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O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 1 A teoria “clássica” da determinação da renda no curto prazo Prof. Carlos Henrique Horn Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Ciências Econômicas Departamento de Economia e Relações Internacionais ECO-02/236 – Teoria Macroeconômica I Surgimento da Macroeconomia nos anos 1930 Questões principais: depressão, desemprego e deflação Tabela extraída de: Snowdon, Vane e Wynarczyk. A modern guide to macroeconomics 2 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 2 A Economia “clássica” • Explicação prevalecente na teoria econômica foi designada de “clássica” por Keynes na Teoria Geral. • Quem são os economistas “clássicos”? “Os ‘economistas clássicos’ é uma denominação inventada por Marx para designar Ricardo e James Mill e seus predecessores, isto é, os fundadores da teoria que culminou em Ricardo. Acostumei-me, talvez perpetrando um solecismo, a incluir na ‘escola clássica’ os seguidores de Ricardo, ou seja, os que adotaram e aperfeiçoaram sua teoria, compreendendo (por exemplo) J. S. Mill, Marshall e o Prof. Pigou.” (John Maynard Keynes, Teoria Geral, 1936) 3 Estrutura da exposição 1. Principais proposições teóricas. • Premissas da teoria. 2. Determinação do produto e do emprego: a oferta agregada clássica. • Função de produção. • Demanda de trabalho. • Oferta de trabalho. • Equilíbrio no mercado de trabalho. 3. Tendência ao pleno emprego. • Lei de Say. • Determinação da taxa real de juros. Poupança e Investimento. 4. Determinação do nível geral de preços e dos salários nominais: a Teoria Quantitativa da Moeda e a demanda agregada clássica. 5. Governo e política fiscal. 4 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 3 Referências bibliográficas Bibliografia: LOPES, Luiz Martins; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de macroeconomia: nível básico e nível intermediário. 3ª ed., 7ª reimpr. São Paulo: Atlas, 2014. Cap. 3. Bibliografia adicional: DILLARD, Dudley. A teoria econômica de John Maynard Keynes. 2ª ed. São Paulo: Pioneira, 1971. Cap. II. 5 Principais proposições teóricas 1. As forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno emprego, i. é, onde se igualam oferta e demanda de trabalho. 2. A demanda agregada não é fator determinante do produto. Vale a Lei de Say: a oferta cria sua própria procura. 3. Hipótese de neutralidade da moeda: a quantidade de moeda (política monetária) afeta apenas as variáveis nominais do sistema (nível geral de preços e salários nominais), não incidindo sobre a determinação do produto e do emprego. 6 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 4 Premissas do modelo 1. Os agentes econômicos (firmas e famílias) são racionais e procuram maximizar seus lucros e utilidade. Não padecem de ilusão monetária. 2. Os mercados são perfeitamente competitivos: os agentes decidem quanto comprar e vender com base em preços que são perfeitamente flexíveis. 3. Todos os agentes possuem perfeito conhecimento das condições do mercado antes de se engajarem em trocas. 4. As trocas ocorrem quando preços de equilíbrio se estabelecem em todos os mercados. 5. Os agentes possuem expectativas estáveis. 7 Determinação do produto e do emprego A oferta agregada clássica • Definição de oferta agregada: Total do produto que empresas e famílias estão dispostas a oferecer em um determinado período de tempo, a um determinado nível de preços. • A oferta agregada resulta do somatório das ofertas individuais. Para encontrá-la, portanto, devemos examinar a lógica da decisão empresarial de produção. Extensão da Microeconomia à Macroeconomia. 