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PERNA & PÉ Com relação às regiões anatômicas: à Região crural = perna - Limite superior: joelho - Limite inferior: margem superior dos maléolos à Região talocrural = transição entre a perna e pé, inclui a região dos maléolos e da articulação talocrural (tornozelo) à Região do pé = parte distal do membro inferior, inferior à região talocrural - Retropé (tarso): 7 ossos (tálus, calcâneo, navicular, cuboide, 3 cuneiformes) - Antepé (metatarso e falanges): 5 ossos metatarsais e 14 falages OBS: Major disse que pé compreende as estruturas abaixo da linha que passa pelos maléolos. Ossos: à Tíbia: segundo maior osso do corpo, localizado na face anteromedial da perna; sede frequente de fraturas, principalmente entre o terço médio e inferior (região mais estreita). Algumas fraturas mais frequentes são: expostas (pois a face medial não é protegida por músculos), de marcha (decorrente de estresse físico), diagonal (torção da tíbia, pode haver encurtamento do membro). - Côndilos medial e lateral, faces articulares medial e lateral, eminência intercondilar: articulação com o fêmur - Tuberosidade da tíbia: fixação distal do lig. da patela - Corpo da tíbia: formato triangular Margem anterior Margem interóssea Margem medial Fa ce la ter al Face medial Face posterior - Maléolo medial e face articular inferior: articulação com o pé (articulação talocrural) - Incisura fibular: articulação com a fíbula à Fíbula: face posterolateral da perna, função de fixação muscular, NÃO tem função de sustentação (possibilita seu uso para enxertos ósseos); as fraturas geralmente são por inversão ou eversão excessiva do pé. - Cabeça e ápice da cabeça: articulação com a tibia - Colo da fíbula: anteriorização do n. fibular comum - Corpo da fíbula: triangular, semelhante à tíbia - Maléolo lateral e face articular da fíbula: articulação com o pé (articulação talocrural) à OBS: Membrana interóssea – une os corpos da tíbia e da fíbula, possui uma abertura para os vasos tibiais anteriores à Tálus: osso que se articula com a tíbia e fíbula (articulação talocrural: sinovial do tipo gínglimo/uniaxial) - Cabeça, colo e corpo: hiperextensão do pé pode levar à fratura do colo do tálus. - Tróclea do tálus - Osso trígono: variação anatômica (14-25% dos adultos), posterior ao tálus à Calcâneo: maior e mais forte osso do pé, recebe a força do peso do talus; fraturas podem ocorrer em quedas de muita energia sobre o calcanhar, sendo muitas vezes cominutiva (fratura em vários pedaços) e incapacitante (rompe a articulação talocalcânea) - Tuberosidade do calcâneo - Sustentáculo do tálus à Navicular: osso medial, articula-se com o todos os ossos do tarso - Tuberosidade do navicular: inserção do m. tibial posterior (dá suporte ao arco longitudinal do pé), causa dor em quem tem “pé plano”, pois geralmente o arco longitudinal do pé impede que a tuberosidade apoie sobre o solo OBS: Arcos longitudinal e transverso – são arcos anatômicos definidos pelas articulações dos ossos do pé e mantidos por ligg. intrínsecos do pé e por músculos. Suas alterações levam ao pé plano ou ao pé cavo. à Cuboide: osso lateral - Sulco para o tendão do m. fibular longo à Cuneiformes medial, intermédio e lateral: articulam-se com os metatarsais à Metatarsais: possuem base, corpo e cabeça; podem fraturar quando há queda de objetos pesados sobre o pé, estresse repetitivo (fraturas por fadiga) e concentração do peso do corpo sobre um dos metatarsos (fratura do dançarino). - Cabeça do 1º metatarsal: proeminente medialmente no hálux valgo – ou joanete -, condição que tem bases hereditárias, reumáticas e ambientais – uso de sapatos de “bico fino” - , causando dor, inflamação e desconforto - Tuberosidade do 5º metatarsal: inserção do m. fibular curto, pode ser avulsionado por esse músculo quando há inversão brusca do pé. - Ossos sesamoides medial e lateral no tendão do m. flexor longo do hálux, podem ser fraturados, pois