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Estabelecimento empresarial
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Estabelecimento empresarial é todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária, segundo o artigo 1.142 do Código Civil. É representado pela reunião organizada de todos os bens, visando o desenvolvimento da atividade empresarial e a obtenção do lucro. Neste conceito estão abrangidos os bens móveis e imóveis, por exemplo: o prédio da empresa e os maquinários utilizados na produção dos produtos. Também são abrangidos os bens incorpóreos como, por exemplo, a marca, a patente, o ponto comercial, o nome empresarial, o direito de renovação compulsória do contrato locatício, entre outros. 
O valor econômico atribuído ao estabelecimento empresarial é muito maior que o valor da soma de todos estes bens separados, isto em razão da organização desses bens com a intenção de capacitar a atividade empresarial. O estabelecimento empresarial apresenta valor econômico e tutela jurídica e, por isso, é passível de negociações no mercado empresarial. Conforme prevê o artigo 1.143 do CC, "pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza". 
Em suma, o estabelecimento empresarial é formado pela reunião de bens incorpóreos e corpóreos, que formam uma totalidade de fato e que pode ser objeto de negócios jurídicos. Por assim dizer, não se trata de conjunto de bens visando uma finalidade específica, mas sim o conjunto de bens que estão a disposição do empresário ou da sociedade empresária, que o administrará conforme sua conveniência. 
Alienação do Estabelecimento Empresarial 
Por ser suscetível a negociação jurídica, pode ser realizado um contrato que apresente como objeto a alienação, o arrendamento ou o usufruto de estabelecimento empresarial. Este contrato produzirá efeitos perante terceiros quando averbado na Junta Comercial junto ao registro da respectiva empresa, assim como deverá ser publicado na imprensa oficial. 
A alienação de um estabelecimento empresarial de uma sociedade empresarial ou de um empresário individual a outro chama-se trespasse. O trespasse acarreta a transferência do conjunto de bens organizados pelo alienante ao adquirente, para que este, no lugar do primeiro, prossiga com a exploração da atividade empresarial. Ao assumir a posição de empresário, o adquirente deve arcar com todos os contratos celebrados pelo alienante, por força da atividade exercida. 
O adquirente fica responsável pelos débitos anteriores à aquisição desde que regularmente contabilizados. Pelo prazo de 1 (um) ano, a contar da publicação da transferência, o alienante responde solidariamente em relação aos créditos vencidos e da data  de seu vencimento, quando aos crédito vincendos. O adquirente só responderá pelas dívidas que tiver conhecimento e que estiverem devidamente registradas, pois injusto seria que este respondesse por todas as dívidas anteriores, o que dificultaria a viabilidade desta alienação. Princípios que devem ser observados neste momento são  o da boa-fé e o da vedação ao locupletamento ilícito, ou seja, ato que visa aumentar o patrimônio próprio em detrimento de alguém. 
Sendo assim, o adquirente é o sucessor do alienante nas dívidas contabilizadas, podendo ser acionado diretamente pelos credores do antigo proprietário do estabelecimento. Só perderá este direito o credor que renunciar dele, de forma expressa, no momento da concordância do trespasse. Também há a sucessão do adquirente das dívidas tributárias e trabalhistas, reguladas, respectivamente, nos artigos 133 do Código Tibutário Nacional (CTN) e 448 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). O adquirente terá o direito de regresso contra o alienante por dívidas que ele pagar e que não constem no contrato de trespasse. 
Além de assumir os débitos, pode haver também a cessão dos créditos da empresa ao adquirente. Créditos estes que o alienante tinha direito enquanto comandava o estabelecimento vendido. Essa cessão deverá produzir efeitos perante os respectivos devedores a partir da publicação da transferência. O devedor que de boa-fé pagar o cedente, ou seja, o alienante e não o adquirente, ficará exonerado deste encargo. 
Salvo disposição em contrário, a transferência do estabelecimento empresarial importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estabelecidos para a exploração daquele. Não tendo este contrato caráter pessoal, pode o terceiro contratante rescindir o contrato em 90 dias, havendo justa causa, a contar da publicação da transferência e sem excluir a responsabilidade do alienante. 
O estabelecimento empresarial é um valor econômico, posto que é formado de um conjunto de bens e, assim sendo, configura como uma das principais garantias dos credores da empresa. Caso a empresa não cumpra alguma obrigação, tornando-se inadimplente, o credor pode executar este patrimônio. Sendo assim, a alienação não poderá ocorrer sem que a empresa demonstre que armazena capital suficiente capaz de cobrir seu passivo, e deve apresentar em até 30 dias, contados da notificação, a anuência de seus credores de modo expresso ou tácito. Passado este prazo, os credores perdem a garantia que possuem. 
Constitui ato de falência a alienação fraudulenta do estabelecimento, que se traduz na venda sem a autorização dos credores da empresa ou na venda do estabelecimento sem manter bens suficientes para solver seu passivo, segundo prevê a alínea c, inciso III, artigo 94 da Lei n° 11.101/05. 
