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3.2 Versão kaleckiana do PDE parcial Copia

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Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 1
A versão kaleckiana
do Princípio da Demanda Efetiva
(Parcial)
Prof. Carlos Henrique Horn
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Ciências Econômicas
Departamento de Economia e Relações Internacionais
ECO-02/236 – Teoria Macroeconômica I
Michal Kalecki
2
• Economista polonês (1899-1970).
• Professor na LSE, Universidade de 
Cambridge, Universidade de Oxford e 
Escola Central de Planificação e Estatística.
• Economista na ONU.
• Principais temas:
– Dinâmica de economias capitalistas.
– Problemas do subdesenvolvimento.
– Planejamento e economias socialistas.
• Principais obras publicadas no Brasil:
– Crescimento e ciclo das economias 
capitalistas.
– Teoria da dinâmica econômica.
Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 2
Estrutura da exposição
1. O quadro da renda social.
2. O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana.
• Determinação do nível de lucros.
• Determinação do consumo dos trabalhadores
• Equação do produto e da renda.
• Poupança e investimento.
• Consequências da poupança dos trabalhadores.
3. Determinantes do investimento.
4. Gasto público e tributação.
5. Saldo da balança comercial.
6. Questões do pleno emprego.
3
Referências bibliográficas
Bibliografia:
LOPES, Luiz Martins; VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de. Manual de 
macroeconomia: nível básico e nível intermediário. 3ª ed., 7ª reimpr. São Paulo: 
Atlas, 2014. Cap. 4, Apêndice.
Bibliografia adicional:
JOBIM, Antonio Jaime Gama. A macrodinâmica de Michal Kalecki. Rio de Janeiro: 
Graal, 1984. Caps. 1 e 2.
KALECKI, Michal. Crescimento e ciclo das economias capitalistas. 2ª ed. São Paulo: 
Hucitec, 1980a.
Cap. 1: As equações marxistas de reprodução e a economia moderna.
Cap. 3: O mecanismo da recuperação econômica.
Cap. 6: Os aspectos políticos do pleno emprego.
_____. Os determinantes dos lucros. In: MIGLIOLI, Jorge (org.). Kalecki: economia. São 
Paulo: Ática, 1980b. Cap. 3.
_____. Três caminhos para o pleno emprego. In: MIGLIOLI, Jorge (org.). Kalecki: 
economia. São Paulo: Ática, 1980c. Cap. 6.
4
Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 3
Quadro da renda social
Economia fechada e sem governo
• A economia divide-se em três Departamentos (setores de 
produção):
– Departamento I (DI): produtor de bens de capital ou de 
investimento (I).
– Departamento II (DII): produtor de bens de consumo para os 
capitalistas (CK).
– Departamento III (DIII): produtor de bens de consumo para os 
trabalhadores (CW).
• Em cada Departamento, a produção é avaliada em termos de 
preços.
5
Quadro da renda social
Economia fechada e sem governo
• Os valores I, CK e CW correspondem à:
– Produção em cada Departamento.
O valor das matérias-primas é registrado no valor criado em 
cada Departamento
– Absorção da produção de cada Departamento (são valores de 
dispêndio final).
• Y é o Produto Bruto (Renda) da economia. Temos:
Y = I + CK + CW
6
Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 4
Quadro da renda social
Economia fechada e sem governo
• A sociedade divide-se em duas classes sociais:
– Trabalhadores recebem salários (W).
– Capitalistas recebem lucros (P). 
P = lucros brutos (inclui custos indiretos).
Sob a premissa ΔE = 0, os lucros brutos são totalmente 
monetizados.
• A Renda é decomposta em salários e lucros brutos 
(distribuição funcional da renda):
Y = W + P
7
Quadro da renda social
Economia fechada e sem governo
No sistema kaleckiano, temos:
• Equação do Produto Bruto (Renda): Y = I + CK + CW
• Equação da Renda (distribuição funcional): Y = W + P
• Identidade contábil básica do quadro da renda social:
Renda ≡ Produção ≡ Circulação ou Absorção
P + W ≡ Y ≡ I + CK + CW
• O valor criado na produção em cada Departamento distribui-se em 
lucros e salários no próprio Departamento:
I = P1 + W1
CK = P2 + W2
CW = P3 + W3
8
Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 5
Quadro da renda social
Economia fechada e sem governo
Departamentos
Renda
DI DII DIII
Bens de 
capital
Bens de 
consumo dos 
capitalistas
Bens de 
consumo dos 
trabalhadores
Lucros P1 P2 P3 P
Salários W1 W2 W3 W
Produção I CK CW Y
9
O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana
• O problema central da teoria é a questão da realização da 
produção.
