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AD 419 Unidade 2 2016 envio

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UNIDADE 2
ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO
RELAÇÕES ESTADO-SOCIEDADE – F.L. DA COSTA
• [...] é certo que a pessoalidade e os rituais que a atualizam podem ser tomados como aspectos da cultura 
brasileira que se projetam sobre a administração pública e se contrapõem a princípios de universalidade, isonomia e 
equanimidade que devem presidir as relações entre a administração pública e os cidadãos. (192).
• Nesse sentido, os esforços de reforma realizados até 1980 sempre se orientaram na direção da burocratização do 
Estado, tentando impor o princípio da impessoalidade e afastar dos negócios públicos quaisquer influências 
estranhas a seu universo. (p. 192).
• [...] a partir do primeiro governo Vargas, o Brasil empreendeu um enorme esforço de modernização, inclusive de 
suas instituições públicas. Sob a regência do Estado, o desenvolvimento econômico baseado no processo de 
industrialização pela substituição de importações permitiu a superação do modelo agroexportador em declínio, a 
constituição deuma sociedade urbano-industrial, a criação das estruturas de proteção e seguridade social e a 
organização política pluralizada de vários segmentos sociais..... (p. 172).
O SURGIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
A Administração Pública, como 
área de formação e como campo 
de estudos,
constituiu-se tendo como objetivo 
a preparação de servidores 
públicos para a
administração pública moderna, há 
mais de um século, nos EUA. 
(Farah, 2011, p. 814).
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA:
A HERANÇA DE WILSON E WALDO
PROPOSIÇÕES DE WOODROW WILSON
• O Estudo da Administração publicado originalmente em 1887 na revista Political
Science Quarterly.
• A distinção da Administração como uma ciência onde o antigo e o moderno em 
administração são distinguidos.
• A indicação do campo da Administração como aquele em que ocorrem atividades apolíticas.
• A definição do objeto de estudo da Administração – métodos executivos alicerçados por 
sólidos princípios.
• O entendimento de que a Administração é o governo em ação.
WILSON E O ‘PODER DO 
BUREAU’ 
• Embora a política determine as tarefas para a 
administração, não se deve tolerar que ela 
maneje as suas repartições.
• A política é campo específico do estadista, a 
Administração do funcionário técnico.
• A Administração Pública é a execução 
detalhada e sistemática do Direito Público 
[...], mas as leis gerais que obrigam a fazer 
essas coisas estão, obviamente, fora e acima 
da Administração.
• Os largos planos de ação governamental não 
são administrativos; a sua execução 
detalhada é administrativa.
• O governo inteligente é aquele que cria um 
corpo competente de administradores.
• Assim, um funcionalismo público 
tecnicamente instruído, cedo se tornará 
indispensável.
WOODROW WILSON 
• ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
• Um serviço público operando 
sob os seguintes princípios:
• Centralização
• Hierarquia
• Disciplina
A AP deve estar voltada aos meios e não aos fins.
DWIGHT WALDO
• AP americana, no início do século XX acreditava e proclamava vigorosamente que os 
meios e critérios de eficiência eram os mesmos em qualquer administração e a 
democracia, se quisesse sobreviver, não poderia deixar de lado as lições da centralização, 
da hierarquia e da disciplina.
• É preciso fugir da concepção estéril de que a administração é um fim em si mesma.
• Democracia – seu significado essencial reside numa ética, de um conjunto de valores.
• Para Waldo a nova ciência da eficiência administrativa, buscada pelos primeiros escritores, 
serviu, não para expandir as instituições democráticas, mas para restringi-las, não para nos 
livrar da responsabilidade moral, mas meramente para pôr um véu entre nós e ela.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA
A PARTIR DE 1930
POR QUE A BUROCRACIA NA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA BRASILEIRA?
