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DIREITO CIVIL II

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Direito das Obrigações- Natália Araújo
DIREITO CIVIL II
m.almeida@portugalvilela.com.br
1- DIREITO DAS OBRIGAÇÕES- CONCEITO 
Obrigação é a relação transitório de direito que constrange a dar, fazer ou não fazer alguma coisa economicamente apreciável, em proveito de alguém que, por ato próprio ou de alguém juridicamente relacionado ou em virtude de lei, adquire o direito de exigir essa ação ou omissão. 
É o conjunto de normas que disciplina as relações jurídicas patrimoniais e que tem por objeto prestações de um sujeito em favor de outro. É a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio. As obrigações surgem da incidência das normas jurídicas sobre os fatos.
1.1 DIREITO REAL
É entendido como o poder direto e imediato da pessoa sobre uma coisa sem intermediários, com exclusividade e contra todos.
1.2 DIREITO PESSOAL
Vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. É a relação entre pessoas com obrigações. 
	
	DIREITOS PESSOAIS
	DIREITOS REAIS
	POLO PASSIVO
	Pessoa certa e determinada na relação contratual 
	Conjunto indeterminado de pessoas, as quais tem o poder real sobre a coisa
	OPONIBILIDADE
	Inter partes, somente pode ser exigido do devedor
	Erga omnes
	OBJETO
	A prestação pode ser determinável (art, 104), existe efetivamente desde a sua constituição
	A coisa (geralmente corpóreo, mas é possível a imaterialidade);
certo e determinado;
	COMPOSIÇÃO
	Sujeito ativo, sujeito passivo e prestação
	Sujeito ativo, a coisa, relação do sujeito com a coisa
	DURAÇÃO
	Transitoriedade. Extinção com o adimplemento
	Gozo permanente
1.3 EXTENSÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA
Pessoal ⇒ credor/devedor
De caráter transitório ⇒ a obrigação é efêmera, tem vida curta
De cunho patrimonial ⇒ toda obrigação precisa ter um valor econômico para viabilizar a responsabilidade patrimonial do inadimplente se não for espontaneamente cumprida
Prestação do devedor ao credor ⇒ é o objeto da obrigação e se trata de uma conduta ou omissão humana, ou seja, sempre é dar uma coisa, fazer um serviço ou se abster de alguma conduta. Dar, fazer e não-fazer, estas três são as espécies de obrigação, voltaremos a elas abaixo.
2. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS 
2.1 ELEMENTO SUBJETIVO
Sujeito ativo ⇒ É o credor beneficiário da obrigação. Tem o direito de exigir, executar e dispor a obrigação.
Sujeito passivo ⇒ É o devedor, aquele que deve cumprir a obrigação.
2.2 ELEMENTO OBJETIVO
Objeto imediato ⇒ conduta ou ato necessário para a realização da obrigação (prestação). Consiste em dar, fazer ou não fazer. Ex.: Dar a chave do imóvel ao novo proprietário. 
Objeto mediato ⇒ é a prestação em si. Ex: o que é dado, o que fazer, o que não fazer? A chave. (objeto da prestação)
▲ O objeto da obrigação não é uma coisa, mas um fato humano/uma conduta ou omissão do devedor chamada prestação. Na obrigação de dar o objeto da prestação é uma coisa (ex: dar dinheiro, dar uma TV), mas o objeto da obrigação é a ação de entregar a coisa, não a coisa em si. Na obrigação de fazer o objeto da prestação é um serviço (ex: o cantor realiza um show, o advogado redige uma petição, o professor ministra uma aula). Finalmente, na obrigação de não-fazer, o objeto da prestação é uma omissão/abstenção (ex: o químico da fábrica de perfume é demitido e se obriga a não revelar a fórmula do perfume).
Como o objeto da obrigação é a prestação, mesmo na obrigação de dar o credor não tem poder sobre a coisa, mas sim sobre a prestação (ex: compro uma geladeira e a loja promete me entregar em casa, mas a loja não cumpre, não posso invadir a loja e pegar a geladeira à força, devo exigir perdas e danos, 389 – trata-se da responsabilidade patrimonial do devedor, como dito acima). 
2.2.1 O OBJETO DEVE SER
Lícito
Possível
Determinado ou determinável
Economicamente apreciável 
2.3 VÍNCULO JURÍDICO
Elemento abstrato. Elo que sujeita o devedor a determinada prestação em relação ao credor. Atribui juridicidade a relação obrigacional. (Débito/ responsabilidade)
Credor ⇒ o direito de exigir o cumprimento da relação obrigacional
Devedor ⇒ o dever de cumprir a relação obrigacional 
3. FONTES DAS OBRIGAÇÕES
3.1 FONTES IMEDIATAS
Lei
3.2 FONTES MEDIATAS
Negócio jurídico bilateral ⇒ Contratos: esta é a principal e maior fonte de obrigação. Através dos contratos as partes assumem obrigações (ex: compra e venda, onde o comprador se obriga a pagar o preço e o vendedor se obriga a entregar a coisa). No próximo semestre serão estudados com detalhes os inúmeros contratos (ex: locação, doação, empréstimo, seguro, transporte, mandato, fiança, etc).
Negócio jurídico unilateral ⇒ segundo nosso Código, são os quatro capítulos entre os arts. 854 e 886, com destaque para a promessa de recompensa (ex: perdi meu cachorro e pago cem a quem encontrá-lo, obrigando-me perante qualquer pessoa que cumpra a tarefa). Não temos aqui um contrato, mas um ato unilateral gerador de obrigação, como será visto no próximo semestre.
 Atos ilícitos ⇒ Dever de reparar eventuais prejuízos sofridos. CC art. 186 e 187
4. ELEMENTOS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL
4.1 SUJEITOS
Credor (ativo)
Devedor (passivo)
Os sujeitos da obrigação, tanto o ativo como o passivo, podem ser pessoa natural ou jurídica, de qualquer natureza, bem como as sociedades de fato. Devem ser, contudo, ser determinados ou, ao menos, determináveis (indeterminação inicial). Só não podem ser absolutamente indetermináveis. Ocorre a indeterminação inicial e posterior determinação do sujeito, por exemplo, quando o ganhador na loteria apresenta o bilhete premiado; quando se promete recompensa a quem encontrar determinado objeto ou animal de estimação; e quando a unidade condominial é alienada, passando o adquirente, como novo proprietário, a responder pelo pagamento das despesas condominiais, que têm natureza propter rem, dentre outras inúmeras hipóteses.
4.1.1 Sujeito ativo
Exige 
Executa
Dispõe (cessão)⇾ transferir o crédito p/ outra pessoa
O sujeito ativo tem interesse em que a prestação seja cumprida. O credor dispõe de vários meios jurídicos para que o seu direito protegido tenha eficácia.
4.1.2 Sujeito passivo
O sujeito passivo é quem deve praticar determinada atividade, em prol do credor, ou de quem este determinar. Pode ocorrer indeterminação do credor quando houver ofertas ao público, ou a número mais ou menos amplo de pessoas, como é o da promessa de recompensa (arts. 854 ss). Nesse caso, o devedor é certo, mas o credor indeterminado no nascimento da obrigação, embora já exista obrigação.
Praticar ato em prol do credor
Sujeito capz ou representado
Determinado ou determinável
Confusão ⇾ credor=devedor ▲ IMPOSSÍVEL, POIS A OBRIGAÇÃO PRESSUPÕE DUAS OU MAIS PESSOAS.
Sujeito x núncio x representante ⇾ manifesta a vontade do representante