É o principal entrave à acumulação capitalista. 
• Premissas do modelo:
– Economias capitalistas funcionam normalmente com capacidade 
ociosa (Y < YK) [Hipótese].
• Na recessão/depressão: há capacidade ociosa indesejada.
• Na recuperação/expansão: há capacidade ociosa planejada.
– No curto prazo, economias capitalistas funcionam em ciclos de 
recessão, depressão, recuperação e expansão [Hipótese].
– Empresas não formam estoques (ΔE = 0) [Simplificação].
– Trabalhadores não poupam (W = CW) [Simplificação].
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Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 6
O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana
As fases do ciclo econômico
Fonte: Esboço de uma teoria do ciclo econômico
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O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana
O nível de gastos determina o nível de produção
• Partimos da identidade contábil:
P + W ≡ Y ≡ I + CK + CW
• O que é objeto de decisão de capitalistas e trabalhadores?
– Capitalistas decidem seus gastos (I e CK).
– Trabalhadores decidem seus gastos (CW).
– Capitalistas decidem o nível de produção (Y) com base no nível 
esperado de gastos da economia.
– Lucros e salários não são objeto de decisão, sendo determinado 
pelo nível de produção e por outros fatores.
Em síntese: Y = f(I, CK, CW) 
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Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 7
O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana
Determinação do nível de lucros
• Dada a igualdade entre renda e absorção da produção:
P + W = I + CK + CW
Sob a premissa de que W = CW, temos:
P + CW = I + CK + CW
Cancelando CW, resta:
P = I + CK
• Nas palavras de Kalecki:
– “Os trabalhadores gastam o que ganham”.
– “Os capitalistas ganham o que gastam”: o nível de lucros é 
determinado pelas decisões de gasto dos capitalistas.
13
O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana 
Determinação do nível de lucros
• Dado: W = CW e CW = W3 + P3.
E a igualdade: W3 + P3 = W1 + W2 + W3.
Cancelando W3, temos uma equação para os lucros no DIII 
(produtor de bens salário):
P3 = W1 + W2
• O excedente de bens de consumo no DIII é absorvido por 
trabalhadores do DI e DII.
Ou seja: os lucros no DIII (P3) dependem da massa salarial em 
DI e DII (W1 + W2).
14
Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 8
O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana 
Determinação do consumo dos trabalhadores
• O consumo dos trabalhadores (CW) depende da massa salarial 
corrente (W) e determina a produção no DIII.
Veremos que CW depende dos:
– Gastos dos capitalistas (I + CK).
– Fatores de distribuição.
• Os fatores de distribuição [funcional] da renda correspondem 
à parcela dos salários na renda (w). Em cada Departamento:
– No DI: w1 = W1 / I (logo: W1 = w1.I)
– No DII: w2 = W2 / CK (logo: W2 = w2. CK)
– No DIII: w3 = W3 / CW (logo: W3 = w3. CW)
Para a economia como um todo: w = W / Y
15
O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana 
Determinação do consumo dos trabalhadores
• Dado: P3 = CW – W3 = CW – w3.CW = (1 – w3)CW.
Substituindo em: P3 = W1 + W2, temos:
(1 – w3)CW =w1.I + w2.CK
Encontramos uma expressão para o consumo dos trabalhadores:
CW = (w1.I + w2.CK) / (1 – w3)
• Aumentos nos gastos dos capitalistas acarretam:
– Aumentos na produção em DI e DII, com ampliação da massa salarial 
(pagamento de horas extras, contratação de trabalhadores).
– Maior massa salarial em DI e DII leva a aumento na produção em DIII, 
com ampliação da massa salarial nesse Departamento.
– Efeito multiplicador é tanto maior quanto maiores forem os fatores de 
distribuição.
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Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 9
O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana 
Equação do produto e da renda bruta
• O produto e a renda bruta Y equivalem aos gastos (absorção):
Y = I + CK + CW
Substituindo a expressão anterior em CW, temos:
Y = I + CK + [(w1.I + w2.CK) / (1 – w3)]
• Variações no produto no curto prazo dependem dos:
– Gastos dos capitalistas (I e CK).
– Fatores de distribuição (w1, w2 e w3), que amplificam ou 
restringem o efeito multiplicador, afetando CW.
Mecanismo funciona sob condição de ociosidade.