• Segundo análise do Prof. Kleber 
Nascimento da Escola de Administração 
Pública da FGV/RJ em artigo escrito em 
1967, o objetivo era substituir:
• O nepotismo pelo mérito
• O personalismo pela equidade
• A corrupção pela moralidade
• O desperdício pela economia
• A morosidade pela eficiência
• A 1ª Reforma Administrativa • 1936 – Criação do Conselho 
Federal do Serviço Público
• 1938 – Criação do 
Departamento Administrativo 
do Pessoal Civil - DASP
• Aparato direcionado a 
atividades meio: pessoal, 
material, patrimônio, sistema 
orçamentário e contábil, O&M, 
profissionalizando serviço 
público sob princípios 
burocráticos que visavam 
superar o patrimonialismo e 
garantir a eficiência.
• Ideia básica: racionalização
UMA PROPOSTA DE AP
• A reforma administrativa do Estado Novo teve 
como propósito instaurar no país um serviço 
público nos moldes da burocracia weberiana, 
com base nos princípios do mérito e da 
impessoalidade, que viesse se contrapor às 
características patrimonialistas até então 
prevalecentes na administração pública. Esta 
administração moderna era parte de um 
projeto mais abrangente para o país — um 
projeto nacional e desenvolvimentista — no 
qual o Estado assumia um papel central, o de 
promotor do desenvolvimento e de 
instaurador da ordem moderna. Um projeto 
que era também centralizador e que combatia 
as oligarquias regionais (ou que procurava 
integrá-las e subordiná-las a um novo projeto 
de nação). (Farah, 2011, p. 823).
UMA PROPOSTA DE AP NO 
CONTEXTO BRASILEIRO
• A administração pública se constitui, assim, a um só 
tempo, como prática e como formação para a prática. 
[...]. Warlich destaca a influência da “ciência 
administrativa” na definição da estrutura e dos 
modelos de administração, então implantados pelo 
Dasp na administração pública no Brasil, 
mencionando Fayol, Taylor, Willowghby e Gullick, 
“todos orientados pelo princípio da eficiência”. (Farah, 
2011, p. 824).
• Como desdobramento do esforço de instituição de 
uma administração pública moderna e eficiente, surgiu 
no início da década de 1940 a ideia de instituir no 
país um centro de estudos em administração pública. 
Com apoio inicial da ONU, instalou-se no Rio de 
Janeiro, em 1944, a Fundação Getulio Vargas (FGV) 
(Fischer, 1984). A criação da FGV ocorreu 
simultaneamente ao declínio da importância do Dasp, 
em 1945, após o fim do Estado Novo. A presidência 
da Fundação foi assumida, no entanto, não por acaso, 
pelo antigo diretor do Dasp, Luiz Simões Lopes, 
assinalando a continuidade entre as duas instituições 
em termos de perspectivas em relação à dministração
pública. (Farah, 2011, p. 825).
O ESTADO É “CRITÉRIO DE VALOR 
DEFINITIVO QUE VALE TAMBÉM PARA O 
PONTO DE VISTA DA POLÍTICA ECONÔMICA 
QUE É PARA NÓS A RAZÃO DE ESTADO”. 
(MAX WEBER)
• Resposta a pergunta baseada nos 
pressupostos da teoria econômica 
desenvolvida por J.M. Keynes:
• INTERVIR NA ECONOMIA PARA 
MELHORAR A ALOCAÇÃO DE 
RECURSOS
• os mercados deveriam ser deixados em paz 
para fazer o que fazem bem, isto é, alocar 
recursos privados nos casos em que a taxa 
de retorno privada não se desvie da taxa de 
retorno social, ao passo que o Estado 
deveria prover os bens públicos, facilitar as 
transações, corrigir as externalidades, e 
regular os monopólios decorrentes da 
existência de retornos crescentes. 
(Przeworski, 1996, p. 117).
O que o Estado deve fazer?
• Estado de Bem Estar: caracterizado 
por uma maior intervenção do Estado 
na economia considerando as “falhas 
do mercado” e a necessidade de 
conciliar estabilidade, crescimento e 
equidade na ordem capitalista.
