expulsão antes do término do cumprimento da pena, desde que exista tratados internacionais entre o Brasil e outro Estado.
Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação.
A existência de filhos do expulsando impede a sua expulsão? SIM. Súmula 1,	 STF => É VEDADA A EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO CASADO COM BRASILEIRA, OU QUE TENHA FILHO BRASILEIRO, DEPENDENTE DA ECONOMIA PATERNA. (casado há mais 05 anos)
OBS: é extraditado o estrangeiro ou naturalizado mesmo tendo filhos no Brasil.
Art. 75. Não se procederá à expulsão:
        I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou
        II - quando o estrangeiro tiver: 
        a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou 
        b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente. 
        § 1º. não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro supervenientes ao fato que o motivar. 
        § 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expulsão poderá efetivar-se a qualquer tempo. 
	ATENÇÃO para o Informativo 446 do STJ (SET10): 1ª Seção revogou decreto de expulsão baseada no art. 75, II, b, lei 6815/80, mesmo que filho tenha nascido após a condenação.
EXPULSÃO. ESTRANGEIRO. FILHO BRASILEIRO. 
A Seção concedeu a ordem de habeas corpus para revogar o decreto de expulsão de estrangeiro condenado pelo delito de tráfico de entorpecentes cuja pena privativa de liberdade foi substituída por restrição de fim de semana e prestação de serviços à comunidade. Entendeu-se ser possível a manutenção, no território nacional, de estrangeiro que tenha filho brasileiro, ainda que nascido em momento posterior ao da condenação penal ou do decreto expulsório, desde que efetivamente comprovadas a dependência econômica e a convivência socioafetiva entre ambos. De acordo com o Min. Relator, a jurisprudência deste Superior Tribunal flexibilizou a interpretação conferida ao art. 75, II, b, da Lei n. 6.815/1980, a fim de prestigiar o melhor interesse da criança. Precedentes citados: HC 104.849-DF, DJe 23/10/2008, e HC 38.946-DF, DJ 27/6/2005. HC 157.829-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 8/9/2010.
A PF instaura um inquérito para fins de expulsão de um estrangeiro. Até a CF 88 era o Ministro da Justiça que decretava a prisão para fins de expulsão, após a CF 88, quem decreta a prisão para fins de expulsão de estrangeiro é o JUIZ.
Art. 68. Os órgãos do Ministério Público remeterão ao Ministério da Justiça, de ofício, até trinta dias após o trânsito em julgado, cópia da sentença condenatória de estrangeiro autor de crime doloso ou de qualquer crime contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a economia popular, a moralidade ou a saúde pública, assim como da folha de antecedentes penais constantes dos autos. 
        	Parágrafo único. O Ministro da Justiça, recebidos os documentos mencionados neste artigo, determinará a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.
EXCEÇÃO DE INQUÉRITO COM DIREITO DE DEFESA:
Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social e a economia popular, assim como nos casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou de desrespeito à proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro,

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