8 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 5 Oferta agregada clássica Função de produção agregada • A função de produção agregada no curto prazo relaciona a quantidade produzida à utilização dos fatores de produção sob uma dada tecnologia: Y = F(K , N , Tc) Onde: Y = Produto K = Estoque de capital fixo utilizado N = Quantidade de trabalho utilizada (horas de trabalho) Tc = Nível tecnológico 9 Oferta agregada clássica Função de produção agregada • Outra maneira de expressar a função de produção agregada no curto prazo é a seguinte: Y = AF(K , N) Onde: Y = Produto K = Estoque de capital fixo utilizado N = Quantidade de trabalho utilizada (horas de trabalho) A = Índice da produtividade total dos fatores, que captura o impacto de melhoras na tecnologia e outras influências que elevam a efetividade no uso dos fatores 10 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 6 Oferta agregada clássica Função de produção agregada O produto (Y) aumenta: • Com a utilização de maiores quantidades dos fatores de produção (N, K). No curto prazo, K é considerado fixo. Portanto, o aumento no produto depende do uso efetivo do fator trabalho. • Com melhoras na tecnologia e em outros fatores que afetam a produtividade (A). 11 Oferta agregada clássica Função de produção agregada • Variação no produto decorrente do uso de maior quantidade de fatores. Distinguir entre: – Retornos constantes de escala para uma dada tecnologia: zY = AF(zK , zN) – Retornos decrescentes no curto prazo: dada a tecnologia, aumentos na quantidade de um fator de produção, mantido fixo o outro fator, leva a incrementos cada vez menores na produção. Produto marginal do fator trabalho (PMgN) é decrescente. 12 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 7 Oferta agregada clássica Função de produção agregada Ilustração: trabalho como fator variável • No curto prazo, o estoque de capital fixo é constante e o produto Y depende do uso do fator trabalho N. • O que determina o uso de N? O nível de emprego (utilização) do fator trabalho é determinado no mercado de trabalho. O que determina a demanda de trabalho e a oferta de trabalho? Firmas demandam. Famílias ofertam. 13 Oferta agregada clássica Demanda de trabalho • As firmas contratam trabalho com o objetivo de maximizar lucro. • A equação do lucro é a seguinte: Lucro = Receita total – Custo total Lucro = PY – (WN + RK) Onde: W = salário nominal por unidade de trabalho N R = custo por unidade de capital K P = preço do produto Y Substituindo a função de produção em Y: Lucro = PF(N) – WN – RK 14 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 8 Oferta agregada clássica Demanda de trabalho • Em concorrência perfeita, uma firma singular não influencia o preço P e o salário W. Ambos são dados pelos mercados. O que as firmas decidem? – Nível de emprego de N (contratação de trabalho) – Nível de produção Y que tornam máximo o lucro. • A condição de maximização do lucro em relação a N é dada por: (∂L / ∂N) = 0 Aplicando na equação do lucro, temos: P F’(N) – W = 0, onde F’(N) = (dY / dN) = PMgN (W / P) = PMgN 15 Oferta agregada clássica Demanda de trabalho • A firma maximizadora contrata trabalho até o ponto em que: PMgN = (W/P) • Como PMgN é decrescente, maiores níveis de emprego requerem menores salários reais (W/P). • A função demanda de trabalho no curto prazo é dada por: Nd = Nd(W/P) – 16 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 9 Oferta agregada clássica Demanda de trabalho • O salário real é o preço relevante do trabalho para a firma. Variações no salário nominal W acompanhadas por variações proporcionais no preço P não alteram a decisãode contratar N, pois não modificam o salário real. • Como a demanda de trabalho reflete a PMgN, temos que: – Aumentos no estoque da capital K ou melhora na produtividade A deslocam Nd para a direita. – Assim, cada nível de emprego N pode ocorrer com maiores salários reais (W/P). Ou, alternativamente, haverá aumento no nível de emprego para um dado salário real. 17 Oferta agregada clássica Oferta de trabalho • A oferta de trabalho decorre das decisões das famílias sobre a alocação de horas entre trabalho e lazer, considerando que: – O trabalho não gera satisfação (utilidade), mas assegura a renda que permite comprar bens e serviços e deles extrair utilidade. – O lazer gera satisfação (utilidade) por si mesmo. Cada hora de trabalho representa uma hora a menos de lazer e vice-versa. A decisão busca maximizar uma função utilidade cuja “cesta” é composta por renda (consumo) e lazer. • Para as famílias, o salário real (W/P) corresponde ao: – Acréscimo no consumo de bens e serviços (utilidade) por unidade de tempo de trabalho. – Custo de oportunidade do lazer (o quanto se sacrifica de bens e serviços para obter lazer). 