• Intervindo na estabilização da 
economia e na regulação dos 
mercados.
• Assumindo os custos pela 
reprodução da força de 
trabalho (saúde, educação, 
habitação, seguridade social,etc.). 
Estas se constituemem políticas 
sociais que são mecanismos de 
redistribuição de renda, que 
também garantem o consumo e, 
conseqüentemente, o 
crescimento da economia.
A ESTRATÉGIA DO 
DESENVOLVIMENTISMO
• o Estado no centro das decisões fundamentais para a 
economia assume a liderança na formulação da política 
econômica de industrialização. Na qualidade de instituição 
para a qual confluem o poder político e o poder 
econômico, e pelas técnicas de que pode lançar mão, o 
Estado se tornou um órgão indispensável à dinamização 
das forças produtivas (Ianni, 1989, p. 220).
• Estado Desenvolvimentista: 
criação de um regime capitalista 
regulado pelo Estado a fim de dar 
condições à industrialização do 
País. (transição de uma sociedade 
agrária para uma sociedade 
urbano-industrial).
• Intervenção para acelerar o processo 
de industrialização com a adoção do 
modelo de substituição das 
importações.
• Adoção inicial das teses da CEPAL que 
propunha a produtividade, a ampliação 
do nível de renda, como também a 
retenção do progresso técnico em 
benefício de toda a população. 
Posteriormente, o processo de 
industrialização ganhou os contornos 
exclusivos do crescimento econômico 
(primeiro crescer para depois repartir).
• A reprodução da força do trabalho se dá, 
assim, sob uma “inclusão controlada”, 
ou melhor, direitos sociais limitados. 
POLÍTICA NACIONAL DESENVOLVIMENTISTA 
Crescimento Econômico
Industrialização
Modernização
Urbanização
• Década de1950 – estabelece-se o planejamento 
governamental.
• Tal planejamento não cabe ao aparato administrativo 
consolidado pelo DASP, mas sim, a núcleos 
especialistas (em especial economista) que 
constituem “ilhas de excelência” na 
Administração Pública brasileira.
• Constitui-se, assim, um insulamento burocrático
de modo que organizações cruciais fossem 
protegidas de ‘pressões políticas’, criando-se uma 
tecnocracia na Administração Pública brasileira.
• Também, busca-se garantir uma flexibilidade para o 
planejamento econômico (autonomia gerencial), 
que era necessária a implementação do Planos de 
Metas.
PLANOS ECONÔMICOS 
Plano Salte - 1948
Plano de Metas - JK
I PND
II PND
• Crescimento econômico e Segurança Nacional
• 2ª Reforma Administrativa - Decreto 200/67
• Administração Direta – se constitui dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
• Administração Indireta – compreende entidades dotadas de 
personalidade jurídica própria, são elas:
• Autarquia – serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, 
patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas da Administração 
Pública, que requeiram para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e 
financeira descentralizada.
• Empresa Pública – entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a 
exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de 
contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das 
formas admitidas em direito.
• Sociedade de Economia Mista – entidade dotada de personalidade jurídica de 
direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma 
de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à 
União ou a entidade da Administração Indireta. (BRASIL, 1967).
• Fundamentos 
Decreto 200/67:
• Planejamento
• Coordenação
• Descentralização
• Delegação de 
Competências
• Controle
• Instrumento de coordenação das ações 
governamentais.
• Direcionada a execução dos planos e 
programas de governo (implementação).
• Distinguir aqueles que dirigem e daqueles que 
executam considerando as unidades federadas 
(estados) e contratos e concessões ao setor 
privado.
• Dar autoridade para execução na ponta 
(próxima problemas).
• O cerne da gestão relativo ao controle da 
execução, do atendimento as normas e da 
aplicação dos recursos financeiros.
