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UNIDADE 2 ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO RELAÇÕES ESTADO-SOCIEDADE – F.L. DA COSTA • [...] é certo que a pessoalidade e os rituais que a atualizam podem ser tomados como aspectos da cultura brasileira que se projetam sobre a administração pública e se contrapõem a princípios de universalidade, isonomia e equanimidade que devem presidir as relações entre a administração pública e os cidadãos. (192). • Nesse sentido, os esforços de reforma realizados até 1980 sempre se orientaram na direção da burocratização do Estado, tentando impor o princípio da impessoalidade e afastar dos negócios públicos quaisquer influências estranhas a seu universo. (p. 192). • [...] a partir do primeiro governo Vargas, o Brasil empreendeu um enorme esforço de modernização, inclusive de suas instituições públicas. Sob a regência do Estado, o desenvolvimento econômico baseado no processo de industrialização pela substituição de importações permitiu a superação do modelo agroexportador em declínio, a constituição deuma sociedade urbano-industrial, a criação das estruturas de proteção e seguridade social e a organização política pluralizada de vários segmentos sociais..... (p. 172). O SURGIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A Administração Pública, como área de formação e como campo de estudos, constituiu-se tendo como objetivo a preparação de servidores públicos para a administração pública moderna, há mais de um século, nos EUA. (Farah, 2011, p. 814). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: A HERANÇA DE WILSON E WALDO PROPOSIÇÕES DE WOODROW WILSON • O Estudo da Administração publicado originalmente em 1887 na revista Political Science Quarterly. • A distinção da Administração como uma ciência onde o antigo e o moderno em administração são distinguidos. • A indicação do campo da Administração como aquele em que ocorrem atividades apolíticas. • A definição do objeto de estudo da Administração – métodos executivos alicerçados por sólidos princípios. • O entendimento de que a Administração é o governo em ação. WILSON E O ‘PODER DO BUREAU’ • Embora a política determine as tarefas para a administração, não se deve tolerar que ela maneje as suas repartições. • A política é campo específico do estadista, a Administração do funcionário técnico. • A Administração Pública é a execução detalhada e sistemática do Direito Público [...], mas as leis gerais que obrigam a fazer essas coisas estão, obviamente, fora e acima da Administração. • Os largos planos de ação governamental não são administrativos; a sua execução detalhada é administrativa. • O governo inteligente é aquele que cria um corpo competente de administradores. • Assim, um funcionalismo público tecnicamente instruído, cedo se tornará indispensável. WOODROW WILSON • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • Um serviço público operando sob os seguintes princípios: • Centralização • Hierarquia • Disciplina A AP deve estar voltada aos meios e não aos fins. DWIGHT WALDO • AP americana, no início do século XX acreditava e proclamava vigorosamente que os meios e critérios de eficiência eram os mesmos em qualquer administração e a democracia, se quisesse sobreviver, não poderia deixar de lado as lições da centralização, da hierarquia e da disciplina. • É preciso fugir da concepção estéril de que a administração é um fim em si mesma. • Democracia – seu significado essencial reside numa ética, de um conjunto de valores. • Para Waldo a nova ciência da eficiência administrativa, buscada pelos primeiros escritores, serviu, não para expandir as instituições democráticas, mas para restringi-las, não para nos livrar da responsabilidade moral, mas meramente para pôr um véu entre nós e ela. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA A PARTIR DE 1930 POR QUE A BUROCRACIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA? • Segundo análise do Prof. Kleber Nascimento da Escola de Administração Pública da FGV/RJ em artigo escrito em 1967, o objetivo era substituir: • O nepotismo pelo mérito • O personalismo pela equidade • A corrupção pela moralidade • O desperdício pela economia • A morosidade pela eficiência • A 1ª Reforma Administrativa • 1936 – Criação do Conselho Federal do Serviço Público • 1938 – Criação do Departamento Administrativo do Pessoal Civil - DASP • Aparato direcionado a atividades meio: pessoal, material, patrimônio, sistema orçamentário e contábil, O&M, profissionalizando serviço público sob princípios burocráticos que visavam superar o patrimonialismo e garantir a eficiência. • Ideia básica: racionalização UMA PROPOSTA DE AP • A reforma administrativa do Estado Novo teve como propósito instaurar no país um serviço público nos moldes da burocracia weberiana, com base nos princípios do mérito e da impessoalidade, que viesse se contrapor às características patrimonialistas até então prevalecentes na administração pública. Esta administração moderna era parte de um projeto mais abrangente para o país — um projeto nacional e desenvolvimentista — no qual o Estado assumia um papel central, o de promotor do desenvolvimento e de instaurador da ordem moderna. Um projeto que era também centralizador e que combatia as oligarquias regionais (ou que procurava integrá-las e subordiná-las a um novo projeto de nação). (Farah, 2011, p. 823). UMA PROPOSTA DE AP NO CONTEXTO BRASILEIRO • A administração pública se constitui, assim, a um só tempo, como prática e como formação para a prática. [...]. Warlich destaca a influência da “ciência administrativa” na definição da estrutura e dos modelos de administração, então implantados pelo Dasp na administração pública no Brasil, mencionando Fayol, Taylor, Willowghby e Gullick, “todos orientados pelo princípio da eficiência”. (Farah, 2011, p. 824). • Como desdobramento do esforço de instituição de uma administração pública moderna e eficiente, surgiu no início da década de 1940 a ideia de instituir no país um centro de estudos em administração pública. Com apoio inicial da ONU, instalou-se no Rio de Janeiro, em 1944, a Fundação Getulio Vargas (FGV) (Fischer, 1984). A criação da FGV ocorreu simultaneamente ao declínio da importância do Dasp, em 1945, após o fim do Estado Novo. A presidência da Fundação foi assumida, no entanto, não por acaso, pelo antigo diretor do Dasp, Luiz Simões Lopes, assinalando a continuidade entre as duas instituições em termos de perspectivas em relação à dministração pública. (Farah, 2011, p. 825). O ESTADO É “CRITÉRIO DE VALOR DEFINITIVO QUE VALE TAMBÉM PARA O PONTO DE VISTA DA POLÍTICA ECONÔMICA QUE É PARA NÓS A RAZÃO DE ESTADO”. (MAX WEBER) • Resposta a pergunta baseada nos pressupostos da teoria econômica desenvolvida por J.M. Keynes: • INTERVIR NA ECONOMIA PARA MELHORAR A ALOCAÇÃO DE RECURSOS • os mercados deveriam ser deixados em paz para fazer o que fazem bem, isto é, alocar recursos privados nos casos em que a taxa de retorno privada não se desvie da taxa de retorno social, ao passo que o Estado deveria prover os bens públicos, facilitar as transações, corrigir as externalidades, e regular os monopólios decorrentes da existência de retornos crescentes. (Przeworski, 1996, p. 117). O que o Estado deve fazer? • Estado de Bem Estar: caracterizado por uma maior intervenção do Estado na economia considerando as “falhas do mercado” e a necessidade de conciliar estabilidade, crescimento e equidade na ordem capitalista. • Intervindo na estabilização da economia e na regulação dos mercados. • Assumindo os custos pela reprodução da força de trabalho (saúde, educação, habitação, seguridade social,etc.). Estas se constituemem políticas sociais que são mecanismos de redistribuição de renda, que também garantem o consumo e, conseqüentemente, o crescimento da economia. A ESTRATÉGIA DO DESENVOLVIMENTISMO • o Estado no centro das decisões fundamentais para a economia assume a liderança na formulação da política econômica de industrialização. Na qualidade