 ↳ leva a palavra, repete o que o sujeito fala
5. OBJETO
Constitui-se de um ato, ou conjunto de atos, praticados por uma pessoa. Melhor dizendo, constitui-se numa atividade do devedor, em prol do credor. Essa atividade é aprestação. Pode ser um ato ou um conjunto de atos, uma conduta, enfim, de aspecto positivo ou negativo, uma vez que a prestação poderá ser simples abstenção. Esta possui dois tipos de objeto:
Objeto imediato
O objeto imediato da obrigação é a prestação, a própria atividade positiva (ação) ou negativa (omissão) do devedor, satisfazendo o interesse do credor, sendo, esta, sempre de conteúdo patrimonial. Na compra e venda, como vimos, o vendedor se obriga a entregar, que é modalidade de obrigação de dar, a coisa alienada. A obrigação de entregar (de dar coisa certa) constitui o objeto imediato da aludida obrigação. A prestação ou objeto imediato deve obedecer a certos requisitos, para que a obrigação se constitua validamente. Assim, deve ser: 
Licita 
Possível
Determinadaou determinável
Economicamente apreciável
Objeto mediato
Para saber qual o objeto mediato (distante, indireto) da obrigação, basta indagar: dar, fazer ou não fazer o quê? No citado exemplo da compra e venda, se o vendedor se obrigou a entregar um veículo, este será o objeto mediato da obrigação, podendo ser também chamado de “objeto da prestação”. Objeto mediato ou objeto da prestação é, pois, na obrigação de dar, a própria coisa. Na de fazer, a obra ou serviço encomendado (obrigação do empreiteiro e do transportador, p. ex.). Não se confunde, pois, o ato da prestação, a que o obrigado se encontra vinculado, com a coisa material, sobre o qual aquele ato incide. Deve ser: 
Licito
Objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Quando o objeto jurídico da obrigação é imoral, os tribunais por vezes aplicam o princípio de direito de que ninguém pode valer-se da própria torpeza, ou no caso de ambas as partes, no contrato, agirem com torpeza (desonestidade), não poderá qualquer delas pedir devolução da importância que pagou (art. 150º e 883º - CC).
 B. Possível
O objeto deve ser possível, quando impossível, o negócio é nulo. A impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica. A Impossibilidade física é a que emana de leis físicas ou naturais. Configura-se sempre que a prestação avençada ultrapassa as forças humanas, como por exemplo, a que impede o cumprimento da obrigação de colocar toda a água dos oceanos em um copo d’água. A Impossibilidade jurídica do objeto ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe, expressamente, negócios a respeito de determinado bem, como por exemplo, a herança de pessoa viva (CC, art. 426), o bem público (CC, art. 100) e os gravados com a cláusula de inalienabilidade.
 C. Determinado ou determinável
O objeto da obrigação deve ser determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou suscetível de determinação no momento da execução). Admite-se, assim, a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (CC, art. 243), que será determinada pela escolha, bem como a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração (CC, art. 252).
 D. Economicamente apreciável
O objeto da obrigação, como foi dito, deve ser, também, economicamente apreciável. Obrigações jurídicas, mas sem conteúdo patrimonial, como o dever de fidelidade entre os cônjuges e outros do direito de família são excluídas do direito das obrigações.
6. VÍNCULO
Vínculo jurídico é o vínculo existente entre o credor e o devedor. O vínculo jurídico resulta de diversas fontes e sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor. Divide-se em:
débito ou vínculo espiritual ou pessoal – é o vínculo que une o devedor ao credor e exige que aquele cumpra pontualmente a obrigação;
responsabilidade ou vínculo material – confere ao credor, não satisfeito o direito, de exigir judicialmente o cumprimento da obrigação, submetendo àquele os bens do devedor.
Há portanto, de um lado o dever da pessoa obrigada (“debitum”), e de outro a responsabilidade, em caso de inadimplemento. O sujeito passivo deve e também responde, de forma coativa, pelo cumprimento da obrigação. Pode existir, no entanto, o desmembramento desses elementos, como no caso da fiança (responsabilidade sem débito) e na dívida de jogo (débito sem responsabilidade).
7. MODALIDADE OBRIGACIONAL
7.1. OBRIGAÇÃO POSITIVA x OBRIGAÇÃO NEGATIVA
As obrigações são positivas quando a prestação do devedor implica dar ou fazer alguma coisa e negativas quando importam numa abstenção (não fazer). 
7.2 OBRIGAÇÃO SIMPLES x OBRIGAÇÃO COMPOSTA
A obrigação simples é aquela cuja prestação recai somente sobre uma coisa (certa ou incerta) ou sobre um ato (fazer ou não fazer), como, por exemplo, a de entregar um quadro a Rafael, a de dar trinta pacotes de arroz, a de pagar uma dívida, a de restituir certo objeto, a de pintar uma parede e a de não cantar em dado teatro. Destinam-se portanto, a produzir um único efeito, liberando o devedor quando cumprir a prestação a que se obrigou.
Havendo pluralidade de prestação, a obrigação é composta e se desdobra nas seguintes modalidades:
Obrigação Cumulativa
A obrigação cumulativa ou conjuntiva é uma relação obrigacional múltipla, por conter duas ou mais prestações de dar, de fazer ou de não fazer, decorrentes da mesma causa ou do mesmo título, que deverão realizar-se totalmente, pois o inadimplemento de uma envolve o seu descumprimeto total, assim a oferta de uma delas origina um inadimplemento parcial, visto que o credor não está obrigado a receber uma sem a outra. O devedor só se quitará fornecendo todas as prestações. Ex: na obrigação do promitente vendedor que se compromete a entregar o lote compromissado e a financiar a construção que nele será erguida; na de vender o carro "x" e de pagar certa soma de dinheiro, em que o sujeito passivo liberará do liame obrigacional se fornecer as prestações. Quem contrai esse tipo de obrigação terá de satisfazer as várias prestações como se fora uma só. 
Obrigação alternativa
A obrigação facultativa é aquele que, não tendo por objeto senão uma só prestação, permite a lei ou o contrato ao devedor substituí-la por outra, para facilitar o pagamento. Não há possibilidade de escolha,mas sim a de substituição da prestação devida por outra diferente. 
7.3 OBRIGAÇÃO INSTANTÂNEA x OBRIGAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO
A obrigação instantânea, é a que se consuma num só ato , sendo cumprida imediatamente após sua constituição, como por exemplo, a compra e venda à vista. 
A obrigação de trato sucessivo/execução continuada é a que se prolonga no tempo, sem solução de continuidade ou mediante prestações periódicas ou reiteradas. A prestação se renova em prestações singulares sucessivas, em períodos consecutivos, como sucede na compra e venda a prazo, no pagamento mensal do aluguel pelo locatário, do consumidor de água ou de energia elétrica etc. 
	