Período Política Economia Administração Pública 
1930-36 Revolução 
Conservadora 
Iniciam-se as fundações para 
a transição das bases 
agrárias para as bases 
industriais 
Criação do DASP 
Adoção de princípios de uma 
administração burocrática 
Neopatrimonialismo 
1937-45 Estado Novo 
Regime de 
Exceção 
Surgem as bases para o 
planejamento da economia e 
a implantação de infra-
estrutura se desenhando o 
modelo de industrialização 
por substituição das 
importações 
Implantação do DASP 
permanecendo a convivência 
entre setores da administração 
pública direcionados pelos 
princípios burocráticos e 
neopatrimonialistas 
1945-64 Período 
Democrático 
Populista 
Consolidação do 
planejamento econômico a 
exemplo do Plano de Metas 
e do modelo de 
industrialização por 
substituição das importações 
Insulamento burocrático de 
setores chave e a continuidade 
de práticas 
neopatrimonialistas 
1964-84 Governos 
Militares 
Regime de 
Exceção 
Consolidação da 
industrialização firmando um 
modelo de desenvolvimento 
baseado no crescimento 
econômico. A planificação 
econômica se consolida com 
os Planos Nacionais de 
Desenvolvimento (PNDs) 
“Crescer o bolo para depois 
repartir” 
Reforma Administrativa – 
Decreto 200/67. 
Fortalecimento da tecnocracia, 
adoção de políticas sociais 
assistencialistas, prevalecendo 
ainda práticas 
neopatrimonialistas 
 
ADMINISTRAÇÃO PARA O 
DESENVOLVIMENTO
A IDEOLOGIA DO 
DESENVOLVIMENTO
PÓS 2ª GUERRA MUNDIAL
• É preciso que nos 
dediquemos a um programa 
ousado e moderno que 
torne nossos avanços 
científicos e nosso 
progresso industrial 
disponíveis para o 
crescimento e para o 
progresso das áreas 
subdesenvolvidas. 
(Presidente Truman)
 
POR QUE A ADMINISTRAÇÃO 
PARA O DESENVOLVIMENTO 
SURGIU COMO DISCIPLINA?
• A Administração para o 
Desenvolvimento como disciplina 
originou-se pela necessidade de 
problematizar o distanciamento 
existente entre a elaboração de 
planos de desenvolvimento 
econômico e a capacidade 
administrativa das nações e suas 
estratégias práticas de ação 
(MOTTA, 1972).
PRINCIPIOS QUE ORIENTARAM A AD
• O progresso administrativo está unicamente nas 
tecnologias administrativas oriundas dos países 
desenvolvidos.
• Os esforços dos países em desenvolvimento 
devem estar voltados à transferibilidade da 
racionalidade administrativa moderna.
• A administração moderna refere-se à 
administração característica dos países 
desenvolvidos. 
TEORIAS QUE ORIENTARAM A AD
• Teoria A - a racionalidade moderna pode ser 
transferida e aprendida integralmente
• Modernizar as instituições da administração pública é fator 
necessário para o progresso das outras instituições sociais e 
políticas
• Teoria B – a racionalidade moderna não pode ser 
transferida porque é limitada por aspectos culturais
• É necessário, anteriormente à transferência tecnológica, mudanças 
culturais
• Teoria C – a racionalidade administrativa pode ser 
parcial e quantitivamente transferida, desde que seja 
ajustada às circunstancias locai
• Limitada, pois apenas identifica a necessidade adaptação
CONSEQUÊNCIAS DAS 
TRANSFERIBILIDADES
 Organizações altamente rígidas e 
disfuncionais – insulamento 
burocrático
 Flexibilidades administrativas 
conduziram a excessos a exemplo 
do número de empresas estatais
 O treinamento organizacional 
baseado em teorias 
comportamentais geraram atitudes 
ambíguas
ORIENTAÇÃO DA AD
• Romper com as práticas tradicionais da 
sociedades em desenvolvimento
• Adotar novas formas de agir dentrodos 
padrões da modernidade
• Considerando a possibilidade de queimar etapas e chegar 
logo à ‘modernidade’ 
• Enfrentar os sérios problemas para inserir a democracia 
nesses países
Desempenho com 
o foco em 
resultados 
semelhantes
OS PROBLEMAS DA ADMINISTRAÇÃO 
PARA O DESENVOLVIMENTO
• A suposição de que as formas modernas de administração são 
mais eficientes e efetivas. Uma generalização que não pode ser 
válida para o caso do países em desenvolvimento.