de instituição para a qual confluem o poder político e o poder econômico, e pelas técnicas de que pode lançar mão, o Estado se tornou um órgão indispensável à dinamização das forças produtivas (Ianni, 1989, p. 220). • Estado Desenvolvimentista: criação de um regime capitalista regulado pelo Estado a fim de dar condições à industrialização do País. (transição de uma sociedade agrária para uma sociedade urbano-industrial). • Intervenção para acelerar o processo de industrialização com a adoção do modelo de substituição das importações. • Adoção inicial das teses da CEPAL que propunha a produtividade, a ampliação do nível de renda, como também a retenção do progresso técnico em benefício de toda a população. Posteriormente, o processo de industrialização ganhou os contornos exclusivos do crescimento econômico (primeiro crescer para depois repartir). • A reprodução da força do trabalho se dá, assim, sob uma “inclusão controlada”, ou melhor, direitos sociais limitados. POLÍTICA NACIONAL DESENVOLVIMENTISTA Crescimento Econômico Industrialização Modernização Urbanização • Década de1950 – estabelece-se o planejamento governamental. • Tal planejamento não cabe ao aparato administrativo consolidado pelo DASP, mas sim, a núcleos especialistas (em especial economista) que constituem “ilhas de excelência” na Administração Pública brasileira. • Constitui-se, assim, um insulamento burocrático de modo que organizações cruciais fossem protegidas de ‘pressões políticas’, criando-se uma tecnocracia na Administração Pública brasileira. • Também, busca-se garantir uma flexibilidade para o planejamento econômico (autonomia gerencial), que era necessária a implementação do Planos de Metas. PLANOS ECONÔMICOS Plano Salte - 1948 Plano de Metas - JK I PND II PND • Crescimento econômico e Segurança Nacional • 2ª Reforma Administrativa - Decreto 200/67 • Administração Direta – se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. • Administração Indireta – compreende entidades dotadas de personalidade jurídica própria, são elas: • Autarquia – serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. • Empresa Pública – entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. • Sociedade de Economia Mista – entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (BRASIL, 1967). • Fundamentos Decreto 200/67: • Planejamento • Coordenação • Descentralização • Delegação de Competências • Controle • Instrumento de coordenação das ações governamentais. • Direcionada a execução dos planos e programas de governo (implementação). • Distinguir aqueles que dirigem e daqueles que executam considerando as unidades federadas (estados) e contratos e concessões ao setor privado. • Dar autoridade para execução na ponta (próxima problemas). • O cerne da gestão relativo ao controle da execução, do atendimento as normas e da aplicação dos recursos financeiros. Período Política Economia Administração Pública 1930-36 Revolução Conservadora Iniciam-se as fundações para a transição das bases agrárias para as bases industriais Criação do DASP Adoção de princípios de uma administração burocrática Neopatrimonialismo 1937-45 Estado Novo Regime de Exceção Surgem as bases para o planejamento da economia e a implantação de infra- estrutura se desenhando o modelo de industrialização por substituição das importações Implantação do DASP permanecendo a convivência entre setores da administração pública direcionados pelos princípios burocráticos e neopatrimonialistas 1945-64 Período Democrático Populista Consolidação do planejamento econômico a exemplo do Plano de Metas e do modelo de industrialização por substituição das importações Insulamento burocrático de setores chave e a continuidade de práticas neopatrimonialistas 1964-84 Governos Militares Regime de Exceção Consolidação da industrialização firmando um modelo de desenvolvimento baseado no crescimento econômico. A planificação econômica se consolida com os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PNDs) “Crescer o