	N° PRESTAÇÕES
	MOMENTO CUMPRIMENTO
	OB. INSTANTÂNEA
	Uma única
	Presente
	OB. DE TRATO SUCESSIVO
	Várias
	Presente> futuro
7.4 OBRIGAÇÃO DE MEIO x OBRIGAÇÃO DE RESULTADO
A obrigação é de meio quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e técnicas para a obtenção de determinado resultado, sem no entanto responsabilizar-se por ele. Por exemplo: "A" e "B, que não se obrigam a vencer a causa de "C", mas defendem os interesses dele; bem como o dos médicos "D" e "E", que não se obrigam a curar "F", mas a tratar bem, fazendo uso de seus conhecimentos científicos. A prestação não consiste num resultado certo e determinado a ser conseguido pelo obrigado, mas tão somente numa atividade prudente e diligente deste em benefício do credor. O obrigado só será responsável se o credor provar a ausência total do comportamento exigido ou uma conduta pouco diligente, prudente e leal. 
A obrigação de resultado é aquela em que o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um resultado, sem o qual se terá o inadimplemento da relação obrigacional. Tem em vista o resultado em si mesmo, de tal sorte que a obrigação só se considerará adimplida com a efetiva produção do resultado que se era esperado. Se inadimplida essa obrigação, o obrigado ficará constituído em mora, de modo que lhe competirá provar que a falta do resultado previsto não decorreu de culpa sua, mas de caso fortuito ou força maior, pois só assim se exonerará da responsabilidade; não terá, porém, direito à contraprestação. É o que se da p.ex., com o contrato de transporte, uma vez que o transportador se compromete a conduzir o passageiro ou as mercadorias, sãos e salvos, do ponto de embarque ao de destino. A obrigação assumida pelos cirurgiões plásticos é de resultado. Os pacientes, na maioria dos casos de cirurgia plástica, não se encontram doentes, mas pretendem corrigir um "defeito", um problema estético. Interessa-lhes, principalmente, o resultado.
7.5. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL X OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA
Obrigação principal segundo Carlos Roberto Gonçalves, são as que"subsistem por si, sem depender de qualquer outra". Sua existência jurídica não pressupõe a de nenhuma outra obrigação; ex: compra e venda.
Obrigação acessória têm sua existência subordinada a outra relação jurídica, ou seja, dependem da obrigação principal. Sua existência jurídica pressupõe a de uma outra obrigação; ex: juros, aval.
Há várias modalidades de obrigações acessórias, como por exemplo:
a concernente aos direitos reais de garantia (penhor, hipoteca), que sempre pressupõe a existência de um direito de crédito, cuja satisfação asseguram;
a relativa a cláusula penal, que constitui um pacto acessório em que se estipula uma multa para a hipótese de inadimplemento total da obrigação, cumprimeto imperfeito ou retardamento;
a decorrente de cláusula compromissória, pela qual as partes se obrigam a submeter-se à decisão do juízo arbitral, a respeito de qualquer dívida que porventura venha a surgir no cumprimento da avença.
O princípio de que o acessório segue a sorte do principal produz os seguintes efeitos jurídicos:
- A extinção da principal implica a da acessória.
- A ineficácia ou nulidade da principal reflete-se na acessória.
- A prescrição da principal afeta a da acessória.
- A obrigação de dar inclui os acessórios.
- A novação extingue o acessório e garantias do débito (CC, art. 364)
- A obrigação principal, garantida por hipoteca, faz com que esta alcance os juros.
- A cessão de crédito abrange todos os acessórios, salvo disposição em contrário (CC, art. 287). 
7.6. OBRIGAÇÃO LÍQUIDA X ILÍQUIDA
Obrigação líquida, é aquela obrigação certa, quanto à sua existência, e determinada quanto ao seu objeto. Seu objeto é certo e individuado, logo, sua prestação é relativa a coisa determinada quanto à espécie, quantidade e qualidade (COISA CERTA). É expressa por um algarismo, que se traduz em cifra quando em dívida de dinheiro, mas que pode ter por objeto a entrega ou restituição de outro objeto certo, como por exemplo, um veículo ou determinada quantia de cereal. Líquido é o objeto da obrigação, o objeto imediato, ou seja, a prestação; se a obrigação é líquida ela pode ser cobrada.
A obrigação é ilíquida quando o seu objeto depende de prévia apuração, pois o valor ou montante apresenta-se incerto. Deve ela converter-se em obrigação líquida, para que possa ser cumprida pelo devedor. Essa conversão se obtém em juízo pelo processo de liquidação, cuja finalidade é apurar a quantia devida (quantum debeatur).
► liquidação - ato de fixar o valor da prestação momentaneamente indeterminada, para que esta se possa logo cumprir. A liquidação antecede a execução.
Obrigação ilíquida é aquela incerta quanto à existência e indeterminada quanto ao conteúdo e valor. Para ser cobrada, é necessário antes que seja transformada em líquida, geralmente por um processo de conhecimento. Após esse processo de conhecimento, é preciso realizar a liquidação da sentença por uma das formas previstas no CPC.
8. OBRIGAÇÕES NATURAIS
A obrigação natural, tenha ela uma causa lícita ou ilícita, baseia-se nas exigências da regra moral. Pode ser definida como aquela cuja execução não pode constranger o devedor, mas cujo cumprimento voluntário é pagamento verdadeiro. Na obrigação natural pode-se afirmar que há um dever, socialmente apreciável, de cumprir. Constitui um ato intimamente ligado à vontade do devedor. É movimento partido do seu próprio "eu", livre manifestação de sua consciência. As obrigações naturais, portanto, são aquelas em que existem sujeitos (credor e devedor), existe objeto (prestação), mas não há responsabilidade do devedor, em caso de não cumprimento, isto é, não podem ser cumpridas por meio de atividade jurisdicional, uma vez que o credor não possui o poder coercitivo legítimo de sua exigibilidade. Trata-se de vínculo constituído tão somente pelo debitum, falta-lhe a obligatio. 