• A busca por eficiência e efetividade, apesar de sua forte ênfase, 
ficou restrita de modo que os objetivos do desenvolvimento 
(aqueles de caráter social) foram esquecidos face as priorizações 
do fortalecimento institucional e da racionalidade gerencial, 
desconsiderando-se a responsabilidade social para com o 
desenvolvimento. 
NOVAS ORIENTAÇÕES ORGANIZACIONAIS 
PROPOSTAS PARA A AD
• Critérios específicos de relevância e novo 
dimensionamento da racionalidade administrativa
• TER OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO COMO 
CENTRAIS
• Novas formas estruturais de organização
• TRANSPOR A BUROPATOLOGIA POR MEIO DA 
ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA
• Adequabilidade das premissas comportamentais na 
formulação de novas teorias da organização
• SUPERAR AS AMBIGUIDADES DE VALORES PELO 
COMPROMETIMENTO COM A EFETIVIDADE 
ADMINISTRATIVA
Criatividade e 
inovação
ADMINISTRAÇÃO PARA O 
DESENVOLVIMENTO E A SUA 
RENOVAÇÃO
QUAL ERA A PROPOSTA DA AD?
• Delimitado às nações em desenvolvimento para 
que elas pudessem atingir resultados 
semelhantes
• Conjunto de diagnósticos e prognósticos 
limitados a visão conceitual e as dimensões 
administrativas do países desenvolvidos, baseado 
no pressuposto da transferibilidade da 
racionalidade administrativa moderna para 
obtenção imediata de benefícios.
• Trata-se de transpor as práticas das sociedade 
tradicionais e inseri-lás nos padrões da 
modernidade:
• Possibilitando-as queimar etapas e adotar a democracia a 
partir do rompimento com o tradicionalismo.
PROMOVER O 
DESENVOLVIMENTO 
POR MEIO DE 
GRANDES 
PROJETOS 
PÚBLICOS
NOVAS ORIENTAÇÕES ORGANIZACIONAIS 
PROPOSTAS PARA AD 
• VOLTAR AS ORGANIZAÇÕES PARA OBJETIVOS 
PECULIARES DO DESENVOLVIMENTO, BUSCANDO 
RELEVÂNCIA MEDIANTE A EFETIVIDADE
• CONCEBER MODELOS ORGANIZACIONAIS MAIS 
ORGÂNICOS, MAIS TEMPORAIS E FLEXIVEIS
• BUSCAR UM COMPROMETIMENTO VALORATIVO 
DAS PESSOAS NÃO APENAS UMA ADESÃO 
NEUTRA AS REGRAS BUROCRÁTICAS.
Motta 1972
NO BRASIL, A ADMINISTRAÇÃO PARA O 
DESENVOLVIMENTO FOI PROPULSORA DAS IDEIAS:
• A efetividade com um novo conceito que estava além das tradicionais metas e medidas de eficiência e 
eficácia. [...] Enquanto conceito, a efetividade procurava ir além da perspectiva de objetivos organizacionais e 
incluir objetivos mais amplos de equidade e de desenvolvimento econômico- social. Assim, se deveria ir além 
da construção de instituições fortes e estáveis e capacitá-las para a produção de mudanças efetivas vinculadas 
ao desenvolvimento. 
