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Aula Roque Carrazza Espécies tributarias

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Espécies tributarias – Roque Carrazza					18.03.2017				
Introdução 
A constituição federal brasileira é uma das que mais dispõe no mundo sobre tributos. Para criação de tributo ou esta previsto na constituição ou será inconstitucional. Os tributos remetem ao Estado Democratico de Direito. Vai de encontro com o principio da liberdade e da propriedade, como tais direitos estão presentes na constituição, o tributo também deveria estar na constiutição. 
	A constituição limitou os tributos através de principios (legalidade, reserva legal...)
	A constituição classificou os tributos em espécie e sub-espécies (as demais constituição não fazem isso) 
	A constituição também fixou as hipóteses de incidentencia, vinculando as entidades tributantes. Portanto temos que a classificação feita pela constituição não é simplesmente nominal, mas é conceitual também, apontando o regime jurídico que cada espécie deverá observar. Isto protege os contribuintes, pois temos o direito constituição contributivo de sermos tributado apenas nestes casos. 
	
Espécies tributárias 
Em um estado unitário, quem tributa é um órgão central ( ex. alemanha somente se estuda os tributos em geral) mas como no Brasil são várias as entidades que possam tributar (união, estados, municipios, distrito federal), faz necessária o estudo aprofundado das espécies em razão da competencia e das hipóteses de incidencia. 
*Art. 145 CF: defere as pessoas jurídicas a competencia para criar tributos (genero), sendo os principais os impostos, taxas e contribuição de melhoria. (os impostos extraordinários e os empréstimos compulsórios por causa da sua materialidade há hipóteses próprias. 
Há divergencia entre os doutrinadores sobre quantas são as espécies tributárias, mas em geral são: taxa, imposto, contriuição de melhoria, ( as demais figuras recondicionam a estas - contribuição social, empréstimos compulsórios ). 
2.1) Impostos 
Tributo economicamente mais importantes. É um tipo de tributo que tem hipotese de incidencia um fato qualquer não consistente em uma atuação estatal (não vinculado), portanto não é necessário que o estado faça nada para exigir o imposto. É claro que o arrecadado deveria retornar a benefício da sociedade, mas não há uma correspodencia matemática do contribuído para onde é aplicado. 
Imposto é o tipo de tributo que tem por hipotese de incidencia um comportamento do contribuínte (ISS – prestar serviço, ITBI – adquirir bem imóvel) ou nascem de situações jurídicas que o contribuinte esta (IPTU – proprietario de imóvel urbano). No fundo os hipóteses nascem de fatos regidos pelo direito privado. 
*Art. 16 CTN: impostos nascem de fatos que não tipificam atividades estatais (não vinculado). Nascem de fatos quaisquer que possuem conotação economia (quem os pratica tem potencial economico)
Classificação econômica: não levam em conta a repercurção jurídica mas sim repercursão economica (fática). Não são jurídicas pois o direito não se preocupa com os fatos mas sim com a repercurçao jurídica desses fatos. 
- Imposto pessoal: alcança pessoa física ou jurídica (ex: IR)
- Imposto real: alcança a coisa (ex. IPTU) 
- Imposto direto: a carga economica é suportada pela própria pessoa que realizou o fato gerador. (IR quem teve a renda que suporta)
- Imposto indireto: a carga economica é suportada por terceiro que não realizou o fato gerador. (ex. ICMS o consumidor final de suporta)
Classificação jurídica:
- federais 
- estaduais: ICMS, IPVA, ITCMD
-municipais: IPTU, ITBI, ISS
- Distrito federal: pode criar tanto os de competencia impositiva dos Estados *art. 155 CF, bem como pode criar os de competencia impositiva dos municipios *art. 147 parte final CF. ICMS, IPVA, ITCMD, IPTU, ITBI, ISS. 
* Competencia impositiva residual da União - Art. 154 CF: a união pode instituir qualquer outros impostos se diversa hipotese de incidencia e base de quálculo dos aqui já criados. 
Princípios
- Capacidade contributiva: é o principio da igualdade aplicado na tributação por meio de impostos. Todos devem pagar impostos mas cada um pagará de acordo com sua força economica (quem há o minimo existencial será isento de pagar imposto - imunidade implícita). 