A obrigação natural cuja causa é reprovada por lei pode ser:
impeditiva da repetição de indébito
garantidora da retenção do pagamento recebido.
A obrigação natural impeditiva da repetição a título de indébito, por óbvio, obsta a possibilidade de aquele que a cumpriu exigir a restituição do que por ela pagou, em prol do credor (ex; dívidas decorrentes de jogo de azar, apostas). Entre as naturais que garantem a retenção do pagamento recebido, incluem-se aquela que subsiste após a ocorrência dos efeitos prescricionais da ação, e aqueles em que o devedor se torna, por lei, presumivelmente cumpridor, apesar de não ter efetuado o pagamento (ex; novação subjetiva). Nas obrigações naturais, se o devedor, voluntariamente efetuar o pagamento, não tem direito de repeti-lo (não cabe pedido de restituição da importância paga). Da mesma forma, o pagamento parcial não autoriza o credor a reclamará o cumprimento do restante. 
Consideram-se efeitos das obrigações naturais:
a validade do pagamento efetuado;
a irretratabilidade do pagamento efetivado;
a conferência da validade e da eficácia à obrigação civil dela acessória.
O código civil refere-se à obrigação natural, por exemplo, nos arts. 882 e 564, III. Os casos de obrigação natural inseridos são dois: dívidas prescritas (art.882) e irrevogabilidade por ingratidão, de doação que se fizer em cumprimento de obrigação natural (art. 564,III). As dívidas de jogo ou aposta encontram-se descritos no art.814.
O devedor não pode ser compelido judicialmente a cumprir a obrigação:
A obrigação natural não pode ser exigida pelo credor, e o devedor só vai pagar se quiser, bem diferente da obrigação civil. Tratando-se de obrigação natural, o credor não terá a pretensão para executar o devedor e tomar seus bens (189). A dívida natural existe, mas não pode ser judicialmente cobrada, não podendo o credor recorrer à Justiça. Exemplo perfeito de obrigação natural repousa no art. 814, segundo o qual as dívidas de jogo e aposta não obrigam o pagamento, mas tampouco pode o adimplente recobrar o que foi pago, a não ser na hipótese de dolo, ou do prejuízo recair sobre menor ou interdito.
 2. Pagamento voluntário é válido- não possui exigibilidade caso o pagamento não se dê de forma espontânea.
Mesmo tratando-se de uma obrigação moral, o pagamento de obrigação natural é pagamento verdadeiro e o credor pode retê-lo. Então se João paga dívida prescrita e depois se arrepende não pode pedir o dinheiro de volta, pois o credor tem direito à retenção do pagamento (882). Como diz a doutrina, “a obrigação natural não se afirma senão quando morre”, ou seja, é com o pagamento e sua extinção que a obrigação natural vai existir para o direito, ensejando ao credor a soluti retentio.
Diferença entre obrigação natural e inexistente: 
Se João paga dívida inexistente o credor não pode ficar com o dinheiro, e João terá direito à repetitio indebiti ( = devolução do indébito; em direito “repetir” significa “devolver”, e “indébito” é o que não é devido). Então quem efetua pagamento indevido pode exigir a devolução do dinheiro ( = repetitio indebiti) para que outrem não enriqueça sem motivo.
EXEMPLOS: 
1 - Escravo que compra a verdura e não paga, não pode cobrar, pois o escravo não tem personalidade. Dívidas em família na Roma antiga, o pater família era dono de todo patrimônio, então se um irmão deve o outro, não há como cobrar judicialmente,
2- Dívida de jogo (pago quem venceu) ou aposta (pago quem acertou) → tolerados ou proibidos.
3- Juros em mutos (empréstimo de dinheiro) não econômicos sem previsão de juros.
Supondo que te empreste 100 reais com juros zero, a forma de empréstimo é com previsão de juros. Sem previsão de juros é quando não falo nada. Sempre que o juro estiver previsto é uma obrigação civil.
Ex: mateus me empresta mil reais com juros de 1% ao mês. No final de 12 meses ele pode me cobrar os mil reais, mas não pode cobrar os juros.
4- Gorjeta, o débito existe, mas não pode ser cobrado
5- Prescrição da dívida (CC, art. 882)
Possuem a mesma estrutura das obrigações civis :
Sujeito
Objeto
Vinculo juridico 
9. OBRIGAÇÃO CIVIL
Obrigação Civil corresponde às modalidades de obrigaçõesexistentes no novo código civil, as quais possuem todos os seus elementos constitutivos: sujeito, objeto e vínculo jurídico. Este último confere ao credor direito de, em face do inadimplemento da obrigação avençada por parte do devedor (ou devedores), exigir judicialmente o seu cumprimento. Trata-se de uma garantia maior ao credor, que terá seu direito adimplido voluntariamente, ou coercitivamente diante da atividade jurisdicional. Se a obrigação civil não for cumprida de forma espontânea, surge a responsabilidade, aparecendo aí dois elementos distintos: 
O dever ou débito, ou seja, a obrigação do devedor de praticar ou de se omitir de um ato a favor do credor, situação esta resultante de um ato jurídico (bilateral ou unilateral), de um ato delitual (culposo ou doloso) ou até da lei;
A responsabilidade, isto é, o poder do credor de, indiretamente, obrigar o devedor a cumprir o objeto da obrigação; essa ação geralmente será exercida sobre o patrimônio do obrigado inadimplente e poderá corresponder à indenização do dano pela falta de cumprimento da obrigação. Este elemento representa o poder de coação do credor, e se consuma pela executória sobre o patrimônio do devedor.
	OBRIGAÇÃO CIVIL
	OBRIGAÇÃO NATURAL
	ELEMENTOS CONSTITUTIVOS:
Sujeito
Objeto
Vínculo jurídico
	