• Ampliação da perspectiva da racionalidade decisória organizacional passou a ser tão enfatizada [...]. A 
racionalidade administrativa do desenvolvimento então dependeria da relevância determinada por escala de 
valores e das pressões e demandas sociais e econômicas do contexto nacional. 
• O comprometimento com os objetivos sociais de progresso como um valor central [...] a ideia da 
não neutralidade do administrador, mas do seu compromisso com os ideais do progresso. 
• A participação administrativa era ainda inexistente nos países em desenvolvimento - e incipiente nos 
países mais avançados – e passava a ser disseminada na tentativa de compensar a falta de democracia no 
sistema político. [...] propunha-se a prática democrática nos órgãos administrativos não só para compensar o 
autoritarismo vigente, mas também para permitir aos cidadãos algum direito de cidadania e de prática 
democrática como parte de um caminho de aprendizagem para a democracia no sistema maior. 
• A flexibilidade administrativa era proposta além do praticado e recomendado nos países mais avançados. 
[...] estruturas flexíveis, fora dos ideais weberianos, seriam mais adaptáveis às circunstâncias diversas.
CRITICAS À ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO?
• O arcabouço institucional legal adotado refletia idealizações de elites inspiradas em costumes dos 
países mais avançados [de modo que] as constituições e o aparato legal institucional [...] normalmente não 
determinavam práticas e comportamentos. 
• O que se propunha era mais um sistema administrativo em que se destacava a interdependência das 
partes para propor novas bases em alcançar o progresso e fazer que a AP servisse como motor para o 
desenvolvimento:
• De modo que focou-se a especialização e o profissionalismo a partir de uma crença na capacidade criativa de burocracia;
• Caracterizar a administração para o desenvolvimento como estágio singular, favorecida pela sua idealização;
• Destaque as especificidades do subdesenvolvimento fazendo mais atenção as características relacionais do que estruturais 
do sistema ao considerar a capacidade politica e administrativa;
• Foco excessivo na mudança radical, esquecendo-se o incremental;
• A modernização administrativa significou conviver com os vícios do tradicionalismo.
• O crescimento e expansão da atividade do Estado não significou uma redistribuição de renda mais equitativa
ANOS DE 1990...
GESTÃO DO 
DESENVOLVIMENTO
• CONSOLIDAÇÃO PROFISSIONAL
• INTEGRAÇÃO DO CONHECIMENTO À 
PRÁTICA GERENCIAL
• ADOTAR UMA POSTURA PROTAGONISTA 
E POSICIONAR-SE NO CENÁRIO 
MUNDIAL
• SER FORMADOR DE OPINIÃO E 
DESENVOLVEDOR DE CONHECIMENTOS 
E TECNOLOGIAS PRÓPRIAS 
• NOVO PAPEL NA TRANSFERIBILIDADE 
DE TECNOLOGIAS
• INCENTIVAR A COOPERAÇÃO SUL-SUL
• REPOSICIONAR-SE FRENTE AS NAÇÕES 
DESENVOLVIDAS E AS QUESTÕES DO 
DESENVOLVIMENTO
NOVAS CAPACIDADES GERENCIAIS
A LEITURA TRADICIONAL
• DESENVOLVIMENTO
• ORGANIZAÇÃO
• CONHECIMENTO
• CRESCIMENTO ECONÔMICO
• BUROCRACIA
• RACIONALIDADE
NOVAS FORMAS DE 
GOVERNANÇA PÚBLICA
A LEITURA DA RENOVAÇÃO
• DESENVOLVIMENTO
• ORGANIZAÇÃO
• CONHECIMENTO
• SUSTENTÁVEL
• REDE
• CONSTRUÇÃO SOCIAL
PROBLEMAS CRÍTICOS DAS REDES
• REDES DE COOPERAÇÃO E PARCERIA – É PRECISO CONSIDERAR AS 
ASSIMETRIAS E NÃO SE ENGANAR PELOS DISCURSOS.