Se não houver capacidade ociosa em DIII, variações em I e CK
provocam alta de preços e redução dos salários reais.
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O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana 
Investimento e poupança
• Sujeito a que os trabalhadores não poupem (SW = 0), a poupança 
agregada da economia (S) corresponde à poupança dos capitalistas 
(SK).
Subtraindo CK em ambos os lados da equação de lucros (P = I + CK):
P – CK = I
Encontramos a igualdade entre poupança e investimento:
S = I
• Hipóteses de Kalecki:
– Variações em I, alteram P. Dado CK, alteram S (causalidade).
– I não está limitado pela poupança corrente.
– I depende das condições de crédito da economia. 
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Versão kaleckiana do PDE
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O Princípio da Demanda Efetiva: versão kaleckiana 
Consequências da poupança dos trabalhadores (SW)
• Suponha: W > CW ou SW > 0.
• Retornando à identidade entre renda e absorção:
P + W = I + CK + CW 
Temos:
P + (W – CW) = I + CK
P + SW = I + CK
P = I + CK – SW
• A poupança dos trabalhadores reduz os lucros brutos.
Reduz P3 (lucros no DIII), pois:
(i) SW3 é parcela que não cobre os custos W3.
(ii) SW1 e SW2 reduzem diretamente P3.
19
Determinantes do investimento
• Lógica da decisão de investimento: comparação entre as 
perspectivas de lucro e a taxa de juros de longo prazo.
• A taxa de juros relevante para a decisão de investimento é a taxa de 
juros de longo prazo (TJLP):
TJLP = Taxa de juros de curto prazo + Prêmio por alongamento de prazo
Taxa de juros de curto prazo: determinada no mercado monetário e 
apresenta comportamento pró-cíclico.
Prêmio por alongamento: apresenta comportamento contracíclico 
(diminui na expansão pela melhora na confiança dos 
emprestadores; aumenta na contração pela piora na confiança dos 
emprestadores).
• Hipótese de Kalecki: TJLP constante ao longo do ciclo.
Logo: investimento depende das perspectivas de lucro.
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Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 11
Determinantes do investimento
• O principal limite ao investimento é o capital próprio da 
firma:
– Determina o grau de acesso a recursos de terceiros: montante 
de empréstimos que pode obter e garantias que pode oferecer.
– Determina o grau de risco do investimento a ser efetuado: o 
risco de determinado investimento depende do grau de 
alavancagem de recursos de terceiros (princípio do risco 
crescente).
• Limites ao investimento são colocados pelo mercado de 
crédito em face do risco associado ao financiamento, o qual 
depende do volume do capital da firma.
• Para a economia como um todo, o investimento depende do 
estoque de capital previamente acumulado.
21
Gasto público e tributação
• Seja:
G = gastos públicos (correntes e investimento)
Td = impostos diretos sobre a renda
Ti = impostos indiretos sobre bens e serviços
T = Ti + Td (tributação total)
• A identidade entre renda e absorção da produção passa a ser:
P + W + (Td + Ti) = I + CK + CW + G
• Definimos:
Renda bruta do setor privado = P + W + Td
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Versão kaleckiana do PDE
ECO-02/236 - Teoria Macroeconômica I - Prof. 
Carlos Henrique Horn 12
Gasto público e tributação
• Dado: P + W + (Td + Ti) = I + CK + CW + G
Supondo W = CW e isolando P, temos: P = I + CK + (G – Td – Ti).
A equação dos lucros brutos (após tributos) passa a ser:
P = I + CK + (G – T) 
• Como (G – T) é o resultado orçamentário, temos:
– Equilíbrio orçamentário: lucros dependem apenas dos gastos 
dos capitalistas.
– Déficit orçamentário: lucros aumentam pela diferença entre G e 
T.
– Superávit orçamentário: lucros diminuem pela diferença entre 
G e T.
23
Saldo da balança comercial (X – M) 
• Dada a equação de recursos e usos: Y + M = I + CK + CW + X
Isolando Y: Y = I + CK + CW + (X – M) 
Como Y = P + W, temos: P + W = I + CK + CW + (X – M) 
Supondo W = CW, temos a seguinte equação de lucros:
P = I + CK + (X – M)
• Conforme o saldo da balança comercial, temos:
– Equilíbrio na balança comercial: lucros brutos dependem 
apenas dos gastos dos capitalistas.
– Superávit na balança comercial: lucros brutos aumentam pela 
diferença entre X e M.
– Déficit na balança comercial: lucros brutos diminuem pela 
diferença entre X e M.
24

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