bolo para depois repartir” Reforma Administrativa – Decreto 200/67. Fortalecimento da tecnocracia, adoção de políticas sociais assistencialistas, prevalecendo ainda práticas neopatrimonialistas ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO A IDEOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO PÓS 2ª GUERRA MUNDIAL • É preciso que nos dediquemos a um programa ousado e moderno que torne nossos avanços científicos e nosso progresso industrial disponíveis para o crescimento e para o progresso das áreas subdesenvolvidas. (Presidente Truman) POR QUE A ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SURGIU COMO DISCIPLINA? • A Administração para o Desenvolvimento como disciplina originou-se pela necessidade de problematizar o distanciamento existente entre a elaboração de planos de desenvolvimento econômico e a capacidade administrativa das nações e suas estratégias práticas de ação (MOTTA, 1972). PRINCIPIOS QUE ORIENTARAM A AD • O progresso administrativo está unicamente nas tecnologias administrativas oriundas dos países desenvolvidos. • Os esforços dos países em desenvolvimento devem estar voltados à transferibilidade da racionalidade administrativa moderna. • A administração moderna refere-se à administração característica dos países desenvolvidos. TEORIAS QUE ORIENTARAM A AD • Teoria A - a racionalidade moderna pode ser transferida e aprendida integralmente • Modernizar as instituições da administração pública é fator necessário para o progresso das outras instituições sociais e políticas • Teoria B – a racionalidade moderna não pode ser transferida porque é limitada por aspectos culturais • É necessário, anteriormente à transferência tecnológica, mudanças culturais • Teoria C – a racionalidade administrativa pode ser parcial e quantitivamente transferida, desde que seja ajustada às circunstancias locai • Limitada, pois apenas identifica a necessidade adaptação CONSEQUÊNCIAS DAS TRANSFERIBILIDADES Organizações altamente rígidas e disfuncionais – insulamento burocrático Flexibilidades administrativas conduziram a excessos a exemplo do número de empresas estatais O treinamento organizacional baseado em teorias comportamentais geraram atitudes ambíguas ORIENTAÇÃO DA AD • Romper com as práticas tradicionais da sociedades em desenvolvimento • Adotar novas formas de agir dentrodos padrões da modernidade • Considerando a possibilidade de queimar etapas e chegar logo à ‘modernidade’ • Enfrentar os sérios problemas para inserir a democracia nesses países Desempenho com o foco em resultados semelhantes OS PROBLEMAS DA ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO • A suposição de que as formas modernas de administração são mais eficientes e efetivas. Uma generalização que não pode ser válida para o caso do países em desenvolvimento. • A busca por eficiência e efetividade, apesar de sua forte ênfase, ficou restrita de modo que os objetivos do desenvolvimento (aqueles de caráter social) foram esquecidos face as priorizações do fortalecimento institucional e da racionalidade gerencial, desconsiderando-se a responsabilidade social para com o desenvolvimento. NOVAS ORIENTAÇÕES ORGANIZACIONAIS PROPOSTAS PARA A AD • Critérios específicos de relevância e novo dimensionamento da racionalidade administrativa • TER OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO COMO CENTRAIS • Novas formas estruturais de organização • TRANSPOR A BUROPATOLOGIA POR MEIO DA ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA • Adequabilidade das premissas comportamentais na formulação de novas teorias da organização • SUPERAR AS AMBIGUIDADES DE VALORES PELO COMPROMETIMENTO COM A EFETIVIDADE ADMINISTRATIVA Criatividade e inovação ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO E A SUA RENOVAÇÃO QUAL ERA A PROPOSTA DA AD? • Delimitado às nações em desenvolvimento para que elas pudessem atingir resultados semelhantes • Conjunto de diagnósticos e prognósticos limitados a visão conceitual e as dimensões administrativas do