		- OBS: forma para cálcular imposto que observar a capacidade contributiva - alíquotas progressivas (quanto maior a base de cálculo do imposto, maior a alíquota). 
		- todos os impostos devem observar a capacidade contributiva. Contudo há impostos que em um primeiro momento não observam (ex. ICMS é passado ao consumidor o carga economica para todos) (ex. IPI operações com produtos industrializados pois passa ao consumidor valor fixo). Portanto, a menos que sua regra matriz constitucional permita, todos os impostos deverão ser graduados conforme a individualidade e a capacidade contributiva. Mas a todos observam o principio da seletividade (produtos de necessidades básicas pagam menos IPI do que produtos voluptuários), (já o ICMS deverá ser seletivo em razão de sua finalidade, mas na prática dependende da vontade dos Estados ou do o DF). 
2.2 Taxas 
São tributos que possuem hipóteses de incidência diretamente liga a um serviço público ou poder de política (art. 145 II CF). 
Taxas de serviços:
- tem por incidencia a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis. 
-Serviço público é a prestação de utilidade material, fruivel individualmente sob o regime de direito público. Dessa forma o serviço é público não pela sua natureza mas sim pelo regime jurídico que está vinculado. 
- Específicos pois alcança número determinado de pessoas. (os serviços gerais são remunerados através dos impostos ex. segurança, iluminação...) 
- Divisíveis: são mensurados indiviualmente, consumo efetivo ou potencial (ex. energia elétrica, telefonia, agua, esgoto). 
-OBS: pode ser exigida de quem efetivamente utiliza ou dos potenciais utilizadores (fruição obrigatória) (art. 142 CF), dessa forma, a simples disponibilidade do serviço públio pode dar ensejo a cobrança de taxa, quando o serviço é indispensável a vida, saúde. 
Taxa de polícia: 
- nascem do exercício do poder de policia. 
-poder de policia é a faculdade que a pessoa tem de exigir a prática do exercício de seus direitos. 
- Não nasce propriamente do ato de policia mas sim das diligencias necessárias a prática do ato de policia. A consequência disso é que a taxa de policia é devida ainda que o contribuinte não obtenha o que almeja (ex. pedido de alvará para construção). 
Direito comparado 
- taxa de uso: utilização das dependencias públicas 
-taxa de obras: realização de obras púlicas
-No Brasil estas são inconstitucionais
Serviços públicos gratuítos: ainda que sejam serviços públicos especificos e divisiveis não são cobrados. 
- vacinação 
- há serviços que necessáriamente devem ser gratuítos quando prestados em estabelecimentos públios (ex. serviço de ensino quando prestado art. 206 IV CF)
Princípios 
- Retributividade: por meio da taxa os serviços públicos são remunerados naquilo que estes desprendem para realizar o serviço. (não se exige precisão matemática). Não possui finalidade arrecadatória mas sim compensatória (diferente do imposto). 
2.3 Contribuição de melhoria 
- tem por hipotese de incidencia uma contribuição estatal vinculada a realização de obra publica que causa valorização imobiliária. Relação de causa e efeito. Devolver parte do que foi recebido as custas do estado que arcou com as despesas.
- Obra publica é a edificação, ampliação ou modificação de bem imóvel pertencente ou incorporado ao bem publico. 
- Precisa haver a valorização do imóvel em razão da obra pública, a simples valorização imobiliária por causa do mercado consumidor ou obra particular não autorizam a tributação de contribuição de melhoria. 
- Enquanto a obra publica não estiver finalizada não pode ser falada em valorização efetiva imobiliária, pois deverá ser detectada com precisão a valorização do imóvel em decorrencia da obra. 
- a contribuição de melhora evita a especulação imobiliáriapois evita o lucro demasiado “de mão beijada”. 
- Possui como base de cálculo o quantum de valorização decorrente da obra, e a alíquota é o percentual.
Princípios
- Proporcionalidade: na relação valorização imóbiliária decorrente da obra e no valor a ser pago.

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