• NÃO É TÃO SIMPLES A REDE SE TORNAR UM REFLEXO DE UMA CONSTRUÇÃO 
COLETIVA E DA ASSOCIAÇÃO DE INTERESSES COMUNS.
• NÃO SE DEVE CONSIDERAR A REDE COMO UM PADRÃO E RECONHECER QUE 
OS OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SE INSEREM EM CONTEXTOS 
MULTICULTURAIS E TRANSVERSAIS O QUE DEMANDA POR NEGOCIAÇÃO.
SÉCULO XXI: 
A NECESSIDADE DE REFLEXIBILIDADE 
SOBRE O DESENVOLVIMENTO
AS MUDANÇAS: 
DO PROGRESSO AO NOSSO FUTURO COMUM
 
RELATÓRIO DO CLUBE DE ROMA
1972
• OS LIMITES DO CRESCIMENTO – RELATÓRIO MEADOWS
• Discute problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade: energia, 
tecnologia, saneamento, saúde, crescimento populacional, poluição e ambiente.
• O Planeta não suportará por muito tempo o ritmo de crescimento 
populacional e da industrialização havendo um esgotamento dos recursos não 
renováveis naturais e energéticos.
• Coloca-se em questão à ideologia do crescimento econômico.
A literatura sobre o desenvolvimento 
econômico nos dá um exemplo dos mitos 
nas ciências sociais, segundo o qual pode ser 
universalizado o desenvolvimento 
econômico, tal como praticado pelos países 
desenvolvidos. 
Nos levando a crer que os padrões de 
consumo de uma minoria da humanidade 
que vive nos países altamente 
industrializados poderão ser acessíveis às 
grandes massas de população. 
Essa idéia constitui, seguramente, um 
prolongamento do mito doprogresso, 
elemento essencial na ideologia burguesa 
que criou a sociedade capitalista. 
(Celso Furtado, 1974) 
As liberdades não são apenas os fins primordiais do 
desenvolvimento, mas também os seus meios principais. 
Constituem-se em oportunidades com as quais os indivíduos 
podem efetivamente moldar seu próprio destino e ajudar uns 
aos outros.
A capacidade de uma pessoa consiste nas combinações 
alternativas de funcionamentos cuja a realização é factível para 
ela; uma liberdade substantiva que se expressaria na liberdade 
de ter estilo de vidas diversos. 
Se o desenvolvimento é a expansão de liberdades reais que as 
pessoas disfrutam, então a privação de liberdade é 
subdesenvolvimento. Assim, o desenvolvimento pode ser visto 
como um processo de eliminação de privações de liberdade e 
de ampliação das liberdades substantivas de diferentes tipos 
que as pessoas têm razão para valorizar.
Sendo cinco liberdades instrumentais que tratam dessas 
privações: 
1) liberdades políticas; facilidades econômicas; 
oportunidades sociais; garantias de transparência e 
segurança protetora.
(Sen, 2000) 
 
 
 
Índice de Desenvolvimento Humano (2014): 
 Muito alto 
 Alto 
 Médio 
 Baixo 
 Sem dados 
 
ADMINISTRAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO:
REVISITANDO OS SEUS PRESSUPOSTOS
• A efetividade com um novo conceito – a 
centralidade da mudança social
• Ampliação da perspectiva da racionalidade 
decisória dando relevância aos valores. 
• O comprometimento com os objetivos sociais 
de progresso como um valor.
• A participação da cidadania na administração e 
o aprendizado democrático.
• A flexibilidade administrativa para desenvolver 
capacidade adaptativa.
• Qual é a transformação social que queremos?
• Quais são os valores a serem destacados?
• Como é possível um comprometimento face a 
complexidade dos problemas e amplitude de 
escalas?
• Como concretizar essa ideia que existe há mais 
de 2500 anos?
• É capacidade adaptativa ou capacidade 
inovativa?

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