países desenvolvidos, baseado no pressuposto da transferibilidade da racionalidade administrativa moderna para obtenção imediata de benefícios. • Trata-se de transpor as práticas das sociedade tradicionais e inseri-lás nos padrões da modernidade: • Possibilitando-as queimar etapas e adotar a democracia a partir do rompimento com o tradicionalismo. PROMOVER O DESENVOLVIMENTO POR MEIO DE GRANDES PROJETOS PÚBLICOS NOVAS ORIENTAÇÕES ORGANIZACIONAIS PROPOSTAS PARA AD • VOLTAR AS ORGANIZAÇÕES PARA OBJETIVOS PECULIARES DO DESENVOLVIMENTO, BUSCANDO RELEVÂNCIA MEDIANTE A EFETIVIDADE • CONCEBER MODELOS ORGANIZACIONAIS MAIS ORGÂNICOS, MAIS TEMPORAIS E FLEXIVEIS • BUSCAR UM COMPROMETIMENTO VALORATIVO DAS PESSOAS NÃO APENAS UMA ADESÃO NEUTRA AS REGRAS BUROCRÁTICAS. Motta 1972 NO BRASIL, A ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO FOI PROPULSORA DAS IDEIAS: • A efetividade com um novo conceito que estava além das tradicionais metas e medidas de eficiência e eficácia. [...] Enquanto conceito, a efetividade procurava ir além da perspectiva de objetivos organizacionais e incluir objetivos mais amplos de equidade e de desenvolvimento econômico- social. Assim, se deveria ir além da construção de instituições fortes e estáveis e capacitá-las para a produção de mudanças efetivas vinculadas ao desenvolvimento. • Ampliação da perspectiva da racionalidade decisória organizacional passou a ser tão enfatizada [...]. A racionalidade administrativa do desenvolvimento então dependeria da relevância determinada por escala de valores e das pressões e demandas sociais e econômicas do contexto nacional. • O comprometimento com os objetivos sociais de progresso como um valor central [...] a ideia da não neutralidade do administrador, mas do seu compromisso com os ideais do progresso. • A participação administrativa era ainda inexistente nos países em desenvolvimento - e incipiente nos países mais avançados – e passava a ser disseminada na tentativa de compensar a falta de democracia no sistema político. [...] propunha-se a prática democrática nos órgãos administrativos não só para compensar o autoritarismo vigente, mas também para permitir aos cidadãos algum direito de cidadania e de prática democrática como parte de um caminho de aprendizagem para a democracia no sistema maior. • A flexibilidade administrativa era proposta além do praticado e recomendado nos países mais avançados. [...] estruturas flexíveis, fora dos ideais weberianos, seriam mais adaptáveis às circunstâncias diversas. CRITICAS À ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO? • O arcabouço institucional legal adotado refletia idealizações de elites inspiradas em costumes dos países mais avançados [de modo que] as constituições e o aparato legal institucional [...] normalmente não determinavam práticas e comportamentos. • O que se propunha era mais um sistema administrativo em que se destacava a interdependência das partes para propor novas bases em alcançar o progresso e fazer que a AP servisse como motor para o desenvolvimento: • De modo que focou-se a especialização e o profissionalismo a partir de uma crença na capacidade criativa de burocracia; • Caracterizar a administração para o desenvolvimento como estágio singular, favorecida pela sua idealização; • Destaque as especificidades do subdesenvolvimento fazendo mais atenção as características relacionais do que estruturais do sistema ao considerar a capacidade politica e administrativa; • Foco excessivo na mudança radical, esquecendo-se o incremental; • A modernização administrativa significou conviver com os vícios do tradicionalismo. • O crescimento e expansão da atividade do Estado não significou uma redistribuição de renda mais equitativa ANOS DE 1990... GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO • CONSOLIDAÇÃO PROFISSIONAL • INTEGRAÇÃO DO CONHECIMENTO À PRÁTICA GERENCIAL • ADOTAR UMA POSTURA PROTAGONISTA E POSICIONAR-SE NO CENÁRIO MUNDIAL • SER FORMADOR DE OPINIÃO E DESENVOLVEDOR DE CONHECIMENTOS