sustentam o peso do corpo parcialmente na marcha à Falanges: possuem base, corpo e cabeça - Hálux: falanges proximal e distal - Demais pododáctilos: falanges proximal, média e distal OBS: Articulação talocrural (tornozelo) à As entorses da articulação talocrural (ruptura de ligamentos) geralmente são decorrentes de inversão excessiva do pé, pois o lig. colateral lateral é mais fraco que o lig. colateral medial. Pode haver fratura de maléolo lateral por cisalhamento ou avulsão. à As entorses por eversão excessiva do pé são mais raras e graves. Na fratura- luxação de Pott, a eversão do pé leva a uma fratura por avulsão do maléolo medial, além de fraturar a fíbula e romper os ligg. tibiofibulares. à Pé torto equinovaro é uma má formação congênita dos pés (2 em 1000 NV), que acomete a articulação talocalcânea. Assim, há inversão, flexão e adução do pé. Musculatura da perna: São 3 compartimentos: anterior, lateral e posterior; divididos por fortes septos e fáscias musculares. Infecções nos compartimentos anterior e posterior tendem a disseminar-se distalmente, mas infecções no compartimento lateral podem ascender à região poplítea seguindo o trajeto do nervo fibular comum. Além disso, traumas musculares/vasculares (por trauma direto, queimaduras, uso excessivo) podem causar hemorragias, edema e inflamação muscular, aumentando a pressão dentro dos compartimentos e comprimindo estruturas vasculonervosas (Síndrome Compartimental). à Compartimento anterior: inervado pelo N. FIBULAR PROFUNDO (L4-L5); os tendões com bainhas sinoviais atravessam o RETINÁCULO SUPERIOR DOS MM. EXTENSORES (espessamento fascial proximal aos maléolos) e o RETINÁCULO INFERIOR DOS MM. EXTENSORES (espessamento fascial em forma de Y, superficial no retropé). - m tibial anterior: fixa-se ao longo da face lateral da tíbia e insere-se no cuneiforme medial e base do 1º metatarso; realiza a extensão e inversão do pé. Seu uso repetitivo pode causar microtraumatismos nas fibras, além de rupturas no periósteo da tíbia (Sínd. de estresse tibial, ou canelite); levando a edema e inflamação, que pode cursar com síndrome compartimental anterior leve. - m. extensor longo do hálux: fixa-se na fíbula e insere-se na base da falange distal do hálux, sendo medial em relação ao m. extensor longo dos dedos; realiza a extensão do hálux e do pé. - m. extensor longo dos dedos: fixa-se na fíbula e insere-se nas falanges médias e distais dos 2º-5º dedos, sendo lateral ao m. extensor longo do hálux; realiza a extensão desses dedos e do pé. - m. fibular terceiro: fixa-se na fíbula inferiormente ao m. extensor longo dos dedos e insere-se na base do 5º metatarso; realiza a extensão do pé. à Compartimento lateral: inervado pelo N. FIBULAR SUPERFICIAL (L5-S2); os tendões com bainhas sinoviais atravessam os RETINÁCULOS SUPERIOR E INFERIOR DOS MM. FIBULARES. São músculos que evolutivamente foram ganhando importância, pois primatas mais antigos andam com a margem lateral externa do pé. - m. fibular curto: fixa-se na metade inferior da face lateral da fíbula, seu tendão passa na goteira retromaleolar lateral e insere-se na tuberosidade do 5º metatarsal; realiza a eversão do pé. A inversão excessiva brusca do pé pode levar à fratura da tuberosidade do 5º metatarsal por avulsão. - m. fibular longo: fixa-se na metade superior da face lateral da fíbula, seu tendão passa na goteira retromaleolar lateral, cruza medial e profundamente a planta do pé e insere-se na base do 1º metatarsal; realiza a eversão do pé. à Compartimento posterior: inervado pelo N. TIBIAL (L4-S3) a) Compartimento superficial: 4 músculosque se inserem na tuberosidade do calcâneo por meio de um tendão grande e forte (TENDÃO DO CALCÂNEO, popularmente chamado de tendão de Aquiles) - m. gastrocnêmio: possui duas cabeças que fixam-se na face posterior do fêmur, inserindo-se no tendão do calcâneo (este fixa-se na tuberosidade do calcâneo); realiza a flexão do pé quando a perna está em extensão. É