18 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 10 Oferta agregada clássica Oferta de trabalho • Aumentos no salário real (W/P) possuem dois efeitos: – Efeito substituição: o lazer fica mais caro, diminuindo sua procura e aumentando a oferta de trabalho. – Efeito renda: os indivíduos aumentam seu poder de compra e demandam mais produtos e mais lazer (diminuem a oferta de trabalho). • A relação entre a oferta de trabalho e o salário real depende do efeito preponderante. Hipótese básica: Efeito substituição > Efeito renda Oferta de trabalho aumenta com o salário real 19 Oferta agregada clássica Oferta de trabalho • A oferta de trabalho reflete a desutilidade marginal do trabalho: mostra quanto deve ser (W/P) para induzir o indivíduo a abrir mão de lazer e aumentar as horas de trabalho. • A função oferta de trabalho no curto prazo é dada por: Ns = Ns(W/P) + 20 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 11 Oferta agregada clássica Equilíbrio no mercado de trabalho • O funcionamento do mercado de trabalho determina duas variáveis reais: Nível de emprego (N) Salário real (W/P) • O ajustamento em situações de desequilíbrio ocorre por meio de variações no salário real a partir de variações no salário nominal: – Se Nd > Ns (excesso de demanda), a concorrência entre as firmas para conseguir trabalhadores levará ao aumento do salário. – Se Nd < Ns (excesso de oferta), a concorrência entre os trabalhadores por uma ocupação levará à redução do salário. 21 Oferta agregada clássica Equilíbrio no mercado de trabalho 22 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 12 Oferta agregada clássica Equilíbrio no mercado de trabalho e desemprego • O nível de emprego NE é um nível de pleno emprego: há emprego para todos os indivíduos que aceitam trabalhar ao salário real de equilíbrio. • A diferença entre a força de trabalho (PEA) e NE indica situações de: – Desemprego voluntário: pessoas que procuram emprego, mas não aceitam trabalhar pelo salário real de equilíbrio vigente. – Desemprego friccional: pessoas sem ocupação devido a imperfeições passageiras no mercado de trabalho. • Não se admite a possibilidade de desemprego involuntário: pessoas que aceitam trabalhar pelo salário real de equilíbrio vigente, mas não encontram emprego. 23 Oferta agregada clássica • Temos: – Nível de emprego NE e de salários reais (W/P)E definidos no mercado de trabalho. – Função de produção F(N). Dado NE (mercado de trabalho), o produto agregado YE é definido pela função de produção. • A oferta agregada clássica é dada por: Ys = Ys (W/P , K , Tc) – + + 24 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 13 Oferta agregada clássica • A oferta agregada depende apenas de variáveis reais. Independe de variáveis nominais: nível de preços e salários nominais. • Um aumento no nível de preços aumentará os salários nominais, mas não afetará o produto. Oferta é inelástica a preços. Curva de oferta agregada é vertical. • Temos: YE = produto ou renda de equilíbrio YP = produto ou renda de pleno emprego 25 Tendência ao pleno emprego: Lei de Say • Para a teoria clássica, a economia não padeceria de problemas de demanda agregada: – O nível de produto YE é normalmente absorvido. – Desvios em relação ao produto YE tendem a ser rapidamente corrigidos pelo funcionamento dos mercados. • Lei de Say: a oferta cria sua própria procura. “Tão logo um produto é criado, este ato, em seu momento, permite a criação de mercados para outros produtos na extensão plena de seu próprio valor ... a mera circunstância da criação de um produto leva imediatamente a uma abertura