E TECNOLOGIAS PRÓPRIAS • NOVO PAPEL NA TRANSFERIBILIDADE DE TECNOLOGIAS • INCENTIVAR A COOPERAÇÃO SUL-SUL • REPOSICIONAR-SE FRENTE AS NAÇÕES DESENVOLVIDAS E AS QUESTÕES DO DESENVOLVIMENTO NOVAS CAPACIDADES GERENCIAIS A LEITURA TRADICIONAL • DESENVOLVIMENTO • ORGANIZAÇÃO • CONHECIMENTO • CRESCIMENTO ECONÔMICO • BUROCRACIA • RACIONALIDADE NOVAS FORMAS DE GOVERNANÇA PÚBLICA A LEITURA DA RENOVAÇÃO • DESENVOLVIMENTO • ORGANIZAÇÃO • CONHECIMENTO • SUSTENTÁVEL • REDE • CONSTRUÇÃO SOCIAL PROBLEMAS CRÍTICOS DAS REDES • REDES DE COOPERAÇÃO E PARCERIA – É PRECISO CONSIDERAR AS ASSIMETRIAS E NÃO SE ENGANAR PELOS DISCURSOS. • NÃO É TÃO SIMPLES A REDE SE TORNAR UM REFLEXO DE UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA E DA ASSOCIAÇÃO DE INTERESSES COMUNS. • NÃO SE DEVE CONSIDERAR A REDE COMO UM PADRÃO E RECONHECER QUE OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SE INSEREM EM CONTEXTOS MULTICULTURAIS E TRANSVERSAIS O QUE DEMANDA POR NEGOCIAÇÃO. SÉCULO XXI: A NECESSIDADE DE REFLEXIBILIDADE SOBRE O DESENVOLVIMENTO AS MUDANÇAS: DO PROGRESSO AO NOSSO FUTURO COMUM RELATÓRIO DO CLUBE DE ROMA 1972 • OS LIMITES DO CRESCIMENTO – RELATÓRIO MEADOWS • Discute problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade: energia, tecnologia, saneamento, saúde, crescimento populacional, poluição e ambiente. • O Planeta não suportará por muito tempo o ritmo de crescimento populacional e da industrialização havendo um esgotamento dos recursos não renováveis naturais e energéticos. • Coloca-se em questão à ideologia do crescimento econômico. A literatura sobre o desenvolvimento econômico nos dá um exemplo dos mitos nas ciências sociais, segundo o qual pode ser universalizado o desenvolvimento econômico, tal como praticado pelos países desenvolvidos. Nos levando a crer que os padrões de consumo de uma minoria da humanidade que vive nos países altamente industrializados poderão ser acessíveis às grandes massas de população. Essa idéia constitui, seguramente, um prolongamento do mito doprogresso, elemento essencial na ideologia burguesa que criou a sociedade capitalista. (Celso Furtado, 1974) As liberdades não são apenas os fins primordiais do desenvolvimento, mas também os seus meios principais. Constituem-se em oportunidades com as quais os indivíduos podem efetivamente moldar seu próprio destino e ajudar uns aos outros. A capacidade de uma pessoa consiste nas combinações alternativas de funcionamentos cuja a realização é factível para ela; uma liberdade substantiva que se expressaria na liberdade de ter estilo de vidas diversos. Se o desenvolvimento é a expansão de liberdades reais que as pessoas disfrutam, então a privação de liberdade é subdesenvolvimento. Assim, o desenvolvimento pode ser visto como um processo de eliminação de privações de liberdade e de ampliação das liberdades substantivas de diferentes tipos que as pessoas têm razão para valorizar. Sendo cinco liberdades instrumentais que tratam dessas privações: 1) liberdades políticas; facilidades econômicas; oportunidades sociais; garantias de transparência e segurança protetora. (Sen, 2000) Índice de Desenvolvimento Humano (2014): Muito alto Alto Médio Baixo Sem dados ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO: REVISITANDO OS SEUS PRESSUPOSTOS • A efetividade com um novo conceito – a centralidade da mudança social • Ampliação da perspectiva da racionalidade decisória dando relevância aos valores. • O comprometimento com os objetivos sociais de progresso como um valor. • A participação da cidadania na administração e o aprendizado democrático. • A flexibilidade administrativa para desenvolver capacidade adaptativa. • Qual é a transformação social que queremos? • Quais são os valores a serem destacados? • Como é possível um comprometimento face a complexidade dos problemas e amplitude de escalas? • Como concretizar essa ideia que existe há mais de 2500 anos? • É capacidade adaptativa ou capacidade inovativa?
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