sede frequente de distensões. Em 3-5% das pessoas, há um osso sesamoide chamado fabela que se localiza na fixação proximal da cabeça lateral do m. gastrocnêmio. - m. sóleo: músculo largo que se fixa na tíbia e na fíbula, e insere-se pelo tendão do calcâneo na tuberosidade do calcâneo; realiza a flexão do pé. Em 3% das pessoas, existe um m. sóleo acessório, distal em relação ao m. sóleo, que é sede frequente de dor e edema em exercícios prolongados. - m. plantar: fixa-se na linha supracondilar lateral do fêmur, seu tendão longo encontra-se entre os mm. gastrocnêmio e sóleo e insere-se pelo tendão do calcâneo na tuberosidade do calcâneo; realiza fraca flexão do pé. OBS 1: O tendão do calcâneo pode sofrer processo inflamatório (tendinite) devido a microlesões das fibras colágenas por estresse repetitivo. A tendinite crônica pode levar à degeneração e consequente ruptura do tendão. OBS 2: Proximal à fixação do tendão do calcâneo na tuberosidade do calcâneo, há a bolsa retrocalcânea (que permite o deslizamento do tendão sobre o osso, sede de bursites de calcâneo, consequência do atrito excessivo) e a bolsa subcutânea calcânea (que permite o movimento da pele sobre o tendão). OBS 3: O reflexo calcâneo deve ser feito com o pé a 90º, e testa a funcionalidade das raízes nervosas S1-S2. A compressão radicular de S1 abole o reflexo. b) Compartimento profundo: m. poplíteo, além de 3 músculos cujos tendões envoltos por bainhas sinoviais atravessam a goteira retromaleolar medial e pelo RETINÁCULO DOS MÚSCULOS FLEXORES. - m. poplíteo: fixa-se na face lateral do côndilo lateral do fêmur e insere-se proximalmente na face posterior da tíbia; realiza fraca flexão da perna e gira medial e sutilmente a tíbia. - m. flexor longo do hálux: lateral ao m. flexor longo dos dedos, fixa-se na fíbula, seu tendão atravessa a goteira retromaleolar medial e insere-se na falange distal do hálux; realiza a flexão do hálux e sustenta o arco longitudinal do pé. - m. flexor longo dos dedos: medial ao m. flexor longo do hálux, fixa-se na tíbia, seu tendão atravessa a goteira retromaleolar medial e divide-se em 4 tendões que se inserem na base das falanges distais do 2º-5º dedos; realiza a flexão dos 2º ao 5º dedos e sustenta o arco longitudinal do pé. - m. tibial posterior: o mais profundo dos músculos, fixa-se na membrana interóssea, na tíbia e na fíbula, seu tendão atravessa a goteira retromaleolar medial e insere-se na tuberosidade do navicular, tálus, cuboide, cuneiformes e metatarsais; realiza a flexão e a inversão do pé, sustenta o arco longitudinal do pé (fraqueza desse músculo pode levar a pé plano). Musculatura do pé à Dorso do pé: possui apenas 2 músculos, com mesma fixação proximal (face dorsal do calcâneo) e inervados pelo N. FIBULAR PROFUNDO (L5-S1). O dorso do pé possui estruturas superficiais (pele, tela subcutânea e fáscia) finas. - m. extensor curto dos dedos: fixa-se no calcâneo e seus 3 tendões inserem-se nos tendões do 2º-4º dedos do m. extensor longo dos dedos; auxiliam na extensão dos dedos. É um músculo fraco e superficial, que pode ser distendido por traumas e causar hematoma na região (este não deve ser confundido com hematomas de entorse de tornozelo). - m. extensor curto do hálux: fixa-se no calcâneo junto ao m. extensor curto dos dedos, e insere-se na base da falange proximal do hálux; realiza a extensão do hálux. à Planta do pé: didaticamente dividido em 3 camadas. Superficialmente aos músculos, encontramos uma pele espessa e muito queratinizada, uma camada espessa de tecido adiposo, uma complexa rede venosa formadora da bomba plantar e espessamentos fasciais formadores da aponeurose plantar. A inflamação da fáscia plantar (fasciite plantar) é geralmente decorrente do uso excessivo (ex.: exercícios aeróbicos), causando dor na planta do pé e na inserção calcanear proximal da aponeurose (pode ser exacerbada na presença de um esporão, acidente ósseo patológico entre o calcâneo e a aponeurose). Com