Sem garantia
Sem sanção
Sem ação para se fazer exigível
	SE CUMPRIDA: Extingui-se 
SE NÃO CUMPRIDA: Dá origem à responsabilidade, que é patrimonial (o patrimônio do devedor responde)
	O credor não tem o direito de exigir a prestação e o devedor não está obrigado a pagar mas, se pagar (voluntariamente), não tem o direito de pedir restituição.
	Para exigir seu cumprimento, o credor pode valer-se do poder judiciário. 
	Soluti Retentio (retenção do pagamento) único efeito da obrigação natural- o devedor não tem direito de pedir restituição do valor que pagou voluntariamente. 
	OBRIGAÇÃO NATURAL
	Constitui relação de fato (e não de direito)
	Sem garantia, sem sanção, sem ação para se fazer exigível
	Adquire eficácia através do seu adimplemento
	O credor não tem o direito de exigir a prestação e o devedor não está obrigado a pagar, mas, se pagar (voluntariamente), não tem o direito de pedir restituição
	Obrigação imperfeita
	Soluti Retentio (retenção de pagamento)
	
	Toda obrigação civil passa a ser natural ao prescrever
10. OBRIGAÇÃO DE DAR
As obrigações de dar são consideradas em face da coisa certa ou incerta. Naquela, o devedor se compromete a entregar ou a restituir ao credor um objeto perfeitamente determinado, que se considera em sua individualidade; nesta o objeto da obrigação é a entrega ou restituição de coisa não considerada em sua individualidade, devendo ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. A obrigação de dar visa, pois, transferir a propriedade do objeto da prestação; ceder a posse do objeto da prestação; ou, ainda, restituir o objeto da prestação. Segundo Venosa, "a obrigação de dar é aquela em que o devedor se compromete a entregar uma coisa móvel ou imóvel ao credor quer para constituir novo direito, quer para restituir a mesma coisa a seu titular." A obrigação de dar, segundo Carlos Roberto Gonçalves, quer em transmitir a propriedade ou outro direito real, quer na simples entrega de uma posse, em uso ou à guarda. A obrigação de dar confere ao credor um direito pessoal e não real.
10.1. DAR COISA CERTA 
Refere-se a coisas infungíveis, ou seja, perfeitamente individualizadas e insubstituíveis por outras equivalentes. Sendo assim, o seu objeto é um corpo certo e determinado (ex; contrato de compra e venda de determinado automóvel). O devedor não pode modificar unilateralmente o objeto da prestação, ou seja, não pode compelir o credor a receber outra coisa, ainda que mais valiosa. A recíproca também é verdadeira, o credor não pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa. A dação em pagamento (entrega de um objeto em pagamento de dívida em dinheiro), por exemplo, depende do expresso consentimento do credor (CC, Art.356) A venda de determinado automóvel, por exemplo, é negócio que gera obrigação de dar coisa certa, pois um veículo distingue-se de outros pelo número do chassi, do motor, da placa etc. O contrato/obrigação por si só não basta para a transferência do domínio. O domínio só se adquire pela tradição (entrega da coisa) se for coisa móvel, e pelo registro do título (tradição solene) se for imóvel. A obrigação de dar a coisa certa confere ao credor simples direito pessoal, e não real. O contrato de compra e venda, por exemplo, tem natureza obrigacional; o vendedor apenas se obriga a transferir o domínio da coisa certa ao adquirente; e este, a pagar o preço. A transferência do domínio depende de outro ato: a tradição, para os móveis; e o registro, para os imóveis. Art. 237 → “até a tradição pertence ao devedor a coisa”.
Enquanto não ocorrer a tradição, na obrigação de entregar, a coisa continuará pertencendo ao devedor, "com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação" unilateralmente (CC, Art. 237), pois nesse caso haveria enriquecimento sem causa do credor, que sem pagar o aumento do preço, estaria levantando vantagem na obrigação em detrimento do devedor. Se o objeto da obrigação for um animal, e este der cria, o devedor não poderá ser constrangido a entregá-la; pelo acréscimo, tem o direito de exigir o aumento do preço se o animal não foi adquirido juntamente com a futura cria, e se o credor se recusar a pagar, poderá resolver unilateralmente a obrigação para evitar o enriquecimento sem causa do credor.
♦ Obs: Melhoramento é tudo aquilo que muda para melhor, em valor, em utilidade, em comodidade, não condição e no estado físico da coisa. | Acrescido é tudo que se ajunta, que se acrescenta à coisa, aumentando-a. | Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte, como o café, os cereais, as frutas das árvores, o leite, as crias dos animais e etc.
Se para o melhoramento ou aumento "empregou o devedor trabalho dispêndio, o caso se regulará pelas normas do Código Civil em relação às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé (CC, art. 242). O art. 1.219 do CC impõe que estando o devedor de boa-fé, tem direito à indenização dos melhoramentos ou aumentos necessários e úteis; quanto aos voluptuários, se não for pago do respectivo valor, pode levantá-lo, quando o puder sem detrimento da coisa e se o credor não preferir ficar com eles, indenizando o seu valor. Se necessário, poderá o devedor exercer o direito de retenção da coisa pelo valor dos melhoramentos e aumentos necessários e úteis, como meio coercitivo de pagamento do credor. Ex: Na casa de aluguel em que se realiza a reforma de um telhado. Contudo, se o devedor estava de má-fé serão ressarcidos somente os melhoramentos necessários, não lhe assistindo o direito de retenção pela importância destes, nem o de levantar os voluptuários, porque este tinha a consciência de que praticava ato ilícito.
O princípio de que "o acessório segue o principal" aplica-se somente às partes integrantes (frutos, produtos e benfeitorias), mas não às pertenças, que não constituem partes integrantes e se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro bem (CC, art. 93). Desse modo, mesmo inexistindo disposição em contrário, as pertenças, como o mobiliário, não acompanham o imóvel alienado ou desapropriado.
No entanto, às vezes, a obrigação de dar não é cumprida porque, antes da entrega ou da restituição, a coisa pereceu ou se deteriorou, com culpa ou sem culpa do devedor. Perecimento significa perda total; e deterioração, perda parcial da coisa, ela não se encontra mais na forma como era antes. Se por exemplo, um veículo que deveria ser entregue, pega fogo, ficando totalmente destruído, ou é furtado/roubado, diz-se que houve perda total. Se o incêndio provocou apenasuma pequena avaria, a hipótese é de deterioração, visto que não está como antes, mas ainda existe e pode ser entregue. Quem deve, nesses casos, suportar o prejuízo? Regem-se tais casos pelo princípio básico do res perit domino, ou seja, a coisa perece para o dono. É o dono que deverá suportar a perda da coisa ou sua deterioração. Em caso de perecimento de coisa certa antes da tradição, é preciso verificar se o fato decorreu de culpa ou não do devedor.