para outros produtos”. (Jean-Baptiste Say, Tratado de Economia Política, 1803) 26 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 14 Tendência ao pleno emprego Poupança, investimento e taxa de juros • A Lei de Say possui duas versões: – Versão fraca: produção e oferta implicam a criação de uma demanda equivalente, mas o nível do produto pode ser de depressão ou de auge. Não há garantia de pleno emprego. – Versão forte: há uma tendência automática ao pleno emprego no sistema econômico. • A teoria clássica da determinação da taxa de juros cumpre um papel decisivo em explicar por que não ocorrem deficiências de demanda agregada. 27 Tendência ao pleno emprego Poupança, investimento e taxa de juros Oferta de fundos emprestáveis • A alocação da renda entre consumo e poupança envolve uma escolha intertemporal entre consumir hoje ou no futuro. Poupança é uma transferência de poder de compra no tempo que exige um prêmio pelo sacrifício de não consumir no presente (e poder consumir mais no futuro). • O prêmio pela espera (ou prêmio pela parcimônia) é a taxa real de juros. Assim: S = S(r) e C = C(r) + – Onde: S = Poupança agregada C = Consumo agregado r = Taxa real de juros 28 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 15 Tendência ao pleno emprego Poupança, investimento e taxa de juros Oferta de fundos emprestáveis • As pessoas poupam visando o futuro. Ninguém mantém poupança na forma de moeda, preferindo títulos que pagam juros. O volume de poupança (renda corrente não destinada ao consumo) corresponde à oferta de fundos emprestáveis no mercado financeiro. • Função poupança é crescente em relação a juros. Quanto maior a taxa de juros, maior será a quantidade ofertada de fundos financeiros: S = S(r) + 29 Tendência ao pleno emprego Poupança, investimento e taxa de juros Demanda de fundos • A demanda de fundos é realizada basicamente por agentes que investem (demanda por investimento). A decisão de investimento segue a lógica de maximização de lucro. • O retorno do investimento depende da produtividade marginal do capital (PMgK). A produtividade marginal do capital é decrescente. • O custo do investimento é dado pela taxa real de juros (r). Para que as firmas invistam mais, é necessário que essa taxa diminua: I = I(r) – Onde: I = Demanda de investimento 30 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 16 Tendência ao pleno emprego Poupança, investimento e taxa de juros Em condições de concorrência, a flexibilidade da taxa real de juros assegura que a parcela da renda que não é consumida será investida.• Se r > rE (S > I), r↓ pela pressão de demanda por títulos (PB↑ → r↓) • Se r < rE (S < I), r↑ pois o excesso de demanda por fundos faz com que investidores ofertem títulos (PB↓ → r↑). 31 Poupança, investimento e taxa de juros Taxa de juros e política monetária • A taxa real de juros é vista como uma variável real determinada por: – Preferências intertemporais dos indivíduos (consumo e poupança) – oferta de fundos. – Produtividade marginal do capital (investimento) – demanda de fundos. • A taxa real de juros não é afetada pela política monetária. Portanto, a política monetária não incide sobre as decisões de poupança e investimento. A política monetária, ao afetar o nível de preços, influencia apenas a taxa nominal de juros. 32 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 17 Determinação do nível geral de preços Teoria Quantitativa da Moeda e demanda agregada clássica • A demanda agregada (relação entre a quantidade demandada de bens e serviços e o nível geral de preços) pode ser derivada da Teoria Quantitativa da Moeda. • A Teoria Quantitativa da Moeda, em suas várias versões, estava no centro da teoria econômica prévia aos anos 1930. Sua linha de desenvolvimento inicia no ensaio Of Money, de David Hume (1752), estendendo-se até os dias de hoje. • Apresentamos um sumário das duas mais influentes versões. 