relação à inervação, a maioria dos músculos são inervados pelo N. PLANTAR LATERAL (S2- S3), exceto os músculos abdutor do hálux, flexor curto do hálux e flexor curto dos dedos, os quais são inervados pelo N. PLANTAR MEDIAL (S2-S3). a) Camada superficial: - m. abdutor do hálux: fixa-se na tuberosidade do calcâneo e insere-se na face medial da falange proximal do hálux; realiza a abdução e flexão do hálux. - m. flexor curto dos dedos: fixa-se na tuberosidade do calcâneo e seus tendões inserem-se nas falanges médias dos 2º-5º dedos; realiza a flexão desses dedos. - m. abdutor do dedo mínimo: fixa-se na tuberosidade do calcâneo e insere-se na face lateral da falange proximal do 5º dedo; realiza a abdução e flexão do 5º dedo. b) Camada intermédia: - m. quadrado plantar: fixa-se no calcâneo e insere-se no tendão do m. flexor longo dos dedos; auxilia este músculo a fletir os 2º-5º dedos. - mm. lumbricais (4): fixam-se nos tendões do m. flexor longo dos dedos e inserem-se nas falanges proximais dos 2º-5º dedos; fletem as falanges proximais e estendem as falanges médias e distais. A disfunção desses músculos pode levar aos “dedos em martelo”, com hiperextensão das falanges proximais e flexão das falanges médias e distais. c) Camada profunda: - m. flexor curto do hálux: fixa-se no cuboide e insere-se na falange proximal do hálux; realiza a flexão do hálux. - m. adutor do hálux: possui duas cabeças que formam um “7”. A cabeça transversa fixa-se em ligamentos metatarsofalângicos, e a cabeça oblíqua fixa-se na base dos 2º-4º metatarsais. A inserção das cabeças é na face lateral da falange proximal do hálux. Realiza a adução do hálux e sustenta o arco transversal do pé. - m. flexor curto do dedo mínimo: fixa-se na base do 5º metatarsal e insere-se na base da falange proximal do 5º dedo; realiza a flexão do 5º dedo. à Músculos interósseos: são os mais profundos, localizados entre os metatarsais, inervados pelo N. PLANTAR LATERAL (S2-S3). - mm. interósseos plantares (3): fixam-se nas bases dos 3º-5º metatarsais e inserem-se nas bases das falanges proximais do 3º-5º dedos; realizam a adução dos 2º-4º dedos (mnemônico: P-AD) - mm. interósseos dorsais (4): fixam-se nos 1º-5º metatarsais e inserem- se nas falanges proximais dos 2º-4º dedos; realizam a abdução dos 2º-4º dedos. (mnemônico: D-AB) Irrigação: à Perna: A artéria poplítea, passa superficialmente pelo m. poplíteo e depois profundamente pelo arco tendíneo do m. sóleo (local predisponente para compressões arteriais). Divide-se em a. tibial anterior e tronco tibiofibular. A artéria tibial anterior anterioriza-se por uma abertura superior na membrana interóssea (ao trajeto profundo ao m. sóleo até sua anteriorização chamamos hiato solear, local em que pode haver compressão dessa artéria – síndrome do hiato solear, Blindado et al.), dá origem à a. recorrente tibial anterior (anastomosa-se com a rede arterial do joelho) e desce distalmente na superfície anterior da membrana interóssea e entre o m. extensor longo do hálux e m. tibial anterior. Irriga as estruturas do compartimento anterior da perna e dá origem às aa. maleolares anteriores. Quando a a. tibial anterior chega no nível da região talocrural, passa a se chamar a. dorsal do pé. O tronco tibiofibulardivide-se em a. tibial posterior e a. fibular, superficial ao m. tibial posterior. A artéria fibular segue lateral e distalmente para a fíbula, profunda ao m. flexor longo do hálux, irrigando a região lateral e posterior e dando origem à a. nutrícia da fíbula. Distalmente, a a. fibular dá origem a um ramo perfurante que atravessa uma abertura inferior na membrana interóssea, ganhando o dorso do pé, além de ramos terminais maleolares e calcâneos laterais. A artéria tibial posterior segue distalmente, superficial ao m. tibial posterior e entre o m. flexor longo do hálux e m. flexor longo dos dedos, em direção ao maléolo medial, irrigando o compartimento posterior da perna e dando origem à