10.1.1. PERECIMENTO SEM CULPA DO DEVEDOR
O art. 234 prescreve que, se "a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva ( que é aquele evento futuro e incerto que garante a eficácia, a aquisição do direito), fica resolvida a obrigação para ambas as partes".A obrigação se extingue para ambas as partes, que voltam à primitiva situação (statu quo ante). Sem nesse caso haver sanção civil > perdas e danos. Se o vendedor já recebeu o preço da coisa, deve devolvê-lo ao adquirente, em virtude da resolução do contrato, sofrendo, por conseguinte, o prejuízo decorrente do perecimento.
♦ Obs: PERDAS E DANOS = DANO EMERGENTE + LUCRO CESSANTE.
10.1.2 PERECIMENTO COM CULPA DO DEVEDOR
A culpa acarreta a responsabilidade pelo pagamento de perdas e danos. É a sanção civil que será aplicada no devedor que deveria ter diligenciado melhor para evitar a perda total da coisa. Neste caso, tem o credor direito de receber o seu equivalente (preço da coisa) em dinheiro, mais perdas e danos comprovadas. O art. 234, segunda parte, do CC : "se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perda e danos". Ao se referir ao termo "equivalente", quer mencionar equivalente em dinheiro, deve o devedor entregar ao credor não outro objeto semelhante, mas o equivalente em dinheiro, que corresponde ao valor do objeto perecido (seu preço), mais as perdas e danos. As perdas e danos compreendem o dano emergente e o lucro cessante, ou seja, além do que o credor efetivamente perdeu. o que razoavelmente deixou de lucrar (CC, art. 402). 
10.1.3. DETERIORAÇÃO SEM CULPA DO DEVEDOR
Não havendo culpa, poderá o credor optar por resolver a obrigação, por não lhe interessar receber o bem danificado, voltando as partes ao status quo ante; ou aceitá-lo no estado em que se acha, com abatimento do preço, proporcional à perda. (CC, art. 235)
10.1.4. DETERIORAÇÃO COM CULPA DO DEVEDOR
Havendo culpa pela deterioração, as alternativas deixadas ao credor são as mesma do art. 235 do CC (resolver a obrigação, exigindo o equivalente em dinheiro, ou aceitar a coisa, com abatimento), mas com direito à indenização das perdas e danos comprovados.
10.2. RESTITUIR
Obrigação de restituir: consiste na devolução de alguma coisa a seu proprietário; o credor já é dono da coisa (ex: contrato de depósito, em que o proprietário entrega seu bem a outrem, para que o guarde; se esse bem não for devolvido poderá caracterizar o que se denomina de infidelidade do depositário, ficando sujeito à prisão civil (art. 652).
Na obrigação de restituir, o que se dá não é o domínio da coisa, mas a devolução da coisa pelo devedor ao credor, que já possui o domínio sobre a coisa. Ex: empresto meu carro para Laura durante um mês. O carro não é meu, é da Laura, ela possui a propriedade. Passado um mês eu não transfiro o domínio do carro para ela, pois ela já o possui, eu apenas devolvo a coisa emprestada. Na própria lei civil são identificadas várias obrigações de restituir, como, por exemplo, as de devolução ou restituição de sinal dado (CC, arts. 417 e 420), coisa achada (art. 1233), bens que se encontram na posse de herdeiros da pessoa declarada ausente e que aparece (art. 36), bens dados em penhor (art. 1.435, IV), frutos e rendimentos percebidos pelo indigno (art. 1.817), bens sonegados (art. 1992) etc. 
10.2.1. PERECIMENTO SEM CULPA DO DEVEDOR
"Se a obrigação for de restituir coisa certa, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda." (art. 238) Se por exemplo, o animal, objeto de comodatário (comodato- pessoa que empresta o objeto) não puder ser restituído, por ter perecido devido a um raio, resolve-se a obrigação do comodatário, que não terá de pagar perdas e danos. Suportará a perda portanto, a pessoa que emprestou a coisa, o proprietário. Se a coisa emprestada gerou frutos, naturais ou civis (como os aluguéis), sem despesa ou trabalho do comodatário, terá aquele direito sobre eles (CC, art. 241).
10.2.2. PERECIMENTO COM CULPA DO DEVEDOR
O art. 239 impõe que "Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos".
Deverá ressarcir o mais completamente possível a diminuição causada ao patrimônio do credor, mediante o pagamento do equivalente em dinheiro do bem recebido, mais as perdas e danos, que é a sanção civil.
10.2.3. DETERIORAÇÃO SEM CULPA DO DEVEDOR
O art. 240, primeira parte diz que "Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor; recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização." Se a coisa se danificar sem culpa do devedor, suportará o prejuízo o credor, na qualidade de proprietário. 
10.2.4. DETERIORAÇÃO COM CULPA DO DEVEDOR
Havendo culpa do devedor na deterioração, responderá o devedor pelo equivalente em dinheiro, mais perdas e danos, que compreendem o dano emergente e o lucro cessante. 
10.2. DAR COISA INCERTA
A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade (art. 243, CC). A expressão coisa incerta indica que a obrigação tem objeto indeterminado, mas não totalmente, porque deve ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. É portanto, indeterminada, mas determinável. Falta apenas determinar sua qualidade.
A principal característica dessa modalidade de obrigação reside no fato de o objeto ou conteúdo da prestação, indicado genericamente no começo da relação, vir a ser determinado por um ato de escolha, no instante do pagamento. As obrigações de dar coisa incerta são transitórias, pois antes do (ou no) momento do pagamento se transformam em obrigações de dar coisa certa para poderem serem cumpridas, executadas. As obrigações de dar coisa incerta têm acentuada afinidade com as obrigações alternativas. Em ambas a definição a respeito do objeto da prestação se faz pelo ato de escolha e esta escolha do objeto passa a se chamar concentração*. Em ambas também compete ao devedor a escolha, se outra coisa não se estipulou. O objeto é um só, apenas indeterminado quanto a sua qualidade. A escolha recai sobre a qualidade do único objeto existente
Concentração: momento precedente a entrega da coisa que é ato de escolher o que vai ser entregue. Após a concentração passa a obrigação a ser obrigação de dar coisa certa, posto que se determina individualizando a coisa a ser entregue. 