Não havendo autorização expressa no contrato, o alienante não pode fazer concorrência ao adquirente pelo prazo de 5 anos a contar da alienação do estabelecimento empresarial. É uma cláusula de não-restabelecimento que se encontra implícita em qualquer contrato que regule a alienação. Está cláusula visa evitar que o alienante do estabelecimento que já exercia esta atividade e apresenta um domínio maior na técnica do negócio, assim como já detém a clientela da região, possa levar maior vantagem sobre o adquirente. Esta prática caracterizaria a concorrência desleal e, por isso, deve ser aplicada às hipóteses de arrendamento e usufruto do estabelecimento durante o prazo desses contratos. 
Título do estabelecimento 
O título do estabelecimento é o nome ou símbolo designado ao estabelecimento para identificá-lo, e não se confunde com o nome empresarial adotado pela sociedade empresarial ou pelo empresário individual. Por exemplo: 
Nome empresarial: Moreira & Morato Roupas Ltda. (Firma) 
Título do estabelecimento: Loja M&M 
Marca do produto: Morerato 
O título do estabelecimento não precisa apresentar os mesmos elementos linguísticos presentes na marca e no nome empresarial. A proteção deste título, atualmente, é feita por regras de responsabilidade civil e penal, devendo ser analisada se fica caracterizada a concorrência desleal. Caso um empresário imite ou use o título de estabelecimento já adotado por outro, deve indenizar este último pelo desvio eficaz de clientela. 
Proteção ao Ponto 
Ponto comercial é o local em que se encontra o estabelecimento empresarial, ou seja, sua localização, e não o imóvel onde se encontra. Essa localização, muitas vezes, pode representar um aumento significativo do valor deste estabelecimento em função do ramo de atividade explorado pelo empresário. 
Quando o empresário é o proprietário do imóvel em que se estabeleceu, o seu direito à proteção jurídica deste valor é assegurado pelo direito de propriedade de que é titular. Se ele não é o proprietário, mas o locatário do prédio em que se situa o estabelecimento, a proteção do seu direito decorre de uma disciplina específica de certos contratos de locação não residencial que assegura, dadas algumas condições, a prorrogação compulsória. 
Pelo contrato de locação não-residencial, o locatário recebe autorização para explorar atividade econômica no imóvel locado. Para que a locação seja considerada empresarial, ou seja, para que seja regida pelo regime jurídico da renovaçãocompulsória, deve apresentar três requisitos previstos no artigo 51 da Lei 8.245/91: 
a) o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
b) o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; 
c) o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 
Este contrato só pode ser firmado se o locatário for empresário. Os profissionais liberais que exercem sua atividade econômica individualmente, as associações civis sem fins lucrativos, as fundações, entre outros, não podem figurar como tal na locação não-residencial. Com relação a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos, por decisão do STF - súmula 482, pode ser feita pelo sucessor ou cessionário do locatário. 
A lei, portanto, assegura o direito à renovação compulsória do contrato de locação ao locatário empresário que esteja explorando o mesmo ramo de atividade econômica há mais de 3 anos ininterruptos, em imóvel locado por instrumento escrito e por prazo determinado superior a 5 anos. Com isso, o objetivo da lei foi proteger o valor atribuído ao estabelecimento pelo uso do ponto durante certo lapso temporal. Essa tutela é chamada de garantia de inerência no ponto, isto é, resguarda-se o interesse do empresário em continuar a exercer sua atividade econômica na mesma localização. 
O exercício deste direito é efetivado por meio de uma ação judicial chamada renovatória. Esta ação deve ser proposta pelo locatário no prazo decadencial previsto na lei, que é entre 1 ano e 6 meses antes do término do prazo do contrato em vigor. 
A perda do prazo para a ação renovatória não importa o fim do vínculo locatício. Encerrado o prazo contratual determinado, se as partes simplesmente continuarem cumprindo as obrigações próprias da locação, considera-se prorrogado o vínculo. Neste caso, a locação perde a sua natureza empresarial e o locatário sujeita-se à retomada do imóvel, pelo locador, mediante simples aviso com 30 dias de antecedência. 
Há hipóteses em que o direito de propriedade não poderá ser suprimido por esta garantia de inerência e, por isso, o locador poderá suscitar a exceção de retomada, visando recuperar o imóvel para satisfazer suas próprias necessidades. Em determinados casos, se o locador retomar o imóvel, deverá indenizar o locatário no valor que acresceu ao bem. Admite-se a exceção de retomada na ação renovatória nos seguintes casos: 
a) realização de obras no imóvel, que importem sua radical transformação, por exigência do Poder Público; 
b) reformas no imóvel, que o valorizem, pretendidas pelo locador; 
c) insuficiência da proposta apresentada pelo locatário, na ação renovatória; 
d) proposta melhor de terceiros; 
e) transferência de estabelecimento existente há mais de um ano, pertencente ao cônjuge, ascendente ou descendente do locador, ou a sociedade por ele controlada, desde que atue em ramo diverso do locatário; 
f) uso próprio.

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