a. nutrícia da tíbia e a ramos maleolares e calcâneos mediais. A a. tibial posterior passa pela goteira retromaleolar medial (onde pode ser palpada) e, ao nível do calcâneo, divide-se em a. plantar lateral e a. plantar medial. As aa. maleolares anteriores (da a. tibial anterior) e os ramos maleolares e calcâneos mediais (da a. tibial posterior) e laterais (da a. fibular) realizam anastomoses ao redor da articulação talocrural, criando vias para a circulação colateral em casos de obstrução. à Dorso do pé: A artéria dorsal do pé pode receber contribuição do ramo perfurante da a. fibular. Passa pelos retináculos dos mm. extensores e segue entre os tendões dos mm. flexor longo do hálux e flexor longo dos dedos (onde é facilmente palpada) até o 1º espaço interósseo, onde divide-se em a. arqueada, a. plantar profunda (que se posterioriza e anastomosa-se com o arco plantar profundo) e 1ª artéria metatarsal dorsal. A a. arqueada segue lateralmente sobre as bases dos metatarsos, e dá origem às aa. metatarsais dorsais (2ª-5ª). As aa. metatarsais dorsais (1ª-5ª) seguem sobre os metatarsais e, na altura das articulações metatarsofalângicas, dividem-se em aa. digitais dorsais. à Planta do pé: A a. plantar medial passa profundamente ao m. abdutor do hálux e segue na margem medial da planta do pé, irrigando principalmente os mm. do hálux e a pele da região plantar medial. A a. plantar lateral passa profundamente ao m. abdutor do hálux e segue profundamente ao m. flexor curto dos dedos em direção ao 4º espaço interósseo, a partir do qual passa a se chamar arco plantar profundo. O arco plantar profundo é profundo em relação à cabeça oblíqua do m. adutor do hálux e se comunica com as artérias do dorso do pé por meio de ramos perfurantes e por meio da a. plantar profunda. Além disso, o arco plantar profundo dá origem às aa. metatarsais plantares, e estas às aa. digitais plantares. Drenagem venosa: à Pé: A drenagem venosa do pé, ao contrário da perna e da coxa, é feita principalmente por veias superficiais. As veias profundas que acompanham as artérias são menores. O arco venoso dorsal do pé profundo recebe as vv. metatarsais dorsais profundas e acompanha o trajeto das artérias, porém com fluxo inverso. Por meio de ramos comunicantes, drena o sangue para as veias superficiais do dorso do pé. O arco venoso plantar (profundo) recebe as vv. metatarsais plantares e acompanha o trajeto das artérias, porém com fluxo inverso. Por meio de ramos comunicantes, drena o sangue para as veias superficiais da planta e do dorso do pé. O arco venoso dorsal do pé superficial recebe ramos das vv. metatarsais dorsais (superficiais) e das veias profundas do pé, e deságua medialmente na v. safena magna e lateralmente na v. safena parva. A rede venosa plantar (superficial), também chamada de bomba plantar (Major et al., 2017), converge na face medial do pé, onde suas veias irão desaguar na v. safena magna, e na face posterior do pé, onde suas veias irão desaguar na v. safena parva. à PERNA: Na perna, a drenagem é MAJORitariamente feita pelas veias profundas, que acompanham as artérias. As veias superficiais (vv. safenas) possuem vários ramos perfurantes que desaguam nas veias profundas (vv. tibiais anteriores, vv. tibiais posteriores e vv. fibulares), a fim tirar proveito da bomba musculovenosa da perna. Além disso, as veias tanto superficiais como profundas possuem válvulas venosas, que impedem o refluxo sanguíneo. A disfunção dessas válvulas venosas causa estase e turgência, vistas como veias varicosas (varizes) superficialmente (principalmente da v. safena magna e suas tributárias). Além disso, as veias profundas estão sujeitas à trombose (TVP), tendo como fator predisponente a tríade de Virchow. A inflamação tecidual adjecente ao processo trombótico chama-se tromboflebite. O trombo pode se desprender e virar um êmbolo, capaz de levar a TEP. A veia safena magna é superficial e recebe sangue venoso principalmente do arco