Se alguém se obriga a entregar mil sacas de farinha de trigo, continuará obrigado a tal, ainda que seu poder não possua referidas sacas, ou que parte ou total delas tenha se perdido, posto que o devedor pode ainda conseguir essas sacas e cumprir a obrigação tal qual contratada. O gênero nunca perece antes da escolha, não podendo o devedor “alegar perda ou deterioração da coisa ainda que por força maior ou caso fortuito” (art. 246, CC). 
A obrigação de dar coisa incerta tem por objeto coisa indeterminada, que o devedor cabe entregar, com base na qualidade média, para o efeito de liberação do vínculo. A determinação da qualidade da coisa incerta perfaz-se pela concentração (ou escolha), feito estam acaba-se a incerteza, e a coisa torna-se certa, conforme art. 245 do CC.
A escolha caberá ao devedor como dispõe o art. 244: “Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor”. Portanto, a escolha só competirá ao credor se o contrato assim dispuser. Se me obriguei a entregar uma saca de café, etenho as sacas A, B e C, entregarei a saca B, de qualidade média. Nada impede que eu opte por entregar a saca A, de melhor qualidade, apenas não posso ser obrigada a fazê-lo. Se no entanto, eu possuir apenas as sacas A e B, posso entregar qualquer uma delas, até mesmo a pior. Neste caso torna-se inaplicável o critério da qualidade intermediária. 
Os efeitos da obrigação de dar coisa incerta devem ser apreciados em dois momentos distintos: a situação jurídica anterior e a posterior à escolha. Determinada a qualidade, torna-se a coisa individualizada, certa. Antes da escolha, porém, quer pelo devedor, quer pelo credor, permanece ela indeterminada, clamando pela individualização, pois a só referência ao gênero e quantidade não habilita a ficar sob um regime igual à obrigação de dar coisa certa. Nesta última fase, se a coisa se perder, não se poderá alegar culpa ou força maior. Só a partir do momento da escolha é que ocorrerá a individualização e a coisa passará a aparecer como objeto determinado da obrigação.
10.3. OBRIGAÇÃO PECUNIÁRIA
Segundo Venosa, obrigação pecuniária é a que tem por objeto certa quantia em dinheiro. É espécie particular de obrigação de dar e tem por objeto uma prestação em dinheiro e não uma coisa, como na obrigação de dar coisa certa ou incerta.
Diz o art. 315 do Código Civil que “as dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes”, que preveem a possibilidade de corrigi-lo monetariamente. > Curso forçado da moeda
♦ Obs: valor nominal da moeda é o referido a unidades monetárias do sistema pelo qual a nota ou moeda é colocada em circulação, ou seja, o valor que se encontra impresso na cédula ou peça.
O princípio do nominalismo considera como valor da moeda o valor nominal, e de acordo com este, o devedor de uma quantia em dinheiro libera-se entregando a quantidade de moeda mencionada no contrato ou título da dívida, e em curso no lugar do pagamento, ainda que desvalorizada pela inflação, ou seja, mesmo que a referida quantidade não seja suficiente para a compra dos mesmos bens que podiam ser adquiridos, quando contraída a obrigação, como seria numa dívida de valor, por exemplo, em que se prezaria pelo poder aquisitivo.
Podemos distinguir a dívida em dinheiro (que é obrigação pecuniária) da dívida de valor. Na primeira, o objeto da prestação é o próprio dinheiro.É o valor certo, imutável, nominal, expresso. Quando o dinheiro não constitui objeto da prestação, mas apenas representa seu valor, diz-se que a dívida é de valor. É aquela em que o débito não é certo número de unidades monetárias, mas o pagamento de uma soma correspondente a certo valor. Uma das formas de combater os efeitos maléficos decorrentes da desvalorização monetária é a adoção da cláusula de escala móvel, pela qual o valor da prestação deve variar segundo os índices de custo de vida. Os juros constituem, com efeito, remuneração pelo uso de capital alheio, que se expressa pelo pagamento, ao dono do capital, de quantia proporcional ao seu valor e ao tempo de utilização.
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. 
A teoria da imprevisão trata das obrigações diferidas para o futuro, ou melhor, esta cláusula, é utilizada sempre que as condições vigentes no momento da celebração do contrato não perpetuam no tempo, ocorrendo sérias alterações sócio-políticas e econômicas imprevisíveis poder-se-a fazer uso da teoria da imprevisão para o desfazimento do negócio jurídico. Só será possível a utilização da teoria da imprevisão, quando for verificada a total impossibilidade de cumprimento do contrato, por haver uma situação real de desequilíbrio entre as partes pactuantes. Sempre que houver ‘a onerosidade excessiva, oriunda de evento extraordinária e imprevisível, que dificulta extremamente o adimplemento da obrigação de uma das partes. A parte lesada no contrato por esses acontecimentos supervenientes, extraordinários e imprevisíveis, que desequilibra as prestações recíprocas, poderá desligar-se de sua obrigação, pedindo a rescisão do contrato ou o reajustamento das prestações recíprocas, por estar na iminência de se tornar inadimplente tendo em vista a dificuldade de cumprir o seu dever. Ex: compro um carro e falo que vou pagar de acordo com o valor do litro do leite. No mesmo ano tem uma seca, que faz com o que valor do leite dobre.
O art. 318 preceitua que serão "nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial". O Decreto-Lei n.857/69, veda o pagamento em moeda estrangeira, mas estabelece algumas exceções, das quais se destacam a permissão de tal estipulação nos contratos referentes a importação e exportação de mercadorias e naqueles em que o credor ou devedor seja pessoa residente e domiciliada no exterior. 
11. OBRIGAÇÃO DE FAZER
É aquela em que o devedor deve prestar um serviço ou um ato em benefício do credor ou de terceira pessoa. A obrigação de fazer é aquela que vincula o devedor a prestação de um serviço ou ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceira pessoa. A prestação da obrigação de fazer consiste em atos ou serviços a serem executados pelo devedor, daí afirmar-se que qualquer forma de atividade humana, lícita, possível e vantajosa ao credor, pode constituir objeto da obrigação, seja a prestação de trabalho físico ou material (p.ex., o de podar as roseiras de um jardim, construir um muro etc), seja a realização de serviço intelectual, artístico ou científico (compor uma música, escrever um livro etc),seja a prática de certo ato ou negócio jurídico (locar um imóvel, renunciar a certa herança, prometer recompensa, votar numa assembleia etc).
	