33 Determinação do nível geral de preços Teoria Quantitativa da Moeda e demanda agregada clássica Versão 1: enfoque de Cambridge • Distinção entre demanda por moeda (Md) e oferta de moeda (Ms). Demanda por moeda: associada à necessidade de realizar transações. Depende do dispêndio agregado nominal: Md = kPY Onde: k = fração da renda nominal que os agentes desejam reter como moeda. Oferta de moeda: determinada pelas autoridades monetárias (exógena). • Em equilíbrio: Ms = kPY. Dado que Y é determinado no setor real e supondo k constante, Ms e P variam de modo direto em equilíbrio. Um excesso de moeda é usado para comprar bens e serviços, pressionando os preços. 34 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 18 Determinação do nível geral de preços Teoria Quantitativa da Moeda e demanda agregada clássica Versão 2: enfoque da renda com base na equação de trocas • Considere a equação de trocas (Irving Fischer): MV = PY Onde: M = quantidade de moeda V = velocidade-renda da moeda P = nível geral de preços Y = renda ou produto real • Temos: Oferta de moeda: Ms = MV Demanda por moeda: Md = PY Dado que Y é determinado no setor real e supondo V (=1/k) constante, M e P variam de modo direto em equilíbrio. 35 Determinação do nível geral de preços Teoria Quantitativa da Moeda e demanda agregada clássica Demanda agregada clássica • O equilíbrio entre Ms (=MV) e Md (=PY) se mantém sob a condição de que P e Y variem inversamente. Dada a oferta de moeda M, quanto maior o nível de preços P, menor o estoque real de moeda (M/P) para satisfazer transações e, em equilíbrio, menor deve ser o produto Y. M . V = Y P 36 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 19 Determinação do nível geral de preços Teoria Quantitativa da Moeda e demanda agregada clássica Demanda agregada clássica • Dadas M0 e V0 constantes, quanto maior o nível de preços P, menor o produto Y. • Aumentos em M (de M0 para M1) deslocam DA para cima: para cada nível de produto Y, o nível de preços P é maior. 37 A demanda agregada afeta o produto? • A demanda agregada não afeta o produto. • O produto real Y é dado pela oferta agregada. Toda renda gerada na produção é gasta: a oferta cria sua própria demanda (Lei de Say). • A demanda agregada determina apenas o nível de preços P, dado o produto de equilíbrio YE. Uma política monetária expansionista altera apenas o nível de preços P. 38 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 20 Fixação dos salários nominais Dado o nível de preços P e o salário real de equilíbrio (W/P)E, podemos encontrar o salário nominal W compatível com ambos: Para P0 e (W/P)E → W0 Para P1 e (W/P)E → W1 39 Oferta agregada e Demanda agregada Salário real, Emprego, Produto, Nível de preços e Salário nominal Oferta agregada Mercado de trabalho Função de produção (tecnologia) Demanda agregada Estoque (oferta) de moeda Moeda é neutra. Variáveis reais Salário real (W/P) Nível de emprego (N) Produto (Y) Variáveis nominais Nível de preços (P) Salário nominal (W) 40 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 21 Salário real, Emprego, Produto, Nível de preços e Salário nominal Ilustração gráfica 41 Governo e política fiscal • Definimos: – Poupança Privada: SP = S (Y – T; r) – Poupança do Governo: SG = T – G – Poupança Total: S = SP + SG • A condição de equilíbrio no mercado de bens é dada por: Y = C + I + G Dado que Y – C = SP + T, temos: SP + T = I + G SP + (T – G) = I • Encontramos a condição de equilíbrio entre S e I: SP + SG = I 42 O modelo clássico ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. Carlos Henrique Horn 22 Governo e política fiscal Efeito da política fiscal expansionista: aumento nos gastos (G) • Aumento em G provoca aumento em r (pressão por fundos). Aumento em r provoca: – Redução em I. – Redução em C e aumento em S. • Apesar da pressão inicial de demanda, aumento em G não aumenta renda (produto), porque não afeta as condições tecnológicas e a dotação dos fatores. • Aumento em G provoca apenas recomposição da demanda: ΔG = – (ΔC + ΔI) Efeito-deslocamento ou crowding-out 43
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