venoso dorsal do pé e da rede venosa plantar. Sai do pé anteriormente ao maléolo medial (local de dissecação para administração de sangue, com risco de lesão do nervo safeno), ascende medialmente pela perna passando posteriormente pelo côndilo medial do fêmur e alcança o hiato safeno na fáscia lata, já no trígono femoral. Esta veia é frequentemente usada para enxertos em derivações coronarianas, uma vez que é de fácil acesso, possui comprimento suficiente, possui camada muscular e elástica bem desenvolvida e não é essencial para a drenagem dos membros inferiores. A veia safena parva é superficial e recebe sangue venoso do arco venoso dorsal do pé e da rede venosa plantar. Sai do pé posterior e lateralmente, passa posteriormente ao maléolo lateral e ascende posteriormente na perna. Perfura a fáscia e atinge a fossa popliteal, desaguando na v. poplítea. Drenagem linfática: A drenagem linfática do membro inferior é realizada por vasos linfáticos superficiais e profundos. Os vasos linfáticos superficiais da perna acompanham as vv. safenas e suas tributárias. Os que acompanham a v. safena magna entram nos linfonodos inguinais superficiais (no trígono femoral). Os que acompanham a v. safena parva entram nos linfonodos poplíteos (circundam a v. poplítea). Os vasos linfáticos profundos acompanham as veias profundas e entram nos linfonodos poplíteos. Inervação: à N. tibial: divisão do n. isquiático, acompanha a a. tibial posterior, passando pela goteira retromaleolar medial para, em seguida, dividir-se nos nn. plantares lateral e medial. Esse nervo supre os músculos do compartimento posterior da perna. Pode ser comprimido ao passar pela goteira retromaleolar medial quando há edema na região (ex.: bursites nos tendões dos mm. flexores), levando a dor e parestesias. à N. fibular comum: divisão do n. isquiático, passa posteriormente pela cabeça da fíbula e se anterioriza na altura do colo da fíbula (fraturas no colo da fíbula podem cursar com lesão desse nervo, levando à paralisia dos mm. dos compartimentos lateral e anterior e ao “pé em gota” ou “pé caído”) . Logo em seguida, divide-se em n. fibular profundo e n. fibular superficial. à N. cutâneo sural medial: emerge do n. tibial na altura da fossa poplítea, geralmente se junta com um ramo fibular comunicante para formar o n. sural (pode ser usado para enxertos nervosos em lesões de nervos importantes) Segue distalmente entre as duas cabeças do m. gastrocnêmio e tem função sensitiva. à N. cutâneo sural lateral: emerge do n. fibular comum na altura da fossa poplítea, e tem função sensitiva também. à N. fibular profundo: acompanha a a. tibial anterior, supre os músculos do compartimento anterior e segue distalmente para inervar os músculos dorsais do pé, além de uma pequena área cutânea. Pode ser comprimido diretamente por sapatos/botas apertados(as) ou devido à síndrome compartimental anterior da perna, levando à parestesias. à N. fibular superficial: mantém-se antero-lateralpara inervar os músculos do compartimento lateral da perna, seguindo distalmente para inervar sensitivamente boa parte da pele do dorso do pé. Entorses crônicas do tornozelo podem estirar esse nervo e levar a parestesias. à N. safeno: nervo superficial com origem no n. femoral, segue distalmente acompanhando a v. safena magna, e inerva sensitivamente a pele medialmente no pé. à N. plantar medial: emerge profundamente ao m. abdutor do hálux e segue distal e medialmente na planta do pé. Na altura das bases dos metatarsais, divide-se em 3 nn. digitais plantares comuns (sensitivos). Pode ser comprimido ao passar profundamente ao m. abdutor do hálux, levando a parestesias, frequentes principalmente em ginastas e corredores (“pé do corredor”) à N. plantar lateral: segue o mesmo trajeto da a. plantar lateral. Seu ramo superficial dá origem a 2 nn. digitais plantares comuns, e seu ramo profundo acompanha o arco plantar profundo.
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