				
OBRIGAÇÃO DE DAR
		
				
OBRIGAÇÃO DE FAZER
		
				
 PRESTAÇÃO 			
		
				
Entrega do objeto, sem que tenha de fazer
		
				
Realização de um ato ou confecção de algo, para depois 	entregá-lo
		
				
TRADIÇÃO
		
				
 Imprescindível 			
		
				
Não há de se falar em tradição
		
			
	
DEVEDOR
		
				
Plano secundário, visa-se apenas a aquisição ou a 	restituição do bem.
		
				
A personalidade do devedor tem significado especial, pois o ato deve ser prestado pelo próprio sujeito (obrigação personalíssima). Ex: pintor de autorretrato, pintor de parede.
		
				
ERRO
		
				
Raramente acarreta anulabilidade
		
				
Sobre a pessoa do devedor acarreta sua anulabilidade
		
				
MULTA PECUNIÁRIA
		
				
Não pode ser invocada
		
				
Serve de instrumento coercitivo, objetivo de 	compelir o devedor a cumprir a obrigação assumida.
		
	RESOLUÇÃO
	Entrega do objeto
	Não comporta tal execução, em caso de inadimplemento resolve-se em perdas e danos
11.1. OBRIGAÇÃO DE FAZER INFUNGÍVEL
Se for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação, estaremos diante de fazer infungível, imaterial ou personalíssima. Apenas havendo cláusula expressa, o devedor só se exonera se ele próprio cumprir a prestação, executando o ato ou serviço prometido, pois foi contratado em razão de seus atributos pessoais. Incogitável sendo a sua substituição por outra pessoa, preposto ou representante. A infungibilidade pode decorrer da própria natureza da prestação, ou seja, das qualidades profissionais, artísticas ou intelectuais do contratado; se um determinado pintor comprometer-se a pintar um quadro, não poderá se fazer substituir por outrem, mesmo inexistindo cláusula expressa nesse sentido.
Negando-se o devedor ao seu cumprimento, a obrigação de fazer converte-se em obrigação de dar, devendo o sujeito passivo arcar com as perdas e danos, incluídos os danos materiais e morais, comoconsta no art. 247 (incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível).
Todavia, antes de requerer a indenização por perdas e danos, o credor poderá reivindicar o cumprimento da obrigação desfazer, nas suas duas modalidades (fungíveis e infungíveis), por meio de ação específica com a fixação de multa ou astreintes pelo juiz, conforme dispõe os arts. 461 do CPC e 84 do CDC.
11.2. OBRIGAÇÃO DE FAZER FUNGÍVEL
São fungíveis todas as prestações que não requerem para a sua execução aptidões pessoais, além dos requisitos comuns da especialização profissional. Parágrafo único do art. 249, CC diz que "Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar a obrigação, sendo depois ressarcido". 
O art. 633 do CC determina que "se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenização."
O art. 634 do CC dispõe que "se o fato puder ser prestado por terceiro, é lícito ao juiz, a requerimento do exequente, decidir que aquele o realize a custa do executado", e o parágrafo único que "o exequente adiantará as quantias previstas na proposta que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado".
Não só a recusa do devedor em executar a obrigação de fazer, mas também a impossibilidade de cumpri-la acarreta o inadimplemento contratual, nesse sentido preceitua o art. 248 do CC. "Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos". Nesse caso, é preciso verificar se o fato tornou-se impossível sem culpa ou por culpa do obrigado. Resolve-se a obrigação, sem consequências para o devedor sem culpa. Havendo culpa de sua parte, responderá pela satisfação das perdas e danos. 
11.3. DECLARAÇÃO DE VONTADE
A obrigação de fazer pode derivar ainda, de um contrato preliminar, e consistir em emitir declaração de vontade, como, por exemplo, outorgar escritura definitiva em cumprimento a compromisso de compra e venda, endossar o certificado de propriedade de veículo etc. Do ponto de vista fático as obrigações de emitir declaração de vontade são infungíveis. No entanto, do ponto de vista jurídico, tais obrigações são fungíveis, pois é possível substituir a declaração negada por algo que produza os mesmos efeitos jurídicos. Tal modalidade se configura quando o devedor, em contrato preliminar ou pré-contrato, promete emitir declaração de vontade para a celebração de contrato definitivo. É o que sucede quando, em compromisso de compra e venda, o vendedor se obriga a celebrar o contrato definitivo, outorgando a escritura pública ao compromissário comprador, depois de pagas todas as prestações. Ou quando o vendedor de um veículo promete endossar o certificado de propriedade, para que o adquirente, depois de pagar todas as prestações, possa transferi-lo para o seu nome na repartição de trânsito.
 12. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
Obrigação de não fazer, ou negativa, é aquela que impõe ao devedor um dever de abstenção: o de não praticar o ato que poderia livremente fazer, se não houvesse obrigado. Pode ter ou não limitação temporal. Se por ventura o obrigado pratica o ato que não deveria praticar, torna-se inadimplente, podendo o credor exigir, com base no art.251 do CC, o desfazimento do que foi realizado.O art. 390 do CC dispõe que nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato que se deveria abster. Embora seja extenso o campo de aplicação dessa modalidade de obrigação, devem ser respeitados certos limites, não sendo lícitas convenções em que se exija sacrifício excessivo da liberdade do devedor ou que atentem contra os direitos fundamentais da pessoa humana. 
Se o devedor realiza o ato, não cumprindo o dever de abstenção, pode o credor exigir que ele o desfaça, sob pena de ser desfeito a sua custa, além de cobrada a indenização de perdas e danos. Assim, se alguém se obriga a não construir um muro, a outra parte pode, desde que a obra é realizada, exigir, com auxílio da justiça, que seja desfeita e, no caso de recusa, mandar desfazê-la à custa do inadimplente, reclamando as perdas e danos que possam ter resultado do mencionado ato.
Não cumprindo o devedor com a sua obrigação de não fazer, nada impede que o credor peça somente o pagamento de perdas e danos, ao contrário do desfazimento mais perdas e danos, como no caso mencionado; há casos também em que só resta ao credor este caminho, como na hipótese de alguém divulgar um segredo industrial que prometeu não revelar. Feita a divulgação não há como restituir ao statu quo ante. 
Pode, ainda o descumprimento da obrigação de não fazer resultar de fato alheio a vontade do devedor, impossibilitando a abstenção prometida. Tal como ocorre nas obrigações de fazer, "extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar". (CC, art.250)

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